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Siderurgia pode alcançar emissões zero já em 2040, diz estudo

O think tank de energia alemão Agora divulgou nesta quinta-feira (15) um relatório que afirma que um setor siderúrgico com emissões líquidas zero até o início da década de 2040 já é tecnicamente viável. O estudo indica como principais estratégias para este resultado a eficiência no uso dos materiais, o aumento da reciclagem, a produção de aço com base em hidrogênio verde, além da bioenergia e de algumas abordagens de captura e armazenamento de carbono (BECCS).

A análise é uma das primeiras a traçar um cenário viável em que o ferro e o aço deixam de ser um setor difícil de descarbonizar, o que favorece a ambição climática global.

"Nosso estudo mostra que é hora de remover o rótulo 'difícil de abater' do setor siderúrgico", disse Frank Peter, diretor da Agora. "As tecnologias e estratégias necessárias para atingir o zero líquido já existem - agora os governos e as empresas precisam combinar seus esforços para implantá-las rapidamente."

O relatório destaca que o Brasil (22%) é o segundo maior exportador de minério de ferro, atrás da Austrália (53%) e bem à frente dos últimos três fornecedores internacionais relevantes: África do Sul (4%); Canadá (3%) e Ucrânia (3%). O Brasil se destaca como aquele com maior capacidade de produção de hidrogênio verde, já que a obtenção ‘limpa’ desta gás depende da disponibilidade de energia renovável, um ativo que tem se fortalecido no país com o crescimento solar e eólico.

A recomendação do relatório é que em vez de tentar exportar hidrogênio verde, países exportadores de ferro como o Brasil deveriam se preparar para investir em "hidrogênio incorporado" na forma de ferro e aço verdes.

“As exportações de ferro verde proporcionarão novas oportunidades aos países que planejam exportar hidrogênio renovável ou de baixo carbono, criando mais empregos no mercado interno e permitindo que os países capturem uma parte adicional de valor agregado da cadeia de valor da siderurgia”, explica o relatório. “Em comparação com o cenário em que esses países exportariam minério de ferro e hidrogênio e seus derivados por navio, a exportação de ferro verde poderia permitir um ganho de cerca de 16% em empregos empregos locais e um aumento de 18% no valor agregado.”

O relatório afirma também que o comércio de ferro verde pode reduzir os custos da transformação global do aço, sendo vantajoso tanto para exportadores, como importadores. Isso porque o transporte de hidrogênio incorporado como ferro verde será significativamente mais barato do que o transporte de hidrogênio e seus derivados por navio. E para os importadores, o ferro verde pode aumentar a competitividade da produção de aço com baixo teor de carbono, ajudando assim a manter os empregos locais no setor siderúrgico.

Para impulsionar este cenário, os analistas da Agora recomendam a construção de parcerias entre exportadores e importadores. A Austrália, líder do mercado de ferro, saiu na frente também ao estabelecer em 2021 uma cooperação internacional em aço verde com a Coreia do Sul, seu terceiro maior cliente.

"A década de 2020 é uma grande encruzilhada para o setor siderúrgico global. As decisões corretas sobre políticas e investimentos hoje evitarão o aprisionamento de alto teor de carbono e ativos irrecuperáveis e nos colocarão no caminho de investimentos compatíveis com zero líquido que podem garantir o futuro do setor e de seus empregos", projeta Peter.

O relatório ressalta as abordagens que não terão êxito, como a captura e o armazenamento de carbono (CCS) combinado à energia do carvão, que “não desempenhará um papel importante na transformação global do aço”. Segundo o estudo, “as novas usinas siderúrgicas baseadas em carvão enfrentarão um alto risco de aprisionamento de carbono e de ativos irrecuperáveis.”

Fonte: Folha PE
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/06/2023

Minério de ferro fecha em queda nesta segunda-feira no mercado asiático

Os  contratos futuros do minério de ferro em Cingapura fecharam os negócios hoje em queda de -2,75%, valendo US$ 109,45 por tonelada. Os contratos à vista encerraram o dia em queda de -2,11% aos US$ 111,35 por tonelada.

Na Bolsa de Dalian, na China, o minério foi negociado também em queda de -1,81% a US$ 109,99 por tonelada.

Fonte: ADVFN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 12/06/2023

Minério de ferro amplia ganhos com apostas em estímulo na China

Por Enrico Dela Cruz

(Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro negociados nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram nesta segunda-feira para seus níveis mais altos em seis semanas, com traders apostando em uma recuperação na demanda depois que uma reportagem afirmou que o maior produtor de aço da China estava trabalhando em novas medidas para apoiar seu mercado imobiliário.

