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CEOs da siderurgia defendem ações políticas em prol da competitividade

O setor de siderurgia está apostando suas fichas no crescimento do Brasil e na redução da carga tributária para impulsionar seu crescimento, em painel que reuniu CEOs da Gerdau, Usiminas, Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e ArcelorMittal Brasil, que ocupam o conselho do Instituto Aço Brasil (IABR), em painel do congresso da entidade realizado nesta quarta-feira.

"O Brasil tem tudo para se tornar um exportador de automóveis e isso pode impulsionar a indústria do aço. O Brasil precisa crescer e voltar aos patamares de 2021", disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do IABR.

O executivo disse que está conversando com o ministro Paulo Guedes como melhorar as questões que, no entendimento da entidade, atrapalham a competitividade da indústria nacional, como a desoneração das exportações, e que o IABR contratou a Fundação Getúlio Vargas para fazer esse acompanhamento do custo de produzir no Brasil, que atualmente é de R$ 1,5 bilhão, incluindo tributos da ordem de R$ 380 milhões. "A abertura da economia deve ser feita em sintonia com a redução do custo Brasil. Países protegem seus mercados, precisamos do cumprimento de regras", disse em suas considerações finais durante o painel.

O executivo também disse que a guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe práticas predatórias, com EUA e Europa tentando proteger seu mercado interno. Além disso, a China também tem um peso muito forte no setor, passando a representar 42,2% do total de importações do mercado global em 2021, de 1,4% em 2020, segundo dados apresentados pelo IABR.

O presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que é preciso continuar defendendo a redução do tamanho do estado para que o país volte a crescer, mas também defendeu políticas públicas para impulsionar o mercado, sem detalhar quais. "O curto prazo não deve ser debatido, já que o setor demanda capital intensivo e faz aportes de longo prazo, mas queeste ano o setor deve sofrer impacto da retração do crédito", acrescentou.

Marcelo Botelho, presidente da CSP, defendeu a adoção de "políticas públicas que incentivem a renovação do Brasil e onde a indústria do aço possa agir". "Estamos fazendo a nossa parte, investindo e modernizando nosso parque industrial", acrescentou .

Para Botelho, a diferença entre o Brasil e os Estados Unidos, por exemplo, é a necessidade de mão de obra muito maior na administração contábil e financeira da empresa.

O presidente da CSP, Marcelo Botelho, disse que a indústria siderúrgica é muito cíclica e que sofreu com a volatilidade do preço do minério de ferro e do carvão após a guerra da Rússia com Ucrânia. "A CSP sofre muito mais com as oscilações de mercado, nesse ambiente bastante desafiador, desenvolvemos produtos para vários tipos de clientes diferentes", comentou.

De acordo com Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil, a ArcelorMittal Brasil representa entre 10% e 15% da produção e 20% do resultado financeiro do grupo, mas boa parte do seu contencioso. "A infraestrutura é muito ruim, gastamos mais com transporte que a China, a energia elétrica e impostos são mais altos. Sabemos do problema e vamos atrás para resolver", comentou.

"A guerra é política. Nosso sucesso vai passar por mobilização política. Nossa meta é custo-Brasil zero", disse Carlos Loureiro, presidente executivo do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), que estava na plateia do painel e pediu para falar.

REVISÃO DAS PROJEÇÕES

Ontem, os executivos do IABR afirmaram que as projeções do setor para o ano devem ser reduzidas e anunciadas nas próximas semanas. A entidade projetava alta de 2,5% nas vendas internas e de 2,2% na produção de aço bruto em 2022, com expansão de 1,5% no consumo aparente. No ano passado, as siderúrgicas brasileiras produziram 36 milhões de toneladas de aço bruto e 26 milhões de toneladas de produtos laminados, impulsionadas por vendas domésticas e exportações.

ESG

Para o presidente da Gerdau, "o aço é o orégano da pizza de emissão de carbono, com participação de 0,15% nos 50 bilhões de toneladas de emissão de CO2. Tenho dúvida de onde virá o funding para reduzir as emissões", comentou o CEO, no painel do congresso.

Fonte: Monitor do Mercado
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/08/2022

 

Usiminas realiza manutenção do alto-forno 3 e equipamento terá parada programada

A Usiminas realizará, nesta quinta-feira (25), uma parada programada no alto-forno 3 para manutenção do equipamento. O comunicado foi divulgado pela empresa à comunidade nesta quarta-feira (24). Esse alto-forno é o maior da planta siderúrgica em Ipatinga, com capacidade para produzir 2,3 milhões de toneladas de ferro gusa por ano.

