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2024 será, sem dúvida, tão desafiador quanto 2023, diz presidente da Usiminas

O ano de 2024 deve ser tão desafiador quanto foi 2023, diante do cenário político e econômico igualmente complexo ao visto no ano passado e do crescimento exponencial das importações de aço em condições de concorrência desleal, indicou o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, em teleconferência com analistas para comentar os resultados do quarto trimestre de 2023 nesta sexta-feira (9).

“Nossa visão é que 2024, sem dúvida, é igualmente desafiador a 2023. O ano começa com um cenário global muito similar com 2023, com forte pressão das importações em condições desleais, além de uma previsão de crescimento econômico baixo no Brasil”, afirmou.

No ano passado, as importações de aço chinês saltaram cerca de 50% e podem subir outros 20% em 2024, conforme estimativa do Instituto Aço Brasil (Iabr). Diante disso, as siderúrgicas brasileiras seguem pleiteando junto ao governo a elevação da alíquota de importação para 25%, como já fizeram Estados Unidos, Europa, México e outros países.

Apesar desse ambiente, disse o executivo, a companhia vê boas oportunidades nos diferentes setores em que opera e deve se beneficiar da recente reconfiguração de suas operações industriais, também por causa do início de operação do alto-forno 3, de forma que os resultados em 2024 devem ser melhores que os vistos no ano passado. Novos investimentos das montadoras, redução da taxa de juros, o Novo PAC e o pacote para a indústria recém-anunciado pelo governo, por sua vez, também trazem boas perspectivas.

Conforme o presidente da Usiminas, a recomposição das tarifas de importação de cinco tipos de barras e tubos de aço, para níveis entre 12% e 16%, anunciada ontem (9) pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), não traz alívio para a siderurgia brasileira. “São 227 mil toneladas de 5,7 milhões de toneladas importadas no ano passado. Ou seja, esse impacto é marginal”, comentou.

“[A medida] é absolutamente insuficiente. A expectativa é que se consiga colocar taxas que permitam criar isonomia e equilíbrio, porque é desleal a concorrência que estamos enfrentando. A preocupação é com o desenvolvimento industrial do Brasil”, ressaltou.

Na avaliação de Chara, 2023 foi um ano “muito desafiador e de transformação” para a Usiminas, em meio ao ambiente global complexo que acabou resultando no forte aumento das importações de aço no Brasil, com impacto negativo em toda a cadeia de valor. Internamente na companhia, o ano foi marcado pela reforma do alto-forno, acrescentou.

“Hoje podemos dizer que estamos preparados para impulsionar as oportunidades de crescimento da indústria brasileira. Precisamos estimular a reindustrialização do Brasil e estamos trabalhando com iniciativas e ideias, junto ao setor público, para criar o cenário propício que garanta o desenvolvimento econômico verde e sustentável”, acrescentou.

Contratos

A Usiminas encerrou as negociações com montadoras, para contratos válidos a partir de 1º de abril, com descontos na faixa de 9% a 12%, segundo o vice-presidente comercial da siderúrgica, Miguel Homes. A expectativa é manter esse nível de descontos para esses contratos.

Conforme o executivo, os contratos que são atualizados no início do ano representam entre 25% e 30% das vendas da companhia para o setor automotivo, enquanto os contratos de abril respondem pela maior parte, cerca de 70%.

“A expectativa é fechar condições em patamar similar ao fechado aos contratos de janeiro”, comentou, em teleconferência com analistas.

Homes informou ainda que a Usiminas elevou em 6% o preço praticado junto às distribuidoras de aço, a partir do dia 1º deste mês, em negociações que são mensais. Já os preços para clientes industriais, que são negociados por trimestre ou semestre, seguem estáveis.

Diante disso, a Usiminas projeta receita por tonelada estável no primeiro trimestre. Essa é a primeira vez que a companhia fornece esse tipo de orientação para seus resultados.

