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Escalada das importações provoca impactos negativos na indústria siderúrgica local

A escalada das importações de produtos siderúrgicos, verificada desde o terceiro trimestre de 2022, continua provocando impactos negativos na indústria brasileira de aço.

O desempenho da produção e das vendas no mercado doméstico foi bastante fraco nos primeiros meses de 2024. A produção de aço bruto cresceu só 0,6% no acumulado de janeiro a maio, em relação ao registrado nos cinco primeiros meses de 2023, para 13,6 milhões de toneladas.

Já as vendas internas aumentaram apenas 1,9% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, frente a igual período de 2023, para 8,3 milhões de toneladas.

Paralelamente, as importações de produtos siderúrgicos avançaram substanciais 26,4% no mesmo período, atingindo 2,3 milhões de toneladas.

De qualquer forma, puxado, principalmente, pelas importações, o consumo aparente (soma das entregas domésticas mais as importações) subiu 5,1% na mesma comparação, para 10,3 milhões de toneladas.

O desempenho do aço brasileiro no mercado externo foi ainda mais fraco do que no doméstico, não tendo conseguido nem de longe compensar o baixo crescimento no mercado local. As exportações caíram polpudos 16%, para 4,2 milhões de toneladas.

Fonte: IPESI
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/07/2024

 

Abeaço: Aplicação de medida antidumping sobre folhas metálicas eleva risco inflacionário

Uma eventual aplicação de medida antidumping contra empresas chinesas para a importação de folhas metálicas eleva o risco inflacionário sobre a cadeia consumidora e pressiona os custos para as fabricantes de embalagens de aço, afirmou a presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), Thais Fagury.

Considerando dados da Associação Brasileira de Alimentos (ABIA), uma ação antidumping contra fabricantes chineses de folhas metálicas poderia representar um impacto médio nos custos de produção de alimentos de 10,2% e de 6,7% nos preços finais à população, destaca Fagury.

Responsável por representar empresas que atuam na transformação das folhas metálicas, ela cita preocupações caso o governo decida por impor contrapartidas aos produtos chineses. Entre elas, o preço da matéria-prima importada da China poderia ser sobretaxada em 44% considerando o cálculo presente na circular da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) publicada em fevereiro. Caso sejam considerados os custos com frete marítimo, juros e despesas portuárias, o gasto para adquirir o insumo na região seria elevado a 70%.

“Isso se torna ainda mais grave em um ambiente de inflação resiliente como a que o País atravessa, com elevação, especialmente, de alimentos”, afirmou Fagury.

Conforme mostrou o Estadão, a CSN obteve da Secex uma decisão positiva para investigação contra fabricantes chineses de folhas metálicas no início do ano. O produto é transformado em diversos tipos de embalagens, desde latas de tinta até potes de sardinha.

Segundo Fagury, o setor passou a importar a matéria-prima de diversos países como uma forma de acessar outros fornecedores, visto que no Brasil apenas a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) produz e vende o material.

A porta-voz da Abeaço defende que a investigação antidumping liderada pelo MDIC seja pautada por critérios técnicos, objetivos e sensíveis aos eventuais impactos sobre a sociedade e demais indústrias afetadas por tal medida.

Até setembro o MDIC decidirá sobre uma possível aplicação do direito provisório ao antidumping para as folhas metálicas. A investigação, contudo, pode demorar até 18 meses.

Procurada, a CSN não se manifestou.

Fonte: Isto É
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/07/2024

Reforma tributária: o que foi incluído no Imposto Seletivo e o que terá alíquota zero

Uma das principais fontes de discussão durante a tramitação da proposta de regulamentalção da reforma tributária foi o Imposto Seletivo (IS), também chamado de “imposto do pecado”. Houve pressões de representantes de todos os setores afetados pela retirada de seus produtos da lista ou por mudanças na alíquota ou na base de cálculo, de modo a reduzir a carga tributária. 