Conforme o comunicado da Usiminas, foi identificada uma condição atípica no alto-forno 3, que pode gerar ruído perceptível em algumas localidades no entorno à Usina de Ipatinga, especialmente, no período noturno. “Devido à complexidade, o tempo necessário para execução das atividades de manutenção e atenção com segurança para as pessoas, foi planejada uma parada programada para intervenção no equipamento nesta quinta-feira (25)”, explica o texto.

O comunicado também ressalta que o processo, “que não oferece riscos à segurança e à saúde da comunidade, é devidamente monitorado pelas equipes de Segurança do Trabalho, Meio Ambiente, Produção e Manutenção”.

Reforma

Em entrevista à imprensa, no dia 21 de junho deste ano, o novo presidente da Usiminas, Alberto Ono, afirmou que a reforma do alto-forno 3 deve ocorrer no segundo trimestre de 2023. “A expectativa é que a reforma vá gerar um pico de 8 mil pessoas trabalhando na planta, entendemos que terá um impacto positivo, embora seja temporário (durante 110 dias), mas durante esse período terá um número de vagas expressivo disponibilizado para a comunidade”, destacou na entrevista.

Mão de obra

O executivo também esclareceu, no dia, que a Usiminas Mecânica será um importante fornecedor de serviços durante a reforma do alto-forno 3. “Estamos discutindo isso, mas deve ser a principal prestadora de serviço da reforma. Teremos a necessidade de mão de obra qualificada para esse período, estamos trabalhando com parceiros e entidades como o Senai, para formar essa mão de obra, para que seja, à medida do possível, aqui do Vale do Aço. Mas será um grande desafio conseguir essas 8 mil pessoas e esse assunto vem sendo discutido junto com outras áreas na usina de Ipatinga”, salientou.

 
Fonte: Diário do Aço
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/08/2022

Vale testa caminhões elétricos no Brasil e Indonésia

A Vale informou nesta quinta-feira (18) que deu início a testes com os primeiros caminhões 100% elétricos para transporte interno em minas do Brasil e da Indonésia, dando mais um passo na busca por redução de emissões de gás carbônico conforme suas metas.

A mineradora comprou dois veículos, com capacidade de transportar até 72 toneladas cada, da fabricante chinesa XCMG Construction Machinery, subsidiária da Xuzhou Construction Machinery Group, e as primeiras operações também apontam redução nos custos em relação aos veículos a diesel.

Na mina indonésia de Sorowako, os testes com o primeiro caminhão no transporte de níquel começaram há duas semanas. Na semana que vem, será a vez do Brasil, com o segundo veículo, que transportará minério de ferro na mina de Água Limpa, em Minas Gerais.

A operação dos veículos pela Vale, que afirma ser pioneira no uso de tais caminhões entre as mineradoras globais, faz parte do programa PowerShift da companhia, que tem o objetivo de substituir combustíveis fósseis por fontes limpas.

As emissões dos caminhões fora de estrada a diesel, veículos enormes que operam nas minas, representam cerca de 9% do total de emissões de escopo 1 e 2 da Vale, em todo o mundo, informou a companhia.

ESG da Vale

A Vale tem adotado várias estratégias para cumprir a meta de zerar suas emissões líquidas diretas e indiretas até 2050, entre elas a eletrificação de equipamentos usados nas operações. Para isto, estima investir entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões.

“No caso do caminhão elétrico, é o melhor dos mundos porque zera as emissões de gás carbônico, então atende de imediato ao objetivo”, disse à Reuters o vice-presidente executivo de Soluções Globais de Negócios da Vale, Alexandre Pereira, acrescentando que a intenção da mineradora é fazer novas aquisições, inclusive de outros fornecedores.

As baterias dos veículos terão autonomia para mais de um dia de operação nas minas e serão recarregadas com energia de fontes hidráulica, solar e eólica.

Por um acordo de confidencialidade com a XCMG, a Vale não revela o valor dos caminhões, mas afirma que conseguiu adquiri-los a preços abaixo de veículos equivalentes a combustão. “Só nas duas primeiras semanas de testes na Indonésia, a performance indica que a redução do custo operacional será de quatro vezes o necessário para rodar um caminhão a diesel”, acrescentou Pereira.

Nessa estratégia de eletrificação do transporte, os dois caminhões se somarão às duas locomotivas elétricas que já operam no Brasil, nos pátios de portos dos Estados do Espírito Santo e do Maranhão.

