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Comércio Brasil-EUA tem novo recorde de US$ 42,7 bilhões

O aumento das importações brasileiras vindas dos EUA foi puxada pelas compras de produtos de energia, como combustíveis e derivados de petróleo, gás natural, petróleo bruto e carvão. Juntos, eles representaram 43,7% do total das compras do Brasil nos primeiros seis meses do ano.

Além deles, também ganharam destaque a importação de motores e máquinas não elétricos, que somaram US$ 1,9 bilhão, com alta de 72,3%. Em seguida, aparecem os adubos e fertilizantes, com US$ 723,8 milhões, acréscimo de 225,9%, e inseticidas e fungicidas, com avanço de 40,4%, a US$ 446,2 milhões.

Segundo o estudo, o aumento do valor desses produtos está relacionado diretamente com a alta internacional dos preços causada pela guerra na Ucrânia.

Essas importações se concentraram no Sudeste (52%), sendo São Paulo o principal importador (27,7%).

Exportações em alta

As exportações brasileiras para os EUA também seguem aquecidas, com um crescimento de 31,9% no ano. O desempenho dos embarques de carne bovina, petróleo bruto, madeira trabalhada, produtos siderúrgicos e equipamentos de engenharia civil contribuíram para um valor inédito de US$ 17,7 bilhões no período.

O principal produto segue sendo o semi-acabado de ferro e aço (US$ 2,4 bilhões). No mesmo setor, também se destacaram as vendas de ferro-gusa (US$ 2,3 bilhões).

Na esteira das sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra as exportações russas, as vendas brasileiras de petróleo bruto para o país também cresceram 54,4% em volume e 121% em valor, totalizando US$ 2,3 bilhões.

O Sudeste se manteve como a principal região exportadora no primeiro semestre de 2022, responsável por 64,8% do total, com destaque para os produtos siderúrgicos, óleos brutos de petróleo e café não torrado.

“O comércio bilateral seguiu bastante aquecido. O aumento dos preços internacionais e, em menor medida, da demanda de produtos importantes da pauta bilateral, levaram a valores inéditos nas importações e exportações brasileiras em relação aos EUA”, explica Abrão Neto, vice-presidente Executivo da Amcham Brasil.

Devido ao crescimento das importações acima das exportações, o Brasil registrou o maior déficit comercial com os EUA em um 1º semestre de toda a série histórica, no valor de US$ 7,4 bilhões. Esse também foi o maior déficit do Brasil com qualquer parceiro comercial em 2022
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Fonte: MSN
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 20/07/2022

 

Vendas de aços planos têm leve alta em junho

Distribuidores de aços planos tiveram ligeiro crescimento de vendas em junho sobre um ano antes, mas reduziram compras em meio ao ambiente de incerteza cambial e dificuldades logísticas, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação que representa o setor, Inda.

As vendas de aços planos no mês passado somaram 302,8 mil toneladas, queda de 2,9% ante maio, mas crescimento de 1% ante junho de 2021. Já as compras recuaram 13,9% na comparação mensal e tiveram queda de 9,1% na anual, para 315,7 mil toneladas.

As importações do setor em junho caíram 18,2% sobre o mês anterior e despencaram 49% ante um ano antes, para 115 mil toneladas.

A expectativa da entidade para julho é de alta de 1,5% nas vendas ante junho, com compras avançando 3% na mesma comparação. Para o ano, a previsão é de crescimento de 3% a 5% nas vendas.

Analistas do Itaú BBA citaram que a expectativa da entidade para as vendas de aços planos decorre de uma fraca base de comparação com o segundo semestre, demanda resiliente nos segmentos de máquinas e energia e níveis menores de importações.

Além disso, os analistas mencionaram que os preços de aços planos podem recuar nos próximos meses diante da queda nos custos com insumos como minério de ferro.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

 

Produção de minério de ferro da Vale cai no 2º tri; empresa reduz previsão

A Vale produziu 74,108 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre deste ano, queda de 1,2% ante igual período de 2021, informou a mineradora em relatório de produção nesta terça-feira.

Em relação aos três primeiros meses deste ano, no entanto, houve avanço de 17,4% impulsionado, principalmente, pelo desempenho dos Sistemas Sudeste e Sul no período seco, disse a empresa. Também houve um aumento de produção no Norte beneficiado pela sazonalidade climática.

A Vale ainda atualizou a previsão de produção para entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas, contra expectativa anterior de 320 milhões a 335 milhões de toneladas para 2022, “para garantir maior flexibilidade em nossa produção devido às condições atuais do mercado”.

