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ArcelorMittal realiza primeira venda de aço com emissão reduzida de carbono no segmento de Planos

Em um importante passo rumo à neutralização de carbono, a ArcelorMittal realizou a primeira venda de aço com emissão reduzida de CO2 no segmento de Planos. O produto leva a certificação XCarb de aço verde, o programa da empresa que engloba a produção com baixas emissões de carbono.

Foram duas negociações que envolveram as unidades de Tubarão, no Espírito Santo, e Vega, em Santa Catarina. Os compradores são a empresa de armazenagem Águia Sistemas e a empresa de construção e projetos residenciais Smart, ambas do Paraná.

Os clientes, ao adquirirem produtos com certificado XCarb, conseguem reduzir, em média, 75% das emissões de carbono referentes ao aço da ArcelorMittal em toda a vida útil do produto.

Para formalizar o negócio, a ArcelorMittal entregou o certificado às empresas compradoras em cerimônias realizadas nesta última terça-feira (23) na cidade de Ponta Grossa-PR.

“Temos uma meta global no grupo ArcelorMittal de alcançar a neutralidade de carbono em nossos processos até 2050. Para chegar lá, já estamos adotando uma série de medidas, como o programa XCarb. Quando uma empresa adquire um produto com essa certificação ela também está se juntando a nós nesse compromisso de um futuro mais sustentável”, diz o vice-presidente Comercial da ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Eduardo Zanotti.

Sobre o XCarb

O XCarb é um programa global da ArcelorMittal, lançado em 2021, que visa reunir todos os esforços e investimentos do Grupo com a missão de reduzir e neutralizar as emissões de gases de efeito estufa na cadeia do aço. Uma das inciativas do programa é o certificado de aço verde.

Estes certificados são emitidos pela ArcelorMittal com base na economia de CO2, garantida pela DNV, um órgão independente que atesta a confiabilidade do processo.

Ao comprar um produto com este certificado, a economia de carbono alcançada pela ArcelorMittal no processo também é transferida à empresa compradora.

Fonte: Espírito Santo Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/01/2024

J.P. Morgan dá uma geral no setor siderúrgico e aponta sua ação preferida. Qual será?

O J.P. Morgan divulgou hoje semana passada sua revisão de cenário para o mercado siderúrgico, apontando que o cenário para o aço continua preocupante, com a China produzindo o metal além da demanda mundial, pressionando os seus preços ao redor do mundo.

Apesar disso, os analistas Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini ressaltam que já é possível ver sinais de uma melhoria na demanda do mercado brasileiro, em especial nos aços planos, impulsionada pelo movimento de queda nos juros.

“Para os aços planos, menores juros normalmente significam maior demanda no curto prazo, enquanto que para os longos, a demanda demora mais a reagir, cerca de um a dois anos”, comentam.

Essa melhoria na demanda e a reação negativa de setores como de automóveis e de construção são dois fatores que os analistas apontam como razão por acreditarem que o governo não irá sobretaxar o aço chinês mesmo com as siderúrgicas reclamando.

Nesse contexto, o J.P. Morgan elevou a recomendação de Usiminas(USIM5) de neutra para compra e o preço-alvo de R$ 8 para R$ 11. No pregão de hoje, os investidores reagiram positivamente ao relatório e fizeram a ação disparar, liderando as altas do Ibovespa. O papel fechou com alta de 5,20%, cotado a R$ 9,50.

Para a CSN(CSNA3), aumentou o preço-alvo dde R$ 16 para R$ 17, reiterando recomendação neutra. O papel também subiu, hoje. Chegou a avançar mais de 2%, mas encerrou o pregão a R$ 18,16, alta de 1,34%.

Já para Gerdau (GGBR4), cortou o preço-alvo de R$ 26 para R$ 24, mas manteve recomendação neutra. O papel também avançou, mas em menor intensidade que seus pares, subindo 0,28%, a R$ 21,84.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/01/2024

Comando da Vale reabre debate sobre privatizações

Durante a última semana, o nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega voltou à ribalta, como suposto indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir a Vale, a grande empresa brasileira que atua nos setores de mineração, logística, energia e siderurgia. Foi criada como estatal em 1942, por Getúlio Vargas, para exploração de ferro em Itabira (MG), com o nome de Companhia Vale do Rio Doce, um alicerce da industrialização pesada no Brasil, principalmente da siderurgia.

