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Terras raras: por que a China está limitando a exportação de matérias-primas para a transição energética

A China suspenderá a exportação de uma série de tecnologias de terras raras, o que potencialmente tornará mais difícil para os EUA e outras nações ocidentais reforçarem o suprimento de matérias-primas estratégicas.

Pequim colocou a tecnologia para produção de metais e ímãs de terras raras em uma lista de itens que não podem ser transferidos para o exterior, de acordo com um documento do Ministério do Comércio. A decisão do principal fornecedor mundial desses minerais surge num momento em que os seus rivais geopolíticos se apressam para reduzir a dependência de materiais produzidos na China.

Nas últimas três décadas, a China construiu um papel dominante na mineração e refinamento de terras raras, um conjunto de 17 elementos utilizados na fabricação desde turbinas eólicas a equipamento militar e veículos elétricos.

As novas regras não afetam o envio de produtos de terras raras em si, mas podem ter como objetivo frustrar os esforços para desenvolver a indústria fora da China.

 
 

Os metais críticos estão cada vez mais sob os holofotes à medida que as nações ocidentais encaram cada vez mais o seu fornecimento como uma questão de segurança nacional - especialmente porque a transição energética global alimenta receios de possível escassez no futuro.

Os EUA estão liderando uma iniciativa para reduzir o domínio da China sobre os fluxos de minerais, desde terras raras até lítio e cobalto. A principal legislação climática do presidente Joe Biden inclui regras destinadas a gerar mais oferta internamente ou a partir de nações aliadas. Em resposta, a China impôs restrições à exportação de gálio, germânio e grafite.

Embora a legislação histórica de Biden e a lei das matérias-primas críticas da Europa prometam desbloquear novos financiamentos para potenciais fornecedores, a última decisão de Pequim destaca os desafios técnicos que os produtores ocidentais poderão enfrentar no desenvolvimento de processos de refinamento que a China passou a dominar ao longo das décadas.

Até pouco tempo, praticamente não existiam refinarias de terras raras fora da China. Isso significa que empresas e pesquisadores chineses construíram uma vantagem tecnológica e prática significativa no processo de extração e processamento de terras raras, enquanto outras regiões ficaram para trás.

A lista de itens proibidos inclui tecnologia para separar terras raras, bem como para produzir metais e ímãs. A tecnologia para mineração, tratamento de minério e fundição foi listada como “restrita”, ao invés de proibida.

O controle da China sobre o mercado global de terras raras ganhou ampla atenção internacional pela primeira vez em 2010, quando a China impôs restrições rigorosas às exportações. Os EUA, a União Europeia e o Japão forçaram Pequim a anular as medidas através da Organização Mundial do Comércio, mas as preocupações sobre o seu domínio persistiram à medida que os fornecedores ocidentais enfrentavam reveses comerciais, técnicos e ambientais para desenvolver formas alternativas de fornecimento.

A China foi responsável por mais de dois terços da extração de terras raras no último ano e é responsável por toda a capacidade de refino global, de acordo com as informações do governo dos EUA. Além disso, o país também domina o fornecimento de ímãs de terras raras, o principal produto usado em bens manufaturados.

Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/12/2023

CSN Mineração: crescimento de alta qualidade

O Banco Safra está iniciando a cobertura da CSN Mineração (CMIN3) com rating Neutro e preço alvo de 12 meses de R$ 7,70/ação, implicando um retorno total potencial de aproximadamente 11,5%. Vemos a CSN Mineração em posição privilegiada para ampliar capacidade e melhorar a qualidade do seu mix de produtos, exigindo um prêmio aos preços de referência.

Acreditamos que o valuation das ações da CMIN não é atrativo após a sua recuperação de 82% desde o final de agosto, mas reconhecemos que os preços das suas ações ainda podem subir ainda mais se os preços do minério de ferro melhorarem no 1T24, como antecipamos.

Além disso, destacamos uma sólida distribuição de dividendos para os próximos anos, com um rendimento de dividendos de ~7,5% para 2024, contribuindo para um retorno total de ~11,5% até o final de 2024 (4,1% via DCF positivo e 7,4% via dividendos) e um ~7% rendimento médio de dividendos em 2025–30.

