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Aquecimento global já impacta infraestruturas viárias

Os efeitos do aquecimento global já podem ser notados em infraestruturas viárias, reduzindo a vida útil dessas construções.

O alerta é do Bureau Veritas, empresa que tem expertise em Teste, Inspeção e Certificação (TIC), e que atua na verificação de Obras de Artes Especiais (OAE), como viadutos, pontes, passarelas e túneis, em mais de 140 países.

Com a aceleração das mudanças climáticas, Grupo alerta para a revisão do cronograma preventivo para identificar as manifestações patológicas a tempo para manutenções corretivas.

“As OAE são expostas diariamente a agentes naturais e é necessário acompanhar a vida útil de cada uma, considerando as características dos materiais utilizados, as formas de construção e o clima da região onde estão construídas. O aquecimento global vem acelerando o surgimento de manifestações patológicas, exigindo maior atenção à manutenção preventiva para garantir estruturas duradouras e o desenvolvimento sustentável das cidades, além de evitar tragédias”, afirma Rafael Perez, diretor de Construção e Infraestrutura do Bureau Veritas.

As OAE’s são construídas para aguentar determinado nível de intempéries. Os parâmetros utilizados nos projetos, porém, não consideram a aceleração das mudanças climáticas, dificultando que sua vida útil acompanhe o crescimento urbano e o aumento do fluxo de veículos.

As chamadas manifestações patológicas incluem fissuras, trincas, rachaduras, corrosão de armadura, carbonatação, infiltrações e recalque, que podem aparecer naturalmente com o passar do tempo e de acordo com os materiais utilizados.

Entre os fatores que impactam diretamente na vida útil das OAE estão temperaturas cada vez mais altas, tempo seco ou intensificação das chuvas, concentração de gases de efeito estufa e elevação dos níveis do oceano. Mudanças incompatíveis com as características das regiões consideradas no desenvolvimento dos projetos.

A manutenção preventiva de OAE, explica Perez, previne e minimiza impactos ambientais com melhor eficiência e custo-benefício.

“Ao identificar sinais de degradação, é analisado se o nível de deterioração é compatível com o tempo de vida da obra e realizadas inspeções e testes laboratoriais para encontrar a sua origem, identificando assim a melhor forma de reação visando mitigar consequências como interrupção de operações de estruturas viárias ou mesmo desabamentos”, finaliza.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 09/11/2022

Falta ou alto custo de matéria-prima afeta menos indústrias de pequeno porte

As micros e pequenas indústrias brasileiras tiveram mais facilidade para adquirir insumos, produzir, contratar e utilizar a capacidade instalada das empresas no terceiro trimestre de 2022. Segundo levantamento trimestral Panorama da Pequena Indústria (PPI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a falta ou alto custo de matéria-prima deixou de ser o principal problema para as indústrias de pequeno porte do setor extrativo e da construção. Na indústria da transformação, o entrave ainda lidera o ranking dos principais problemas, mas em menor intensidade. A mudança impactou positivamente o desempenho e as condições financeiras das empresas.

 

“O problema da falta ou alto custo de matéria-prima não deixou de existir, mas foi menos assinalado no terceiro trimestre pelas pequenas indústrias. A expectativa é que recue ainda mais no fim de 2022”, explica a analista de Políticas e Indústria da CNI, Paula Verlangeiro. “Atualmente, na indústria extrativa a dificuldade mais recorrente é a elevada carga tributária e na indústria da construção são as taxas de juros elevadas.”

O levantantamento mostra também que no terceiro trimestre o Índice de Desempenho médio registrou 49,0 pontos, mantendo-se bem acima da média histórica para o trimestre (45,3 pontos). Quando comparada com o mesmo período de 2021, a média aumentou 1,6 ponto. Além disso, a pesquisa aponta que o Índice de Situação Financeira registrou 43,7 pontos e, com isso, apresentou o melhor resultado desde 2013.

“A melhora da situação financeira está relacionada ao aumento dos indicadores de satisfação com o lucro operacional, de satisfação com a situação financeira e de facilidade de acesso ao crédito no período analisado”, detalha Verlangeiro.

 

Indústrias de pequeno porte mantêm otimismo acima da média e têm perspectivas positivas

No terceiro trimestre de 2022, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)para as indústrias de pequeno porte foi de 58,7 pontos em outubro de 2022. Ao analisar os últimos doze meses, o resultado para a confiança oscilou, mas sempre acima da média histórica (53,0 pontos).