Parlamentares defenderam a inclusão de outros itens entre os sobretaxados com o imposto, como armas de fogo e munições e alimentos ultraprocessados. 

Após a aprovação do texto-base, a federação PSOL/Rede apresentou um destaque para incluir as armas no Imposto Seletivo, mas a proposta foi rejeitada por 316 votos contrários, 155 favoráveis e 2 abstenções.

Segundo o texto aprovado nesta quarta na Câmara, os bens e serviços que terão incidência do Imposto Seletivo são: 

veículos (exceto caminhões), inclusive híbridos e elétricos; 
aeronaves e embarcações; 
cigarros e demais produtos fumígenos; 
bebidas alcoólicas; 
refrigerantes e outras bebidas açucaradas; 
bens minerais (petróleo, gás natural, carvão mineral e minério de ferro); 
concursos de prognósticos (jogos de azar); e 
fantasy sport (jogos online de competição). 

A exceção na lista do IS são os itens produzidos na Zona Franca de Manaus. A última versão do relatório limitou a incidência do Imposto Seletivo sobre o minério de ferro e sobre a exportação e produção de petróleo a 0,25% (antes era 1%). Já a taxação de bebidas alcoólicas será feita de forma escalonada, progressivamente, de 2029 até 2033, para evitar carga excessiva.

O texto aprovado prevê ainda que a atualização das alíquotas do “imposto do pecado” será feita por índice previsto em lei ordinária, não necessariamente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país. 

O que entrou na cesta básica e o que terá alíquota zero com a reforma tributária

Uma série de produtos e serviços terão redução de 100% nas alíquotas do CBS/ IBS. Os que estão na cesta básica são:

arroz; 
leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica; 
manteiga; 
margarina; 
feijões; 
raízes e tubérculos; 
cocos; 
café; 
óleo de soja e óleos de babaçu; 
farinha de mandioca; 
farinha, grumos e sêmolas, de milho; e grãos esmagados ou em flocos, de milho; 
farinha de trigo; 
açúcar; 
massas alimentícias;  
pão do tipo comum (contendo apenas farinha de cereais, fermento biológico, água e sal);
óleos de milho;
aveias;
farinhas;
carnes, peixes, queijos e sal.

Outros que foram incluídos são:

dispositivos médicos; 
dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência; 
medicamentos (algumas classes); 
produtos de cuidados básicos à saúde menstrual; 
produtos hortícolas, frutas e ovos; 
automóveis de passageiros adquiridos por pessoas com deficiência ou com transtorno do espectro autista; 
automóveis de passageiros adquiridos por motoristas profissionais que destinem o automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi); e 
serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação – ICT sem fins lucrativos. 

Também fica reduzida a zero a alíquota da CBS incidente sobre o fornecimento de serviços de educação de ensino superior por instituição privada durante o período de adesão e vinculação ao Programa Universidade para Todos (ProUni).

Fonte: Gazeta do Povo
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 12/07/2024

Mercado da construção civil ainda sofre consequências das enchentes

O impacto das enchentes ainda será sentido pelas empresas de construção civil por um bom tempo. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Cláudio Teitelbaum, a consequência financeira ainda é imensurável e serão necessários alguns meses para que o sindicato possa ter noção dos reais prejuízos ao setor gaúcho.

Desde que as cheias se intensificaram, ao longo de maio, o mercado de construção civil sofreu com problemas na distribuição de insumos, seja pelo atraso na produção, seja pela questão de logística, já que as instalações de alguns fornecedores ficaram alagadas. Entre os materiais mais impactados estão o concreto, o aço, a areia e as esquadrias de alumínio.

Em pesquisa realizada no dia 4 de junho, o Sinduscon observou que 61,9% das empresas consultadas registraram falta de mão de obra no mês de maio. O principal motivo, evidentemente, foi o prejuízo que muitos trabalhadores enfrentaram com as enchentes. Nos primeiros dias de julho, uma parcela dessa força de trabalho já retomou as atividades, mas outro grupo continua sem condições de retornar.

