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Comissão de Serviços de Infraestrutura debate sobre a exploração de potássio no Brasil

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) reuniu-se no último dia 21 de novembro para debater a exploração de potássio no Brasil, mais especificamente na região Amazônica.

A produção de fertilizantes em território nacional é requerida por empresas, grupos políticos e mobilizações do segmento de desenvolvimento agropecuário, que levam em consideração a pouca qualidade do solo em determinadas áreas do país e, ao mesmo tempo, o alto custo de importação de fertilizantes minerais.

Para o presidente da Potássio do Brasil, empresa que ainda está passando pelas fases de licenciamento para poder iniciar o processo de extração e tratamento do minério de potássio no município de Autazes (AM), a exploração do mineral na região, quando feita com responsabilidade ambiental, pode representar uma oportunidade econômica para a Amazônia. “O agronegócio é o principal ativo da economia nacional e, por vezes, passa por dificuldades para obtenção do cloreto de potássio devido a questões que influenciam na importação, principalmente os custos envolvidos”, comenta o presidente da Potássio do Brasil, Adriano Espeschit.

O projeto para extração do minério exige uma série de etapas, estipuladas por órgãos nacionais de controle e proteção ambiental, como, nesse caso, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). A depender da região em que se propõe a construção das instalações, demais instituições, como a FUNAI, juntamente com lideranças de povos indígenas amazonenses, também atuam para garantir que a delimitação do território a ser utilizado respeite os direitos dessas comunidades.

A Potássio do Brasil iniciou o desenvolvimento do projeto em 2009, dando início à pesquisa mineral. Após, houve a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que são obrigatórios para a participação no licenciamento. Em 2023, a liberação para seguir as próximas determinações do projeto segue em debate, com intuito de verificar seu impacto no meio ambiente e, ao mesmo tempo, os possíveis benefícios da produção do fertilizante em território nacional.

Fonte: Global Fert
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/11/2023

Goiás detém 21% da produção de nióbio do País; minério é estratégico para transição energética

Considerado estratégico para a transição energética, pelo seu potencial de melhorar ligas metálicas, o nióbio é produzido em larga escala no Brasil. Maior produtor do mundo, o País detém 89% do mercado global, segundo o Serviço Geológico Americano (UGSG). Dados da Agência Nacional de Mineração apontam que as maiores reservas do mineral estão localizadas nos estados de Minas Gerais, Amazonas e Goiás.

A mineração feita no município de Catalão representa 21% de toda produção nacional. A reserva, de acordo com o Anuário Mineral Brasileiro (AMB) é de 16 milhões de toneladas, tendo Goiás uma capacidade de extração de 670.000t/ano. A retirada é feita com participação acionária do Grupo Anglo Americana e Bozzano Simonses em uma das minas à céu aberto.

A produção brasileira de nióbio arrecadou, em 2022, mais de R$ 137 milhões. A cadeia de beneficiamento do metal coloca o País em primeiro colocado na produção mundial do elemento, tanto para utilização interna quanto para exportação.

Estimativas do Plano Nacional de Mineração 2050 projetam uma produção de 171,7 mil toneladas de nióbio em 2050, alavancando ainda mais a economia nacional.

Nióbio e a economia verde

Um dos exemplos de aplicação do nióbio é no Grande Colisor de Hádrons, o maior acelerador de partículas onde foi descoberto o bóson de Higgs, conhecida como a partícula de Deus.

Uma das características do nióbio é a sua maleabilidade e capacidade de deformação, resistência à corrosão, calor e desgaste. O mineral, além de ter diversas aplicações, como a composição em ligas metálicas para fortalecimento de barras, pode ser implementada em em baterias de lítio que aumentam sua vida útil, além de aumentar a capacidade de armazenamento e de recarga.

O minério pode ser utilizado para aumentar a performasse de outros materiais, sendo amplamente utilizado em peças de carros, aviões e foguetes, garantindo mais resistência, segurança, leveza e eficiência.