Fonte: Money Report
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/08/2022

 

China raciona energia e indústria tenta garantir suprimento às cadeias

A Tesla e a estatal SAIC Motor disseram ao governo de Xangai que podem ter dificuldade em manter a produção se a crise de energia em Sichuan continuar afetando seus fornecedores, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Autoridades de Xangai perguntaram à província do sudoeste se poderia ser priorizado o fornecimento de eletricidade aos fornecedores das montadoras.

As duas empresas informaram às autoridades em Xangai que partes importantes de suas cadeias podem ser afetadas pelos cortes de energia em Sichuan, que está passando por sua pior seca.

Em uma carta às autoridades de Sichuan datada de terça-feira, a Comissão Municipal de Economia e Informatização de Xangai pediu à província que priorize o acesso à energia para 16 fornecedores da Tesla e da SAIC Motor, com sede em Xangai, para proteger a estabilidade da cadeia de suprimentos.

“A Tesla e a SAIC Motor nos informaram recentemente que seus principais fornecedores de autopeças são afetados pelas restrições parciais de energia em Sichuan, o que afetará a montagem de seus veículos”, diz o documento que posteriormente circulou nas mídias sociais chinesas. “Por favor, reduzam o tempo de restrição de energia durante o dia para os fornecedores mencionados acima.”

Entre os fornecedores mencionados na carta está a Chengdu Yinli Automobile Accessory, cujos produtos incluem rodas de alumínio, bagageiros, botas e manoplas de câmbio, para-choques e alças.

A Tesla está em contato com os governos de Xangai e Sichuan para que seus fornecedores tenham amplo fornecimento de energia, disseram as fontes, acrescentando que as montadoras ainda não sofreram atrasos na produção.

Um representante da Tesla na China não quis comentar. Um porta-voz da SAIC, disse via WeChat que a empresa está “em coordenação ativa com o governo local de Sichuan” e trabalhando para reduzir qualquer impacto da crise de energia.

A ideia de que os fornecedores da Tesla e da SAIC possam ser priorizados enquanto a população sofre com o calor intenso provocou uma reação nas mídias sociais chinesas, com pessoas chamando o governo de Xangai e suas entidades de egoístas e arrogantes.

“Muitas fábricas suspenderam a produção em Sichuan recentemente, as empresas de Xangai não são as únicas afetadas. Por que apenas o governo de Xangai está pedindo a Sichuan que garanta a produção de suas fábricas Tesla e SAIC Motor?”, escreveu um residente de Sichuan no Weibo.

“As pessoas estão morrendo por causa da onda de calor aqui. Os condados e cidades ao redor estão sofrendo alternadamente cortes de energia e cortes no fornecimento de água. Como Xangai ousa nos pedir para economizar energia para eles", postou outro usuário do Weibo de Sichuan.

“A vida das pessoas em Sichuan parece menos importante do que a Tesla”, dizia outro post.

Sichuan é uma das províncias mais populosas da China e é altamente dependente de energia hidrelétrica, tornando-a particularmente vulnerável à onda de calor e seca que eleva a demanda de ar-condicionado e secando os reservatórios das hidrelétricas.

A Toyota Motor e a chinesa Contemporary Amperex Technology Co (CATL), maior fabricante de baterias do mundo, suspenderam a produção em Sichuan, com a montadora japonesa fechando uma fábrica na capital Chengdu e a CATL interrompendo a atividade em sua principal base de baterias de lítio em Yibin. Ambas as paralisações devem durar até 20 de agosto.

A fábrica de iPads da Foxconn em Chengdu também suspendeu as operações de 15 a 20 de agosto, segundo relatos da mídia chinesa. A vizinha Chongqing, lar de muitos fabricantes de automóveis, também ordenou que as fábricas, suspendam as operações até 24 de agosto para economizar energia.

Há preocupações de que, se o calor persistir, a escassez de energia poderá afetar as potências econômicas da China no leste, como as províncias de Zhejiang e Jiangsu, que dependem em parte da compra de eletricidade de Sichuan.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 19/08/2022

Exportações do Paraná acumulam alta de 14% em 2022

Uma representação menor da China na pauta de exportações do Paraná e uma participação maior e mais diversificada de outros países pode explicar o resultado das exportações do estado este ano, conforme informações divulgadas esta semana pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia (Secex). De janeiro a julho, as vendas externas do Paraná somaram US$ 12,6 bilhões, crescimento acumulado de 14% na comparação com o mesmo período de 2021.

Já as importações superaram os US$ 12,7 bilhões, alta de 35% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, resultando em um déficit da balança comercial do estado em torno de US$ 112 milhões. A corrente de comércio, que é a soma das importações e das exportações ficou em US$ 25,4 bilhões, valor 24% acima do registrado no acumulado de janeiro a julho do ano anterior.