Fonte: O Especialista
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/12/2023

Venda da Sigma Lithium entra em fase final; saiba os favoritos

A Sigma Lithium, dona de uma operação de mineração de lítio no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, anunciou hoje que está em fase final da negociação para a venda do negócio. A expectativa era concluir a transação até o fim do ano, mas agora o conselho espera que a conclusão ocorra apenas em 2024.

Segundo o Exame IN apurou, dois consórcios estão na reta final para levar o negócio. A chinesa CATL, de baterias, e a montadora Volkswagen são apontadas como as favoritas.

No comunicado apresentado hoje, a fundadora da Sigma Lithium, Ana Cabral Gardner, afirmou que a empresa atraiu o interesse de “algumas das empresas mais admiradas de baterias e veículos elétricos do mundo, incluindo montadoras e fabricantes de baterias”, sem citar nomes.

Como parte das negociações, a mineradora anunciou a listagem da Sigma Brazil, a subsidiária que detém de fatos os direitos do seu principal projeto, a Grota do Cirilo, na Nasdaq e em Cingapura como forma “de maximizar valor para os acionistas” e “nivelar o campo de jogo” na oferta.

De acordo com fontes próximas à empresa, a estrutura visa facilitar a compra do negócio por estrangeiros – especialmente os chineses. Uma lei promulgada no fim de 2022 no Canadá, onde a holding Sigma Lithium foi constituída, determina que o governo local precisa aprovar qualquer mudança de controle de empresas de minerais críticos de companhias que operam no país.

Outra questão é tributária, aponta a corretora canandense Cannacord Genuity em relatório. Se vendesse diretamente a operação brasileira, os atuais investidores da Sigma precisariam pagar um imposto sobre o ganho de capital. Nas negociações, a Sigma vinha afirmando que o potencial comprador precisaria compor essa diferença na oferta, o que vinha diminuindo a atratividade do ativo.

Na nova estrutura, os compradores fariam a aquisição via oferta de ações na Nasdaq ou em Cingapura. A escolha de ambas as bolsas visa ampliar a competitividade tanto para possíveis compradores orientais quanto ocidentais.

Com uma mina que produz lítio de acordo com os mais elevados padrões de ESG – com disposição de resíduos a seco e um fundo que visa – a Sigma atraiu o interesse de diversos players, interessados em garantir uma das principais matérias-primas para a fabricação de baterias para abastecer veículos elétricos.

A Tesla chegou a fazer uma aproximação com a companhia, mas o negócio não avançou. A CMOC, mineradora chinesa focada em molibidênio, também avaliou o ativo. O PIF, braço de investimentos do fundo soberano de Cingapura, também chegou a avançar nas negociações, que esfriaram, principalmente por conta de preço.

Hoje, a Sigma é avaliada em pouco mais de US$ 3 bilhões na bolsa canadense, uma queda de 15% no acumulado do ano por conta de um declínio no preço do lítio. Mas Ana Cabral vem querendo um prêmio pelo negócio, especialmente pelo potencial de crescimento da empresa, que, em  pouco menos de seis anos conseguiu tirar o projeto do zero para construir uma das principais mineradoras de lítio do mundo.

Sem tocar no assunto da venda, numa conferência em Riad no fim de outubro, a banqueira – sócia da firma de private equity A10 – disse que os investidores ainda subestimam o potencial da transição energética para mineradoras.

“Essas ações [de mineradoras de metais críticos para transição] são ações de crescimento, mas os investidores as precificam como se fossem ações de dividendos”, disse a empresária. Para ela, apesar de a Sigma gerar caixa e ter acesso ao mercado de dívida, esse custo de capital próprio elevado diminui a atratividade dos novos investimentos no setor, num momento em que o mundo precisa dessa oferta.