O Índice de Perspectivas das empresas industriais de pequeno porte também segue acima da média histórica, registrando 50,8 pontos em outubro. 

Quando comparamos os dois indicadores com o mês anterior (setembro), houve queda dos índices, mas, por estarem acima da linha de 50,0 pontos, a conclusão ainda é que os empresários de pequeno porte seguem otimistas e com perspectivas positivas.

 

Sobre o Panorama da Pequena Indústria

O Panorama da Pequena Indústria elenca quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior ele for, melhor é a performance do setor.

A composição dos índices leva em consideração itens como volume de produção, número de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional e situação financeira, facilidade de acesso ao crédito, expectativa de evolução da demanda e intenção de investimento e de contratações.

Além disso, a pesquisa também traz o ranking dos principais problemas enfrentados pelas MPEs em cada trimestre.

A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no ICEI. Todos os meses, as pesquisas ouvem cerca de 900 empresários de empresas de pequeno porte.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 08/11/2022

Caixa, Banco do Brasil, BNDES, Banco do Nordeste e Basa vão focar em endividados, MEIs, ações sociais e indústria

Tirar do papel o Desenrola Brasil — programa para permitir o retorno ao crédito de milhões de brasileiros endividados — focar em microempreendedores individuais (MEIs), apoiar programas sociais (como construção de cisternas e cooperativas de catadores), financiar até 3,5 milhões de casas para pessoas de baixa renda e até incentivar a troca de máquinas e equipamentos para reaquecer a indústria estão entre as prioridades que os bancos públicos terão no próximo governo.

Embora não tenham sido indicados até o momento os nomes dos titulares de Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que as instituições terão função relevante a partir de 2023.

“Os bancos públicos, como aconteceu nos mandatos entre 2003 e 2010, terão papel importante no desenvolvimento econômico e social. Uma missão extraordinária, e o setor privado será chamado (a participar). É crédito para regularizar a situação dos endividados”, disse o senador eleito e um dos coordenadores da campanha de Lula, Wellington Dias.

Além de garantir uma atuação às vezes mais célere que a máquina estatal, os bancos públicos poderão auxiliar os planos de Lula em um cenário de escassez de recursos públicos. O maior exemplo será o Desenrola Brasil, programa que prevê a renegociação de dívidas garantidas por um fundo com recursos estimados entre R$ 7 bilhões e R$ 18 bilhões — a depender da faixa de renda que será contemplada.

Segundo Wellington Dias, essas instituições terão um papel importante nesse processo.

Endividados

O Brasil tem 68,4 milhões de endividados, ou seja, cerca de 32% da população adulta, segundo dados da Serasa Experian. Permitir que esse público volte para o sistema é uma forma de ajudar a recuperar a economia, pois impulsiona a compra de bens e serviços.

A ideia é lançar um programa focado nas famílias mais pobres — o foco pode ser quem ganha até três salários mínimos — e incluir, além de contas de água, luz e outros serviços, redes de varejo e bancos.

Esta foi uma das principais promessas de campanha de Lula, que repetiu modelo defendido por Ciro Gomes (PDT) em 2018 e também nesta eleição.

O governo Lula dará, ainda, atenção especial aos MEIs. Segundo integrantes da equipe de transição, os microempreendedores individuais serão beneficiados com linhas especiais para expandir ou abrir novos negócios.

Em habitação, o novo governo quer retomar a faixa 1 do Minha Casa Minha Vida — o nome do programa voltará, aposentando o bolsonarista Casa Verde e Amarela — , com renda abaixo de R$ 1.800. São famílias que não têm condições de assumir um financiamento tradicional.

Hoje esse público não é atendido pelo governo, sob o argumento de falta de verba orçamentária.

A ideia é que a Caixa volte a atender essas famílias. A proposta em análise é contratar 3,5 milhões de unidades habitacionais de 2023 a 2026, considerando todas as faixas de renda. Os subsídios sairiam de FGTS, loterias e Tesouro Nacional.

“No primeiro ano, a meta seria de 500 mil unidades habitacionais e, ao longo dos anos seguintes, 3 milhões de unidades”, disse Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa.

O Banco do Brasil deve reforçar seu lado social — a Fundação Banco do Brasil (FBB) — em projetos como a construção de cisternas para famílias no semiárido. São estudadas medidas de apoio a catadores de resíduos sólidos.

