Notícias

Ibram firma acordo com o Sebrae e a ApexBrasil para beneficiar a mineração no país

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) assinou, no início da tarde desta quinta-feira (12), durante a Exposibram 2024, dois convênios importantes para o desenvolvimento da mineração no Brasil: o primeiro dos acordos foi assinado com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e o segundo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

A cerimônia ocorreu no auditório do Expominas, em Belo Horizonte, com a presença do diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann; o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima; e o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. 

Em relação à parceria com o Sebrae, Jungmann comentou que as empresas do setor mineral têm um grande potencial, mas, para se tornarem ainda mais competitivas, precisam de governança, de informações e treinamento. "O Sebrae tem a competência para fazer tudo isso chegar às nossas mineradoras. Isso significa um reforço extraordinário, uma conquista muito aguardada", ressaltou.

Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional, comemorou a parceria com o Ibram e expressou sua alegria em estar representando a entidade na Exposibram. "90% do setor mineral é formado por micro e pequenas empresas que fortalecem a potência que é o processo de mineração. Estamos aqui em um encontro e viemos para abraçar definitivamente o IBRAM, para produzir resultados e melhorar um setor que muitas vezes é injustiçado", afirmou.

Sobre a parceria com a ApexBrasil, o presidente do Ibram reiterou que "é uma garantia de que o setor mineral será transformado em algo muito além do que já representa, atualmente, para a economia brasileira, uma vez que a agência é responsável por promover as empresas do país no exterior e atrair investimentos internacionais".

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, exaltou o sucesso da Exposibram e destacou a assinatura do acordo entre o órgão e o Ibram. "Neste convênio, estamos pensando em atração de investimentos internacionais, para que possamos criar um plano ousado e inteligente de extração e processamento das riquezas minerais, com responsabilidade e sustentabilidade", disse.

Fonte: O Tempo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/09/2024

 

Por que os produtores rurais amam as Starlinks de Elon Musk

Operada pela SpaceX, empresa do setor aeroespacial controlada pelo bilionário Elon Musk, a Starlink possui cerca de 2 mil satélites em órbita. É uma grande vantagem em relação aos seus rivais na oferta de serviço de conexão de internet, que possuem poucos satélites. No Brasil, embora represente menos de 1% das conexões de banda larga, a Starlink já é o maior provedor de internet por satélite, com cerca de meio milhão de acessos. Boa parte desse público vem do campo. Por isso, no início de setembro, quando se aventou a possibilidade de suspensão da outorga da Starlink no Brasil, em função do descumprimento das leis brasileiras, por parte de Musk, relativas à atuação do X (sua rede social), acendeu uma luz vermelha entre os produtores. Mas o que de fato o campo tem feito com uso da Starlink?

“Temos 8 links hoje e eles vêm sendo úteis. Por exemplo, usamos quando assumimos a fazenda Preciosa, ou na expansão de serviços, como estamos fazenda na Parnaguá”, disse à Forbes Aurélio Pavinatto, CEO da SLC Agrícola, um dos maiores grupos do país, com 24 fazendas e cerca de 700 mil hectares de algodão, soja e milho, como principais culturas. A Preciosa é uma fazenda de 11 mil hectares em Querência (MT), assumida em julho, a partir de uma joint venture com o Grupo RZK, do empresário José Ricardo Rezek. A Paranguá, de 20 mil hectares e comprada em 2008, fica no sul do Piauí, na região da Serra da Fortaleza, e tem starlink há 3 anos. “Nas áreas mais remotas é a solução”, diz Pavinatto. A empresa usa na maior parte de suas operações os serviços da TIM, intensificados em 2016, quando embarcou de vez na onda digital ao criar seu Comitê de Tecnologias Agrícolas visando em suas operações de máquinas agrícolas o uso intenso de Big Data, IoT (Internet of Things), clouds, drones, entre outros.

O uso da internet por satélite está transformando o setor agrícola em diversas regiões do mundo, principalmente nos países líderes na produção de alimentos, como Brasil, Estados Unidos, China e Índia. Nos Estados Unidos, por exemplo, um país altamente conectado, cerca de 14,5 milhões de pessoas em áreas rurais ainda carecem de acesso a uma conexão de banda larga confiável, segundo o FCC (Federal Communications Commission). Na América Latina, segundo o ICCA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), cerca de 72 milhões de pessoas de áreas rurais em 26 países necessitam de conectividade, das quais 13 milhões estão no Brasil.

