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Aço: Importações ainda são ‘espinhosas’

 

As importações de aço no mercado brasileiro ainda são um espinho enfrentado pelos players do setor, o que motiva uma escolha mais criteriosa de ações relacionadas à siderurgia. É o que destaca o banco BTG (BVMF:BPAC11) em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta sexta-feira, 18, em que questiona quando as pressões diminuirão e elenca a Gerdau (BVMF:GGBR4) como top pick no setor.

Os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi entendem que a Gerdau é um player de maior qualidade, com “rendimentos FCF de quase 10%, com seu programa de redução de custos obtendo progresso sólido”.

Cenário segue pressionado com importações em foco

Dados do IABr (Instituto Siderúrgico Brasileiro) indicariam tendências semelhantes em uma “dura realidade” em que seguem as pressões de importações e o “recente sistema de cotas implementado pelo governo não gerou nenhum impacto significativo no setor”. A perspectiva dos analistas, após conversas com companhias que atuam neste setor, é de que as pressões para que o governo defina novas medidas devem ocorrer até o final do ano, mas o resultado destas solicitações segue incerto.

Por outro lado, a demanda segue forte, com embarques domésticos de aços planos aumentando em alta anual de 18%. “Não vemos escassez de procura – a questão principal continua a ser falta de poder de fixação de preços e pressões competitivas”, destaca O BTG, que possui perspectivas negativas para o aço global.

A sobrecapacidade é um desafio, com excesso de oferta da China, enfraquecendo os preços internacionais e resultando em condições desafiadoras nos próximos trimestres para as companhias brasileiras desta commodity. 

Fonte: Money Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/10/2024

 

Governo Lula aprova aumento de imposto sobre produtos metalúrgicos

O Gecex (Comitê Executivo de Gestão) da Camex (Câmara de Comércio Exterior) decidiu nesta 5ª feira (17.out.2024) aumentar o imposto de importação de 11 produtos de ferro e aço para 25%. O colegiado é vinculado ao Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

A medida atende a pedido do Sicetel (Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos). Outros produtos também serão variação no imposto de importação:

cabos e fibras óticas – de 11,2% e 9,6%, respectivamente, para 35% de imposto de importação durante 6 meses;
motores elétricos para liquidificadores e processadores de alimentos – redução de 18% para 0%;
fios de poliéster usados em tecidos técnicos, pneus, grelhas, lonas, laminados de PVC e linha de costura – queda de 18% para 0%.

ANTIDUMPING

De acordo com a decisão do colegiado, as folhas metálicas que vierem da China terão uma sobretaxa de US$ 257,97 a US$ 341,28. A medida faz parte do antidumping provisório aplicado pelo governo para contemplar a indústria nacional.

Outros produtos importados também passarão a ter uma sobretaxa provisória:

nebulizadores da China – de US$ 0,83 a US$ 2,62 por unidade importada;
pigmentos de dióxido de titânio chineses – de US$ 577,33 a US$ 1.772,69 por tonelada importada; e
fibras de poliéster da China, Índia, Vietnã, Malásia e Tailândia – de US$ 68,32 a US$397,04 por tonelada importada.

Já o antidumping definitivo será aplicado sobre a importação de luvas não-cirúrgicas da China, da Malásia e da Tailândia. As sobretaxas vão de US$ 1,86 a US$ 33,52 por mil unidades importadas.

Fonte: Poder 360
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 18/10/2024

 

Siderúrgicas elevam produção em 10% em setembro

A produção brasileira de aço bruto em setembro cresceu 9,9% em setembro sobre o mesmo período do ano passado, somando 2,842 milhões de toneladas, informou o Aço Brasil, entidade que reúne as usinas produtoras da liga no país, nesta quinta-feira.

Ante agosto, a produção caiu 4%, mas se manteve no mesmo nível desde que entrou em vigor em junho o sistema de cotas e sobretaxas sobre alguns produtos siderúrgicos importados, após meses de queixas do setor contra importações de produtos siderúrgicos no Brasil.

No acumulado de janeiro ao final do mês passado, a produção de aço bruto do Brasil subiu 4,4% na comparação com o mesmo período de 2023, para 25,2 milhões de toneladas, segundo os dados da entidade.