Na área da saúde, os supercondutores de nióbio são utilizados em aparelhos de ressonância magnética, marca-passo e tomógrafos.

A maior parte do minério produzido é utilizado em ligas de vão desde aços estruturais até superligas projetadas para suportar altas temperaturas em ambientes extremamente corrosivos.

Fonte: Jornal Opção
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/11/2023

Um relatório especial revela que a indústria do aço está avançando na descarbonização das siderúrgicas no mundo

A empresa de automação ABB editou um relatório que analisa a descarbonização da indústria do aço em âmbito mundial. O documento destaca que o setor está apostando em diferentes rotas tecnológicas para viabilizar a descarbonização do metal, cuja produção demanda 8% da energia mundial e gera até 9% das emissões de CO2. As estratégias de descarbonização mais promissoras, diz o texto, são a adoção de hidrogênio verde na produção, eletrólise com eletricidade renovável e o minério beneficiado com maior teor de ferro, já presentes, inclusive, em empresas importantes do setor. 

De acordo com o documento, a metalúrgica sueca SSAB já usa hidrogênio verde, eletricidade de origem renovável e minério de ferro de gradação superior para produzir aço sem carvão em seus altos-fornos.

O texto cita ainda o processo criado pela americana Boston Metal para fundir óxidos por eletrólise, sem carvão, a partir de eletricidade de origem renovável e minério de ferro para produzir aço liquefeito. 

Relaciona também o método produtivo da indiana Tata Steel, que usa minério de ferro em pó em vez de coque, sinter e paletes para produzir ferro gusa, como avanço resultante na queda de 20% das emissões do processo. O documento da ABB ressalta, no entanto, que o aço verde vai demandar várias outras tecnologias, cujo desenvolvimento vai requerer investimento e colaboração de toda cadeia produtiva.

O texto lembra também que a descarbonização vai ocorrer num cenário de forte demanda por aço, que vai crescer 30% até 2050, quando o setor ambiciona ser neutro em emissões. Para ler o relatório na íntegra, acesse: https://new.abb.com/metals/what-does-the-journey-to-fossil-free-steel-look-like

 
Fonte: Petronotícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/11/2023

Rio de Janeiro mantém a liderança no ranking nacional de produção de aço em outubro

O Rio de Janeiro manteve, em outubro, a liderança da indústria siderúrgica no país. No mês, a produção do estado chegou a 825 mil toneladas de aço bruto, respondendo por 31% do volume nacional. No acumulado do ano, de janeiro a outubro de 2023, o estado produziu 7,2 milhões de toneladas, sendo responsável por 27,3 % da produção do volume nacional. Os dados são do Instituto Aço Brasil, entidade representativa das empresas brasileiras produtoras de aço.

“A indústria siderúrgica impulsiona o desenvolvimento econômico e social do estado e do país. Fornece insumos para diversos setores da indústria de transformação e também para a construção civil, e é responsável pela geração de empregos e renda para a população“, comentou o governador Cláudio Castro.

De acordo com o Instituto Aço Brasil, a produção brasileira de aço bruto foi de 2,6 milhões de toneladas em outubro de 2023. “O Rio de Janeiro possui um importante parque siderúrgico, formado por grandes empresas como Ternium, ArcelorMittal, CSN e Gerdau, e é um dos maiores produtores mundiais de aço bruto. Entendemos que esse é um setor fundamental para o crescimento econômico e apostamos em sua expansão nos próximos anos“, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Vinicius Farah.

Fonte: Diário do Rio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/11/2023

Importações de aços perdem força em outubro e caem 34%

Ao longo de outubro, as vendas de aços planos feitas pelas distribuidoras cresceram 5,2% frente a setembro. Com a alta, o volume chegou a 340 mil toneladas. No período foi verificado um arrefecimento nas importações de aços planos, que ficaram 34% menores frente a setembro. Apesar da queda, o volume ainda é alto, 204,6 mil toneladas, que superam em 15% o montante registrado em outubro de 2022. Nos 10 meses de 2023, as importações cresceram 47,3%. Os dados são do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

As importações têm afetado o desempenho das usinas no mercado nacional, que estão programando paralisações. Mesmo assim, não é esperada mudança nos preços do aço, que devem permanecer estáveis ao longo dos próximos meses.

