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Ternium registra lucro de US$ 414 milhões no 4º trimestre

A Ternium registrou lucro líquido de US$ 414 milhões no quarto trimestre, um crescimento expressivo em relação aos US$ 40 milhões apresentados um ano antes.

“As remessas de aço no México permaneceram fortes em um período sazonalmente mais fraco, auxiliadas pelo crescimento contínuo da demanda dos clientes comerciais”, diz a Ternium em comentários que acompanham o balanço. Além disso, a empresa também está consolidando os resultados da Usiminas no Brasil, algo que passou a acontecer após julho de 2023.

Os embarques de aço chegaram a 4 milhões de toneladas, um crescimento de 33,3%, enquanto os produtos de mineração avançaram de 900 mil toneladas para 3,3 milhões de toneladas.

As receitas da siderúrgica latino-americana somaram US$ 4,93 bilhões, uma alta de 39% na comparação anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado avançou 115%, para US$ 651 milhões. A margem Ebitda ajustada passou de 9% para 13%.

De acordo com a companhia, a margem Ebitda permaneceu fraca no trimestre, devido à consolidação das operações siderúrgicas da Usiminas, que continuou a registrar um nível relativamente baixo de lucratividade à medida que aumentava seu principal alto-forno em sua unidade de Ipatinga.

Além disso, a Ternium registrou um ganho cambial líquido de US$ 171 milhões no período, principalmente devido ao impacto positivo da desvalorização do peso argentino na posição líquida curta em moeda local da Ternium Argentina.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/02/2024

Metalúrgica Gerdau (GOAU4) reporta lucro líquido de R$ 603 milhões no 4TRI23, queda de 50%

A Metalúrgica Gerdau ($GOAU4) divulgou lucro líquido de R$ 603 milhões no quarto trimestre do ano passado (4TRI23), ante o lucro líquido de R$ 1,2 bilhão do mesmo trimestre do ano anterior, tendo uma retração de 50%. No acumulado do ano, a empresa obteve lucro líquido de R$ 7,5 bilhões ante lucro líquido de R$ 11,4 bilhões de 2022, recuo de 34,3%.

Em termos ajustados, o lucro líquido no 4TRI23, foi de R$ 748 milhões ante R$ 1,3 bilhão do 4TRI22, uma variação negativa de 43,4%. No acumulado de 2023, o lucro líquido foi de R$ 6,9 bilhões contra R$ 11,5 bilhões de 2022, uma queda de 40,4%.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 130 milhões no 4TRI23 ante resultado negativo de R$ 448 milhões no mesmo trimestre do ano anterior.

Já o ebitda, por sua vez, alcançou R$ 1,6 bilhão no trimestre apurado ante R$ 3,2 bilhões do mesmo período do ano anterior, tendo uma retração de 48%.

Fonte: Eu Quero Investir
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/02/2024

STF retoma julgamento sobre manutenção de benefício fiscal para reciclagem

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, no Plenário Virtual, a análise de recurso para tenta reduzir o impacto de julgamentoque derrubou um importante benefício fiscal para o setor dereciclagem: a isenção de PIS e Cofins na venda de reciclados, que vigorou por pouco mais de 15 anos. As empresas tentam evitar uma conta de pelo menos R$ 4,1 bilhões, referente aos recolhimentos que deixaram de ser feitos no passado. Por enquanto, apenas dois ministros votaram, sugerindo um limite temporal (modulação de efeitos) para a aplicação da decisão.

No julgamento, os ministros analisam recursos (embargos de declaração) de associações de empresas contra decisão do STF tomada em junho de 2021. Alegam que o posicionamento tem impactos no meio-ambiente, uma vez que, com a tributação, os preços dos recicláveis perdem competitividade em comparação com os dos insumos extraídos da natureza.

Em 2021, o STF declarou inconstitucionais dois dispositivos da Lei do Bem (nº 11.196/2005), que prevê incentivos fiscais para empresas que fazem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica. Ao derrubar o artigo 47 da norma, os ministros autorizaram o uso de créditos de PIS e Cofins na aquisição de insumos recicláveis — desperdícios, resíduos, aparas, vidros e aço, por exemplo. Consequentemente, também consideraram inválida a isenção das contribuições, concedida pelo artigo 48 na venda desses materiais.