Se as projeções de crescimento de carros elétricos e capacidade de baterias se materializarem até 2030, a oferta da maior parte desses metais vai ter que crescer cinco vezes. Seis anos no tempo de mineração é praticamente amanhã”, afirmou.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/12/2023

Cenário para minério de ferro em 2024 é favorável para empresas produtoras

O ano acaba melhor do que o previsto para as companhias de mineração de ferro em termos de preço da principal matéria-prima do aço. A cotação ficou acima do projetado e a expectativa é que o desempenho deve se repetir em 2024. “O preço do minério em patamar acima de US$ 130 que estamos vendo em dezembro é excelente. Nada a reclamar da parte das produtoras”, afirma José Carlos Martins, sócio-diretor da Neelix Consulting Mining & Metals e conselheiro do grupo Cedro Participações. 

Na sexta-feira (15), o preço de referência do minério no mercado do norte da China – produto com 62% de teor de ferro – foi negociado a US$ 135,60 a tonelada, segundo o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights. Neste trimestre, até agora, a média da cotação da commodity industrial foi de US$ 127. Desde o início de janeiro, atingiu valor médio de US$ 119 a tonelada.

O cenário previsto para 2024, avaliam especialistas, indica bons resultados para Vale e CSN Mineração e também para Usiminas, que exporta um bom excedente de sua produção. E é também favorável a outras empresas no país, caso de Anglo American, J&F Mineração, Cedro e as de menor tamanho, chamadas de independentes.   

“Vamos fechar o ano com média de US$ 120, no teto da previsão de US$ 110 a US$ 120. Ficará igual a 2022. E esse valor deve, no mínimo, se repetir em 2024”, acredita Martins, que foi diretor da área de ferrosos da Vale por dez anos, até 2014.

No primeiro trimestre, por razões climáticas comuns todo ano – chuvas em regiões produtoras do Brasil e ciclones nas áreas de embarques portuários da Austrália – poderão ser vistos, em casos pontuais, negociações a até 150 a tonelada, preveem alguns analistas.

As projeções de média para o próximo ano variam de US$ 110 a US$ 125 a tonelada, nas avaliações passadas ao IM Business. Nesse cenário, o principal fator considerado é a relação de equilíbrio entre oferta e demanda para 2024. “A nossa visão é de um mercado equilibrado, como em 2023, sem fatos novos tanto do lado da oferta quanto da demanda, com a volatilidade de sempre no período de janeiro a março devido aos fatores climáticos que afetam produção e embarques nos dois principais países fornecedores”, observa Martins.

Segundo o executivo, o Brasil não vai oferecer nada relevante ao mercado, em volume adicional, da parte de Vale e CSN Mineração. Na Austrália, a Rio Tinto – líder global do setor – não tem projetos e um da Fortescue  começa a entrar em operação. Austrália e Brasil são os grandes produtores estabelecidos no mundo, com poder de ditar os preços. Juntos, respondem por 56% da produção mundial, prevista em 2,46 bilhões de toneladas neste ano. São os grandes fornecedores da commodity às siderúrgicas chinesas, que importam em torno de 1,2 bilhão de toneladas a cada ano. 

De acordo com Martins, do lado da demanda não deve haver fatores de impulso a aumento de compras pelas siderúrgicas. A produção de aço chinesa deve ficar estável, acima de 1 bilhão de toneladas neste e nos próximos anos. Em 2023, aponta, a China compensou parte da queda na demanda interna de aço com aumento nas exportações. Estima-se embarques de100 milhões de toneladas de aço (volume anualizado).

Isso requereu, ao menos, 130 milhões de toneladas de minério, já descontando parte da produção de aço à base de sucata ferrosa. Uma pergunta é se o país vai manter a desova de 10% da produção de aço para o exterior em 2024. Vai depender da reação do mercado doméstico chinês e de barreiras que podem ser instaladas em países importadores. As usinas chinesas operaram seus altos-fornos a mais de 90% da capacidade neste ano.

Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, observa que o ano começou com excitação grande após o anúncio da reabertura da China entre outubro e novembro, quando o minério estava em US$ 80 a tonelada. Bem rápido saltou para US$ 120. Isso trouxe uma certa animação ao mercado. “Mas o que liderou a demanda chinesa foi a parte de consumo no país e não o setor de infraestrutura. Apesar disso, viu-se o minério bem resiliente porque a produção de aço chinesa manteve-se forte, crescendo entre 2% e 3% neste ano frente a 2022”.