Os reguladores estão considerando um pacote de medidas, incluindo flexibilizações adicionais a restrições para compras residenciais, informou a Bloomberg News na sexta-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

A China lançou recentemente medidas de apoio para o setor em dificuldades, um dos principais impulsionadores da demanda por aço e considerado um pilar da economia do país, mas a ação política parecia inadequada para sustentar uma recuperação.

 

Os indicadores chineses decepcionantes também alimentaram as esperanças de uma intervenção política adicional, disseram analistas.

O minério de ferro mais negociado em Dalian encerrou as negociações com alta de 2,2%, a 759 iuanes (106,68 dólares) a tonelada. Anteriormente, atingiu 770 iuanes, o valor mais alto desde 20 de abril.

Na Bolsa de Cingapura, contrato de referência do minério de ferro para julho subia 1%, para 104,95 dólares a tonelada, por volta das 8h40 (horário de Brasília), abaixo de uma máxima da sessão de 108 dólares, o maior valor desde 21 de abril.

Fonte: Investing
Publicação: 05/06/2023

Setor do aço projeta estabilidade para 2023, mas vê potencial com reformas

O setor do aço tem se mostrado "resiliente" frente às adversidades econômicas internacionais e do Brasil. A avaliação é do vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Homes, que apresentou os dados da indústria siderúrgica em reunião-almoço da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), nesta quinta-feira (1º), em Porto Alegre. O evento contou com a presença de entidades e empresários do setor. Apesar de projetar estabilidade para este ano, Homes acredita que com as reformas (tributária e administrativa), baixa nos juros e crescimento do PIB, a tendência é de melhora.

"Hoje, estamos vivendo um cenário de estabilidade, o setor sofre impactos de consumo e investimento, principalmente por conta do cenário de altos juros", considerou Homes. Conforme apresentou, os juros reais do Brasil chegam a 7,5%, um dos maiores da América Latina, o que prejudica o setor. Para este ano, o Brasil deve sofrer uma leve queda (-1%) no consumo de aço, de 13,8 milhões de toneladas do ano passado para 13,6 milhões de toneladas. No ano que vem, no entanto, a retomada deve ser consistente, com crescimento de 3%, chegando a 14 milhões de toneladas de planos totais.

Ele ressaltou também que, pela primeira vez, o México ultrapassou o Brasil no consumo de aço. "Bom para o México, ruim para o Brasil", ponderou. Em 2022, o Brasil figurou no 9º lugar de produtores da matéria-prima. Apesar disso, o executivo se manteve otimista em relação ao futuro do setor que, com a mudança das projeções do PIB para cima e reformas administrativas, tende a crescer. O último boletim emitido pela Focus projeta um crescimento de 1,4% do PIB em 2024. "O consumo está ligado ao PIB. Com uma projeção de crescimento, mas precisamos reduzir os juros e fazer a reforma tributária e administrativa. Assim, conseguimos reativar todos os setores relacionados a o consumo de aço, setor de construção, setor de consumo, de carros, maquinários e equipamentos. Os investimentos precisam voltar ao Brasil", ponderou. 

A reabertura da China e a diminuição dos gargalos da cadeia de suprimentos também animam os empresários, mesmo com os juros altos e a inflação persistentes. Além disso, os dados apontam um cenário favorável às indústrias que utilizam o aço, como a automobilística (o setor pode crescer a produção de 2% este ano em relação ao ano passado e 4% no próximo) a de equipamentos agrícolas, e a de equipamentos para extração mineral e na construção, que deu um salto de 15% de 2021 para 2022. 

Oportunidades na construção civil e energia podem impulsionar setor

Durante o evento, o vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Homes, destacou as potencialidades do aço mesmo com um cenário de estabilidade no Brasil. Entre as principais oportunidades está o número de carros por habitantes, que ainda é considerado baixo, maior uso do aço para construção civil e para o saneamento básico.

"O déficit habitacional é estimado em 6 milhões de moradias. Se consideradas aquelas em situação precária, o número sobe para 25 milhões", afirmou. Ele ainda apontou para o papel do aço no desenvolvimento da energia sustentável: cada novo megawatt (MW) de energia solar requer entre 35 e 45 toneladas de aço, e cada novo MW de energia eólica requer 120 a 180 toneladas de aço.

O vice-presidente comercial da Usiminas também acredita que Re-shoring, quando a produção volta para o próprio país de origem, podem abrir novas oportunidades de integração dos produtos em aço brasileiro nas cadeias de valor. "Temos que apostar na reindustrialização do País", concluiu. 

O presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul, José Antonio Fernandes Martins, também acredita que o setor apresenta uma perspectiva de melhora. "As vendas estão boas, o setor que estava prejudicado, de transporte coletivo, melhorou muito. Houve queda no setor de transporte de carga, mas não chegou a afetar."

Ele também defendeu que a Reforma Tributária seja acelerada no congresso. "Precisamos simplificar a tributação. Não podemos conviver com a maratona de impostos que temos", refletiu Martins.

Fonte: Jornal do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/06/2023

Pessimismo com China turva visão para os preços do minério no segundo semestre

A piora dos dados econômicos na China nas últimas semanas e o desempenho aquém do esperado no setor de propriedades chinês, que desempenha papel importante no consumo local de aço, levaram pessimismo a analistas, investidores e participantes do mercado de minério de ferro em maio.

Como resultado, a principal matéria-prima do aço encerrou o mês em baixa e voltou aos níveis de preço vistos há seis meses - no momento mais crítico, a cotação no mercado transoceânico caiu abaixo de US$ 100 por tonelada. Produtos siderúrgicos também enfrentaram correção.

A desvalorização mais acentuada e a manutenção das incertezas quanto ao ritmo de retomada da economia chinesa lançaram dúvidas sobre o comportamento dos preços da matéria-prima na segunda metade do ano, que tipicamente é marcada pela maior oferta a partir do Brasil e da Austrália.

Ontem, no norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro era negociado a US$ 103,20 por tonelada, com desvalorização de 3,1% em um mês. No ano, a baixa acumulada chegou a 12,1%.

De acordo com o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, o recuo de maio está associado a estatísticas mais fracas no setor de construção na China. “Dados relativos a novas construções iniciadas e a venda de propriedades vieram um pouco mais negativos, com desaceleração versus o início do ano”, comentou o especialista, lembrando que o setor responde por 30% a 35% de todo o aço consumido na China.

De forma geral, afirmou o analista, o mercado tem se mostrado mais cauteloso em relação à economia chinesa e a percepção é a de que o minério deve girar em torno dos US$ 100 por tonelada no curto prazo. “Há muita incerteza com o que pode acontecer no segundo semestre, se a demanda não melhorar e a oferta aumentar”, disse.

Em relatório de terça-feira (30), o Bank of America (BofA) destacou que os preços de exportação de bobinas laminadas a quente a partir da China recuaram US$ 20 em uma semana, para US$ 529 por tonelada, enquanto o vergalhão teve decréscimo de US$ 18, a US$ 542 por tonelada. No mercado doméstico, escreveram os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, a demanda de aço permaneceu fraca na construção e na indústria.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/06/2023

Exportações de sucata ferrosa somam mais de 250 mil toneladas

Segundo dados do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucata ferrosa atingiram 82.443 toneladas, 14,7% superior em relação ao mesmo mês de 2022 (71.877 toneladas). Porém, a expectativa é de que haja uma queda expressiva em maio, em função da menor atratividade com a baixa nos preços no exterior e uma taxa de câmbio desfavorável.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, as vendas externas alcançaram 251.103 toneladas, um aumento de 30,5% em relação às 192.489 toneladas nos primeiros quatro meses de 2022. O baixo consumo interno, em função do desaquecimento econômico, com menor produção de veículos e outros setores da indústria, como a construção civil, grandes consumidores de aço, explicam a menor demanda pela sucata no País.

“Empresas com atividades suspeitas, sem alvará de funcionamento, licenças ambientais e muitas vezes sequer locais definidos, sonegam impostos para levar vantagem de forma desleal no mercado, vendendo sucatas metálicas para indústrias de transformação”, diz Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa).

A aquisição de insumos metálicos de baixa qualidade por parte de indústrias de transformação, sem se importarem com a sonegação que antecede a comercialização, vem acentuando a concorrência desleal e ocasionando preocupação às empresas comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia.

“Trata-se de uma concorrência desleal em detrimento das empresas legalizadas há décadas e comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia de nosso País, indo na contramão dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance) e de compliance”, além de ocasionar prejuízos ambientais, afirma Alvarenga”.

Para debater os interesses do setor no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar dos Recicladores do Brasil (FPRB), que reúne mais de 209 deputados federais, será reinstalada no próximo dia 18, das 8h30 às 12h, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A Frente dos Recicladores, presidida pelo Deputado Federal Vinícius de Carvalho (Republicanos/SP), foi criada visando sensibilizar o governo e parlamentares sobre o papel essencial e estratégico da reciclagem ao País e ainda para a Política Nacional de Resíduos Sólidos e ao cumprimento de compromissos assumidos nas reuniões das Conferências do Clima da ONU (COP).

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/05/2023