“Tem a sazonalidade típica do começo do ano. Mas a demanda doméstica no primeiro trimestre está bastante estável. Por isso, a expectativa é de estabilidade [da receita] contra o quarto trimestre”, acrescentou.
Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/02/2024

Tarifa de importação do vergalhão de aço retorna a 12%

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) aprovou nesta quinta-feira (08/02) recomposição da alíquota de importação do vergalhão de aço, que passou de 10,8% para 12%. Além de elevar os custos da habitação e reduzir o acesso à moradia da população de baixa renda, a medida gera preocupação também em função de um possível aumento futuro para 25%, que está sob análise, e que traria efeitos danosos para toda a cadeia da indústria da construção civil e imobiliária.

Em maio de 2022, atendendo à solicitação da ABRAINC e CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a tarifa de importação do aço foi temporariamente reduzida para 4%, válida até dezembro de 2022. Este movimento teve grande importância no setor ao conter uma elevação de quase 100% no preço do vergalhão ao longo dos dois anos anteriores. Os impactos dos aumentos de preços registrados em 2021 e 2022 foram especialmente severos para a habitação de baixa renda, resultando na inviabilidade de diversos projetos e reduzindo a produção de moradias do programa Casa Verde e Amarela (atual MCMV) em mais de 20%.

O aumento atual na tarifa teria como justificativa uma proteção ao aço brasileiro. Entretanto, para o mercado de vergalhão, que é o aço utilizado na construção civil brasileira, isso não se faz necessário, pois, apenas 4% do consumo aparente de vergalhão no Brasil tem origem importada. Além disso, a importação de vergalhão representa somente 3% do volume total de aço importado no Brasil, o que não necessitaria de adoção de medidas protetivas para esse produto.

Por outro lado, a majoração na alíquota para 25% tem um efeito direto na formação do preço do aço comprado pelas construtoras brasileiras, o que acarretaria em um grande aumento de custos de produção.

Para Luiz França, presidente da ABRAINC, o setor não tem capacidade de absorver novos aumentos. “A elevação para 12% foi ruim, mas se tivesse sido de 25% teria sido desastrosa para o setor. A medida em vigor já acarretará em impactos no custo das moradias, prejudicando principalmente o acesso à habitação para a população de menor renda, que possui menor capacidade para absorver parcelas mais elevadas. Além disso, a decisão pode desestimular não apenas a construção de habitação popular, mas também a criação de novos empregos”, afirma o executivo.
Fonte: De Olho Na Midia
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/02/2024

 

Governo recompõe imposto de importação de produtos do aço reunidos em 5 códigos do Mercosul

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) aprovou nesta quinta-feira, 8, o aumento da alíquota do imposto de importação de produtos do aço reunidos em cinco códigos tarifários da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Com isso, a taxa de importação dessas NCMs passam de 10,8% para 12% (um caso), de 12,6% para 14% (dois casos) e de 14,4% para 16% (dois casos), retornando ao nível da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

As NCMs se referem a Barras de ferro ou aço não ligado, a quente, dentadas, com nervuras, sulcos ou relevos, obtidos durante a laminagem, ou torcidas após laminagem (7214.20.00); Outros tubos e perfis ocos, sem costura, de ferro ou aço, dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos (7304.19.00); Outros tubos de ligas de aços, não revestidos, sem costura, para revestimento de poços etc (7304.29.39); Outros tubos soldados, de seção circular, de ferro ou aço não ligado (7306.30.00); e Outros tubos soldados, de seção quadrada ou retangular (7306.61.00).

A tarifa desses itens havia sido rebaixada unilateralmente pelo Brasil em 2022, junto com diversos outros produtos. O MDIC destacou em nota que a decisão pela recomposição das alíquotas atende parcialmente pleitos do setor. Como tem mostrado o Broadcast, a indústria siderúrgica pressiona o governo a elevar a taxação do aço em 25%, mas a medida é vista com muita ressalva tanto por integrantes do Executivo como pelo mercado atendido pela siderurgia, que temem impactos inflacionários a partir de uma eventual sobretaxa.