Ainda não há detalhes, mas estes bancos, agregados por Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Finep (financiadora de projetos e pesquisas) poderão até mesmo contribuir no financiamento de projetos de infraestrutura, como energia e transportes.

Risco 

O risco, segundo os analistas, é criar um gigantismo destes bancos, ou desvio de suas funções. O BB pulou de 18,8 milhões de clientes em 2003 para 54,4 milhões em 2010 — e estava com 78,3 milhões ao final de 2021.

A Caixa viu sua carteira de crédito, em valores atualizados, passar de R$ 74,6 bilhões em 2003 — primeiro ano do primeiro mandato de Lula — para R$ 350,4 bilhões em 2010 quando ele deixou o Planalto, embora hoje esteja em R$ 903 bilhões.

O BNDES, por sua vez, encolheu desde que Lula deixou o poder. Em 2010, seus desembolsos somavam R$ 335,7 bilhões, em valores corrigidos. No ano passado, foram R$ 66,9 bilhões.

Em nota, o BNDES informou que “desde 2020, o BNDES não tem mais como métrica de desempenho o desembolso, mas sim o impacto na vida das pessoas, como os 35 milhões de brasileiros abrangidos pelos projetos na carteira de saneamento, as mais de 135 mil pequenas e médias empresas apoiadas pelo Programa Emergencial de Acesso ao Crédito durante a pandemia”.

“O BNDES terá o papel de banco para o desenvolvimento econômico, mas será ampliada a participação de crédito para MEI (microempreendedor individual) e pequenos empresários”, completou o senador Wellington Dias.

Fonte: O Sul
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 08/11/2022

 

Economia digital torna-se o principal motor de crescimento da China

A economia digital da China, que ocupa o segundo lugar mundial há muitos anos, tornou-se um importante motor de crescimento para o país, de acordo com um white paper publicado nesta segunda-feira.

O white paper intitulado “Construir conjuntamente uma comunidade com um futuro compartilhado no ciberespaço” foi lançado pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China.

Em 2021, o valor da economia digital da China atingiu 45,5 trilhões de yuans, representando 39,8% de seu PIB, segundo o white paper.

Em junho de 2022, havia 1,05 bilhão de usuários de internet na China e a taxa de penetração da internet atingiu 74,4%, mostrou o white paper, acrescentando que o país hospeda a maior rede 5G do mundo e se tornou um dos líderes globais em padrões e tecnologia 5G, com 1,85 milhão de torres de celular 5G e 455 milhões de assinantes de celulares 5G.

Com o sistema global de navegação por satélite BeiDou-3 agora operacional e começando a fornecer serviços globais em julho de 2020, o sistema industrial BeiDou está em vigor e oferece benefícios econômicos e sociais notáveis, disse o white paper, acrescentando que os serviços de navegação e posicionamento por satélite da China gerou 469 bilhões de yuans de produção industrial em 2021.

De acordo com o white paper, a China cultiva vigorosamente novas tecnologias e aplicativos, como inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e redes de comunicação de última geração, a fim de acelerar a transformação da digitalização e serviço baseado em rede para inteligência artificial em vários setores econômicos, como também setores sociais. A inovação tornou-se uma característica marcante no país.

Observa-se que a internet industrial da China cresceu rapidamente, enquanto a transformação digital da indústria manufatureira está em progresso continuo, o white paper disse que 55,3% dos principais processos de grandes empresas industriais tornaram-se controlados digitalmente e a aplicação de ferramentas digitais de P&D chegou a 74,7%. até fevereiro de 2022.

A transformação digital da agricultura na China está progredindo constantemente. 5G, IoT, big data e IA foram aplicados na produção e gestão agrícola, e o desenvolvimento tecnológico chave e a pesquisa de aplicações inovadoras para agricultura inteligente e máquinas agrícolas foram fortalecidos, de acordo com o white paper.

A digitalização e a oferta de capacidade digital continuam no crescimento. O comércio eletrônico está florescendo, disse o white paper.

Em 2021, as vendas no varejo online de bens de consumo da China ficaram em 10,8 trilhões de yuans, um aumento de 12% em relação ao ano anterior. O volume de negócios no comércio eletrônico transfronteiriço da China atingiu 1,92 trilhão de yuans, um aumento de 18,6% em relação ao ano anterior. A escala de transações de pagamento de terceiros continua a se expandir.

