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Poluição piora e China reduz produção de aço antes da Olimpíada, impactando minério

Autoridades em Tangshan, o principal polo siderúrgico da China, deram ordens para as usinas reduzirem ainda mais a produção por causa da piora da qualidade do ar em Pequim, que fica a menos de 200 quilômetros de distância e será palco dos Jogos Olímpicos de Inverno a partir da semana que vem.

Os níveis do tipo mais perigoso de partículas aéreas na capital chinesa aumentaram na semana passada e agora estão no maior patamar desde o início de novembro, de acordo com as leituras da embaixada dos EUA. Autoridades querem garantir céu azul nos jogos, que acontecem em Pequim e arredores entre os dias 4 e 20 de fevereiro.

No domingo, o governo local de Tangshan implementou o chamado alerta laranja até segunda ordem para combater a poluição, de acordo com a Mysteel. O alerta laranja significa que algumas siderúrgicas serão forçadas a reduzir a produção de altos-fornos e unidades de sinterização. Gabinetes do governo de Tangshan não retornaram telefonemas da reportagem.

A atividade industrial sofreu cortes semelhantes antes dos Jogos Olímpicos de Verão em Pequim em 2008 e a indústria siderúrgica – enorme fonte de poluição do ar na China — vem se preparando para restrições mais rigorosas.

Para garantir céu limpo durante os jogos, os governos locais em Pequim e províncias vizinhas poderão tomar medidas contra indústrias e veículos mais poluentes, informou o Ministério do Meio Ambiente na segunda-feira, acrescentando que tais medidas não atrapalharão o abastecimento de energia no inverno nem o combate à Covid-19.

Em agosto, o governo de Tangshan informou que prorrogaria um corte de 30% na produção de algumas siderúrgicas até meados de março. O alerta laranja vem após restrições anunciadas na semana passada que, segundo a Mysteel, resultariam na suspensão das operações de 16 altos-fornos de 30 de janeiro a 20 de fevereiro e posteriormente de 3 a 13 de março.

Apesar da piora recente, a qualidade do ar em Pequim atingiu os padrões nacionais no ano passado pela primeira vez desde que o monitoramento começou. Mesmo assim, os níveis de partículas na capital da China são quase sete vezes maiores que o permitido pelas diretrizes da Organização Mundial de Saúde e constituem risco permanente à saúde da população, de acordo com o Centro de Pesquisas em Energia e Ar Limpo.

As restrições à produção siderúrgica reduzem a demanda de minério de ferro, matéria-prima do aço. Os contratos futuros em Singapura chegaram a cair 3,7% para US$ 131,95 por tonelada, após um salto de 8,2% na semana passada.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/01/2022

 

Preços de carros podem impulsionar ações da Usiminas em 2022, diz BTG

O BTG Pactual elevou seu preço alvo para as ações preferenciais classe A da Usiminas (USIM5) de R$24 para R$25 para o final deste ano, justificando esperar que o aumento nos preços de automóveis também puxe as cotações domésticas de aço plano, produto da companhia.

Na esteira do aumento substancial esperado para o preço do automóvel em 2022, foram revisadas algumas perspectivas do BTG Pactual em relação aos múltiplos da Usiminas. O EBTIDA, por exemplo, após revisado alcançou o patamar dos R$9 bilhões, representando uma alta de 19% diante do estudo publicado anteriormente, onde se previa um valor de R$7,519 bilhões para este ano.

Além disso, o relatório cita que a administração deve pagar retornos de caixa excessivos para seus acionistas como forma de reclassificar seus preços das ações nos próximos meses. “Acreditamos que um rendimento de dividendos de pelo menos 10-12% para 2022 está garantido, com base no potencial fluxo de caixa para o ano e ainda respeitando uma posição de caixa líquido”, disseram os analistas do BTG Pactual.

Desempenho das ações da Usiminas

Os papéis preferenciais tipo A da Usiminas avançaram 2,40% nesta segunda-feira, cotadas a R$16,24, na contramão da maioria das empresas listadas no índice Ibovespa.

Assim, considerando o preço de tela para o papel, o alvo do BTG Pactual representa potencial de alta de aproximadamente 55% para os papéis da empresa.