De acordo com o presidente do Inda, Carlos Loureiro, as vendas de aço nas distribuidoras ficaram maiores no período e a projeção é encerrar o ano com alta entre 1% e 1,5%. Conforme os dados do Inda, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento nas vendas ficou em 9,7%. Para novembro, o setor espera uma queda de 4,5% frente a outubro. 

As vendas diárias também foram maiores. “A nossa venda diária seguiu muito firme, com 17 mil toneladas em média ao dia. Assim, o volume só perde para outubro de 2020, quando foi registrado o nosso pico de vendas em função da paralisação das usinas, fazendo com que o mercado comprador migrasse das usinas para as distribuidoras”.

Quanto às compras, houve um avanço de 9,1% quando comparado a setembro, com um volume total de 352,3 mil toneladas, contra 322,8 mil toneladas. Frente a outubro do ano passado, quando foram adquiridas 316,5 mil, a alta ficou em 11,3%.

Estoques

A compra maior que a venda fez com que os estoques ficassem maiores. Assim, em número absoluto, o estoque de outubro cresceu 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo, então, o montante de 855,7 mil toneladas contra 843,4 mil. O giro de estoque fechou em 2,5 meses.

“Os nossos estoques subiram apenas 12 mil toneladas, que foi a diferença entre as vendas e compras. De qualquer maneira, o giro é muito bom, de 2,5 meses. A rede continua bastante cautelosa, não permitindo que os estoques fujam do controle. No mercado, a expectativa é de estabilidade nos preços”. 

Importações de aço caem, mas volumes ainda são altos

Os dados do Inda mostram ainda que, em outubro, houve queda das importações. A queda foi de 34% em relação ao mês anterior, com volume total de 204,6 mil toneladas contra 309,8 mil toneladas. Porém, se comparadas com o mesmo mês do ano anterior (177,9 mil toneladas), as importações registraram alta de 15%.

No acumulado dos 10 primeiros meses de 2023, a alta é de 47,3%, com o ingresso de 1,99 milhão de toneladas no mercado nacional.

“As importações ainda foram altas, mas ficaram menores que em setembro. Acredito que isso foi fruto da retirada do desconto que havia de importação e, assim, todo mundo correu para nacionalizar o produto”.

Preços se manterão estáveis

O aumento das importações de aço tem feito com que usinas instaladas em território nacional busquem junto ao governo ações para conter o ingresso de aço no mercado nacional. Algumas já anunciaram paralisações.

De acordo com o presidente do Inda, Carlos Loureiro, apesar do movimento, não há expectativas de alterações dos preços do aço, seja para cima, o que pode ocorrer caso haja uma taxação do produto importado, ou para baixo.

“Não vejo a curto prazo nenhuma possibilidade especial de mudança de preços nos próximos meses. Temos a Usiminas agora voltando com alto-forno 3, com capacidade 20% maior. Então, há uma retomada grande da produção de planos, com isso, mercado muito estreito. As usinas têm resistido, mesmo com queda nas vendas, em reduzir os preços”.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/11/2023

Análise: A difícil equação do governo Lula no caso do aço chinês

O forte avanço do aço importado no mercado brasileiro deixa o governo em uma posição delicada. Se ceder ao pleito das siderúrgicas instaladas no país e elevar a 25% a alíquota de importação, colocará mais pressão sobre um série de setores consumidores, como máquinas e equipamentos e construção civil, que já vêm enfrentando outros desafios.