Segundo a companhia, também pesaram sobre a redução de projeções atividades pontuais de homogeneização de estoques em Ponta da Madeira para ajustar níveis de umidade e a venda do Sistema Centro-Oeste (em torno de 3,5 milhões de toneladas).

A mineradora registrou aumentos de 8,3% na produção de pelotas, na comparação com o mesmo trimestre de 2021, e de 25,2% ante ao trimestre imediatamente anterior, para 8,67 milhões de toneladas.

“A produção de pelotas aumentou devido à redução das atividades de manutenção na planta Omã e ao aumento da disponibilidade de pellet feed na planta Vargem Grande”, disse a empresa.

A produção de níquel recuou 16,1% na comparação com o mesmo trimestre de 2021 e 24% ante os três primeiros meses deste ano, a 34,8 mil toneladas.

Segundo a mineradora, a queda na variação trimestral se deve, principalmente, à manutenção programada das plantas downstream, que foi parcialmente compensada pelo forte desempenho em Onça Puma.

Em relação ao cobre, a produção de 55,9 mil toneladas ficou 23,9% abaixo da registrada no segundo trimestre de 2021, mas com recuo de apenas 1,2% na comparação com o primeiro trimestre deste ano.

Assim como no minério de ferro, a companhia alterou a projeção de produção para o cobre.

“Como resultado da manutenção mais longa do que o esperado na planta de Sossego e a manutenção adicional na planta de Salobo identificada para 2022, a Vale está revisando seu guidance de produção anual de cobre para 270-285 mil toneladas”, afirmou em relatório.

A expectativa anterior ficava entre 330 mil a 335 mil toneladas.

VENDAS

As vendas de minério de ferro do segundo trimestre de 2022 caíram mais do que a produção.

A mineradora vendeu 64,318 milhões de toneladas de minério de ferro, volume 2,3% menor que o registrado um ano antes e 22,9% superior ao do trimestre imediatamente anterior.

As vendas de pelotas atingiram 8,84 milhões de toneladas no período, com aumento de 15,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2021 e de 26,1% versus os três primeiros meses deste ano.

“Os maiores prêmios de pelotas foram compensados pelas vendas de minérios de alta sílica. Minérios de alta sílica podem ser blendados ao BRBF, concentrados na China ou vendidos separadamente”, disse a empresa.

“A Vale vendeu um percentual maior de minérios de alta sílica separadamente para antecipar vendas e se beneficiar dos preços de mercado mais altos no segundo trimestre de 2022 para esses produtos”, acrescentou.

As vendas de níquel e cobre, por sua vez, recuaram 17,1% e 30,36%, respectivamente, frente ao segundo trimestre de 2021. A mineradora vendeu 39,3 mil toneladas de níquel e 51,5 mil de cobre.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

 

Como os investidores de ações de mineradoras e siderúrgicas devem olhar para a China agora?

Os preços das commodities metálicas e das ações do segmento tiveram uma forte queda ao longo nas últimas semanas, com o sentimento impactado por temores de recessão global e uma perspectiva obscura em relação ao crescimento econômico chinês.

Para o Bradesco BBI, um fluxo de notícias conflitante têm pesado significativamente no sentimento dos investidores, com momentos de maior pessimismo sobre a demanda, enquanto em outros há recuperação com expectativa de estímulos no gigante asiático.

Com tamanha incerteza, no final da semana passada, o minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian atingiu patamar abaixo de US$ 100 a tonelada, na mínima desde dezembro de 2021. Com esse cenário, companhias como Vale (VALE3) e siderúrgicas registram forte queda: no acumulado de julho, VALE3 tem perdas de cerca de 10%.

De forma a trazer luz sobre os principais tópicos que impactam o setor, o Bradesco BBI traçou um panorama sobre os últimos acontecimentos da China e as perspectivas para as commodities metálicas.

O banco ressalta que o governo chinês está sob crescente pressão para promover o crescimento econômico e aumentar a confiança da população em sua capacidade de fazê-lo, sem abrir mão de conter os casos de Covid-19.

Dito isso, os analistas do banco reiteraram a visão de que a atividade econômica e a demanda por metais na China devem
melhorar na segunda metade do ano, impulsionado por estímulos em diferentes frentes (infraestrutura, imobiliário, automóveis, disponibilidade geral de crédito), o que deve elevar os preços dos metais em relação aos níveis atuais.

O Bradesco BBI destacou manter preferência por aço e alumínio versus minério de ferro e cobre, pois avalia que essas commodities terão uma dinâmica de oferta versus demanda mais apertada nos próximos meses. “Notamos, no entanto, que o caminho não deve ser linear, especialmente no curto prazo”, avaliam os analistas, que reiteram a Gerdau (GGBR4) como sua escolha preferida no setor.