Fonte: TC News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/01/2022

 

Minas mantém barragens com risco 3 anos após Brumadinho

Três anos depois do rompimento de uma barragem de rejeitos de minério de ferro em Brumadinho (MG), no desastre que se tornou o maior acidente de trabalho já registrado no Brasil, o estado de Minas Gerais ainda mantém barragens em nível de perigo e não desativou aquelas que deveriam ter sido encerradas por lei.

Sancionada em fevereiro de 2019, um mês depois do desastre que faz aniversário nesta terça-feira (25), a legislação conhecida como “Mar de lama nunca mais” deu um prazo de três anos para que todas as barragens a montante no estado fossem desativadas por meio de um processo chamado de descomissionamento. Em 2022, ainda há 49 barragens desse tipo em Minas Gerais. O prazo estabelecido para que todas sejam encerradas termina no dia 25 de fevereiro.

Entre as barragens a montante no estado, 39 são estruturas classificadas em nível de emergência — três das quais no maior patamar de risco —, segundo reportagem do jornal O Globo publicada no início de janeiro. Barragens a montante costumam ser mais vulneráveis por conta desse método, que permite que o dique inicial da estrutura seja ampliado para cima quando ela fica cheia, utilizando o próprio rejeito do processo de beneficiamento do minério como fundação da barreira de contenção.

O desastre de Brumadinho deixou 270 mortos em janeiro de 2019. A barragem que se rompeu pertencia à mineradora Vale. Em 2015, na cidade de Mariana (MG), a ruptura de outra barragem da Vale assolou o rio Doce e se tornou o maior desastre socioambiental da história do país.

Entre o fim de 2021 e o início de 2022, a preocupação com o estado das barragens em Minas Gerais se renovou depois que o estado foi atingido por fortes chuvas. Mineradoras suspenderam suas atividades no período dos temporais mais intensos, no início de janeiro. Segundo a Defesa Civil do estado, havia 25 mortos por conta das tempestades até esta segunda-feira (24).

Fonte: Nexo Jornal
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/01/2022

 

Fabricante de implementos vê espaço para crescer até 10%

As projeções pessimistas em relação aos principais indicadores da economia brasileira em 2022 não tiram o sono dos fabricantes de implementos rodoviários. Ontem a pesquisa Focus - que indica a mediana das projeções dos economistas de mercado - mostrou PIB de 0,29% para este ano e Selic ao fim de dezembro de 11,75%. Após crescimento de 33,47% em volume em 2021, com 162,7 mil implementos licenciados, as estimativas neste ano vão de expansão de 5% a 10%.

“Voltamos novamente a falar de ‘pibinho’, alguns até acreditam em queda do indicador. Também temos a alta de juros, que impacta os financiamentos. Segmentos de bens de capital são sensíveis a essa conjunção de PIB baixo e juros altos. Mas o PIB que conta no nosso caso não é o geral do país. Estamos confiantes porque o agronegócio, a construção civil e a infraestrutura indicam que terão bom desempenho e isso se reflete em nosso negócio”, afirma José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).

Somente no agronegócio, Spricigo cita que serão mais de 30 milhões de toneladas de acréscimo na próxima safra e boa parte disso passa, em algum momento, pelos caminhões. Outro indicador importante é a estimativa das montadoras de caminhões que falam em altas nas vendas acima dos 10% neste ano. “Temos uma relação direta com cada caminhão vendido”, lembra o executivo. Em 2023 entra em vigor a nova legislação para emissão de poluentes, a Euro 6, e isso deve provocar uma antecipação da compra de caminhões neste ano já que a nova tecnologia tende a encarecer o veículo.

Quanto às taxas de juros, o presidente da Anfir explica que hoje a principal fonte de financiamento do setor são os bancos de montadoras, que tendem a oferecer condições melhores do que as do mercado. O BNDES, que já foi responsável por 80% dos recursos, não passa de 10%. Os bancos comerciais também tem uma participação menor.

O desempenho de 2021 foi uma surpresa para o setor. Desde o fim de 2020 os fabricantes já sentiam o aumento das consultas e fecharam muitos negócios. O resultado foi uma carteira de encomendas que beirou os seis meses e que se mostrou perigosa. No decorrer do ano, o reajustes e falta dos insumos e peças, com destaque para o aço e o pneu, as empresas foram obrigadas a apertar as margens para cumprir as entregas prevista. A receita total do setor ficou em torno de R$ 12 bilhões, crescimento real de 20% a 25%.