A SpaceX informa que seu plano é implantar pelo menos 12 mil satélites, mas o objetivo é de até 30 mil. Esses satélites oferecem velocidades de download de 50 a 200 Mbps e velocidades de upload de 10 a 20 Mbps, segundo a empresa. “O que a gente vê é o uso crescente da Starlink, porque poucas fazendas no Brasil tem internet. Até em caminhonetes as antenas vêm sendo instaladas”, diz o engenheiro agrônomo e consultor Clóvis Albuquerque, de Primavera do Leste (MT), especialistas em perfil de solo. “O Mato Grosso tem 40 anos de uma agricultura muito forte. Mas está offline, principalmente as médias e pequenas fazendas. A Starlink vai baratear o sinal de internet.”

Para funcionar, a Starlink construiu no país 20 estações terrestres, as chamadas gateway. A comunicação ocorre quando são conectados os terminais dos usuários (em suas fazendas, carros ou casas) , os satélites e essas estações terrestres. Maressa Vilela Bettercourt, sucessora no Grupo Cinco Estrelas, com fazendas em Juara (MT) e Minas Gerais, diz que tem sete antenas e paga R$ 300 por mês, por cada uma delas. “Usamos nas fazendas de Juara. Nessa região não tem sinal de nenhuma operadora em raios maiores que 100 km. A conectividade é fundamental para a agricultura de precisão”, diz ela. “Temos várias instaladas na fazenda e uma móvel no carro, para passar nas máquinas e poder comunicar os dados das máquinas com o Operation Center, onde avaliamos todas as informações. O custo é acessível.”

A engenheira agrônoma Camila Stefani Colpo, cofundadora da Boa Safra Sementes e presidente do conselho desde 2015, conta que de fato passou a “ter internet”, com a chegada da Starlink nas fazendas que ficam na região de Cabeceiras (GO) e Buritis (MG). “Em ambas funcionam perfeitamente. Inclusive na fazenda que fica na região de Buritis eu nunca consegui ter internet na sede da propriedade porque o acesso a ela é difícil por ficar em uma região baixa de uma Serra”.

Ana Carolina Roselli Marques instalou sua primeira antena há um ano e meio na fazenda Igapó, em Nova Alvorada do Sul (MS) e há seis meses na fazenda Dallas, em Brasilândia (MT), onde faz agricultura e pecuária. “Desde que comecei a usar a Starlink, nunca mais tive problema de queda de internet, o que acontecia muito nas fazendas, quando a gente estava carregando a soja vendida. O caminhão tinha que ficar esperando até a internet voltar”, diz ela. “Já tive outros provedores. Mas desde então não tenho mais que ficar esperando sinal para emissão de notas, fazer transações, reuniões. Hoje nos comunicamos o dia inteiro, mas já ficamos dias sem internet”.

No Grupo Cerradinho, com usina de cana-de-açúcar e milho em Chapadão do Céu (GO), o uso da Starlink está em teste. A safra 2023/24 foram processadas com 5,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar esmagadas e 908 mil toneladas de milho moído. “Estamos com duas antenas em uma frente de colheita para teste.E também avaliando colocar em algumas caminhonetes para facilitar o monitoramento on line e agilizar as tomadas de decisões”, diz Andrea Sanches Fernandes, sucessora que faz parte do conselho de administração do grupo.

Para Fábio Franzoni, engenheiro agrônomo da AgriConnection, em Campo Verde (MT), do setor agroquímicos e que cobre uma região em um raio de 350 km, com 1,6 milhão de hectares de soja e milho, “o agro mudou muito “com produtores mais dentro das fazendas”. Franzoni atua no setor há 15 anos. “Cerca de 90% dos produtores que conheço já usam a Starlink”, diz ele. É por isso que a tecnologia de satélites de baixa órbita, como é o caso da Starlink, abre novas possibilidades para a agricultura de precisão, que depende cada vez mais de conexões estáveis e rápidas. Em regiões de fronteira agrícola que sofrem com a falta de infraestrutura de telecomunicações, a internet por satélite permite que os produtores acessem dados climáticos em tempo real, façam negociações com compradores e coordenem a logística de forma mais eficiente, aumentando a competitividade no mercado internacional?.