De acordo com Teitelbaum, os impactos variam de empresa para empresa. Uma mesma companhia pode apresentar canteiros de obras que foram afetados e outros que não foram.

“As construtoras têm canteiros que ficaram mais de 40 dias parados em função das enchentes. Durante esse período, não foi possível medir, produzir e obter recursos de financiamento. Por isso, o impacto foi sentido no faturamento”, explica Teitelbaum. 

Segundo ele, a maioria das empresas do setor está trabalhando com um atraso de 30 a 90 dias no cronograma das obras.

Para o presidente do Sinduscon-RS, a oferta de R$ 15 bilhões feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para auxiliar as empresas gaúchas afetadas pela tragédia climática ainda não teve impacto prático. “No nosso modo de ver, o valor não abrange as empresas que estão fora da mancha das enchentes. Apesar de não estarem dentro dos critérios, essas empresas foram efetivamente impactadas pela perda de faturamento em maio”, explica.

De acordo com Teitelbaum, o repasse de crédito serviria como capital de giro para as empresas da construção, dinheiro necessário e fundamental para que as mesmas continuem operando.

Preços dos insumos aumentaram para as construtoras durante período das cheias

Foram poucos os canteiros de obras da construtora Cyrela Goldsztein que ficaram alagados durante as enchentes. No entanto, os mesmos acumularam uma grande quantidade de água, que eventualmente precisou ser drenada. Para que as áreas pudessem voltar à normalidade, também foi necessário restabelecer a energia elétrica e o abastecimento de água desses espaços.

Neste momento, no entanto, a construtora já retomou as obras nos canteiros que haviam ficado paralisadas.

Como consequência das enchentes, muitas empresas fornecedoras de insumos tiveram suas sedes tomadas pela água, o que deixou a distribuição para as construtoras comprometida.

Segundo o diretor de incorporação da Cyrela, Luiz Paludo, o concreto e as esquadrias foram os materiais que mais demoraram para chegar. Em relação às esquadrias, a explicação para o atraso é que as empresas produtoras do vidro necessário para sua construção ficaram inoperantes durante o mês de maio.

A oferta de alguns insumos diminuiu significativamente e, por conseguinte, o preço aumentou. Para o vice-presidente de Operações da Melnick, Marcelo Guedes, o impacto imediato em maio foi maior do que no início da pandemia de Covid-19. "Há quatro anos, as consequências foram sentidas de forma mais suave pelo setor da construção civil. Foram mudanças que persistiram por mais tempo. Este ano, nós fomos de zero a cem muito rapidamente. A disponibilidade de insumos caiu de forma abrupta", explica.

Apesar deste cenário, a expectativa de Guedes é de que, no médio prazo, os preços retornem a um patamar normalizado.

Ainda de acordo com o vice-presidente da Melnick, as empresas de construção civil do Rio Grande do Sul estão preocupadas com uma possível inflação setorial nos próximos meses. Guedes explica que, a depender de como a economia se restabelece, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) do Estado pode acabar ficando descolado do restante do País.

O diretor de incorporação da Cyrela, Luiz Paludo, critica ainda a demora na liberação dos recursos federais tanto para as construtoras, quanto para os fornecedores de insumos. “O auxílio anunciado pelo governo federal não saiu do papel. Os valores ainda não chegaram até as empresas”, aponta.

Fonte: Jornal do Comércio
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 12/07/2024

 

Construção civil diz que Reforma Tributária aprovada pode encarecer imóveis e obras públicas

O setor da construção civil da Grande Florianópolis manifestou preocupação com a aprovação da Reforma Tributária pela Câmara dos Deputados. Conforme análise do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis) a mudança pode encarecer imóveis e obras públicas.

Deputados federais votaram a regulamentação da reforma na noite desta quarta-feira (10). De modo geral, o texto simplifica impostos e isenta alguns itens da cobrança.