Voto do relator

Para o relator, ministro Gilmar Mendes, os artigos 47 e 48 da lei formam um “bloco unitário incindível”. A declaração de inconstitucionalidade apenas do primeiro dispositivo, afirmou, faria com que o conjunto perdesse sentido e racionalidade. O ministro negou o pedido das empresas para reanálise do mérito. Mas defendeu a imposição de um limite temporal (modulação de efeitos) ao entendimento.

Pela proposta original do relator, ficaria definida uma data para início da cobrança das contribuições: 16 de junho de 2021, quando foi publicada a ata do julgamento de mérito.

Em voto depositado hoje, o relator alterou a modulação, tendo em vista indicação do ministro Dias Toffoli em voto divergente que já havia sido apresentado. Nova proposta de modulação do relator é para que sejam produzidos efeitos a partir do exercício seguinte à data de publicação da ata de julgamento dos embargos.

“Não há dúvidas de que o afastamento da proibição de apropriação de créditos de PIS/Cofins fatalmente causará impactos financeiros de relevo, obrigando a União a reformular aspectos significativos de sua programação orçamentária”, afirma ele, em seu voto.

O ministro também considerou que a invalidação do benefício tributário poderia levar à cobrança retroativa de PIS e Cofins sobre vendas de insumos recicláveis. “A injustiça da medida é manifesta, porque, em se tratando de operações pretéritas, não há meios para o contribuinte repassar o ônus tributário para os elos seguintes da cadeia produtiva”, diz.

Sem a modulação, as vendedoras de recicláveis poderão ter que desembolsar R$ 4,1 bilhões em PIS e Cofins relativos aos últimos cinco anos, segundo estudo feito em abril de 2022 pela consultoria GO Associados.

Voto divergente

Consta no sistema o voto divergente do ministro Dias Toffoli – sem indicação se atualizado ou não após o voto do relator. Para Toffoli, o artigo 48 da lei é constitucional, portanto, seria possível manter a suspensão da exigência do PIS e da Cofins no primeiro elo da cadeia econômica. Pela norma, a isenção é aplicada na venda de recicláveis para empresa que apura o Imposto de Renda no lucro real.

Ainda segundo Toffoli, se vencido nesse entendimento, o STF deve dar prazo para que o Congresso, se quiser, voltar a equiparar a cadeia de materiais recicláveis à cadeia extrativista no que diz respeito à tributação de PIS e Cofins. Os demais ministros tem até a próxima sexta-feira, dia 23, para votar ou suspender o julgamento (RE 607109).

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/02/2024

Açotubo assume o controle de empresa com operações no Peru e na Colômbia

O grupo Açotubo, fundado pela família Bassi e dono de uma das maiores distribuidoras de aços e tubos do Brasil, está avançando em seus planos de internacionalização e avalia novas oportunidades, incluindo aquisições, para ampliar presença no mercado latino-americano. Outros grandes distribuidores locais também se lançaram no mercado externo, mas a principal dificuldade tem sido competir em preço nos outros países.

Presente desde 2020 no Peru e na Colômbia, a Açotubo cruzou a fronteira nacional ao se tornar sócia da peruana Systemas de Perforación y Geotecnia (SPG) via Incotep, empresa do grupo que fornece sistemas metálicos (tirantes) usados em ancoragem e infraestrutura. Agora, vai comprar a participação da SPG no negócio, mediante desembolso de R$ 12 milhões, assumindo a totalidade das operações, que são menores do que a brasileira.

“A ideia é ir para outros países”, diz o presidente da Açotubo, Breno Bassi. Com faturamento de R$ 2 bilhões em 2023, um recuo de 15% frente ao apurado no ano anterior em meio à queda dos preços domésticos dos produtos siderúrgicos, a empresa elevou em 34% os investimentos previstos para este ano, de R$ 35 milhões para R$ 47 milhões, em linha com a estratégia de internacionalização. Em torno de 80% do valor que será aportado virá do caixa do grupo.

Ainda não há decisão sobre qual modelo societário será usado para expansão no mercado internacional. A Açotubo também tem uma parceria em tubos industriais com a francesa Vallourec, que é majoritária com 75% da operação. A joint venture produz tubos de aço para a indústria.