Franzoni diz que há um desafio a vencer, para que o uso da Starlink se aprofunde ainda mais, justamente pelas experiências anteriores com conectividade ruim. “Muita tecnologia chegou nas fazendas nos últimos anos, mas sem internet muitos produtores não conseguiam implementar por falta de conectividade. E isso gerou frustração”, afirma. “Agora tem internet, mas há resistência de uso dessas tecnologias em que a experiência não foi boa. Esse retorno deve ocorrer com os filhos entrando na operação porque a conectividade melhora tudo na fazenda.”

Além de melhorar a gestão das propriedades, ela proporciona benefícios pessoais aos agricultores, como o acesso a serviços de telemedicina, educação à distância e lazer, melhorando a qualidade de vida no campo?. Tatiana Scaffi, que é sucessora e tem fazendas em Miranda e Bodoquena (MS), na região do Pantanal, diz que toda a comunicação com as propriedades é dependente de Starlink. “Sem ela, não temos celular para nada, voltamos para a idade da pedra”, diz ela. “Já usamos outra empresa de internet, mas não funcionou. Uma das fazendas é até próxima da cidade, mas está entre morros.” Tatiana conta que uma das antenas, instalada na caminhonete, será fundamental no projeto do Instituto Alma Pantaneira, em novembro, uma expedição na qual ela é voluntária e que leva médicos, dentistas e veterinários para assistência aos produtores rurais do interior do Pantanal, em áreas carentes de atendimento.

Fonte: Forbes
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 13/09/2024

 

Siderurgia & Mineração Produção de aço no Brasil registra 3,1 milhões de toneladas em julho de 2024, diz IABr

Alta de 11,6% ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a julho o aumento foi de 3,3% comparado ao mesmo período de 2023. As exportações no acumulado de janeiro a julho tiveram redução de 12,9% e, 20,5% em valores ante o mesmo período de 2023. As importações de aço tiveram aumento no mês e no acumulado do ano.

Em julho de 2024 a produção brasileira de aço bruto foi de 3,1 milhões de toneladas, um crescimento de 11,6% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Já a produção de laminados foi de 2,1 milhões de toneladas, 9,8% superior à registrada em julho de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 890 mil toneladas, uma elevação de 24,2% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023, de acordo com dados do Instituto Aço Brasil.

Consumo e vendas — As vendas internas cresceram 16,5% referente ao apurado em julho de 2023 e totalizaram 1,9 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,3 milhões de toneladas, 13,5% superior ao apurado no mesmo período de 2023.

Exportações — As exportações de julho de 2024 foram de 1,5 milhão de toneladas, ou US$ 1,1 bilhão, o que resultou em aumento de 81,6% e de 51,4%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2023.

Importações — As importações de julho de 2024 foram de 592 mil toneladas e de US$ 612 milhões, um aumento de 22,9% em quantum e uma ampliação de 11,8% em valor na comparação com o registrado em julho de 2023.

Produção — A produção brasileira de aço bruto foi de 19,4 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a julho de 2024, o que representa um aumento de 3,3% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 13,6 milhões de toneladas, crescimento de 6,0% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2023. A produção de semiacabados para vendas totalizou 5,1 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2024, uma redução de 9,1% na mesma base de comparação.

Vendas — As vendas internas foram de 12,1 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2024, o que representa um crescimento de 5,6% quando comparadas com igual período do ano anterior.

Consumo — O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 14,7 milhões de toneladas no acumulado até julho de 2024. Este resultado representa um aumento de 7,4% frente ao registrado no mesmo período de 2023.

Exportações — As exportações de janeiro a julho de 2024 atingiram 6,1 milhões de toneladas, ou US$ 4,9 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, redução de 12,9% e de 20,5% na comparação com o mesmo período de 2023.

Importações — As importações alcançaram 3,3 milhões de toneladas no acumulado até julho de 2024, um aumento de 23,7% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 3,4 bilhões e avançaram 1,9% no mesmo período de comparação.

Quanto ao Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) no mês de agosto, o aumento foi de 4,3 pontos ante o mês anterior, e somou 57,7 pontos, — e, segundo o IABr, embora os CEOs não mostram tanta confiança na atual economia brasileira, mantém confiança atual em suas empresas, e ainda mais confiantes quanto ao futuro.