Thiago Lofiego, Isabella Vasconcelos e Camilla Barder, analistas que assinam o relatório, não esperam que a China alivie sua política de Covid-zero, pois o foco permanece em evitar um contágio fora de controle.

“Como tal, devemos continuar a ver testes e restrições em massa nos próximos meses, especialmente com a variante BA.5 mais contagiosa ganhando mais relevância na China”, apontam. No entanto, após os picos de casos em março/abril e consequentes bloqueios muito estritos, avaliam que o governo chinês está tentando atingir um melhor equilíbrio para tornar a estratégia menos impactante para a população.

Além disso, o governo chinês tem que fomentar a confiança. Apesar de todo o estímulo concedido nos últimos meses, a economia chinesa ainda não se recuperou, apontam. Uma das questões-chave é a confiança do consumidor, que permanece em níveis baixos. A pesquisa do segundo trimestre do Banco do Povo da China mostrou as expectativas das famílias chinesas em renda e emprego abaixo dos níveis observados na crise de 2015 e dos níveis observados após a primeira onda de Covid-19 em 2020.

Mais de 58,3% dos domicílios pesquisados ??estavam mais inclinados a poupar do que gastar ou investir, versus 42,4% no 1T22. “É provável que o governo chinês continue a anunciar estímulo fiscal e monetário na tentativa de fortalecer a economia e gerar empregos, mas uma variável importante a ser observada no curto prazo será a evolução da confiança do consumidor”, reforçam.

Enquanto isso, o setor imobiliário continua sendo uma das principais fontes de preocupação; mas o BBI avalia que o governo ainda tem espaço para estímulos direcionados.

O setor (que responde por cerca de 35% da demanda chinesa por aço) tem sido uma das principais fontes de preocupação há quase um ano, com muitos dados para o setor seguindo muito fracos, enquanto a confiança dos compradores está abalada (notícias recentes apontaram para alguns compradores deixando de pagar hipotecas em projetos imobiliários inacabados até que os desenvolvedores retomem a construção).

Do lado mais positivo, junho registrou uma recuperação nas vendas de imóveis, uma vez que algumas restrições do Covid-19 foram aliviadas (ainda que acumule queda de 22,2% no acumulado do ano), enquanto a China vem implementando medidas de estímulo direcionadas ( redução das taxas de hipotecas, governos locais com novos programas de subsídios para compra de casa) e com espaço para medidas adicionais (como redução total das taxas de hipoteca).

“Em suma, apesar de um abrandamento do setor (já consideramos uma queda de cerca de 20% na demanda de aço do setor em 2022), o governo chinês deve continuar a fazer uso das ferramentas disponíveis para evitar um pouso forçado antes de retornar a um caminho de desalavancagem”, avaliam.

Infraestrutura em alta

Já para infraestrutura, a China tem falado abertamente sobre o fato de que vê os investimentos como uma alavanca para crescimento em 2022, com provável efeito para 2023. Os investimentos em infraestrutura na primeira metade do ano subiram 7,1% na base anual.

O governo acelerou a emissão de títulos do governo local para investimentos e deve vender mais 1,5 trilhões de yuans (US$ 220 bilhões) em títulos especiais na segunda metade do ano. Além disso, o principal órgão de planejamento econômico da China estaria pedindo às autoridades locais que agilizem a submissão de projetos e acelerem a construção sempre que possível (mesmo que agendada apenas para 2023).

A produção de escavadeiras começou a aumentar recentemente (alta de 50% em maio na comparação mensal), mas permanece mais fraca em relação a 2021 (queda de 40% ante maio de 2021). “Notamos que investir em nova infraestrutura (especialmente infraestrutura verde) também é de interesse estratégico, à medida que a China avança para cumprir suas metas de descarbonização”, apontam os analistas.

Para o BBI, a indústria chinesa vem se recuperando em relação às baixas de abril e o banco espera que ela continue a subir. Em junho, a produção industrial cresceu 3,9% na base anual, após crescimento de 0,7% em maio, com melhorias em segmentos-chave.

O mercado automotivo, ressaltam os analistas, têm apresentado uma forte tendência de alta recentemente, com a produção de veículos subindo 30% na base mensal e 28% na anual em junho, para 2,5 milhões de unidades. A demanda também deve ser apoiada por estímulos governamentais (a China já cortou cerca de 7,1 bilhões de renminbis em impostos no primeiro mês de sua nova política de incentivos fiscais para o setor automobilístico).