O analista destaca que o mercado imobiliário (properties) chinês, que é grande consumidor de aço (35% do volume total), continuou com problemas e não decolou, apesar de medidas de estímulo do governo. “No entanto, algumas válvulas de escape mais que compensaram essa performance fraca. Por exemplo, os setores de maquinário, automotivo e de infraestrutura, com medidas de estímulos a obras e projetos nessa área.  

Outro ponto, afirma Sasson, foi a exportação de aço do país. A China, diz, vem exportando cerca de 8 milhões de toneladas mensais nos últimos meses, o correspondente a cerca de 10% do volume feito pelo país, gerando consequências para o mercado de aço global. Avaliação consensual é que ajudou a sustentar os preços do minério em patamar elevado em grande parte do segundo semestre.

“Olhando para 2024, temos uma expectativa um pouco mais cautelosa”, afirma. Ele diz que há dúvidas se a China conseguirá manter esse ritmo de exportação de aço, pois vários países [caso de EUA, México, União Europeia] vão colocando barreiras – tarifas de importação e salvaguardas. E precisa ver também qual será o cenário de properties. Os investidores mais otimistas acham que o pior já passou, ou parou de piorar.

Por fim, diz, o que joga a favor do minério no próximo ano é que Vale, Rio Tinto, BHP e Fortescue – as Big Four do setor –  dado os guidances que anunciaram para os próximos trimestres, não têm expectativa de aumento de oferta. Com isso, sem projeção de grande aumento da produção de aço  na China, o mercado deve se manter balanceado. “Poderemos ter no início do ano um patamar de preços mais alto, pois o primeiro semestre é sazonalmente mais fraco em oferta, mas com normalização ao longo dos 12 meses. Minha estimativa é de US$ 110  a tonelada em 2024”, informa Sasson.

Com uma visão otimista, Pedro Oliva, diretor financeiro e de RI da CSN Mineração, disse na quinta-feira (14) durante o Investor Day do grupo CSN que trabalha com uma média de preço para o minério de ferro de US$ 125 a tonelada no mercado futuro, com a cotação flutuando entre US$ 120 e US$ 130 a tonelada. “Vemos um mercado apertado em 2024, com adicional de oferta de 21 milhões de toneladas e de demanda de 39 milhões de toneladas”. Segundo ele, os estoques estão menores nos portos e usinas chinesas e os incentivos à economia do país vão gerar produção adicional de até 12 milhões de toneladas de aço (consumindo 19 milhões de minério de ferro). 

“O problema da demanda mundial pelo minério não está na China, que tem mantido o ritmo de consumo. As importações do país cresceram 7% até outubro. O problema está no Ocidente, onde a demanda teve retração de 50 milhões de toneladas de minério e não voltou”, destaca Martins.

Entre os fatores que poderiam mudar esse cenário, estão o fim da guerra na Ucrânia (pouco provável em 2024) com um enorme trabalho de reconstrução do país; solução para questão energética, elevando a oferta de gás na Europa (perspectiva baixa de ocorrer) e a China continuar produzindo menos minério. Com uma mineração fragmentada, o volume produzido no país caiu, no período de janeiro a outubro, de 270 milhões, no ano passado, para 252 milhões em 2023. 

Para 2025, diz, o cenário será outro. Estão previstas novas capacidades de oferta entrando no mercado: mina nova (Iron Bridge), da Fortescue, que fará 25 milhões de toneladas por ano; investimentos no Gabão e início de produção da mina Simandou, na Guiné, que será a “Carajás da África”, operada pela Rio Tinto. “Aí já começa uma era de desequilíbrio do mercado”, avalia.

 
Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/12/2023

Senado Federal cria CPI para investigar afundamento do solo e danos ambientais em Maceió

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (13) a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o afundamento do solo e os danos ambientais causados pela empresa Braskem em Maceió, capital de Alagoas. Os trabalhos começam após fevereiro de 2024, por conta do recesso parlamentar, e serão disponibilizados R$ 120 mil em orçamento.

Os integrantes do colegiado aprovaram o senador Omar Aziz (PSD-AM) para presidente e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) para vice-presidente.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) conduziu os trabalhos desta quarta e afirmou que os nomes da presidência foram escolhidos em reunião prévia com os líderes.