Fonte: Portal Fator
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 12/09/2024

 

Energias renováveis podem tornar Brasil líder global em ferro e aço verde

A produção de hidrogênio verde demanda grandes quantidades de energia renovável, um setor em que o Brasil já estabeleceu liderança global. De acordo com dados do Global Integrated Power Tracker do Global Energy Monitor (GEM), o Brasil ocupa o segundo lugar mundial em operação de energia hidrelétrica e capacidade de bioenergia. Também está em sétimo lugar no mundo em operação de capacidade eólica em grande escala e em nono em operação de capacidade solar em grande escala.

Embora três quartos da siderurgia do país dependa, atualmente, da capacidade baseada em carvão e muitos dos métodos tradicionais de descarbonização do setor enfrentem restrições, as vastas opções de energias renováveis do país podem fomentar a produção de hidrogênio verde em larga escala. Isso permite que o Brasil desenvolva uma indústria de exportação de ferro verde de valor agregado, mesmo reduzindo as emissões de seu setor siderúrgico doméstico.

Os dados da GEM mostram que o Brasil tem 180 gigawatts (GW) de parques eólicos em grande escala em status anunciado, pré-construção ou construção. Isso coloca o país no terceiro lugar global, apenas atrás da China e da Austrália. Os 139 GW de potenciais parques solares em grande escala no Brasil ocupam o segundo lugar a nível mundial.

Embora a abundância de energias renováveis possa impulsionar a produção de hidrogênio verde – essencial para a produção de ferro reduzido direto (DRI) de baixas emissões – o caminho para a descarbonização total está repleto de obstáculos.

Cenário brasileiro de geração de energia

O Brasil iniciou uma série de ações para expandir a capacidade de hidrogênio verde que poderia impulsionar a produção de DRI com menores emissões. O país lançou um programa nacional de hidrogênio em 2021. Em agosto de 2024, o presidente Lula sancionou um marco legal para a produção de hidrogênio de baixo carbono.

O Ministério de Minas e Energia estima que o Brasil possa produzir 1,8 gigatoneladas de hidrogênio de baixo carbono anualmente a um custo menor do que qualquer outra nação. O Nordeste é uma região especialmente fértil para o hidrogênio verde, dado seu potencial eólico e solar.

Em abril de 2024, o governo brasileiro concedeu contratos para quase 4,5 mil km de novas linhas de transmissão e subestações para reforçar a distribuição de eletricidade entre o Nordeste e o Sudeste industrial.

O Brasil também é um dos principais produtores e exportadores de minério de ferro, superado apenas pela Austrália. O minério de ferro é um componente importante na produção de ferro e aço. O país possui alguns dos minérios de ferro de mais alta qualidade no mundo, com teores de ferro variando de 60% a 67%. Segundo o estudo, o minério de alta qualidade é importante para o método de produção de DRI baseado em hidrogênio verde de baixas emissões.

Principais desafios

Segundo os cientistas, aproveitar esse vasto potencial de energias renováveis e minério de ferro de qualidade pode apresentar o caminho mais promissor do Brasil para a descarbonização do aço.

Investimentos recentes nos maiores e mais intensivos fornos a carvão do Brasil provavelmente atrasarão sua desativação. Enquanto isso, o fornecimento limitado e volátil de sucata apresenta um impedimento para o desenvolvimento de fornos a arco elétrico (EAF) de baixas emissões.

Embora várias usinas siderúrgicas brasileiras menores tenham adotado o biocarvão como substituto em altos-fornos, a quantidade de carvão que pode ser substituída é limitada. A substituição parcial do carvão ainda é, em última análise, igual à dependência do carvão.

O Fórum Econômico Mundial estima que as emissões da indústria siderúrgica brasileira poderiam aumentar quase um terço até 2050 sem movimentos proativos para impulsionar a demanda e a oferta de ferro e aço verdes. Segundo o relatório da GEM, o país poderia aproveitar seus pontos fortes para embarcar em uma reforma de baixas emissões.

O estudo sugere que, para alcançar o potencial total como líder em ferro e aço verde, o Brasil precisa implementar políticas ousadas e buscar cooperação internacional.

Fonte: ESG Insights
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 12/09/2024

 

Brasil tem que proteger economia agindo em fatores específicos, diz presidente da Abimaq

O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, expressou preocupação com o aumento generalizado de tarifas de importação como medida de proteção à economia brasileira. Em entrevista ao WW, Velloso destacou os riscos dessa abordagem para a competitividade da indústria nacional.