Segundo Bassi, a SPG Incotep ensinou ao grupo como operar em outro país e a ter um sócio nos negócios. Fundada há 50 anos, a Açotubo tem controle familiar. Os três fundadores, os irmãos Luiz, Ribamar e Wilson Bassi, já migraram para o conselho de administração, que hoje conta com outros dois membros independentes, e a segunda geração, da qual Breno faz parte, está no dia a dia dos negócios.

“Da mesma forma que fizemos a internacionalização dessa divisão, a Açotubo tem um portfólio maior que isso. A ideia é olhar para essas e outras localidades da América Latina e levar esse portfólio. Queremos crescer [lá fora] com os outros produtos”, conta. Uma decisão sobre o próximo passo no mercado internacional deve sair ainda em 2024.

Conforme Bassi, 2023 ainda foi um ano bom, apesar da expectativa inicial de que fosse mais positivo. No exercício, a Açotubo, que oferece desde barras e tubos de aço carbono a aços inoxidáveis usados em diferentes indústrias, registrou o terceiro melhor resultado da história, embora com queda na comparação anual.

A empresa tem também uma parceria em tubos industriais com a francesa Vallourec, que é majoritária, com 75% da operação

Em volume, a baixa foi menor do que a vista nas receitas, de 2,5%, para 114 mil toneladas - um recuo também menor do que o visto no mercado, da ordem de dois dígitos, na média da indústria siderúrgica instalada no país. O principal redutor dos resultados foram os preços, que caíram entre 12% e 14%, na esteira da maior oferta global vinda sobretudo da China. Russos e sul-coreanos também contribuíram para o excesso de oferta no mercado global em 2023. “A Açotubo acaba sendo um repassador de preços Se cai na usina, precisamos ajustar o preço. E o aço inox caiu ainda mais”, conta.

Relativamente ao mercado, o melhor desempenho da empresa pode ser atribuído a medidas internas, em particular com iniciativas de gestão de despesas e eficiência operacional. Os investimentos, no ano passado, somaram R$ 30 milhões, entre caminhões, sistemas e ponte rolante.

Importante distribuidora de aço das siderúrgicas locais, a Açotubo tem 85% de suas vendas associadas a essas usinas e 15%, à importação. Questionado sobre o forte avanço das importações no último ano, em especial no segundo semestre, Bassi ressalta que a empresa acredita na parceria com as siderúrgicas instaladas no país, mas fica dividida em relação ao embate em curso.

As siderúrgicas pedem ao governo a elevação da alíquota de importação a 25%, enquanto setores consumidores de produtos siderúrgicos se colocam veementemente contra a alteração da tarifa. “Temos clientes na Abimaq [indústria de máquinas e equipamentos], mas também vemos como as usinas são pressionadas pelo aço chinês”, explica.

Para 2024, a perspectiva é de crescimento de cerca de 5% no consumo aparente de aço no país. A Açotubo, por sua vez, projeta crescimento de 7,5% em volume, com ganho de participação. Uma “boa posição” em máquinas agrícolas, melhor ainda no segmento de energia solar (fotovoltaico), em mineração e óleo e gás devem assegurar esse desempenho. Conforme Bassi, “2024 deve ser moderadamente melhor que 2023”. “Temos conversas com clientes que indicam que o primeiro trimestre ainda está mais desafiador”, diz.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/02/2024

Imposto do pecado sobre extração de minérios pode prejudicar competitividade do setor

Representantes da mineração afirmam que a incidência do Imposto Seletivo sobre o setor pode diminuir a competitividade das empresas brasileiras no comércio internacional e encarecer a fabricação de bens consumidos internamente. 

Novidade do novo sistema tributário, o chamado "imposto do pecado" tem o objetivo de desestimular o consumo de produtos ou serviços que sejam considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. 

A regulamentação do tributo está prevista para ocorrer este ano, mas, no texto base que o Congresso aprovou no ano passado, há a previsão de incidência do imposto sobre a extração de recursos naturais, como é o caso dos minerais. 

Presidente da Frente Parlamentar Mista da Mineração Sustentável, o deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG) afirma que a incidência do imposto sobre o setor é um "equívoco". 

Segundo ele, o novo sistema tributário é contraditório ao propor a não oneração das exportações e, ao mesmo tempo, permitir a cobrança do IS sobre a extração de minérios, que têm participação na balança comercial brasileira.  