O caso reabre o debate sobre as privatizações. Hoje, a Vale S.A é a 31ª maior companhia do mundo. Na sexta-feira, depois de muitas especulações, a perda de 10% no valor das ações na Bovespa e muitas críticas dos analistas de mercado, o ministro das Minas e Energia, Alexandre da Silveira — que nos bastidores teria pressionado os conselheiros a aceitar a indicação —, anunciou: “O presidente Lula nunca se disporia a fazer uma interferência direta em uma empresa de capital aberto, listada em bolsa. Uma corporation [empresa que não tem um controlador] que tem a sua governança e a sua natureza jurídica que deve ser preservada”.

O mandado de Eduardo Bartolomeu, atual CEO da empresa, termina em maio e o conselho de administração da Vale precisa decidir até quarta-feira se o mantém ou não. Para os economistas Dag Detter e Stefan Fölster — autores do livro 'A riqueza pública das nações, como a gestão de ativos públicos pode impulsionar ou prejudicar o crescimento econômico” (Editora Cultrix, São Paulo, 2016) —, a Vale é uma das bem-sucedidas privatizações do mundo. Detter presidiu a Stattumn, a holding do governo sueco, que realizou a reforma patrimonial daquele país. Neto do famoso economista social-democrata Gunnar Myrdal, Fölster é professor associado de Economia do Royal Institute of Technology e diretror Executivo do Reform Institute, uma think-tank de Estocolmo. Foi economista -chefe da Confederação das Empresas Suecas.

Junto com a Embraer, a Vale é um “case” da reforma patrimonial do Estado brasileiro. Em 2010, realizou uma grande aquisição no segmento de fertilizantes por meio da sua subsidiária Mineração Naque S.A. A companhia ainda adquiriu 100% do capital da Bunge Participações e Investimentos S.A. (BPI) e uma planta em Cubatão. Na área de mineração, a Vale se destaca como a maior produtora de ferro do mundo. Ela ainda produz níquel, carvão, cobre, manganês e ferroligas.

Entretanto, em 2015 a empresa perdeu 23% de seu valor em ações com o rompimento de uma barragem em Mariana, controlada pela Samarco, joint-venture com a anglo-australiana BHP Billiton (na semana passada, a Justiça federal condenou as mineradoras Samarco, Vale e BHP a pagar R$ 47,6 bilhões como indenização pelo rompimento dessa barragem). Em 2019, o caso se repetiu, com o rompimento de uma barragem da própria empresa na cidade de Brumadinho (MG). Nesse episódio, a empresa perdeu R$ 72 bilhões de valor de mercado. O desgaste de imagem junto à opinião pública é intangível e quase irreparável.

Ativos públicos

No quinto aniversário da tragédia de Brumadinho, na quinta-feira, Lula não deixou barato: “É necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção em projetos de mineração, para não termos novas tragédias como Brumadinho e Mariana”. A crítica esquentou as especulações sobre Mantega. O rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão deixou 270 mortos e três pessoas desaparecidas. Em fevereiro de 2021, a empresa assinou um acordo de reparação de R$ 37,7 bilhões com o governo de Minas Gerais.

No livro, Detter e Fölster defendem a tese de que muitos países sofrem com a falta de investimentos em infraestrutura porque gerenciam mal os seus ativos públicos. Segundo eles, a democracia tem mais chances de atuar em prol do interesse público quando os governantes se preocupam mais com os consumidores e entregam esses ativos à administração profissional de fundos, que podem lançar mão do que existe de melhor na gestão corporativa. Esse foi o formato da privatização da Vale.

Os dois economistas analisaram dezenas de privatizaçoes pelo mundo, dos Estados Unidos à China. Destaca-se o Deutsche Bundeposte. De 1947 a 1995, era maior empresa da Alemanha, com 543 mil funcionários. Controlava serviços de correio e telégrafo, um banco postal, uma companhia aérea, uma agência de viagem e uma rede de hotéis. Em 1995, foi transformada em três sociedades anônimas, com capital pulverizado entre o estado, seus funcionários e investidores privados: o Deutsche Post, o Deutsche Telekom e a Deutsche Postbank. O primeiro investiu em serviços e aquisições no exterior: comprou a DHL, a Global Mail (EUA), a Dantas (Suiça), a Exel (Reino Unido), parte da Lufthansa Cargo e terminais de carga em Leipzig/Halle (Alemanha), Shangai (China) e Cincinatti (EUA). Atua em 220 países, com 480 mil empregados.

