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Digitalização do setor automotivo deu salto com a pandemia

O setor automotivo acelerou a transformação digital durante a pandemia. É o que mostra o Índice de Transformação Digital do Setor Automotivo (ICTd), feito pelo CESAR, centro de inovação sediado em Recife (PE), em parceria com Automotive Business. O segmento apresenta 66,15% de maturidade no tema em uma escala que vai até 100% para organizações digitalmente maduras.

Apesar de ainda ter uma evolução importante por fazer, o resultado é oito pontos porcentuais maior do que o apurado na edição anterior da pesquisa, realizada em 2019.

“Houve evolução nas oito dimensões da transformação digital avaliadas, em umas mais, em outras menos, mas o caminho foi de crescimento”, diz Eduardo Peixoto, Chief Designer Officer do CESAR.

Ele cita as diferentes frentes analisadas no estudo: cultura e pessoas; consumidores; concorrência; inovação; processos; modelos de negócio; dados e tecnologias. A pesquisa teve 157 respondentes de 131 empresas da cadeia automotiva e foi feita on-line. Dos entrevistados, 37% são diretores, vice-presidentes e presidentes. Já 36% desempenham funções gerenciais ou de coordenação. O relatório completo do estudo será divulgado em janeiro.

Empresas dão prioridade à transformação digital

A transformação digital ganhou mais prioridade dentro da agenda estratégica das organizações. Em 2021, 36,3% das empresas apontaram que o tema está no planejamento da companhia e 24,2% indicaram que o assunto é prioridade máxima. Em 2019, esses porcentuais eram de 24,9% e 12,4%, respectivamente.

Por outro lado, permanece próximo de 13% o número de profissionais que declaram entender a importância da transformação digital, mas não têm o tema como prioridade. Peixoto reforça que a pauta exige o engajamento simultâneo das empresas em diferentes frentes e o compromisso das lideranças.

“Entendemos a transformação digital como destruição criativa, em rede, provocada pela maturidade das plataformas digitais. O principal objetivo é criar novos modelos de negócio, sair do tradicional e potencializar outras frentes”, diz o especialista do CESAR, lembrando que essa não é uma missão simples:

“Estão previstos US$ 6,8 trilhões em investimentos das empresas em transformação digital até 2023 e, apesar desse esforço, 70% desses projetos falham. É essencial tratar o assunto como uma jornada”, aponta Peixoto. 

No setor automotivo, identificar novas oportunidades para criar modelos de negócio é o principal objetivo da maioria das empresas, 57,9%. Parcela de 52,3% buscam, principalmente, aumentar a eficiência e produtividade. O objetivo que teve o maior crescimento foi o de transformar a empresa em uma organização orientada a dados. Em 2019, apenas 6,4% dos respondentes da pesquisa tinham essa meta. O porcentual subiu para 31,4% dos entrevistados em 2021.

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 20/12/2021

 

Estoques aumentam e ultrapassam nível planejado em novembro

A Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta para o aumento dos estoques em novembro de 2021. O índice de evolução do nível de estoques foi de 50,6 pontos, resultado 4,8 pontos acima do registrado no mesmo período do ano passado. Esse resultado rompeu a tendência de estoques abaixo do planejado, que vinha desde dezembro de 2019. Além disso, nos últimos três meses, houve registro o índice esteve de 50 pontos, o que indica crescimento em relação ao mês anterior. 

O índice do nível de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 50,7 pontos em novembro. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que o estoque real está um pouco acima do nível planejado pelas empresas. Na comparação com novembro de 2020, momento crítico de baixos estoques no ano passado, o índice mostra aumento de 6,6 pontos.

“Esse resultado começa a indicar menos gargalos para a indústria. Contudo, nossa preocupação é que o aumento do estoque começa a indicar alguma frustração do empresário com a demanda e, assim, apontar para a desaceleração da indústria. A combinação entre estoques e produção é um fator para acompanharmos nos próximos meses”, explica Marcelo Azevedo.

