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Produção mundial de aço cai 0,3% em abril e soma 155 milhões t

A worldsteel divulgou que a produção de aço bruto atingiu 155,7 milhões de toneladas em abril de 2025, uma queda de 0,3% sobre o mesmo mês do ano passado. A Ásia e Oceania produziram 115 milhões de toneladas em abril, um ligeiro aumento de 0,1% na comparação com abril de 2024. Entre os países asiáticos, a China produziu 86 milhões de toneladas em abril de 2025 e manteve a produção estável, enquanto a Índia registrou 12,9 milhões de toneladas no mês, 5,6% a mais que em abril de 2024. A produção japonesa caiu 6,4% e a coreana 2,5%, respectivamente, no mês, com volumes de 6,6 e 5 milhões de toneladas de aço bruto em abril deste ano.

A produção africana (Egito, Líbia e África do Sul) totalizou 1,9 milhão de toneladas de aço bruto em abril, 6,3% superior em relação ao mesmo mês do último ano. Os países da Comunidade Europeia produziram 11,1 milhões de toneladas no mês, 2,6% a menos na comparação com abril de 2024, com destaque negativo para a Alemanha, que produziu 3 milhões de toneladas e despencou 10,1%.

A Comunidade dos Países Independentes da ex-URSS produziu 6,9 milhões de toneladas e caiu 4,4% na comparação com abril do ano passado. A Rússia teve uma produção estimada de 5,8 milhões de toneladas e recuou 5,1%% sobre abril do último ano. Outros países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia, Reino Unido, produziram 3,4 milhões de toneladas em abril, um decréscimo de 0,5% sobre abril de 2024. O Oriente Médio (Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos) produziu 5,2 milhões de toneladas, 2,2% a mais na comparação com abril do último ano. O destaque ficou com o Irã, com produção de 3,3 milhões de toneladas e 4,6% superior a abril do último ano.

A região da América do Norte produziu 9 milhões de toneladas de aço bruto em abril, um breve aumento de 0,2% em relação ao mesmo mês de 2024. Do total, os Estados Unidos responderam por 6,6 milhões de toneladas, mas um decréscimo de 0,3% sobre abril de 2024. A América do Sul produziu 3,3 milhões de toneladas de aço bruto em abril de 2023, um déficit de 2,4% na comparação com o mesmo mês do último ano. Em abril, o Brasil produziu 2,6 milhões de toneladas de aço bruto, mas registrou volume 3,1% inferior quando comparado a abril de 2024. No primeiro quadrimestre de 2025, a produção mundial somou 624,4 milhões de toneladas de aço bruto, o que corresponde a uma ligeira queda de 0,4%, quando comparada com o mesmo período do ano anterior.
 

Produção brasileira de aço bruto registra queda de 3,1% em abril, diz Aço Brasil

Total de 2,6 milhões de toneladas, ante o mês anterior, também no acumulado do ano redução de 0,3% ante o mesmo período em 2024. Destaque para o avanço das importações que chegaram a 544 mil toneladas no mês, e 2,2 milhões de janeiro a março, frente a exportações de 659 mil toneladas e, 3,1 milhões de toneladas. Tanto no mês ,quanto no acumulado do ano, os valores ficaram bem aproximados.

Em abril de 2025 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,6 milhões de toneladas, uma redução de 3,1% frente ao apurado no mesmo mês de 2024. Já a produção de laminados foi de 2,0 milhões de toneladas, 2,5% superior à registrada em abril de 2024. A produção de semiacabados para vendas foi de 509 mil toneladas, uma queda de 12,0% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2024, divulgou o Instituto Aço Brasil, no dia 19 de maio (segunda-feira), que também trouxe os dados do acumulado de janeiro a abril deste ano.

Consumo e vendas — As vendas internas recuaram 3,0% frente ao apurado em abril de 2024 e atingiram 1,7 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas, 0,9% superior ao apurado no mesmo período de 2024.

Exportações —As exportações de abril de 2025 foram de 659 mil toneladas, ou US$ 493 milhões, o que resultou em retração de 10,8% e de 22,9%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2024.

Importações — As importações de abril de 2025 foram de 544 mil toneladas e de US$ 483 milhões, um aumento de 21,2% em quantum e de 7,1% em valor na comparação com o registrado em abril de 2024.