Controlada pela gigante alemã, a DHL é a maior empresa de logística do mundo, com sede em Bonn. Seu nome é um acrônimo dos três norte-americanos que a fundaram em 1969: Adrian Dalsey, Larry Hillblom e Robert Lynn. Oferece serviços de correio expresso, transporte terrestre, fretes aéreo e marítimo, logística contratual. Tem 6.550 instalações, 450 hubs, terminais e armazéns, 420 aviões e 76, 2 mil veículos. Anualmente, faz 1,5 bilhão de entregas para 120 mil destinos. Aqui no Brasil, por meio de seu site na internet, oferece empregos diretos e contrata serviços. Seus carros de entrega são o furgão elétrico BYd T3, que já são vistos em Brasília com quase tanta frequência quanto os dos Correios, esse nosso “case” de ativo público mal-administrado.

Fonte: Estado de Minas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/01/2024

 

Ações da Vale caem 2,2% com pressão por Mantega na presidência e condenação pela tragédia de Mariana

Em um dia em que o minério de ferro terminou com ganho de 1,6% na Bolsa de Dalian, na China, a US$ 137,80 dólares por tonelada, as ações da Vale fecharam em queda de 2,2% devido ao cenário doméstico, a R$ 68,36.

Pesam para isso as tentativas do governo de emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da empresa, como adiantado pelo colunista Lauro Jardim nessa quarta. Fontes a par da situação contaram ao GLOBO que dois ministros de Lula foram convocados pelo presidente para convencer acionistas da indicação do aliado e iniciaram a articulação nos bastidores. O clima na empresa, porém, não é favorável à sugestão.

Um analista do mercado disse que a postagem da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendendo Mantega na Vale só contribuiu para aumentar o mau-humor de analistas e investidores. Em rede social, ela pediu respeito ao ex-ministro e defendeu que “Guido não está sendo atacado por defeitos ou erros que tenha cometido. É atacado (e até odiado) por causa da inestimável contribuição que deu à estabilidade, qualidade e crescimento da economia em nosso país”.

Ex-CEO da Cosan é o preferido do mercado

A avaliação dos investidores é que, desde os acidentes com as barragens, a Vale não consegue escalar a sua produção para os 400 milhões de toneladas por ano — uma meta antiga da companhia — por ter adotado procedimentos de maior cautela, não aproveitando do alto patamar do minério de ferro atual que poderia elevar os dividendos de acionistas. Atualmente, a produção gira em torno de 300 milhões de toneladas. A solução para isso seria a troca no comando.

O mercado enxerga o ex-CEO da Cosan, Luiz Henrique Guimarães, seria um bom nome para assumir a presidência da Vale, mas não há força política para colocá-lo no posto. A manutenção do atual presidente Eduardo Bartolomeo por um mandato curto de um ano não seria ideal porque não contribuiria para mudanças na empresa, mas é vista como “aceitável”.

A pressão política para que Guido Mantega assuma o cargo, por sua vez, não é bem recebida por acreditarem que ele seria contra cortes de custos, como a diminuição de pessoal, para ganho de eficiência e que não se empenharia em aumentar as licenças de exploração.

Embora os acionistas não acreditem que o indicado de Lula conseguirá aprovação do Conselho da Vale para assumir o posto, o mero ruído político já é capaz de impactar os preços na Bolsa. Além disso, a repercussão dos acidentes em Brumadinho e Mariana também afetaram as ações.

Lula critica empresa

Pelas redes sociais, Lula disse que, cinco anos depois da tragédia de Brumadinho, a companhia "nada fez para reparar a destruição causada", cobrando amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e fiscalização e prevenção em projetos de mineração.

Logo depois, foi publicada uma decisão da Justiça condenando Vale, Samarco e BHP a pagar R$ 47,6 bilhões pelo rompimento da barragem de Mariana (MG), no Rio Doce. A indenização relativa a danos morais não se soma aos valores já pagos anteriormente pela companhia.

Estima-se que o valor, que ainda precisa ser corrigido com juros de mora, considerando a data do rompimento, ou seja, 5 de novembro de 2015, possa representar uma despesa de cerca de R$ 100 bilhões para as empresas.

Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/01/2024

Brasil pode atrair siderúrgicas em busca de hidrogênio para aço verde, sugere BloombergNEF

A produção de aço à base de hidrogênio verde pode ser a opção mais barata para produzir aço com zero emissões em 2050, segundo levantamento da BloombergNEF.

O estudo aponta que o Brasil é um dos candidatos a receber siderúrgicas em busca de produção de aço com baixo teor de carbono a preço competitivo. O país, além de reservas de minério de ferro, conta com energia de base limpa e barata, como a hidrelétrica, o que poderia reduzir os custos do aço à base de hidrogênio verde.

“Isto poderia levar a uma mudança na localização de novas siderúrgicas. Embora hoje estejam localizadas perto do minério de ferro e/ou dos seus centros de demanda, o fator mais importante no futuro poderá ser a co-localização com energia limpa 24 horas por dia, 7 dias por semana”, diz o documento.

“É mais provável que esta realocação aconteça lentamente e para países onde também existem depósitos de minério de ferro de boa qualidade, como o Canadá e o Brasil”, completa.

O documento foi encomendado por uma Coalizão que reúne interessados na indústria do hidrogênio, incluindo executivos da Fortescue – mineradora australiana que possui um mega projeto em desenvolvimento para produção hidrogênio verde no Ceará – e da Mubadala – fundo de investimento que controla a Acelen, dona da Refinaria de Mataripe, na Bahia.

“A produção de aço à base de hidrogênio requer energia limpa e barata para produzir hidrogênio verde econômico para produzir ferro e alimentar a siderurgia”, afirma o relatório..

“Assinar PPAs com centrais hidrelétricas, geotérmicas ou nucleares existentes é uma boa forma de garantir energia limpa e barata 24 horas por dia, 7 dias por semana. Os países com um grande portfólio hidrelétrico incluem Noruega, Canadá, Brasil e China”.

Hidrogênio para descarbonizar a siderurgia

O setor siderúrgico é o maior consumidor industrial de carvão, sendo responsável por 7% das emissões globais de carbono. Em 2022, o carvão foi responsável por 74% de toda a demanda de energia na indústria, seguido por eletricidade (14%) e gás natural (9%).

Segundo a BNEF, a produção de aço com hidrogênio poderia descarbonizar mais de 40% da produção global até 2050.

Isso exigiria pelo menos 150 milhões de toneladas de hidrogênio por ano, o que coloca a siderurgia como um dos principais consumidores de hidrogênio de baixo teor de carbono.

O custo de produção estimado pela BNEF de aço à base de hidrogênio em 2050, assumindo o custo do hidrogênio entregue de US$1 por quilograma, seria US$489 por tonelada. Atualmente, o quilograma do hidrogênio verde está entre US$4 e US$12.

Levantamento anterior da consultoria já havia colocado o Brasil como um dos países capazes de produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo.

Hoje, segundo o estudo, a utilização de hidrogênio verde no processo de redução direta de ferro (DRI) ainda é muito mais cara, com um prêmio de pelo menos 150 a 300 dólares por tonelada em relação ao aço feito com gás natural, por exemplo.

Contudo, o documento aponta que a utilização de 100% de hidrogênio em altos fornos ainda não possui viabilidade comprovada em escala comercial.

Minério brasileiro e aço verde

A BNEF também identificou que, até setembro de 2023, foram assinados 32 acordos para produção de aço à base de hidrogênio. Destes, 23 foram firmados pela H2 Green Steel (H2GS).

A companhia anunciou esta semana que, até agora, garantiu o financiamento de cerca de 6,5 bilhões de euros para a primeira fábrica de aço verde em grande escala do mundo, que será instalada no norte da Suécia. Entre os financiadores da H2GS estão BNP Paribas, Microsoft Climate Innovation Fund e o Fundo de Inovação da União Europeia.

O minério de ferro que se transformará em aço na planta sueca vai ser enviado do Canadá e do Brasil. No ano passado, a companhia assinou um acordo com a Vale para fornecimento de pelotas de redução direta para a planta na Suécia.

Mas as empresas também estudam o desenvolvimento de hubs industriais no Brasil para produção hot briquetted iron (HBI) feito a partir do hidrogênio verde. O HBI, simplificadamente, é uma forma mais concentrada do DRI.