A pesquisa mostra, ainda, que produção industrial continuou praticamente estável na passagem de outubro para novembro, com leve aumento. O índice de evolução da produção registrado no mês foi de 50,4 pontos. É o terceiro mês consecutivo de relativa estabilidade da produção, após altas registradas entre maio em agosto. 

Em novembro de 2021, a Utilização da Capacidade Instalada foi de 72%, um aumento de um ponto percentual na comparação com outubro. Esse resultado está acima da média histórica de 2011 a 2019.

Empresários se mostram confiantes com o setor externo

Os índices de expectativa de demanda, de compras de matérias-primas e de número de empregados apresentaram estabilidade no mês de dezembro de 2021. Já o índice de expectativa de exportação registrou aumento de um ponto. Todos os resultados continuam acima da linha de 50 pontos, o que indica expectativa de crescimento nos próximos seis meses.

Confira a pesquisa completa abaixo.
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Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/12/2021

Minério de ferro caminha para melhor rali semanal desde maio

Os futuros do minério de ferro estão a caminho da quinta semana de ganhos, o período de valorização mais longo desde maio. A commodity é impulsionada por sinais de recuperação da produção de aço na China e pela expectativa de estímulos fiscais em 2022.

A produção de aço bruto cresceu quase 12% nos primeiros 10 dias de dezembro em relação ao mês anterior, segundo a China Iron & Steel Association. O número está em linha com previsões de analistas, que apontam retomada da produção neste mês na esteira de esforços das usinas chinesas para cumprir o objetivo do governo de reduzir a poluição. Em novembro, o volume produzido atingiu o nível mais baixo para o mês desde 2017.

Os contratos futuros do minério de ferro subiram cerca de 11% esta semana e acumulam alta de 35% desde meados de novembro. A commodity perdeu mais da metade do valor em relação a uma máxima em maio.

O minério avançava 2,7%, para US$ 120,05 a tonelada às 15h46 de Singapura. Os preços subiram 0,5% em Dalian, enquanto o vergalhão de aço e a bobina laminada a quente caíram em Xangai.

“As notícias recentes sobre as políticas têm sido positivas, visando a estabilidade para o próximo ano”, disse a Hongye Futures. “Há certa melhora no ânimo no setor de construção, e alguns altos-fornos em Tangshan retomaram as operações. Embora o entusiasmo das usinas em retomar as operações seja alto, ainda existem algumas restrições ambientais.”

No entanto, operadores acompanham de perto o consumo de minério de ferro e a produção de aço em 2022 devido aos desafios enfrentados pela economia e à necessidade de reduzir as emissões. O uso de minério de ferro e a produção de aço bruto podem encolher ainda mais à medida que a demanda por aço esfria, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento da Indústria Metalúrgica da China, financiado pelo governo.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/12/2021

 

Obras de saneamento em todo o Brasil ganharão investimentos de R$ 152,2 milhões

Para dar continuidade a obras de saneamento básico em 19 estados no Brasil, o Governo Federal, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), liberou mais de R$ 152,2 milhões em investimentos. Os favorecidos serão Bahia, Ceará, Sergipe, São Paulo, Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rondônia, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. As obras irão gerar quase 167,4 mil empregos. 

“Nós estamos fazendo todo o esforço para que não haja nenhuma interrupção do cronograma físico-financeiro dessas obras”, destacou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. “Sabemos o benefício que o tratamento de água, de esgotos, a canalização adequada dos córregos propicia às cidades”, complementou.

Só na Região Nordeste, serão investidos R$ 82,6 milhões, voltados para a canalização e revestimentos de calhas em rios, aprimoramento das áreas de reservatórios, implantação e ampliação do sistema de esgoto sanitário, ampliação do sistema integrado de abastecimento de água, complementação de estações de tratamento de esgoto, intervenções no sistema adutor e de reservatório de água e readequações de captação em açudes.