O crescimento da produção em setembro foi basicamente puxado pelos aços longos, que tiveram uma expansão anual de 23%, para 879 mil toneladas, em meio à ainda forte demanda do setor de construção civil do país.

Enquanto isso, os laminados planos, usados em setores como o automotivo e máquinas agrícolas, tiveram expansão de apenas 3,3% na produção de setembro sobre um ano antes, a 1,154 milhão de toneladas. O segmento foi o mais beneficiado pela proteção comercial decidida pelo Brasil mais cedo neste ano.

As importações de aço somaram em setembro 658 mil toneladas, uma expansão anual de 19,8% e acima das 646 mil toneladas de agosto, segundo os dados do Aço Brasil. Há meses, o setor vem afirmando que a China tem promovido esforços para exportar sua enorme produção excedente a preços muitas vezes abaixo do custo de produção.

No acumulado do ano, as importações mostram alta de 24%, para 4,6 milhões de toneladas. O volume é próximo da capacidade anual de produção da usina Ternium Brasil, no Rio de Janeiro, que é de 5 milhões de toneladas.

Segundo o Aço Brasil, as importações de aço em setembro atingiram o maior patamar da série histórica. Do total importado, 344 mil toneladas vieram da China, afirmou a entidade.

Além das importações, a queda nas exportações também pesou sobre a produção nacional no mês passado. As vendas externas de produtos siderúrgicos do Brasil caíram 15,5% em setembro sobre um ano antes, para 704 mil toneladas. No acumulado do ano, as exportações mostram recuo de 13%, com as usinas locais optando por concentrar a produção no mercado interno diante da pressão chinesa sobre os preços internacionais da liga.

As vendas de aço no Brasil em setembro somaram 1,89 milhão de toneladas, expansão de 14% na comparação anual, o que levou o acumulado a 15,89 milhões de toneladas, 7,4% acima das vendas de janeiro a setembro de 2023.
 
Fonte: CNN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/10/2024

 

Importação de aço salta 19,8% em setembro, apesar da imposição de cotas pelo governo

A produção de aço bruto no país subiu em setembro e atingiu 2,8 milhões de toneladas, uma alta de 9,9% na comparação anual, segundo levantamento do Instituto Aço Brasil. As importações, contudo, também seguiram em alta e superaram em 19,8% o volume registrado um ano antes, com 658 mil toneladas.

O nível de importação continua aumentando mesmo depois que o governo realizou, em junho, a imposição de cotas de importação para nove tipos de aço.

As importações de aço no acumulado dos nove primeiros meses de 2024 avançaram 24%, para 4,6 milhões de toneladas frente a 3,7 milhões registradas no mesmo período de 2023.

Os dados de setembro ainda mostram que, comparadas a agosto, as importações subiram 1,9%, para 658 mil toneladas, frente às 646 mil do mês anterior.

Conforme a organização, a produção de aço bruto também cresceu no acumulado de janeiro a setembro de 2024, subindo 4,4% em relação a igual período de 2023, para 25,2 milhões de toneladas.

As exportações caíram 13,1%, para 7,7 milhões de toneladas, e as vendas internas subiram 7,4%, para 15,9 milhões de toneladas. O consumo aparente aumentou 8,4%, para 19,6 milhões de toneladas, na mesma base de comparação.

No movimento mensal de setembro, frente a agosto, a produção de aço bruto diminuiu 4,1%, para 2,8 milhões de toneladas, e as exportações encolheram 15%, para 704 mil toneladas.

As vendas internas recuaram 2,5%, para 1,9 milhão de toneladas e o consumo aparente fechou em 2,4 milhões de toneladas, queda de 2,6%.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/10/2024

 

O que esperar da mineração brasileira em 2025?

O desempenho do setor de mineração brasileiro em 2025 deve ser bastante semelhante ao deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

As mineradoras registraram receitas combinadas de R$ 186 bilhões (US$ 33 bilhões) nos primeiros nove meses deste ano, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com números apresentados pela entidade em uma entrevista coletiva.