Ainda de acordo com a Aço Brasil, o acumulado de janeiro a abril de 2025, a produção brasileira de aço bruto foi de 11,0 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a abril de 2025, o que representa uma redução de 0,3% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 7,8 milhões de toneladas, crescimento de 0,5% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2024. A produção de semiacabados para vendas totalizou 2,6 milhões de toneladas de janeiro a abril de 2025, uma queda de 9,0% na mesma base de comparação.

Vendas — As vendas internas foram de 6,8 milhões de toneladas de janeiro a abril de 2025, o que representa uma elevação de 3,2% quando comparadas com igual período do ano anterior.

Consumo — O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 8,8 milhões de toneladas no acumulado até abril de 2025. Este resultado representa um aumento de 8,4% frente ao registrado no mesmo período de 2024.

Importações —As importações alcançaram 2,2 milhões toneladas no acumulado até abril de 2025, um aumento de 27,5% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,1 bilhões e avançaram 14,6% no mesmo período de comparação.

Exportações — As exportações de janeiro a abril de 2025 atingiram 3,1 milhões de toneladas, ou US$ 2,3 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, redução de 4,4% e de 13,0% na comparação com o mesmo período de 2024.

Quanto a distribuição regional da produção de aço bruto, distribuição regional da produção de semiacabados e laminados no mês de abril, e no acumulado de janeiro a abril de 2025, os estados aparecem nesta ordem: Minas Gerais; Rio de Janeiro ; Espírito Santo; São Paulo.

E a produção mundial do aço em abril, o Brasil cai uma posição, e aparece em nono lugar, respectivamente: China; Índia; Japão; Estados Unidos; Rússia; Coréia do Sul; Turquia; Alemanha; Brasil.

ICIA — O Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) do mês de maio de 2025 — O indicador caiu 1,4 pontos frente ao mês anterior, e atingiu 30,2 pontos. — Um movimento contínuo de queda na confiança pela sétima vez seguida da confiança dos CEOs da indústria do aço. Um movimento contínuo de queda de confiança faz o índice aproximar-se cada vez mais dos índices vigentes do período da pandemia do covid-19.

Fonte: Brasil Mineral
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/05/2025

Produção brasileira de aço cai 3% em abril, afirma a Aço Brasil

A produção de aço bruto no Brasil em abril atingiu 2,628 milhões de toneladas, uma queda de 3,1% na comparação com as 2,712 milhões de toneladas de igual período do ano passado. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, a produção nacional foi de 10,956 milhões de toneladas, 0,3% abaixo das 10,992 milhões de toneladas do período janeiro-abril de 2024. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Instituto Aço Brasil.

A utilização da capacidade instalada em abril foi de 61,9%, contra 63,9% em igual período de 2024. Nos quatro primeiros meses de 2025, a utilização média da capacidade instalada foi de 64,5%, contra 64,8% em igual período do ano passado.

Em termos de vendas internas, foram comercializadas 1,687 milhão de toneladas em abril, 3% a menos que as 1,739 milhão de tonelada vendidas em abril do ano passado. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, as vendas internas somaram 6,846 milhões de toneladas, alta de 3,2% frente às 6,635 milhões de toneladas vendidas entre janeiro e abril de 2024.

As exportações de aço em abril foram de 659 mil toneladas, 10,8% abaixo das 739 mil toneladas vendidas ao exterior em abril de 2024. Nos quatro primeiros meses do ano, foram vendidas 3,121 milhões de toneladas ao exterior, 4,4% abaixo das 3,265 milhões de toneladas exportadas nos quatro primeiros meses de 2024.

As importações em abril foram de 544 mil toneladas, 21,1% acima das 449 mil toneladas de abril do ano passado. Nos quatro primeiros meses de 2025, o país importou 2,227 milhões de toneladas de aço, uma alta de 27,5% frente às 1,747 milhão de toneladas importadas entre janeiro e abril do ano passado.

O consumo aparente de aço no Brasil, que soma a produção e as importações e subtrai as exportações e a formação de estoques, foi de 2,184 milhões de toneladas em abril, 0,9% a mais que os 2,165 milhões de toneladas de abril do ano passado. No primeiro quadrimestre, o consumo aparente foi de 8,834 milhões de toneladas, 8,4% a mais que as 8,151 milhões de toneladas dos quatro primeiros meses do ano passado.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/05/2025

Siderúrgicas usam mesmo argumento de Trump e querem taxação do governo Lula contra aço chinês

O setor siderúrgico brasileiro quer que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva amplie as taxas contra o aço chinês, acusando Pequim de praticar preços desleais e abalar a indústria nacional. Esse argumento é o mesmo usado pelo governo de Donald Trump, que aplicou uma elevação tarifária contra o aço chinês, citando ainda uma questão de "segurança nacional".