Nos polos industriais verdes, a Vale deverá construir e operar plantas de briquetes, que alimentarão reatores de redução direta para a produção de HBI e outros metais.

O número de polos, localização e capacidade de produção ainda serão definidos após estudos de viabilidade desenvolvidos em conjunto pelas duas empresas.

“Tanto o Brasil quanto partes da América do Norte têm grande potencial devido ao acesso a fontes de energia renováveis, minério de ferro de alta qualidade e disposição política para apoiar projetos de descarbonização”, disse Kajsa Ryttberg-Wallgren, vice-presidente executivo de crescimento e negócios de hidrogênio da H2 Green Steel, após o acordo.

Por enquanto, a mineradora brasileira desenvolve duas plantas de briquete – que utilizam gás natural no processo – nas suas instalações em Tubarão, no Espírito Santo. Quando prontas, elas terão capacidade para produzir 6 milhões de toneladas por ano do insumo.

Segundo a Vale, o novo tipo de briquete emite cerca de 80% menos CO2 em relação às pelotas na sua fabricação.

Contudo, o presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, já sinalizou que o hidrogênio verde poderá pular o gás natural, como insumo para produção de HBI no Brasil, por conta da competitividade de preço esperado na próxima década.

“Com esse acordo, estamos no Brasil fazendo parceria com um produtor verde de ferro e aço que está na vanguarda da descarbonização global, ao mesmo tempo em que fomentamos a indústria de baixo carbono e estimulamos a cadeia do hidrogênio verde no país”, disse o presidente da Vale.

Analistas apontam que o HBI a partir do hidrogênio verde produzido no Brasil já possui preço aceitável no mercado europeu, considerando ataxação de carbono da União Europeia. Isso porque o HBI para exportação combinaria a competitividade do Brasil em minério de ferro e hidrogênio verde para exportar ferro de baixo carbono, segundo a McKinsey.

ArcelorMittal também aposta em aço verde no Brasil

Também em Tubarão (ES), a ArcelorMittal e a EDP assinaram, no ano passado, um memorando de entendimento (MoU) para avaliar a viabilidade técnica e econômica de uma planta piloto para a produção e uso de hidrogênio verde no processo de fabricação do aço.

O CEO ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Jorge Oliveira explica que a iniciativa, apesar de piloto, está alinhada com a meta global do grupo de se tornar neutro em carbono até 2050, e que analisa expandir a aplicação do H2 verde para para outras unidades no Brasil futuramente, conta Oliveira.

“Com essa colaboração, exploraremos a possibilidade e viabilidade de, futuramente, incorporar e aplicar o hidrogênio como parte do nosso processo produtivo contribuindo, juntamente, com alternativas para nos tornarmos no futuro uma empresa carbono neutro”.

Em 2023, a companhia concluiu a aquisição da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), em uma operação de US$2 bilhões, mirando a utilização em seus fornos do hidrogênio verde produzido no hub do complexo portuário do Ceará.

Fonte: EPBR
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/01/2024

 

Produção mundial de aço cai 5,3% em 1 ano e soma 135,7 milhões de t em dezembro

A produção mundial de aço bruto dos 71 países que reportam dados da indústria siderúrgica foi de 135,7 milhões de toneladas em dezembro de 2023. O resultado representa uma redução de 5,3% na comparação com o mesmo mês de 2022, de acordo com o boletim mensal divulgado pela Worldsteel Association.

Segundo a entidade, a produção na China – maior produtora global – totalizou 67,4 milhões de toneladas em dezembro, uma queda de 14,9% ante o mesmo período de 2022.

Considerando o mesmo intervalo de comparação, a Índia, segunda maior fabricante de produtos siderúrgicos, registrou um volume de 12,1 milhões de toneladas, alta de 9,5%.

Nos países que integram o bloco da União Europeia, a produção de aço bruto somou 9,1 milhões de toneladas em dezembro, o que representa um aumento de 2,7% na comparação anual.

Já os Estados Unidos registraram um crescimento de 7,6% no mesmo período de comparação, alcançando 6,8 milhões de toneladas em volume produzido.

No Brasil, os dados do órgão apontam produção estimada de 2,5 milhões de toneladas em dezembro, uma alta de 0,9% ante um ano.

A América do Sul, por sua vez, produziu 3,2 milhões de toneladas no mesmo mês, queda de 3,2% na relação anual.

Fonte: Isto É Dinheiro
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/01/2024