Novos métodos foram introduzidos para atualizar os modelos comerciais do setor de serviços. Serviços médicos baseados na Internet, educação on-line e trabalho remoto aceleraram a digitalização do setor de serviços, acrescentou o white paper.

Fonte: Xinhua Newswire
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 08/11/2022

Sustentabilidade na mineração

O Ministério de Minas e Energia (MME) lança projeto para reduzir uso de mercúrio na extração de ouro. Atendendo à Convenção de Minamata, o projeto reunirá informações para elaboração do plano de ação nacional para redução do uso de mercúrio.

O Ministério de Minas e Energia (MME) realiza, em 17 de novembro, o seminário de lançamento do projeto “Plano de Ação Nacional para Extração de Ouro Sem Mercúrio”, que atenderá ao compromisso assumido pelo Brasil no âmbito da Convenção de Minamata sobre Mercúrio. O evento apresentará os principais aspectos do projeto, que visa uma produção mais sustentável e segura para a saúde humana e do meio ambiente e terá especial enfoque em alternativas técnicas ao uso do mercúrio.

Adotada por 128 signatários, incluindo o Brasil, a Convenção de Minamata tem como objetivo a máxima restrição do uso de mercúrio e o incentivo à adoção de alternativas, protegendo o meio ambiente e as pessoas. Uma das obrigações estabelecidas no acordo internacional é o desenvolvimento e implementação de um plano de ação nacional para eliminar essa prática ou reduzir drasticamente a liberação do metal tóxico para o meio ambiente, por meio da adoção de melhores práticas e técnicas.

Reconhecendo que a extração artesanal e de pequena escala de ouro é significante e que apresenta aspectos sociais e ambientais sensíveis e preocupantes, assim como ocorre com outros países da Bacia Amazônica, o Brasil pretende apresentar seu plano de ação até 2025.

O evento é realizado em conjunto com a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia e o Núcleo de Pesquisa para a Pequena Mineração Responsável, da Universidade de São Paulo. O projeto foi elaborado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e será financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

O evento será transmitido pelo YouTube do MME. Agenda do evento: 8h30 | Abertura do credenciamento presencial (necessária confirmação prévia de presença) | 9h30 | Boas-vindas e início da transmissão ao vivo | 9h45 | Mesa de abertura: apresentação dos objetivos e importância do projeto | 11h | Intervalo - com apresentação de vídeos de contextualização | 11h30 | Mesa expositiva: descrição da governança, da orientação dos trabalhos e das atividades planejadas para o projeto | 12h30 | Perguntas e respostas| 13h30 | Encerramento. | antigo.mme.gov.br | twitter.com/Minas_Energia | facebook.com/minaseenergia | flickr.com/minaseenergia | linkedin.com/company/ministeriominaseenergia

Fonte: Portal Fator
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/11/2022

Indústria brasileira apresenta propostas para negociações na Conferência do Clima

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) preparou propostas para o governo brasileiro apresentar na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP27), que ocorre de 6 a 18 de novembro, em Sharm El Sheikh, no Egito. O documento reúne as principais ações que o setor industrial considera necessárias para a continuidade do desenvolvimento da agenda climática e as medidas mais relevantes para o país no processo de negociação.

As recomendações priorizam três temas: estabelecimento e operacionalização do mercado global de carbono, mobilização de recursos para assegurar o financiamento climático e avanço da agenda de adaptação à mudança do clima. Elas se encontram no documento Visão da Indústria para a COP27, construído em diálogo e colaboração com o Grupo de Trabalho (GT) sobre o Artigo 6 e validado pela Rede Clima da Indústria Brasileira, composta por mais de 70 instituições, dentre federações de indústrias, associações setoriais e empresas.

- Confira a íntegra do documento “Visão da Indústria para a COP27”

“A expectativa mundial é que a COP27 seja marcada por negociações visando à implementação dos compromissos assumidos na COP26, em Glasgow. É também esperado um aumento nas ambições das metas dos países, já que os compromissos apresentados até a COP26 se mostravam insuficientes para limitar o aquecimento global a 1,5° C”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

“Para o Brasil, é urgente a definição de uma estratégia nacional para o melhor aproveitamento do novo mecanismo do mercado global de carbono. E tão crucial quanto as negociações que ocorrerão em Sharm El Sheikh, será a capacidade do país de se organizar internamente para definir um plano de implementação das metas brasileiras e a definição de um arranjo institucional que viabilize esse novo mecanismo. Também precisamos avançar nas negociações sobre o financiamento climático, buscando a implementação dos compromissos já assumidos, e retomar o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação”, destaca.