Ainda não há um parlamentar indicado para a relatoria da comissão. A CPI terá 120 dias para conclusão dos trabalhos.

Afundamento de bairros

A Comissão vai investigar o afundamento do solo em bairros como Pinheiro, Mutange e Bom Parto, que ocorre desde 2019, e se agravou no último mês. A cidade sofre com danos estruturais em ruas, casas e edifícios.

A instabilidade foi causada pela extração de sal-gema do subsolo. Após a extração do minério, as minas ficaram cheias com um líquido químico que vazou, formando vários desabamentos.

Mais de 14 mil imóveis foram afetados e condenados, e os casos já forçaram remoção de cerca de 55 mil pessoas da região. 

As atividades de extração foram encerradas em 2019 pela Braskem, mas os danos podem levar anos para se estabilizarem.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), estudos do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) concluíram que a empresa petroquímica Braskem foi a responsável pelos danos ocorridos desde 2018.

O MPF atua em quatro processos judiciais relacionados ao caso, além de expedir dezenas de procedimentos extrajudiciais a fim de garantir que fossem adotadas as medidas necessárias à proteção dos cidadãos afetados.

Fonte: Diário do Nordeste
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/12/2023

Brasil tem bons indicadores a seu favor em 2024, aponta economista da LCA

Se o cenário se confirmar, o crescimento do Brasil em 2024 terá uma “cara diferente”, antecipa Thaís Zara, mestre em Teoria Econômica e economista sênior da LCA Consultores. O diagnóstico foi dado na quarta-feira (13), durante palestra da LCA Consultores na sede do Sistema Transporte, em Brasília.

Segundo a especialista, entre os componentes do PIB, um diferencial será a contribuição do agronegócio, que tende a ser menos pronunciada daqui para a frente. “Em 2023, começamos com um crescimento mais forte, por conta da agricultura, e tivemos um segundo semestre mais estável. Já em 2024, a expectativa é que a economia vá acelerando. Em parte, isso ocorrerá porque a taxa de juros mais baixa começará a surtir efeito na economia”, descreve.

“Provavelmente, haverá estabilidade ou uma pequena queda da safra, de modo que o país não contará com o mesmo impulso de crescimento. Mesmo assim, quando olhamos o PIB na margem, comparando o trimestre com o trimestre anterior, há tendência a aceleração (do crescimento) porque outros setores, como construção civil e indústria, deverão começar a ter um desempenho melhor ao longo do ano, refletindo a melhora das condições de crédito e dos indicadores financeiros”, continua.

O crescimento projetado para 2024 não será vigoroso, na ordem de 1,6%, mas tem a seu favor outros fatores benignos, como a desaceleração da inflação e os dados relativos a emprego, que vão bem. As reformas que o país vem encaminhando, com destaque para a tributária, também contribuem para um horizonte otimista. “A mera aprovação da reforma e a expectativa de que um sistema mais simples, não cumulativo e que demande menos horas para o cumprimento de obrigações fiscais já traz uma perspectiva positiva”, acredita.

Sobre o cenário exterior, Thaís Zara prevê um período de acomodação, dentro do esperado. “Vamos passar por uma desaceleração do crescimento global em 2024. Será um ‘pouso suave’, de modo a permitir que a inflação recue nos países desenvolvidos. Se não houvesse esse pouso, a alternativa seria uma recessão. Então, apesar de ser uma desaceleração, é uma notícia positiva. De qualquer forma, o mundo vai crescer menos e, para o Brasil, (isso significa que) o impulso vindo de fora será mais baixo”, confirma.

Em sua fala, a economista comentou diversos outros assuntos. Sobre o câmbio, a expectativa é de oscilação em torno do patamar atual, próximo a R$ 5,00/US$. Eventos climáticos podem afetar o país (El Niño é um deles), mas sem comprometer reservatórios de energia elétrica, por exemplo. Segundo ela, o país continuará simpático ao diesel da Rússia, por ser uma alternativa de importação mais em conta. E, finalmente, sobre a China, a projeção é de crescimento reduzido, já que o país asiático precisa absorver a bolha imobiliária formada nos últimos anos.

Fonte: CNT
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 14/12/2023