Na Região Sudeste, por sua vez, os investimentos de R$ 24,12 milhões serão aplicados em construções de reservatórios, canalização de córregos, implantação de reservatório de amortecimento de cheias e, por fim, em um parque linear ribeirinho. A região ainda ganhará a implantação de uma nova estação de tratamento de esgoto, ampliação de sistema de abastecimento de água, obras e intervenções no saneamento integrado, implementação de drenagem urbana sustentável e urbanização de favelas e de um complexo local.

Já a Região Sul ganhará R$ 17,89 milhões de aporte. Essa verba proporcionará, também, a ampliação e implantação do sistema de esgoto, do sistema de macrodrenagem, e as intervenções em calhas e bacias de amortecimento de rios.

A Região Centro-Oeste receberá investimentos totais de R$ 15,74 milhões, aplicados em obras, ampliação de estação de tratamento de esgoto, aumento da cobertura de rede de coleta do próprio esgoto, ampliação da capacidade de atendimento — tanto do sistema de esgoto quanto do abastecimento de água — e implantação de um centro de reservatórios no sistema de abastecimento de água.

Por fim, a Região Norte terá repasses de R$ 10,9 milhões. Serão contemplados empreendimentos de saneamento básico, obras relacionadas ao saneamento local, implantação e ampliação do sistema de esgotamento, implantação e ampliação do sistema de abastecimento de água e, por fim, de apoio a obras de aumento da capacidade da rede de distribuição de água tratada.

O Governo Federal tem como objetivo alcançar a implantação ou readequação do sistema sanitário em todo o país, de forma comunitária e igualitária — e até 2033 —, através do novo Marco Legal do Saneamento. Descrevendo em números, o objetivo é alcançar 99% da população brasileira com acesso à água potável, tratamento e coleta de esgoto.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 17/12/2021

CNI projeta crescimento do PIB do Brasil em 1,2% para 2022

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta crescimento de 1,2% para a economia brasileira em 2022. Esse é o cenário-base, há ainda um cenário pessimista e outro otimista. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, para a estimativa de 1,2% se consolidar, espera-se a superação parcial de problemas conjunturais, como inflação, emprego e normalização das cadeias globais de valor a partir do segundo semestre do ano. A previsão consta do documento Economia Brasileira: 2021-2022, divulgado nesta quarta-feira (15), com balanço da economia e previsões para 2022. 

“A atividade econômica também deve se beneficiar da normalização da demanda por serviços prestados às famílias, que ainda está abaixo do nível pré-pandemia, e alguns setores industriais, principalmente aqueles ligados a investimentos, como a cadeia da construção civil e de bens de capital, as quais ainda devem ter o nível de produção impulsionado por pedidos e projetos provenientes de 2021”, explica Robson de Andrade.

Para 2022, o presidente da CNI diz ser importante combater o Custo Brasil. A redução do Custo Brasil é fundamental para o setor produtivo, que segue engessado por problemas estruturais. “Em primeiro lugar, precisamos aprovar a PEC 110, que promove uma reforma tributária ampla e vai simplificar e corrigir as distorções do sistema de arrecadação de impostos. Devemos, ainda, modernizar e ampliar a infraestrutura. Com custos competitivos, poderemos receber investimentos de empresas que querem diversificar a rede de fornecedores”, explica Robson Braga de Andrade. 

Segundo ele, o Brasil necessita de medidas que melhorem o ambiente de negócios e promovam a inserção internacional das empresas, além de políticas para atrair investimentos produtivos vinculados às cadeias globais de valor. “É indispensável eliminar a cumulatividade do sistema tributário e reduzir as despesas com logística e energia, para mudarmos a rota de baixo crescimento da última década”, afirma. Além disso, a reforma administrativa e a regulamentação do teto remuneratório do funcionalismo público são medidas importantes para contribuir com o equilíbrio fiscal.