Por outro lado, a demanda de exportação possivelmente ficará mais fraca com a desaceleração das economias globais, podendo pesar na recuperação.

“A demanda por aço continua fraca por enquanto (também impactada pela sazonalidade), mas esperamos uma melhora ao longo do segundo semestre de 2022 e primeira metade de 2023”, projeta o BBI.

A dinâmica dos preços do aço foi recentemente prejudicada pelo sentimento mais fraco do mercado em relação às perspectivas para o crescimento econômico chinês, uma vez que a demanda não aumentou significativamente em junho, impactada por condições climáticas (os meses de verão costumam levar a uma atividade de construção mais fraca e junho já registrou várias ondas de calor, que continuaram em julho).

Aço: perspectiva de recuperação

Atualmente, as margens do aço permanecem em território negativo, mas o BBI vê espaço para que os preços recuperem  nos próximos meses, já que a produção provavelmente permanecerá estável/para baixo, enquanto a demanda se recupera.

Contudo, os riscos permanecem significativos se o crescimento continuar a defasar materialmente. “Se as medidas adotadas pelo governo não conseguirem estimular a confiança e o crescimento econômico nos próximos meses ou se os casos de Covid-19 aumentarem e novos bloqueios generalizados precisarem ser implementados, o sentimento e a demanda ainda mais fracos continuariam a pesar no mercado global preços das commodities e, consequentemente, nas ações do setor”, avaliam.

No entanto, se os dados começarem a melhorar, os analistas do BBI apontam que o sentimento do investidor pode mudar rapidamente, reduzindo os prêmios de risco e impulsionam os papéis.

Vale em destaque

Pedro Acioli, analista de commodities da gestora Mantaro Capital, apontou para o InfoMoney um cenário cauteloso o minério de ferro.

“As medidas de desalavancagem impostas às imobiliárias pelo governo chinês foram o estopim para uma forte desaceleração do setor, com diversas incorporadoras enfrentando sérios problemas financeiros. As vendas de propriedades na China já caem mais de 20% no acumulado do ano enquanto que o início de obras caiu 30%. Esse cenário traz perspectivas negativas para a demanda por minério de ferro, visto que o setor imobiliário responde por 30% do consumo de aço na China”, avalia.

Esse cenário é relevante para a Vale, principal produtora de minério do Brasil, avalia. No micro da empresa, alguns pontos preocupam, segundo Acioli: a mineradora ainda não conseguiu retomar de forma relevante a sua capacidade produtiva de Minas Gerais pós-Brumadinho e agora também enfrenta problemas de licenciamento e qualidade mineral na operação de Carajás.

A desalavancagem operacional, a inflação generalizada de insumos e o aumento do frete aumentaram significativamente o custo de produção da Vale. Com o minério em alta dos últimos meses, essas ineficiências operacionais não ficaram em evidência nos últimos resultados da companhia, mas devem ir à luz, aponta.

 
Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

 

Mercado de minério se volta para oferta com relatório da Vale

 A rival Rio Tinto não ajudou semana passada ao relatar remessas mais altas Um mercado de minério de ferro atingido por crescentes preocupações com a demanda voltará sua atenção para a oferta – pelo menos momentaneamente – quando a Vale divulgar seu relatório de produção.

O preço do ingrediente siderúrgico caiu mais de 40% em relação ao pico de março, abaixo de US$ 100 a tonelada, com uma crise imobiliária e lockdownsna China que diminuem as perspectivas de demanda em um momento em que as medidas de combate à inflação ameaçam o crescimento global.

A rival Rio Tinto não ajudou semana passada ao relatar remessas mais altas.

Terça-feira à noite é a vez da Vale. A mineradora brasileira – cuja recuperação de um desastre de barragem em 2019 é um importante fator no lado da oferta – deve divulgar uma produção de 76,9 milhões de toneladas no segundo trimestre, segundo a estimativa média de sete analistas acompanhados pela Bloomberg. Isso se compara a 63,9 milhões em um primeiro trimestre afetado por chuvas e 75,7 milhões um ano atrás.

Um número muito acima do esperado representaria mais dor de cabeça para quem aposta na alta do minério de ferro, enquanto uma decepção considerável poderia ajudar a sustentar os preços.

Mas o mais importante pode ser se a Vale consegue ou não atingir sua meta anual de produção da matéria-prima do aço entre 320 e 335 milhões de toneladas.

O mercado já parece estar considerando a extremidade inferior da faixa como o melhor cenário, segundo analistas do Citigroup liderados por Alex Hacking.

O oposto vale para as ações da empresa – uma surpresa positiva na produção pode proporcionar alívio de curto prazo para o papel que seguiu uma trajetória semelhante à do minério de ferro nos últimos meses.