“Olhando para 2025, teremos um cenário de aumento da produção, já que alguns projetos do setor provavelmente entrarão em fase de produção. Em termos de receitas, a tendência é ter níveis semelhantes aos que estamos vendo ao longo deste ano”, disse o presidente do Ibram, Raul Jungmann, em resposta a uma pergunta da BNamericas.

“Até 2025, veremos a continuidade da crescente demanda por projetos envolvendo minerais críticos associados à transição energética, como lítio, cobre e nióbio, entre outros”, apontou Jungmann. “Porém, o setor de mineração brasileiro continua muito influenciado pelo desempenho do minério de ferro, já que a maior parte das receitas e dos investimentos do setor vem desse segmento.”

No terceiro trimestre, o minério de ferro foi responsável por 55,4% da receita do setor, com 70% do total enviado para a China.

“Os últimos anúncios do governo chinês em relação a estímulos econômicos são um tanto positivos para a demanda por minério de ferro no próximo ano. Também não podemos esquecer que o minério de ferro produzido no Brasil conta com um apelo associado à redução das emissões de gases de efeito estufa, porque é um produto de alta qualidade e com menos contaminantes”, disse à BNamericas Afonso Sartorio, líder do setor de mineração e metais da EY para a América do Sul.

A atratividade do minério de ferro do Brasil está gerando novos acordos.

No início desta semana, o grupo industrial brasileiro CSN anunciou que o conglomerado japonês Itochu Corporation concordou em aumentar sua participação na CSN Mineração, braço de minério de ferro da CSN.

A Itochu, que atualmente detém uma participação de 9,26% na CSN Mineração por meio da Japan Brasil Minério de Ferro Participações, vai adquirir uma participação adicional de até 11%.

As empresas não divulgaram o valor da operação, enquanto o valor de mercado da CSN Mineração chegava a R$ 32,4 bilhões na última quarta-feira (16).

A compra foi anunciada no momento em que o maior projeto do pipeline da CSN Mineração está avançando: o Itabirito P15, ou Casa de Pedra, em Minas Gerais.

A empresa planeja iniciar a produção no primeiro trimestre de 2027, com capacidade de 15 milhões de toneladas por ano. Itabirito é considerado pela empresa um projeto transformador, pois melhorará a qualidade do minério de ferro ao aumentar o teor de ferro de 58% para 65% até 2028.

CAPEX

O Ibram afirmou que mantém sua última previsão de investimentos para as mineradoras que atuam no Brasil.

De acordo com a previsão, o setor investirá um total de US$ 64,5 bilhões entre 2024 e 2028, acima dos US$ 50 bilhões da projeção para 2023 a 2027.

“Anunciaremos as projeções de investimentos para o novo ciclo, entre 2025 e 2029, em janeiro do ano que vem. Anunciamos sempre as projeções para um ciclo de cinco anos porque a maioria das mineradoras define seus planos de investimentos nesse formato”, explicou Julio Nery Ferreira, diretor de sustentabilidade do Ibram.

IMPOSTOS

Enquanto isso, o setor de mineração continua com seus esforços para evitar o aumento dos impostos.

Em julho, a Câmara aprovou o texto-base da regulamentação da reforma tributária aprovada no ano passado, com o objetivo de simplificar o complexo sistema tributário brasileiro.

A reforma substituiu impostos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS pelos impostos IBS e CBS, que são aplicados de forma semelhante ao IVA em outros países.

A Câmara também autorizou a cobrança de um imposto seletivo sobre atividades consideradas prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, inicialmente definido em 1%, mas que acabou sendo reduzido para 0,25% devido à pressão da indústria de mineração. Embora o setor tenha garantido uma vitória parcial, os atores continuam pressionando pela eliminação completa desse imposto, que está em discussão no Senado.

“Somos totalmente contra esse imposto seletivo contra a mineração, primeiro porque a mineração não é um setor com impacto negativo no meio ambiente; pelo contrário, é crucial para a transição energética. E, segundo, porque não deveria haver impostos sobre produtos que são para exportações, como é o caso da mineração brasileira”, destacou Fernando Azevedo e Silva, vice-presidente do Ibram. 