No cenário pessimista, a previsão é de expansão do PIB de 2022 de 0,3% e, no cenário otimista, o Brasil crescerá 1,8%. 

Brasil crescerá 4,7% em 2021, calcula CNI

A CNI calcula alta de 4,7% do PIB do Brasil em 2021. A estimativa é menor do que o esperado no início do ano, devido às constantes quedas na indústria ocorridas no segundo semestre. De acordo com Robson Andrade, a expansão do PIB neste ano reverte a queda de 2020, mas o resultado não significa que os problemas acentuados pela crise e os desafios estruturais do país tenham sido superados. Há perda de ritmo da atividade econômica e as perspectivas para o próximo ano não são muito animadoras. 

“A inflação elevada, com consequentes altas nas taxas de juros, o alto endividamento das famílias, o desemprego, a escassez de insumos e matérias-primas e os custos de energia em elevação são fatores conjunturais desfavoráveis. Além disso, ainda há incertezas sobre o andamento da pandemia e o temor de algum retrocesso, como ocorre atualmente na Europa”, avalia Robson Braga de Andrade.
Indústria de transformação crescerá 5,2% em 2021

A CNI estima um crescimento de 5,2% da indústria de transformação em 2021. Esse percentual é bem inferior à previsão do Informe Conjuntural do 3º trimestre, de alta de 7,9%. O gerente-executivo de Economia, Mário Sérgio Telles, explica que o PIB da indústria de transformação assumiu uma trajetória de queda ao longo de 2021. A escassez e alta de insumos e de matérias-primas foram um dos fatores determinantes para a trajetória negativa da indústria neste ano. 

“Para 2022, esperamos um aumento gradual do emprego que, juntamente com a desaceleração da inflação e o Auxílio Brasil, deve minimizar o processo de perda de poder de compra por parte das famílias”, explica. Além disso, Mário Sérgio prevê regularização nas cadeias de suprimentos a partir da segunda metade de 2022. 

“Também será benéfico para a indústria brasileira a manutenção da desvalorização do real ao longo de 2022, que beneficiará as exportações do setor e incentivará a substituição de importações no mercado doméstico”, explica. Em um cenário-base, a indústria de transformação deve crescer 0,5% em 2022. 

Ocupação continuará em recuperação em 2022

O economista explica que número de pessoas ocupadas continuará crescendo e massa de renda real deve começar a se recuperar a partir da metade de 2022, em resposta à queda da inflação. Para 2022, espera-se continuidade na recuperação do consumo e do emprego nos serviços prestados às famílias, como transporte, alojamento e alimentação, associado ao aumento da circulação de pessoas. 

“Mas esse aumento não se deve à existência de novos elementos que impulsionem o setor, e sim à defasagem da recuperação desse segmento em relação a outros serviços, à indústria e à agropecuária”, analisa Mário Sérgio. 

A expectativa é de que, na segunda metade de 2022, quando a recuperação de serviços estiver próxima do nível de pré-pandemia, a atividade industrial esteja mais aquecida. 

No entanto, há um contingente populacional relevante que deve voltar a integrar a força de trabalho nos próximos trimestres. Assim, mesmo com a continuidade do crescimento da população ocupada, o retorno dessas pessoas ao mercado de trabalho manterá a taxa de desemprego pressionada para cima ao longo de 2022.

“Projetamos a continuidade do aumento da ocupação e da recuperação da força de trabalho ao longo do ano. Desta forma, o resultado da taxa de desocupação média deverá ser ligeiramente inferior à de 2021, ficando em 13%”, diz Mário Sérgio.

Inflação tende a desacelerar ao longo de 2022

Na avaliação da CNI, a continuidade do aumento da Selic, o desemprego ainda elevado, as despesas primárias do governo federal em queda real, a atividade econômica moderada e estabilidade nos preços dos combustíveis devem fazer com que a inflação desacelere. Para 2022, espera-se um IPCA de 5%, próximo do teto da meta de inflação. Esse cenário considera que não devem ocorrer novas alterações nas regras fiscais, que poderiam elevar a inflação, por meio da depreciação do real.