"Esses pedidos continuam sob análise da Camex", disse o secretário executivo do Mdic, Márcio Elias Rosa, que presidiu a reunião. A nota do MDIC, contudo, não especifica as solicitações que ainda estão sob crivo da Camex. "A deliberação de hoje apenas recompôs as alíquotas das 5 NCMs que foram, em 2022, objeto de decisão unilateral do governo brasileiro. Não é elevação, é recomposição das alíquotas", afirmou Elias Rosa, segundo a pasta.

Fonte: Agência Estado
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/02/2024

Inea recertifica laboratório da CSN para análises de efluentes

O Laboratório de Química Ambiental da Companhia Siderúrgica Nacional, localizado no Centro de Pesquisas em Volta Redonda, foi autorizado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) para analisar os efluentes lançados no Rio Paraíba do Sul pelas unidades da CSN Usina Presidente Vargas e Porto Real.

O processo de recredenciamento, que ocorre a cada dois anos, é realizado por meio de auditorias rigorosas que avaliam a conformidade dos laboratórios do Centro de Pesquisa, possibilitando a empresa monitorar e atender as legislações ambientais aplicáveis aos lançamentos de efluentes de acordo com os critérios estabelecidos ambientais do Município, Estado e Federação.

São aproximadamente 10.000 análises laboratoriais realizadas anualmente pelos nossos colaboradores, envolvendo diversas equipes responsáveis por atividades como coleta, transporte das amostras para o laboratório, preparação das amostras, análise das amostras e elaboração de relatórios com os resultados das análises.

Gestão hídrica da CSN

O monitoramento das águas e efluentes é uma etapa crucial na gestão hídrica da UPV, permitindo o reuso dos efluentes gerados em seus processos. A CSN destaca-se como referência na indústria siderúrgica, apresentando um índice de recirculação de aproximadamente 94%, o que representa um consumo de água significativamente inferior em comparação com outras produtoras de aço.

Fonte: A Voz da Cidade
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/02/2024

CSN (CSNA3) precifica reabertura de títulos externos, no valor de US$ 200 milhões

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) CSNA3 precificou a reabertura (retap) da oferta de títulos representativos de dívida denominados Notes emitidos em dezembro de 2023 no mercado externo por sua subsidiária CSN Resources, no valor de US$ 200.000.000,00, com vencimento em 2030 e juros de 8,875% ao ano.

As notes serão garantidas, incondicional e irrevogavelmente, pela companhia.

O valor total agregado das notes após a reabertura (retap) vai ser de US$ 700.000.000,00.

A liquidação das notes foi prevista para o dia 13 de fevereiro de 2024.

A companhia diz ter a intenção de utilizar os recursos líquidos captados por meio das notes para:

- i) pagamento de dívidas; e
- ii) fins corporativos diversos. 

O comunicado não constitui uma oferta de venda ou uma solicitação de pedidos de compra, nem permite a venda desses títulos em qualquer estado ou jurisdição em que uma oferta, solicitação ou venda seja ilegal.

Os títulos foram oferecidos a investidores institucionais qualificados em conformidade com a lei de mercado de capitais dos Estados Unidos da América e alterações posteriores (Rule 144A no âmbito da U.S. Securities Act of 1933) e para cidadãos não-americanos (non-U.S. persons) em operações internacionais fora dos Estados Unidos (Regulation S).

Os títulos não foram registrados sob a U.S. Securities Act of 1933 ou qualquer outra regulamentação de qualquer estado, e não deverão ser ofertados ou vendidos nos Estados Unidos, ou para cidadãos americanos, sem registro ou que tenham alguma isenção aplicável.

A emissão das Notes não foi, e nem vai ser, registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A emissão das Notes não vai ser realizada no Brasil, exceto em circunstâncias que não constituam uma oferta pública segundo as disposições legais e regulamentares brasileiras.

Fonte: Space Money
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/02/2024

Moradores temem colapso de barragem em MG enquanto esperam muro de contenção da Arcelor

Moradores da cidade mineira de Itatiaiuçu, que vivem nas proximidades de uma barragem de rejeitos de minério de ferro da ArcelorMittal considerada de alto risco, acompanham apreensivos a construção pela empresa de um muro que visa conter uma onda gigante de lama na hipótese de um rompimento.