“Ganhamos em escala e perdemos em margem. Todos foram pegos de surpresa pela alta dos insumos. Hoje nossa situação é mais confortável. A carteira de pedidos está entre 60 e 90 dias, o que é um prazo razoável para poder precificar melhor o produto.”

A inflação de custos também tende a ser mais controlada neste ano. O dirigente não vê espaço para reajustes da mesma magnitude do ano passado para o aço. O que ainda deve continuar preocupando é a falta de pneus. O setor importa hoje cerca de 40% dos pneus usados nos implementos e uma melhora, se houver, “somente no segundo semestre”.

Caso o setor cresça os 10% previstos, alcançaria 178 mil unidades licenciadas. Isso colocaria 2022 como o segundo melhor ano em entregas, atrás de 2011 quando foram licenciadas 191 mil unidades. A capacidade de produção hoje é de 200 mil unidades, divididas igualmente entre pesados (reboques e semirreboques) e leves (no jargão do setor chamado de “carroceria sobre chassis”). Em 2021 foram entregues 90,3 mil pesados, alta de 34,03%. Na linha leve foram 72,3 mil implementos licenciados, expansão foi de 32,77%.

Spricigo garante que não há necessidade de grandes investimentos por parte da indústria em aumento de capacidade. Há espaço para crescer 10% nos pesados e ainda mais nos leves. “Historicamente os leves sempre venderam mais que os pesados, o que mudou nos últimos anos. Acredito que esse segmento deve apresentar crescimento maior em 2022.” Atualmente são cerca de 140 fabricantes de pesados e perto de mil na linha de leves, que empregam 70 mil pessoas.

Se o ano de 2022 parece bem encaminhado, Spricigo aponta os desafios para o setor no médio e longo prazos. Como outros dirigentes setoriais, o presidente da Anfir lamenta que as reformas não tenham avançado no governo de Jair Bolsonaro. Principalmente a tributária. “Pagamos mais impostos por desconhecer a legislação, depois temos de tentar recuperar o que foi pago a mais.”

Em um cenário de dez anos, ter tecnologia embarcada nos implementos rodoviários está ainda mais para sonho do que projeto. Spricigo diz que mesmo em países como Alemanha e EUA os produtos permanecem pouco tecnológicos, mas isso está mudando. Na Alemanha, conta, a legislação obrigou os implementos refrigerados a se comunicarem independentes do caminhão ao qual estejam atrelados. Caso seja detectada variação na refrigeração além da permitida, o comprador da mercadoria pode recusar a entrega.

“Isso exigiria uma mudança do nosso cliente, que precisaria enxergar valor na nova tecnologia. Hoje se preocupam muito com o caminhão e esquecem a carreta. Mas é no implemento que a mercadoria vai transportada.”

Fonte: Valor
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 25/01/2022

 

Mercado de insumos segue como principal problema enfrentado na construção

Em dezembro, o nível de atividade e o emprego da Indústria da Construção apresentaram recuo, como é usual para o período. Mas as quedas foram menos intensas do que em anos anteriores, reforçando o bom momento do setor. Os dados são da Sondagem Indústria de Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta segunda-feira (24/1).

A falta e o alto custo das matérias-primas continuam prejudicando o segmento, liderando o ranking de principais problemas pelo sexto trimestre consecutivo. Vale ressaltar, contudo, que o percentual de empresas afetadas caiu 9,8 pontos percentuais (p.p.) na comparação com o primeiro trimestre de 2021 e 6,9 p.p., apenas no quarto trimestre do ano, indicando que o problema começa a ceder entre os principais problemas da construção.

Além disso, com o aperto da política monetária cresce a preocupação com as taxas de juros elevadas, que atingirão 21,3% das empresas no quarto trimestre de 2021. É um crescimento de 11,6 pontos percentuais na comparação com o segundo trimestre do ano. O índice de confiança do empresário da construção permanece elevado. Da mesma forma, os empresários do setor seguem com expectativas otimistas.