A taxação sobre o setor de construção civil e imobiliário, por exemplo, foi reduzida. As alíquotas cobradas de incorporadoras e construtoras terão uma redução de 40% em relação à tributação de referência, estimada em 26,5% pelo Ministério da Fazenda.

Para o presidente do Sinduscon, Marco Alberton, a redução foi positiva, mas o setor almejava uma porcentagem maior.

“Com o redutor de 60%, que é nosso pleito original, haveria uma queda nos impostos de imóveis de baixa renda, de 6,4% para 5,3%. Nas faixas médio, alto e luxo, a variação é positiva, de 8% para 8,8%, no máximo. Neste caso, é um custo passível de ser absorvido”, explica.

Morar pode ficar mais caro com a Reforma Tributária aprovada

Mesmo com algumas reduções, o setor alerta para o aumento do custo nos imóveis. Alberton diz que o valor de moradias populares pode aumentar em até 15,4%. No caso de imóveis de luxo, a partir de R$ 2 milhões, o valor pode dobrar: 51,7%.

“Até porque a indústria da construção civil envolve uma série de setores, que também serão impactados em cadeia e, no final, quem paga a conta é o cidadão”, ressalta Marco.

Ainda, uma das maiores reclamações do setor é a quantidade de impostos. Conforme o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Renato Corrêa, o texto aprovado avançou em alguns pontos, mas ainda terá consequências para a construção civil.

“A regulamentação se mostra insuficiente para a obtenção da neutralidade tributária, o que deve impactar o acesso à habitação, por exemplo”, disse.

Fonte: nd+
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 12/07/2024

 

Câmara aprova regulamentação da reforma tributária e inclui carnes, queijo e sal na cesta básica

Quase sete meses após a promulgação da emenda constitucional da reforma tributária, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (10) o principal projeto de lei de regulamentação do novo sistema de impostos sobre o consumo. Na reta final da votação, os parlamentares decidiram incluir no texto a previsão de que carnes, queijo e sal entrem na lista da cesta básica desonerada, após um destaque apresentado pela oposição.

A inclusão da carne era considerado um dos pontos mais polêmicos da proposta e, apesar de ser defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dividia o governo pela possibilidade do aumento da alíquota geral. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vinha se posicionando contra a medida e, nos bastidores, afirmou que a iniciativa representaria “uma loucura”.

Nos últimos meses, integrantes da equipe econômica têm alertado que zerar o imposto sobre as carnes elevaria a alíquota padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Nesse sentido, os deputados também aprovaram um dispositivo para garantir que alíquota do novo tributo fique em, no máximo, 26,5%, valor de referência calculado pela equipe econômica considerando o texto original.

A inclusão da carne na cesta básica ocorreu quando deputados votavam os destaques, propostas de mudanças do texto principal. Antes, o texto-base foi aprovado por 336 votos a favor, 142 contra e 2 abstenções. Somente o Novo, o PL, a Minoria e a oposição orientaram suas bancadas a votar contra ao projeto de lei. Após a conclusão da votação na Câmara, o texto segue para análise no Senado.

Durante a votação do destaque sobre as carnes, diante da expectativa de aprovação, o relator do texto, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), foi à tribuna para defender a medida.

“Quero pedir a todos os nossos líderes que possamos juntos fazer de maneira simbólica essa grande votação do Parlamento, que sabe e reconhece que é fundamental colocar a carne no prato dos brasileiros”, acrescentou em seguida. A fala de Lopes foi seguida de aplausos efusivos em plenário.

Antes do início da votação, Lira destacou o fato de que a versão final do projeto não agradaria a todos, mas defendeu que houve debate suficiente para tratar da matéria.

“Quero ressaltar que ninguém, em um tema como esse, agrada a todo mundo. É muito difícil. Mas a Câmara dos Deputados não pode, independente do resultado, sair arranhada com fala de parlamentares dizendo que não houve debate, discussão, tempo de amadurecimento, diálogo”, discursou o parlamentar.