O Goldman Sachs recentemente reduziu suas estimativas de lucros para a empresa, enquanto Will Landers, investidor veterano de América Latina e chefe de ações para a região da BTG Pactual Asset Management, disse que ficou “underweight” (com exposição abaixo da média do índice de referência) em Vale em meio a uma reabertura econômica “frustrante e acidentada” na China.

As expectativas de um declínio na produção de aço na China no segundo semestre do ano “devem ter um impacto negativo no consumo de minério de ferro durante um período de produção sazonalmente mais forte”, analistas do Goldman liderados por Marcio Farid disseram em uma nota.

 
Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022

BHP alerta para desaceleração mundial em meio a aperto de política monetária

 A ameaça de uma recessão e o temor quanto a seu impacto na demanda têm assolado os preços das matérias-primas nos últimos meses A BHP, maior empresa de recursos naturais do mundo, prevê ventos contrários à economia ao longo dos próximos 12 meses e advertiu que a forte queda na cotação das commodities está obscurecendo o panorama das maiores mineradoras do mundo.

Embora projete que a China, seu maior cliente, terá crescimento graças a políticas de estímulo econômico, a mineradora australiana prevê que a crise energética na Europa, a guerra na Ucrânia e as políticas monetárias contracionistas resultarão em uma “desaceleração geral no crescimento mundial”.

“A volatilidade do mercado como um todo continua e prevemos que o efeito retardado das pressões inflacionárias continuará ao longo do ano fiscal de 2023, juntamente com a escassez no mercado de trabalho e as restrições na cadeia de suprimentos”, destacou o executivo-chefe Mike Henry, em uma atualização sobre o desempenho da mineradora divulgada nesta terça-feira.

Os comentários de Henry seguem a mesma linha das observações feitas na semana passada pela rival Rio Tinto, que também fez um alerta sobre ventos contrários “consideráveis” e o crescente temor de recessão, que afeta os preços das commodities.

A ameaça de uma recessão e o temor quanto a seu impacto na demanda têm assolado os preços das matérias-primas nos últimos meses. Recentemente, o minério de ferro, a maior fonte de lucro da BHP e da Rio Tinto, caiu para menos US$ 100 por tonelada pela primeira vez no ano, enquanto o cobre caiu ao menor patamar em 20 meses, abaixo de US$ 7 mil por tonelada, na semana passada.

Isso pesou nos preços das ações de todo o setor, com os papéis da BHP e da Rio Tinto caindo mais de 20% em relação ao pico de junho.

A atualização divulgada nesta terça-feira mostrou um bom desempenho da BHP com o cobre e o carvão, que foi neutralizado pelos resultados decepcionantes em outros metais, como o minério de ferro.

A BHP informou que produziu 253,2 milhões de toneladas de minério de ferro no ano até junho, repetindo o desempenho do ano anterior, e prevê extrair entre 249 milhões e 260 milhões de toneladas do ingrediente usado na produção do aço no próximo ano fiscal, projeção que decepcionou alguns analistas.

Tyler Broda, analista da RBC Capital disse que a projeção “branda” para a produção no exercício de 2023 “tiraria o brilho” de um ano fiscal monumental para a BHP, no qual ela desmembrou suas operações de petróleo e gás por meio de uma fusão com a Woodside e unificou sua estrutura de ações.

A BHP também vendeu sua participação de 80% na BHP Mitsui Coal, que opera as minas de carvão de coque de South Walker Creek e Poitrel, em Queensland, por US$ 1,35 bilhão.

A empresa comunicou nesta terça-feira que reavaliaria as operações que ainda possui em Queensland, após a introdução de um novo imposto de royalties, de três alíquotas, no Estado neste mês.

O imposto descontentou a indústria de mineração, que não foi consultada sobre a decisão do governo de Queensland de aproveitar os altos preços do carvão para dar um impulso aos gastos públicos na região.

A medida também foi criticada pelo embaixador do Japão na Austrália, que em rara intervenção política disse neste mês que o investimento no país pode ser afetado pelo imposto. As empresas japonesas Mitsubishi e Mitsui têm operações no estado.

A BHP já vendeu a maior parte de suas operações de carvão térmico, usado para gerar eletricidade, mas manteve seus ativos de carvão de coque, que abastecem as siderúrgicas.

“A quase triplicação da alíquota mais alta dos royalties piorou o que já era um dos esquemas mais altos de royalties de carvão do mundo, ameaçando investimentos e empregos no Estado”, disse Henry.

Fonte: Financial Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/07/2022