Nesta semana, Lula assinou acordos estratégicos com a China, em sua segunda viagem ao país asiático em dois anos. A sinalização do país é de que, diante das barreiras americanas, a estratégia passa pelo fortalecimento das relações com Pequim.

Mas nem toda a relação com a China passa por um processo de aproximação. Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, explicou ao UOL que o setor vem tentando convencer o governo a agir contra as importações chinesas.

Em meados de 2024, o Brasil adotou medidas para conter a entrada do aço chinês. A regra estabelecia uma cota. Acima de um volume determinado, o produto chinês pagaria 25% de impostos. A esperança era de que, com isso, uma contenção ocorresse em relação aos produtos da China.

Mas o setor nacional alerta que a estratégia não funcionou. Dados obtidos pelo UOL apontam que, apenas nos três primeiros meses de 2025, o Brasil comprou 1 milhão de toneladas de aço chinês, 42% acima do mesmo período em 2024.

"Não foi uma medida efetiva", lamenta o CEO da Gerdau. "Nosso debate atualmente com o governo federal é que, vencido os doze meses do mecanismo, que ele seja fortalecido a partir de junho", explicou.

Segundo ele, o governo tem mantido uma "escuta muito ativa" e está aberto ao debate. Em Brasília, porém, o que os técnicos avaliam é como renovar a defesa comercial, sem violar regras internacionais e que estejam alinhados com os acordos bilaterais.

"Vemos aço penetrando no Brasil com um preço menor que as empresas chinesas pagam no minério de ferro que a China compra do Brasil", alerta Werneck. "Nessa busca por manutenção de emprego e renda na China, o governo tem colocado muito dinheiro público ou subsídio para poder manter as empresas operando e exportando", afirmou. "Isso é o que está prejudicando o Brasil", insistiu.

O empresário, porém, rejeita que o que pede é uma ação protecionista. "Nunca falamos de proteção. Queremos defesa, que visa colocar condições isonômicas de competição", disse.

"Como somos muito competitivos, queremos entrar num cenário de competição de igual para igual, com as mesmas ferramentas. Essa é a nossa questão com o governo federal, queremos que sejam fortalecidos os mecanismos de defesa para que a competição fique justa", afirmou.

"A grande questão hoje da China é quando ela passa a competir sem seguir as normas da OMC. Para nós, defendemos construir relações comerciais com a China, desde que as condições de competição sejam isonômicas", afirmou o CEO da Gerdau. Para ele, o setor está "confiante" de que o governo "vai defender a indústria nacional".

Disputa domina agenda da OMC

Na OMC, relatos feitos ao UOL apontam que o tema da exportação de aço chinês ao mundo vem dominando a agenda das reuniões. Num encontro no dia 29 de abril, em Genebra, a delegação do Itamaraty enfatizou a necessidade de um diálogo multilateral e transparente para lidar com o excesso de capacidade da China. Mas alertou que medidas unilaterais pioram as distorções comerciais.

Ao tomar a palavra e depois de ser também atacada pelo governo dos EUA, a China afirmou que não há uma definição ou metodologia acordada para determinar o excesso de capacidade, chamando-o de uma "falsa narrativa".

A China afirmou que suas exportações em larga escala refletem a vantagem competitiva e se alinham às práticas comerciais globais observadas em outros países, como os EUA e o Japão.

Ela deu como exemplo o fato de os EUA exportarem grandes quantidades de semicondutores, especialmente chips de ponta. Em 2021, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA, os americanos exportaram mais da metade de seus grãos, sementes oleaginosas e produtos de carne. O Japão produziu 8,57 milhões de veículos em 2023 e exportou 4,17 milhões de veículos, representando quase 50% de sua produção.

A China ainda argumentou que o excesso de capacidade industrial está sendo politizado e mal utilizado como pretexto para ações protecionistas destinadas a conter seu crescimento.

Para ela, sua competitividade vem de setores de energia e tecnologia, atribuindo seu sucesso à inovação e às forças do mercado, e não aos subsídios. A China insistiu que suas políticas comerciais e de subsídios estão alinhadas com as regras da OMC.