Neste ano, a CNI estima que a inflação deva desacelerar, moderadamente, em dezembro e fechar 2021 em 10,3%.

Taxa de câmbio em 2022: R$ 5,60 por dólar

A CNI projeta que taxa de câmbio terminará 2022 em R$ 5,60 por dólar, o mesmo patamar do fim de 2021. No entanto, há uma série de condicionantes e deve haver muita oscilação ao longo do ano. Essa previsão considera Selic em 11,5% ao ano e uma pequena elevação na taxa de juros nos Estados Unidos.

Brasil terá saldo comercial positivo em 2021

As altas de exportações e importações são significativas em 2021. Enquanto as exportações são puxadas majoritariamente pelos preços, sobretudo de commodities, as importações mostram crescimento generalizado em volume.

As estimativas da CNI para exportações, importações e saldo comercial para 2021 são, respectivamente, US$ 278,4 bilhões (alta de 33,1% em relação a 2021), US$ 219,5 bilhões (+38,2%) e US$ 58,9 bilhões (+16,9%).

Para 2022, a normalização do fornecimento de insumos e matérias-primas e a taxa de câmbio real, ainda bastante desvalorizada, darão fôlego às exportações brasileiras e estimularão um processo de substituição de importações. A CNI projeta que as exportações alcancem US$ 280 bilhões ano que vem, patamar um pouco superior ao de 2021.

Outros destaques do documento

COMÉRCIO, SERVIÇOS E AGROPECUÁRIA
- PIB do comércio deve crescer de 6,5% em 2021. O PIB de serviços, sem comércio, deve crescer 4,2% este ano. E a agropecuária deve se expandir em 2%.

CONSTRUÇÃO CIVIL
- O desempenho positivo do setor, acima do esperado, resulta em uma revisão acentuada da projeção de crescimento do setor por parte da CNI, de 5% para 8,2%, em 2021. Para 2022, a previsão é de alta de 0,6%.

MATÉRIA-PRIMA
- Escassez de semicondutores e chips deixe de causar paralisações de produção nas grandes empresas a partir do segundo semestre de 2022.

- Risco de redução da produção de magnésio da China tem o potencial de causar uma escassez de alumínio, que afetaria diversos setores industriais. Cerca de 80% da produção mundial de magnésio é chinesa.

MINÉRIO DE FERRO
- As exportações para a China representam quase 50% da produção de minério de ferro brasileira. Para 2022, a expectativa é de desaceleração do segmento imobiliário chinês e, consequentemente, redução da importação chinesa de minério de ferro.

CONTÊINER
- A expectativa é de que o transporte de carga conteinerizada só retorne ao patamar normal a partir do segundo semestre de 2022.

PETRÓLEO
- Preços de petróleo e derivados, inclusive combustíveis, continuarão elevados. 

ENERGIA
- Consumo de energia não deve apresentar grande crescimento. Essa expectativa se baseia no consumo ainda retraído dos consumidores cativos e do crescimento baixo esperado para os consumidores livres industriais, que estão entre os mais eletrointensivos.

RENDA DAS FAMÍLIAS
- O rendimento médio real das pessoas ocupadas caiu 11,1% entre o 3º trimestre de 2020 e o 3º trimestre de 2021.  Para 2022, avanço fraco do consumo, restringido pelos baixos rendimentos, inflação elevada e aumento do endividamento das famílias.

ECONOMIA MUNDIAL
- Em 2022 será impactada por tentativas de controle das pressões inflacionárias persistentes, crise energética e falta de matérias-primas, dados os desequilíbrios das cadeias de insumos globais.