Melhor dezembro

Em dezembro, a atividade na Indústria da Construção recuou pelo segundo mês consecutivo. Esse é um movimento normal para o último mês de cada ano. No entanto, a construção teve o menor recuo para o mês desde 2010. O índice do nível de atividade ficou em 48,2 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa aumento de queda do nível de atividade.

Isso demonstra queda do nível de atividade em dezembro. Entretanto, é o melhor para o mês de dezembro desde 2010 (que havia ficado em 50,5 pontos).

O emprego também recuou. O índice do número de empregados ficou em 48,6 pontos, abaixo da linha divisória que separa o aumento da queda do emprego, indicando recuo do número de empregados em dezembro frente a novembro. No entanto, é o menor recuo para dezembro desde o início da série histórica do índice, em 2011.

Fonte: Correio Braziliense
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 25/01/2022

 

Com minério caro, IGP-10 tem maior alta desde junho

Após cair 0,14% em dezembro, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 1,79% em janeiro, a mais forte taxa desde junho de 2021 (2,32%), influenciada por minério de ferro mais caro no atacado, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV).

No entanto, para André Braz, economista da FGV responsável pelo indicador, a inflação do minério no atacado pode arrefecer ao longo do mês e contribuir para uma taxa abaixo de 2% nos Índices Gerais de Preços (IGPs) de janeiro. Caso ocorra desaceleração na variação do preço do minério até o fim do mês, esse fator poderá inibir, em parte, as influências de commodities, combustíveis e mensalidades escolares mais caros, no primeiro mês do ano, no cálculo dos IGPs, acrescentou ele.

Ao falar sobre o desempenho do IGP-10 de dezembro para janeiro, Braz detalhou que os preços atacadistas medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo -10 (IPA-10) passaram de -0,51% para 2,27%, no período. Contribuíram para esse cenário aumentos em commodities como soja em grão (2,92%); milho em grão (2,86%), bovinos (2,73%) e minério de ferro (24,56%).

No caso do minério, o técnico comentou que, no IGP-10 de dezembro, esse produto mostrava recuo de 19,28%, e tem peso de 6% no cálculo total do IPA-10. Portanto, uma mudança brusca na trajetória de preço do item tem bastante impacto no cálculo total do IPA-10, observou ele.

“A alta do minério respondeu por quase 70% do IPA-10 [de janeiro]”, acrescentou. Braz explicou que o preço do item tem oscilado muito, a depender da demanda da China, maior comprador global do item. Ao mesmo tempo, problemas climáticos, principalmente no Sul do país, têm afetado perspectivas de oferta de commodities de origem agrícola, - soja e milho, por exemplo. Como esses itens também são usados para ração, isso também afeta, e eleva, preço de bovinos.

O impacto da alta de preços no setor atacadista foi tão forte que acabou por inibir, em parte, impacto favorável da desaceleração de preços no varejo, mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor -10 (IPC-10) que caiu de 1,08% para 0,40% entre dezembro e janeiro, favorecido por quedas de preços de gasolina (1,51%) e passagem aérea (4,37%).

No entanto, o técnico notou que o IGP-10 de janeiro não abrange o mais recente reajuste de preço de gasolina anunciado pela Petrobras. Braz calcula que a gasolina em janeiro deve ficar em torno de 2% mais cara, com contribuição de 0,12 ponto percentual no IPC do mês, dentro dos IGPs. “E teremos também mensalidades escolares”, lembrou, notando que janeiro é historicamente conhecido por reajustes em mensalidades, ainda não captadas no IGP-10 de janeiro.

Assim, em janeiro nos IGPs, ocorrerão dois tipos de pressões. As “para cima”, com combustível, commodities agrícolas e mensalidades mais caros; e provável pressão “para baixo”, que é a possibilidade de desaceleração na alta do preço do minério.

Braz comentou que, mesmo com maior número de pressões para cima, no cálculo dos indicadores do mês, o peso do minério é tão forte que, caso realmente desacelere, vai impedir que as taxas dos outros IGPs de janeiro atinjam 2% ao mês, segundo o especialista. “Não estamos esperando nenhum choque [inflacionário]”, resumiu.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 18/01/2022