Pequim alertou que, no lugar de falar de excesso de capacidade, a OMC deveria se concentrar no uso de "tarifas recíprocas" pelos Estados Unidos, o que viola os princípios da OMC

Tarifas de Trump favoreceram vendas da Gerdau nos EUA

A Gerdau, que produz aço nos EUA há mais de 30 anos e há 25 anos está listada na Bolsa de Valores de Nova York, tem uma visão diferente sobre as taxas de Trump. "Defendemos que possamos continuar a ver os EUA como um dos principais parceiros comerciais", disse o CEO da empresa. "Falamos muito de uma polarização política. Mas a polarização econômica não faz sentido", alertou.

Segundo ele, não existe um problema em estabelecer relações comerciais fortes com outros países. "Mas não desprezar a relação com os EUA. Defendemos muito isso", afirmou o empresário, que destina seus produtos acima de tudo para obras de infraestrutura. "Nesse segmento nos EUA, temos uma participação de mais de 30%", afirmou.

Werneck diz que as atuais tarifas impostas por Trump contra o aço de todo o mundo foram positivas para sua empresa. "Ao longo dos anos, estamos produzindo cada vez mais aço nos EUA", disse.

"Existe um debate sobre incrementar a produção nacional. Portanto, para nós, isso tende a ser positivo", explicou. "Neste momento, vemos mais clientes comprando nosso aço nos EUA, uma isonomia competitiva", afirmou.

"Por sermos muito competitivos nos EUA, isso nos ajudou a crescer", explicou.

Fonte: UOL
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/05/2025

 

Concorrência estrangeira pressiona indústria do aço brasileira: setor clama por medidas de proteção

A indústria brasileira do aço atravessa um momento crítico. Com o crescimento das importações e a intensificação da concorrência externa – especialmente com o aço subsidiado vindo da China –, representantes do setor siderúrgico e da indústria de transformação alertam para riscos imediatos à sustentabilidade da cadeia produtiva nacional. Além da ameaça à competitividade, há preocupação com impactos diretos no emprego, arrecadação e investimento industrial.

Alerta vermelho para o aço nacional

Segundo dados recentes da Associação Brasileira da Indústria Processadora de Aço (Abimetal) e do Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos (Sicetel), o Brasil está se tornando um dos principais destinos do excedente de aço produzido por países asiáticos. A entrada crescente desses produtos, muitas vezes com preços artificialmente baixos, acendeu o alerta entre empresários brasileiros.

“Se o Brasil não adotar medidas efetivas para conter essa concorrência desleal, há um risco real de desindustrialização. Precisamos urgentemente de políticas públicas que protejam a cadeia do aço e toda a indústria de transformação”, afirmou Ricardo Martins, presidente da Abimetal-Sicetel, em nota publicada no portal Fator Brasil.

Importações em alta e riscos para a siderurgia

O aumento expressivo das importações também preocupa a siderurgia nacional. Reportagem publicada pela Tribuna Online mostra que, nos primeiros meses de 2025, o volume de aço importado superou largamente o registrado no mesmo período do ano anterior. A Associação Brasileira de Siderurgia (IBS) estima que essas importações afetam diretamente a produção interna, levando à ociosidade das plantas industriais e à redução de postos de trabalho.

Com a iminente expiração das medidas antidumping e salvaguardas aplicadas nos últimos anos, empresas e entidades do setor têm pressionado o governo federal para estender e reforçar essas barreiras comerciais.

China no centro das atenções

No contexto global, a China se mantém como protagonista da crise. O país responde por cerca de 55% da produção mundial de aço e é acusado por diversos mercados de promover práticas comerciais desleais – como subsídios estatais, dumping e exportações com preços abaixo do custo de produção.

Maximo Vedoya, CEO da Ternium – uma das maiores produtoras de aço da América Latina –, foi categórico ao declarar que a atuação chinesa representa uma ameaça sistêmica ao ecossistema industrial global. “A China está exportando seus excedentes a preços irrealistas. Não se trata apenas de competição: trata-se de uma distorção que prejudica empresas, empregos e economias inteiras”, disse Vedoya em entrevista ao portal Brasil 247.

Medidas do governo e perspectivas

Em resposta à crescente pressão, o governo brasileiro anunciou, no início de maio, o aumento da alíquota de importação sobre determinados produtos siderúrgicos para até 25%. A medida, no entanto, é vista como paliativa por lideranças do setor. Há consenso entre especialistas e empresários de que apenas tarifas não serão suficientes para enfrentar a complexidade da crise atual.

“O momento exige uma estratégia mais ampla, com estímulo à inovação, linhas de crédito específicas, fortalecimento das compras governamentais de produtos nacionais e ações coordenadas no comércio internacional”, propõe Ricardo Martins.