COMMODITIES 
- Menor crescimento da economia mundial deve provocar queda moderada nos preços de commodities importantes na pauta de exportação brasileira.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 16/12/2021

Economia chinesa segue desacelerando e cresce expectativa de estímulo

De repente as autoridades chinesas passaram a emitir sinais muito mais fortes de apoio ao crescimento. A última rodada de indicadores de 2021, divulgada ontem, mostra o por quê disso.

Indicadores de novembro mostram que os consumidores enfrentam dificuldades, que o setor industrial está patinando e que o setor imobiliário ainda se encontra em apuros - embora com sinais iniciais de que a queda das vendas atingiu o fundo do poço e de alguma atividade na indústria de base.

No conjunto, os dados apontam para uma desaceleração adicional na economia da China, que começou no terceiro trimestre devido a uma crise de energia que restringiu a produção da fábrica e surtos esporádicos de covid-19 que afetaram o consumo. A contínua desaceleração no crucial mercado imobiliário, desencadeada pela crise de liquidez de incorporadores altamente endividadas, como a China Evergrande Group, também pesou sobre a economia.

A economia da China está com sérios problemas e mais apoio político, tanto fiscal quanto monetário, será necessário para evitar uma desaceleração ainda maior no ano que vem. Os números de crescimento do primeiro trimestre do próximo ano serão, pelo menos, apresentados sob uma luz um pouco mais favorável pela base de comparação anual mais fraca.

Quanto aos dados de novembro, as boas notícias foram, em sua maioria, incrementais. A produção industrial cresceu pelo segundo mês seguido, para 3,8% sobre o mesmo período do ano passado, de um aumento de 3,5% em outubro. Mas em outubro a força esteve concentrada nos setores de mineração e energia, que continuam se recuperando após o afrouxamento das restrições relacionadas ao meio ambiente e à segurança que resultaram em blecautes em várias partes do país no começo do quarto trimestre.

O crescimento da manufatura foi de 2,9% ao ano em novembro, de 2,5% em outubro, mas permanece bem abaixo dos níveis do terceiro trimestre, de 6%. O crescimento da mineração, por outro lado, foi de 6,2% - o mais forte desde 2019. O crescimento do setor de energia, aquecimento e abastecimento de água foi de 11,1%.

As notícias para os consumidores foram ainda piores. Após uma recuperação modesta do crescimento de 4,9% em outubro, o crescimento das vendas no varejo caiu para 3,9% no mês passado - provavelmente refletindo o impacto de mais um surto de covid-19 e a dura resposta das autoridades.

O cenário no setor imobiliário, que continua sendo a verdadeira chave para fazer girar a economia e evitar riscos financeiros, foi ambíguo. De um lado, os preços em muitas cidades de médio porte voltaram a cair, enquanto o crescimento em termos anuais da produção na indústria de base, da área construída e de novas construções continuou bastante negativo.

Por outro lado, as vendas de espaço físico aumentaram marginalmente na comparação mensal. Embora os investimentos residenciais tenham caído novamente em termos anuais, o ritmo da queda diminuiu pela primeira vez neste ano. Os preços futuros do vergalhão de aço também se recuperaram um pouco em Xangai nas últimas semanas. Algumas das medidas políticas recentes para apoiar o financiamento relacionado à habitação podem estar começando a surtir efeito sobre as margens.

No geral, os dados divulgados ontem trazem um quadro preocupante nesse fim de ano. As autoridades chinesas ainda terão muito trabalho para evitar que as coisas piorem em 2022. Nas últimas semanas, Pequim sinalizou que se empenhará em fortalecer a economia e tomar medidas para amortecer o golpe de um mercado imobiliário em rápido resfriamento.

“A China provavelmente adotará uma política fiscal mais pró-ativa no próximo ano”, disse Shuang Ding, economista do Standard Chartered Bank. Mas ele observou que o aumento da pressão inflacionária provavelmente limitará o escopo do banco central na flexibilização monetária.

Fonte: Dow Jones Newwires
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 16/12/2021