Diante do aumento de exceções e antes da aprovação do destaque sobre a proteína animal, parlamentares incluíram no texto principal a medida para evitar que exceções elevem a alíquota padrão do novo IVA, dividido em CBS e IBS). A inclusão do dispositivo foi revelada na noite de terça-feira pelo Valor.

De acordo com o parecer, o governo federal deverá encaminhar em 2031 um projeto de lei complementar para garantir que a alíquota média fique em no máximo 26,5% caso as alíquotas da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS, de competência federal) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS, dos Estados e municípios) fique acima desse percentual. Para isso, o governo poderá optar por reduzir alíquotas de produtos ou setores específicos ou fazer uma redução linear.

Com a mudança, o valor da alíquota de 26,5% passou a constar na regulamentação da reforma tributária, ao contrário do projeto encaminhado pelo governo. Com isso, caso algum futuro governo queira aumentar a alíquota padrão, terá de aprovar no Congresso Nacional um projeto de lei complementar. Essa avaliação da alíquota padrão será quinquenal.

Nos bastidores, a inclusão de um dispositivo foi bem avaliada pela equipe econômica. “É uma sinalização de que os benefícios para alguns setores têm de ser limitados para não onerar demais os demais setores”, disse uma fonte ao Valor.

Segundo Camila Tapias, sócia da Utumi Advogados, não há como garantir o cumprimento do teto de 26,5%, nem como garantir que ele não seja ultrapassado, mas a alteração de uma lei complementar é mais complexa.

A advogada também destacou a previsão, que já constava em versão anterior do texto, de que qualquer alteração na legislação federal que reduza ou eleve a arrecadação da CBS ou do IBS deverá ser compensada pela elevação ou redução, pelo Senado Federal, da alíquota de referência da CBS e das alíquotas de referência estadual e municipal do IBS, de modo a preservar a arrecadação das esferas federativas.

A inclusão de um teto para a alíquota ocorreu após a inclusão de novas exceções à alíquota padrão, antes mesmo da apreciação dos destaques. Em um texto divulgado pela manhã, o relator estabeleceu um novo formato na cobrança de imposto sobre medicamentos, com a inclusão de remédios populares na lista de produtos na alíquota reduzida de 60%.

O texto mantém uma lista de 383 remédios isentos de tributação e estabelece que todos os outros medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou produzidos por farmácias de manipulação terão a alíquota reduzida. A medida atendeu a uma demanda do setor farmacêutico.

A inclusão dos novos medicamentos nas alíquotas menores deve ampliar a alíquota padrão em 0,21%, segundo cálculos preliminares da equipe econômica.

Nesta noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a medida elevaria a alíquota. Ele destacou que, quanto maior o número de exceções, maior será a alíquota. “A cada exceção você tem que fazer um cálculo. O posicionamento da Fazenda, técnico, é quanto menos exceções, melhor”, afirmou o ministro, em entrevista ao chegar à sede da pasta.

O ministro frisou, ainda, que a política trata a reforma tributária de acordo com a sensibilidade e que os deputados possuem as suas próprias demandas. "[Os deputados] ouvem a sociedade, ouvem pesquisas, ouvem setores, então é natural que haja esse tipo de flexibilização, mas tecnicamente o posicionamento da Fazenda é o mesmo desde o início do processo.”

O texto aprovado nesta quarta-feira também mudou as regras do "cashback". Os deputados aprovaram que haverá devolução de 100% do imposto federal (CBS) pago nas contas de água, luz, esgoto e gás natural por famílias pobres. Antes, a devolução seria de 50%.

Outra mudança trazida pelo parecer é que, para o cálculo da devolução, serão consideradas as compras nos CPFs de todos os membros da unidade familiar, e não apenas do titular da família.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 11/07/2024