Definições para implementação do mercado global de carbono

Durante a COP27, as negociações buscarão definir regras e procedimentos que possibilitem a operacionalização do mercado global de carbono, mecanismo previsto no Artigo 6 do Acordo de Paris. A CNI recomenda ao governo brasileiro a definição de um plano de implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) elaborado com a participação de todos os setores produtivos, e o estabelecimento de um arranjo institucional robusto para a implementação do Artigo 6, por meio de um colegiado que coordene os diferentes órgãos do governo federal envolvidos.

- Brasil pode ser líder global em economia verde

A indústria também faz recomendações específicas em relação ao Artigo 6.4, que permitirá ao setor privado investir em projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e gerar créditos que podem ser comercializados no futuro mercado de carbono global ou abater metas de redução de emissões estabelecidas por meio das NDC. Há especial preocupação para que o tema seja regulamentado por meio de lei, para conferir segurança jurídica e legitimidade a todo o processo, além das definições dos critérios para realização de ajustes correspondentes.

Além disso, a indústria defende a transição justa e com segurança dos projetos e metodologias que vigoravam no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), instrumento vigente desde o Protocolo de Quioto e que será substituído pelo novo mecanismo, o MDS – Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável.

A CNI também propõe a definição de uma estratégia nacional de uso e implantação de atividades no âmbito do Artigo 6.2, que permite que países troquem entre si as reduções de emissões ou remoções. Assim, os resultados da mitigação das emissões que ocorram em um país podem ser transferidos para outro, que poderá contabilizar esses resultados na sua meta nacional.

 Nova meta coletiva de financiamento e agenda efetiva de adaptação

Em relação ao financiamento climático, a indústria pleiteia maior esforço da presidência da COP para garantir o compromisso financeiro dos países desenvolvidos para apoiar países em desenvolvimento nas ações relacionadas ao clima. Na COP26, essa meta não foi alcançada, e as Partes decidiram que, antes de 2025, a Conferência estabelecerá uma nova meta coletiva de um piso de US$ 100 bilhões levando em consideração as necessidades e prioridades desses países mais vulneráveis.

Já na agenda de adaptação, a CNI recomenda que seja tratada com equidade com a agenda de mitigação. No Egito, o país deve acompanhar o aprofundamento das discussões sobre a meta global de adaptação, respeitando as realidades de cada país. E, em âmbito nacional, a Confederação defende o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação para subsidiar esse processo e definir as melhores estratégias de enfrentamento para o país, além das necessidades de financiamento climático.

“É importante que o Brasil participe ativamente das discussões para garantir que o grupo de trabalho designado para aprofundar a meta global de adaptação estabeleça medidas transparentes e concretas para aumentar e disponibilizar o financiamento para ações de mitigação e adaptação”, destaca o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

- Propostas sugeridas pela CNI ao governo brasileiro

Artigo 6 (Mercado de Carbono)

Definição de um plano de implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) elaborado de forma transparente e com a participação de todos os setores;
Definição de arranjo institucional robusto, com uma estrutura de colegiado que possa exercer coordenação entre os diferentes ministérios e os setores mais envolvidos na implementação da NDC brasileira;
Definição uma estratégia nacional de uso e implantação de atividades no âmbito do Artigo 6.2, que inclui a demonstração de contabilidade que promova a realização de ajuste correspondente, entre outras questões;
Adoção de um sistema de cap and trade por meio do estabelecimento de metas e regras de mercado para os setores regulados de acordo com uma estrutura clara de governança e transparência qual deve contar com a participação do setor industrial;
Implementação de um registro nacional de emissões que atenda aos requisitos de integração com a estrutura de registro internacional;

 

Financiamento climático

Maior esforço por parte do Brasil para garantir medidas transparentes e concretas para aumentar o financiamento em mitigação e adaptação;
Maior engajamento do Brasil com países desenvolvidos e com a presidência da COP para garantir o compromisso financeiro de países desenvolvidos, por meio da contínua mobilização das lideranças políticas;

Adaptação à mudança climática

Esforços adicionais, por parte do Brasil, para garantir que a comunicação referente às necessidades de adaptação seja condizente com a realidade nacional;
Maior engajamento do país com a presidência da COP para garantir medidas concretas para aumentar o financiamento para adaptação para os países em desenvolvimento, como prometido na COP26.
Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 07/11/2022