Ainda que a empresa afirme que removeu moradores da área de risco e já tenha até acertado indenizações com centenas de famílias, o medo faz parte do cotidiano da população, uma situação que deve perdurar pelo menos até setembro de 2025, quando a obra do muro de contenção tem previsão de ser concluída.

Os riscos em Itatiaiuçu chamam a atenção para outras cerca de 30 barragens sem garantia de estabilidade no Brasil e reverberam temores com um eventual desastre após dois grandes colapsos em Minas Gerais. Em 2015, em Mariana, e em 2019, em Brumadinho, centenas de pessoas morreram após a lama do rejeito de mineração da Samarco e da Vale (VALE3) destruir comunidades e atingir rios e florestas.

Construída em 1987 e desativada desde 2012, a barragem da ArcelorMittal que atendia a Mina de Serra Azul contém atualmente mais de 5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM).

A estrutura está também embargada por não ter atestado sua estabilidade — algo que ocorre atualmente no Brasil com 7% das 453 barragens de mineração inseridas na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e que são obrigadas a entregar o documento.

“A gente sofre muito medo, muita angústia de estar debaixo de uma barragem, que tem risco 3 de rompimento”, disse à Reuters o comerciante Wilson Vieira de Souza, referindo-se ao mais alto grau de risco para barragens em classificação feita pela ANM.

“Várias pessoas passaram mal, muitas pessoas adoeceram, muitas pessoas já morreram e ainda a gente está aqui nessa briga com essa mineradora que vem causando tantos danos para a gente aqui desta comunidade.”

O comerciante deu entrevista à Reuters no distrito de Pinheiros, que abriga o muro de contenção em construção e está repleto de placas indicativas de rota de fuga para o caso de um eventual rompimento.

As tragédias anteriores estão frescas na memória dos moradores de Minas Gerais, um Estado que vive dividido historicamente entre os retornos econômicos trazidos pelas mineradoras e os impactos da atividade no meio ambiente e em suas comunidades.

“Se ela (a barragem) estourar lá em cima, nós ficamos ilhados aqui embaixo, a lama não deixa (sair), estoura asfalto, estoura tudo, igual foi em Brumadinho, estourou tudo e a gente fica naquela situação”, disse o aposentado Milton Teixeira Reis, morador do distrito de Pinheiros.

Outra grande preocupação de autoridades com um eventual rompimento é com a possibilidade de contaminação de afluentes que desembocam no rio Manso, responsável por 40% do abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte, segundo a secretária do Meio Ambiente da cidade de Rio Manso, Marina Amaral Ferreira. Itatiaiuçu está a cerca de 75 km da capital mineira.

“As medidas que nós vemos para diminuir o impacto ambiental que será causado pelo possível rompimento seria a construção de uma barreira de contenção, que a mineradora já vem construindo, mas que ao meu ver e da população o andamento ainda está muito fraco”, afirmou.

OBRA ATÉ 2025 

Procurada, a ArcelorMittal afirmou que em 2019 realocou preventivamente todos os moradores residentes dentro da Zona de Autossalvamento (ZAS), “de modo a garantir total segurança das pessoas”.

Segundo a companhia, das 58 famílias que foram realocadas provisoriamente em imóveis alugados pela empresa, 41 se encontram em residências definitivas. Até o final de janeiro, 606 famílias fecharam acordos de indenização individuais com a empresa, adicionou. 
“Não há nenhum morador em risco”, afirmou, em uma resposta por email, pontuando ainda que a barragem é monitorada 24 horas por dia.

O muro de contenção em construção, segundo a ArcelorMittal, será capaz de conter todo o rejeito em um caso de eventual rompimento e está previsto para ser concluído em setembro de 2025, o que permitirá o início dos trabalhos de descaracterização da barragem.

A companhia disse ainda estar cumprindo acordo firmado com a comissão de atingidos e com os ministérios públicos federal e estadual, com critérios para indenizações de moradia, atividades econômicas e agropecuárias, danos morais e parte dos danos coletivos.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/02/2024