"Eu vejo conflito. Países da América Latina, da OCDE, do BRICS, que cobram imposto seletivo não cobram sobre a mineração, exatamente porque há esse entendimento no mercado global de não exportar impostos", explica. 

Ele diz que a experiência internacional de cobrança do imposto do pecado se dá sobre itens como cigarro e bebida alcoólica, por exemplo, ao passo em que a mineração é preservada por conta de seu papel estratégico para a economia. 

Zé Silva afirma que onerar a extração de minérios não prejudicará apenas a competitividade das empresas do setor externamente, mas as atividades econômicas que dependem dessas matérias-primas. 

"51% do aço produzido no Brasil é consumido em construção civil, indústria automobilística, bens de consumo, utilidades domésticas, ou seja, vai para o cidadão comum. Não vai onerar só o setor e tirar a competitividade. Vai criar também um problema para o cidadão, porque, no final, quem vai pagar a conta é ele", destaca. 

Lei complementar vai definir o que será taxado pelo "imposto do pecado"

Mais um tributo

O Ibram defende que o Imposto Seletivo não deveria incidir sobre a mineração porque a atividade já é tributada no país por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Trata-se de um tributo que as empresas mineradoras pagam à União, aos estados e aos municípios pela exploração dos recursos minerais.  

Além disso, a entidade afirma que cobrar IS sobre os minerais vai na contramão das tendências globais de incentivo à busca por minerais críticos e estratégicos, sobretudo na chamada transição energética e economia de baixo carbono. O argumento é de que as fontes de energia limpa, como a solar, precisam desses materiais. 

"A energia solar precisa de onze elementos químicos que vem da mineração. Então, ela é importante na transição energética, na redução da dependência brasileira de fertilizantes e na produção de alimentos", completa Zé Silva. 

Articulação

Entidades representativas, especialistas e parlamentares ligados ao setor têm se reunido para elaborar propostas sobre o imposto do pecado e sua incidência na mineração. A ideia é apresentá-las ao Grupo de Trabalho do governo que está desenhando a regulamentação do imposto. 

Fonte: Brasil 61
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/02/2024

Apesar da concorrência chinesa, ArcelorMittal retoma produção em Tubarão

O início de 2024 tem sido positivo para a ArcelorMittal Tubarão. Depois de se ver obrigada - por conta da conjuntura internacional do mercado de aço - a reduzir em algo perto de 20% a produção de placas, no último trimestre de 2023, e até a cogitar o abafamento um de seus três alto-fornos, a siderúrgica voltou a trabalhar dentro da normalidade em janeiro e fevereiro. O número exato de utilização do parque não foi divulgado, apenas que a produção está "próxima da capacidade nominal". Tubarão pode produzir 7,5 milhões de toneladas de placas por ano, é a maior siderúrgica do Brasil.

Para driblar a concorrência do aço chinês aqui dentro do Brasil, a ArcelorMittal, conglomerado com atuação em todo o planeta, usou de um conhecido expediente dentro da companhia: fornecimento de placas de aço para outras unidades do próprio grupo. Tubarão conseguiu retomar a produção porque passou a vender para unidades da ArcelorMittal localizadas na América do Norte e na Europa. Algo semelhante foi feito em 2008 e 2009, em plena crise do subprime norte-americano. Sem ter para onde vender na época, Tubarão passou a fornecer placas de aço para a usina do grupo em Calvert, no Alabama, Estados Unidos.

O setor siderúrgico do Brasil, assim como o de outros países, enfrenta dificuldades por causa da baixa demanda chinesa. Além de não comprar aço, a China está mandando para fora um produto a valores bem baixos (boa parte da produção chinesa é subsidiada pelo Estado). "A empresa mantém o entendimento de que o ano de 2024 será desafiador por conta do crescimento da importação de aço estrangeiro no Brasil. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, em dezembro de 2023 a taxa de penetração das importações brasileiras de produtos siderúrgicos em aços planos atingiu 26,7%, maior índice do ano. O indicador reforça o posicionamento do setor para que o Brasil eleve a tarifa de importação para 25% (hoje está em 10%), como já adotado em outros países", informou a ArcelorMittal por meio de nota. 

Fonte: A Gazeta
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/02/2024