Fonte: BN Americas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/10/2024

 

Antidumping contra folha metálica da China opõe CSN e fabricantes de latas de aço e de alimentos

Em processo que tem sido acompanhado de perto por pesos-pesados da indústria siderúrgica, de embalagens e de alimentos, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) decide amanhã (17) sobre a aplicação de direito antidumping provisório sobre as importações chinesas de folhas metálicas, usadas na confecção de latas para produtos alimentícios e leite em pó e em tampas para garrafas de bebidas.

O pedido foi feito pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), única produtora desse tipo de folha (de flandres) no país. Hoje, a companhia opera com ociosidade de até 75% nessa linha, que fica na usina de Volta Redonda (RJ), e atribui o recuo na produção, em boa parte, ao crescimento contínuo das importações, notadamente da China nos dois últimos anos. A constatação inicial foi que há dumping —prática de preços inferiores ao custo de produção ou aos aplicados no mercado de origem.

O pleito, contudo, encontra forte oposição de gigantes como JBS — dona da Zempack, maior produtora de latas de aço do país — e Ambev, que usa aço nas tampas de garrafas de vidro, entre outras empresas representadas pela Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço). A indústria de alimentos também se opõe à medida. Os dois setores apontam que, se aplicada, a tarifa terá impacto no bolso do consumidor final.

Embora o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) tenha rejeitado a inclusão das folhas metálicas no pacote de produtos de aço cujas importações estão temporariamente sujeitas a cotas e alíquota de 25% sobre o excedente, desde junho, a CSN teve uma vitória parcial.

A investigação das importações chinesas por dumping foi iniciada em março pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom). A recomendação de aplicação de direito provisório, com tarifas de US$ 250 a US$ 345 por tonelada — adicionalmente à tarifa de importação de 10,8% já vigente —, será levada amanhã ao Gecex.

“É uma medida extremamente técnica e segue o regramento da OMC (Organização Mundial de Comércio)”, disse ao Valor o diretor-executivo comercial da CSN, Luis Fernando Martinez. Em cinco anos, conforme o executivo, as importações de folhas metálicas saíram de 106 mil toneladas (em 2019) para 200 mil toneladas por ano atualmente.

Com o desaquecimento da economia na China, a produção local excedente passou a ser direcionada a países que não adotaram medidas de defesa comercial, caso do Brasil, disse Martinez. “Não é protecionismo, é isonomia competitiva”, defendeu. Com capacidade instalada de até 1 milhão de toneladas por ano de folhas, a CSN produz cerca de 300 mil toneladas anuais atualmente.

Segundo a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), por se tratar de direito provisório, a recomendação de aplicação da tarifa antidumping não considerou o interesse público. “Empresas que optaram por importar folhas metálicas o fizeram porque a CSN não conseguiu homologar seu material. É uma questão de qualidade”, afirmou a presidente-executiva da entidade, Thais Fagury.

A maior dificuldade, segundo Thais, seria atender às exigências dos clientes internacionais das empresas que usam embalagens de aço com folhas da CSN. A siderúrgica, por sua vez, afirma que o argumento não é válido, uma vez que ela mesma é exportadora e não encontra obstáculos no mercado internacional.

Segundo a executiva, o setor de embalagens de aço tentou sensibilizar o governo quanto ao impacto da adoção da tarifa, tanto para a indústria nacional quanto para o consumidor final. No caso das latas, afirmou, o impacto no custo de produção vai variar de 4,7% a 7,4%, com reflexo direto no consumidor final da ordem de 3,1% a 5,1%, por encarecer embalagens de atomatados, sardinha, leite em pó, entre outros produtos.

“A qualidade e o preço da CSN não são competitivos em relação ao mercado internacional. Os preços são superiores aos cobrados por fornecedores da Alemanha, do Japão e da Holanda. O ponto é que o custo de produção da CSN é mais elevado porque seu parque fabril está aquém dos de lá de fora”, disse Thais.

Além da Zempack, da JBS, a Ambev também importa atualmente 100% das folhas metálicas que usa na produção de tampinhas de garrafas. Procuradas, JBS e Ambev não comentaram o assunto.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2024