Por outro lado, se não atendê-las, corre o risco de deixar a porteira do mercado local aberta sobretudo para as siderúrgicas chinesas, que nos últimos anos vêm usando o mercado internacional para sustentar taxas de operação de suas usinas, praticamente todas estatais. Para 2023, estima-se que os chineses vão exportar 100 milhões de toneladas de aço, das quais apenas 3 milhões de toneladas para o Brasil, o que deixa claro que, se houver apetite local para mais, o país asiático tem a fornecer.

O aumento das importações acendeu a luz amarela do setor siderúrgico em maio. Desde então, representantes da Indústria e do Instituto Aço Brasil, que reúne essas empresas, participaram de conversas com técnicos e autoridades do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em busca de algum tipo de proteção, que até o momento não veio — para dizer que não veio nada, o novo governo reverteu a redução de 10% da tarifa externa comum (TEC) do Mercosul.

Com o agravamento da situação nos últimos meses, o Instituto Aço Brasil anunciará ainda hoje a revisão das estimativas para 2023, incluindo possivelmente a expectativa de recorde de 5 milhões de toneladas de compras externas, o equivalente a um salto de mais de 50% frente a 2022. Ao mesmo tempo, as vendas internas devem recuar ao menos 6%, apesar do ambiente de demanda relativamente saudável, evidenciando o ganho de participação do produto importado, que até agora chega a 24%, versus 12% na última década.

Conforme as siderúrgicas, o recorde de importações em dez anos reflete o excesso de capacidade de cerca de 550 milhões de toneladas de aço no mundo, incluindo 190 milhões de toneladas na China. Para proteger a indústria local, já em 2018 os Estados Unidos impuseram tarifa de 25% ao produto importado, em movimento acompanhado na sequência pela União Europeia.

Neste ano, o México, que tem se alinhado aos Estados Unidos na nova geopolítica global, adotou a alíquota de 25%, após a aço importado responder por 40% do consumo aparente nacional. Essas medidas naturalmente deslocaram o volume disponível no mercado internacional para países com menos proteção, caso do Brasil, onde alíquota sobre importados é de cerca de 10%, mas pode cair a quase zero quando o aço entra por Santa Catarina, que concede redução de ICMS. Nada muito novo quando se trata de commodities e seus ciclos, mas um problema real.

Da mesma forma, os setores produtivos que consomem aço estão alarmados com a possibilidade de mais esse aumento de custos. Segundo esses fabricantes, automóveis, máquinas e equipamentos, eletrônicos e imóveis do “Minha Casa, Minha Vida”, entre outros bens, ficarão mais caros se a tarifa subir. E, assim como já começou na siderurgia, haverá demissão, em indústrias que são grandes empregadoras.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o pleito das siderúrgicas gera distorções — ao não destacar, por exemplo, que o aumento de importações se dá sobretudo em laminados a quente — e penaliza setores que, hoje, têm concorrência mais acirrada com importados do que o próprio aço.

Em máquinas e equipamentos, comentou, as importações já respondem por 45% do consumo aparente nacional. “Uma medida como essa, que protegeria a matéria-prima e não o bem transformado, traria uma mensagem contraditória ao objetivo de reindustrialização”, disse Velloso ao Valor. “Ela aumenta o custo do investimento no Brasil”, acrescentou. Importante consumidora de aços longos, a construção alega que apenas 4% do vergalhão usado no país é importado. Para o fio máquina, que é mais usado na construção de baixa renda — como Minha Casa, Minha Vida —, essa fatia é de 10%, e ambos seriam afetados se o pleito das siderúrgicas for atendido.

Em todos os casos — produtores de aço e consumidores —, a constatação é a de que o país tem um grave e antigo problema estrutural, o chamado custo Brasil. Somente reformas profundas poderiam equiparar a produção nacional e a internacional em termos de competitividade, e isso ainda levará anos. Neste momento, como diz o ditado, em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Cada vez mais, a leitura é que a decisão do governo sobre o aço acabará sendo política.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/11/2023