A China continua sendo o principal cliente do Paraná, mas houve queda de 29% no valor comercializado neste ano. “Em 2021, 32% dos produtos vendidos pelo estado para fora do país tinham como principal destino o país asiático. Este ano, representam 20% do total comercializado pelo estado para o exterior. A China ainda é um parceiro relevante, mas nota-se uma redução importante nos valores exportados. Uma dependência menor deste mercado e uma ampliação de negociações com outros países”, avalia o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.

Em 2022, houve incremento de 19% nas exportações para os Estados Unidos (que representam 8,3% da pauta), de 25% para a Argentina (5,4% da pauta), de 297% para a Índia (3,4% da pauta) e de 38% para o México (3,3% da pauta). “O crescimento considerável para a Índia se deve especialmente às vendas de óleo de soja, que somaram R$ 378 milhões”, justifica.

A China também é o principal fornecedor de produtos para o Paraná este ano, com crescimento de 55% em valores importados e peso de 25% na pauta do estado. Estados Unidos (70%), Alemanha (8,2%), Paraguai (5%) e Rússia (109%) foram outros países com elevação nos valores importados em 2022. “Diferente das exportações, que está diversificando mercados, nas importações o Paraná manteve a dependência dos mesmos parceiros. Dos cinco países de maior relação com o estado, três tiveram aumento de participação na pauta até o momento”, afirma.

A alta expressiva nas importações da Rússia, informa o economista da Fiep, se deve principalmente à compra de insumos e fertilizantes para o agronegócio, já que o país é um grande player mundial nesse segmento.

Variação mensal e produtos

Em julho, as exportações paranaenses foram de US$ 2,0038 bilhões, valor 6,4% inferior ao registrado em junho. Mas 4,3% acima do de julho do ano passado. As importações chegaram a US$ 2,0452 bilhões, 2,4% maior que a do mês anterior e superando em 34% as verificadas no mesmo mês de 2021. Assim, o saldo da balança comercial em julho ficou negativa em US$ 41,4 milhões.

Os produtos mais vendidos para fora foram soja, responsável por 30,2% da pauta total do estado; carnes (18,5%), madeira (7,6%), material de transporte (7,2%) e açúcares e derivados (3,9%). Os setores da indústria que mais exportaram foram alimentos (37%), madeireiro (8%), automotivo (7,8%) e celulose e papel (7,2%).

Mais de 95% das importações do Paraná em julho estão concentradas na indústria de transformação. As atividades que mais impactaram no resultado foram fabricação de produtos químicos (40%), petróleo e derivados (13,5%), automotivo (8,8%) e máquinas e equipamentos (8,5%). Entre os itens que o Paraná mais comprou de fora estão produtos químicos (42% da pauta total), petróleo e derivados (14%), material de transporte (9%), produtos mecânicos (7,7%) e material elétrico e eletrônico (5,2%).

Fonte: Massa News
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 19/08/2022

 

Publicações IABr: Mercado Brasileiro de Aço 2022

Está disponível no site do Instituto Aço Brasil a edição 2022 do Mercado Brasileiro do Aço. Esta publicação apresenta o consumo aparente brasileiro de produtos siderúrgicos referente ao ano de 2021, por setor e região.

Em 2021, o consumo aparente de produtos siderúrgicos por grandes regiões não apresentou alterações relevantes nas participações em relação ao total.

Por concentrar a maior parte do parque industrial e por haver maior demanda por construções e infraestrutura, o Sudeste continua sendo a principal região consumidora de produtos siderúrgicos no país, mesmo com a redução da participação do consumo aparente de 56,2% em 2020 para 55,8% em 2021. São Paulo permanece como o estado mais consumidor do país e aumentou sua participação para 32,5% em 2021, ante 30,6% de 2020.

A região Sul, segunda maior consumidora de produtos siderúrgicos no país, reduziu sua participação de 22,9% em 2020 para 22,6% em 2021. O Nordeste, que havia consumido 12,5% do total em 2020, consumiu a parcela de 13,7% em 2021. A região Norte manteve o mesmo patamar de 2020 e consumiu 3,6% do total consumido no país em 2021. Já a região Centro-Oeste reduziu sua participação no consumo de produtos siderúrgicos no país de 4,8% em 2020 para 4,3% em 2021.

- Confira mais informações: https://acobrasil.org.br/site/publicacoes/

Fonte: IABr - Instituto Aço Brasil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/08/2022