Indústria ameaçada, empregos em risco

O enfraquecimento da indústria do aço pode gerar um efeito dominó. Além da siderurgia, diversos segmentos da indústria de transformação dependem do fornecimento de aço, como os setores automotivo, naval, de máquinas e equipamentos, construção civil e infraestrutura.

Com a competitividade reduzida, empresas tendem a frear investimentos, adiar projetos e cortar empregos. “Não é apenas um problema das siderúrgicas. Trata-se de um problema da economia brasileira como um todo”, alerta Vedoya.

Conclusão

O Brasil está diante de uma encruzilhada. De um lado, a promessa de crescimento econômico sustentado por investimentos em infraestrutura e transição energética. De outro, a ameaça crescente da concorrência desleal, que coloca em risco a própria base da indústria nacional.

Para garantir um futuro com indústria forte, empregos qualificados e inovação, será necessário mais do que medidas pontuais. Será preciso um pacto industrial que envolva setor produtivo, governo e sociedade civil, em defesa da soberania econômica do país.

Fonte: Infomet
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/05/2025

 

China desequilibra economia global e põe indústria em risco, diz Ternium

Donald Trump pode ter acertado uma trégua temporária com a China no comércio, mas o país asiático segue como desafeto de grandes empresas mundiais, especialmente do setor de siderurgia e aço.

O CEO da Ternium, maior acionista da Usiminas e com um centro industrial no Rio de Janeiro, Maximo Vedoya, afirma que as “práticas comerciais desleais da China” são responsáveis por “enorme desequilíbrio” na economia mundial, que colocam em risco “todo o ecossistema industrial de nossos países”.

O executivo da Ternium ressalta que a China aumentou a sua presença na indústria global de 5% em 2001 para 35% desde 2021 e já definiu chegar em 45% do total produzido até 2030.

No Brasil, um ponto de preocupação é o “crescimento exponencial” das importações chinesas, com a participação subindo de 10,2% para 18,7% entre 2019 e 2024.

Vedoya fez as declarações ao receber na semana passada nos Estados Unidos o prêmio de “Produtor de Aço do Ano” pela AIST, associação que reúne os produtores do setor. “É fundamental formar parcerias com países que compartilham a mesma visão e valores”, declarou.

Fonte: Estadão
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/05/2025

EUA e China chegam a acordo para reduzir tarifas por 90 dias

Os Estados Unidos e a China anunciaram na segunda-feira que chegaram a um acordo para reduzir as tarifas recíprocas. Em declarações após conversas com autoridades chinesas em Genebra, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que os dois lados concordaram com uma pausa de 90 dias nas medidas.

Os Estados Unidos estão reduzindo as tarifas extras impostas à China este ano, levando a alíquota de 145% para 30%. Enquanto isso, a China está reduzindo as tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%.

“Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais”, disse Bessent. “Ambos temos interesse em um comércio equilibrado, e os Estados Unidos continuarão caminhando nessa direção.”

Bessent discursou ao lado do representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, após as negociações do fim de semana, nas quais ambos os lados elogiaram o progresso na redução das diferenças.

“O consenso de ambas as delegações neste fim de semana é que nenhum dos lados quer uma desaclopamento”, acrescentou Bessent. “O que ocorreu com essas tarifas altíssimas foi o equivalente a um embargo, e nenhum dos lados quer isso. Nós queremos comércio.”

As reuniões em Genebra foram as primeiras interações presenciais entre autoridades econômicas do alto escalão dos Estados Unidos e da China desde que o presidente americano, Donald Trump, retornou ao poder e lançou uma ofensiva tarifária global, impondo tarifas particularmente pesadas à China.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump aumentou as tarifas pagas por importadores americanos sobre produtos da China para 145%, além daquelas que impôs a muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e às tarifas cobradas pelo governo de Joe Biden.

A China reagiu impondo restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para os fabricantes americanos de armas e bens de consumo eletrônicos, e elevando as tarifas sobre produtos americanos para 125%.

A disputa tarifária paralisou quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo as cadeias de suprimentos, gerando temores de estagflação e desencadeando algumas demissões.

Os mercados financeiros estavam atentos a sinais de redução nas tensões da guerra comercial, e os futuros de ações de Wall Street subiram e o dólar se firmou em relação a pares considerados ativos seguros na segunda-feira, com as negociações aumentando as esperanças de que uma recessão global possa ser evitada.

Fonte: Reuters
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 12/05/2025