Segundo o executivo, elevar as tarifas de importação de insumos e matérias-primas pode prejudicar a competitividade dos produtos finais brasileiros. “Quando você aumenta a tarifa de um bem que é meu insumo, seja ele um bem intermediário ou uma matéria-prima, você está piorando a competitividade do bem final”, afirmou.

Impacto na cadeia produtiva

O presidente da Abimaq alertou para o efeito dominó que essa medida pode causar na cadeia produtiva. Ele argumentou que as empresas que fabricam insumos dependem da venda para os produtores de bens finais. Se a competitividade destes últimos for comprometida, toda a cadeia pode ser afetada. “Em vez de eu importar uma matéria-prima, eu vou importar já o produto acabado”, exemplificou.

Velloso enfatizou a necessidade de uma abordagem técnica e específica para lidar com problemas comerciais. Ele mencionou a existência de dispositivos legais no Mercosul para identificar danos à economia e combater práticas desleais de comércio, como dumping e subsídios.

Soluções específicas para problemas pontuais

O executivo defendeu a adoção de medidas direcionadas contra países ou empresas que estejam causando danos à economia brasileira, em vez de aumentos generalizados de tarifas. “Nós temos que proteger nossa economia, mas com critério técnico e contra o país e contra a empresa que está causando dano. E não de uma forma generalizada”, ressaltou.

Velloso exemplificou que, ao aumentar a tarifa de importação de um produto específico da China, por exemplo, o mesmo produto importado de outros países, como Estados Unidos, Europa, Japão e Coreia, também seria afetado, mesmo que esses não estejam praticando concorrência desleal.

Fonte: CBN
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 11/09/2024

 

Mercado europeu de tratores registra queda de 11,4% nos primeiros meses de 2024

 

O mercado europeu de tratores registrou uma queda de 11,4% nos primeiros sete meses de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados, divulgados pela CEMA (Comitê Europeu de Máquinas Agrícolas) em uma conferência de imprensa em Roma, indicam que as vendas de tratores agrícolas somaram mais de 125 mil unidades. A redução foi mais expressiva nos veículos com potência acima de 37 kW, que caíram 9%, enquanto os tratores de baixa potência, até 37 kW, registraram crescimento de 4,5%.

O declínio nas vendas foi sentido em grande parte dos países europeus, com algumas exceções. A Alemanha manteve a estabilidade, com cerca de 18.500 unidades vendidas, o mesmo volume de 2023. Já a Espanha apresentou um crescimento significativo de 9,9%, totalizando 4.600 tratores vendidos. Em contrapartida, a França e o Reino Unido registraram quedas. O mercado francês reduziu em 4,9% suas vendas, atingindo 17.400 unidades, enquanto o britânico caiu 11,7%, com pouco mais de 7.700 tratores registrados.

No mercado italiano, as vendas de tratores caíram 15,3% em julho, com pouco mais de 9.800 unidades. Outros segmentos também registraram quedas acentuadas: colheitadeiras (-35,5%), tratores com plataforma de carregamento (-20,3%) e manipuladores telescópicos (-18,7%). O segmento de reboques teve uma queda mais moderada, de 1,9%, com cerca de 4.800 unidades vendidas. No caso da Itália, o aumento dos custos e a incerteza sobre a continuidade dos incentivos governamentais, como os fundos PNRR-Next Generation e o Fundo de Inovação, agravam o cenário.

Fora da Europa, o mercado também apresentou desafios. Nos Estados Unidos, as vendas de tratores caíram 11,9% até julho. Na Índia, a redução foi de 8,7%, refletindo uma tendência global de desaceleração.

Os especialistas atribuem o declínio a fatores cíclicos, como o aumento dos custos de produção, transporte e logística, além da incerteza causada por conflitos geopolíticos, como a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio. No entanto, a demanda permanece elevada. As previsões para o período de 2024 a 2027 indicam um crescimento médio anual de 4,9% no mercado global de tratores, segundo Mariateresa Maschio, presidente da FederUnacoma. A expectativa para outros veículos agrícolas também é positiva, com uma previsão de crescimento de 5,4% ao ano até 2027.

Fonte: Cultivar
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 11/09/2024