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Chuvas no RS isolam propriedades rurais e causam perdas severas aos produtores

As chuvas intensas e ininterruptas no Rio Grande do Sul continuam deixando um cenário de destruição em várias regiões gaúchas. O boletim mais atualizado da Defesa Civil gaúcha divulgado às 19h desta quinta-feira (2/5), aponta que ao menos 29 pessoas morreram no Estado, e 36 estão feridas. Outras 60 estão desaparecidas. Mais de 14 mil pessoas estão fora de suas casas. Um total de 154 municípios foram afetados.

O agricultor Fábio Eckert, que produz soja e arroz em uma propriedade às margens da Lagoa dos Patos, na área rural de Tapes, lamenta as perdas de boa parte da safra de soja, que ainda está na lavoura. Antes da chuva chegar, ele tinha colhido em torno de 60%. “Do que ficou pra trás, acredito que não vai sobrar nada”, enfatiza. Fábio calcula que, em quatro dias, choveu aproximadamente 400 mm.

Ele conta que a soja, que ocupa uma área de 2.500 hectares da fazenda, já teve o plantio atrasado devido às chuvas registradas em novembro. Da área que foi colhida, a produtividade foi de cerca de 60 sacas por hectare.

Com a plantação de arroz, ele teve mais sorte e ficou com pouca quantidade do grão nas áreas que foram totalmente alagadas. A situação foi mostrada por ele em vídeos enviados à Globo Rural. No total, a área cultivada do grão na propriedade é de 1.500 hectares. O produtor comenta que, com a água que desceu da serra, o nível da lagoa subiu muito.

Para ter ideia da real situação, será preciso esperar a chuva parar: “vamos aguardar até segunda-feira para ver o que vai se definir e então computar as perdas. São três dias para rezar. Se não parar até lá, iremos perder 100% dessa área”.

Sem seguro para a safra deste ano, Fábio diz que espera atuação dos representantes públicos e da categoria para que os produtores obtenham ajuda. Segundo ele, adubação e sementes representaram os maiores custos desta safra. “A conta não fecha, iremos precisar de prazo para poder saldar as dívidas mais para frente”.

O presidente do Sindicato Rural de Tapes, Genésio Moraes, afirma que a preocupação maior é com a soja, que ainda tem praticamente metade da produção nas lavouras. Em torno de 50% a 55% dos 14.000 hectares cultivados no município foram colhidos. “O que falta colher, com previsão de chuva até domingo, provavelmente vai se perder”, adverte.

Ele prevê uma quebra grande e dificuldades para produtores que estão com um percentual maior da oleaginosa na lavoura: “tem produtor que plantou 2.000 hectares e colheu só 10%”. E completa: “depois de três anos de estiagem, estávamos visualizando uma boa colheita de soja. Agora, deu zebra”.

A esperança é que a chuva cesse e o sol retorne dentro de quatro dias, o que poderia salvar ao menos uma parte das plantações, na avaliação do presidente do sindicato. A entidade atua, no momento, no apoio às famílias e ao trabalho dos órgãos públicos.

Loan Steglich, produtor de soja, milho e canola, de Catuípe (RS), lamenta a situação de inúmeras propriedades rurais em todo o Estado. Ele destaca que, na região, boa parte da soja já foi colhida. “Temos em torno de 5% nas lavouras para ser colhido. Mas aqueles municípios em que o plantio atrasou, também por causa da chuva, estão mais atrasados na colheita”, resume. “É imensurável a tragédia”, diz, referindo-se também às perdas de casas, maquinários e infraestrutura como pontes e estradas.

Ele destaca que, mesmo antes das chuvas, a situação já estava complicada para os produtores, devido aos altos custos de produção e à produtividade média entre 50 sacas ou 60 sacas por hectare. “Foram suficientes apenas para ‘empatar os custos’”, observa.

Arroz

Já no caso do arroz - são em torno de 17.000 hectares cultivados no município de Tapes -, a colheita está na fase final, faltando entre 15% a 20% das lavouras. “Acredito que não teremos problemas com o arroz, porque o grão já está bem fechado e, assim que a água baixar, dará para colher”, explica.

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) está monitorando a situação das lavouras do Estado devido às fortes chuvas. A entidade informou que está colocando seu corpo operacional à disposição dos produtores que estiverem enfrentando dificuldades devido às intempéries.

Em comunicado, a Federarroz se solidariza com a sociedade gaúcha, “reiterando o compromisso em garantir a segurança alimentar do povo brasileiro, apesar das incontáveis dificuldades e instabilidades enfrentadas pelos produtores rurais”.

Serra Gaúcha

Na Serra Gaúcha, a situação é caótica, segundo Elson Schneider, presidente do Sindicato Rural que congrega seis municípios da região, incluindo Bento Gonçalves e Pinto Bandeira. Conhecidos pela produção de uvas para a elaboração de vinhos e sucos, a região foi afetada no momento de manutenção dos parreirais, que estão em período de dormência.

“Não há dano de safra, porque a colheita da uva já terminou, mas será um trabalho árduo, e com custo bastante elevado, de recuperação de parreirais que foram completamente dizimados”, explica Elson.

Devido às chuvas, a Cooperativa Vinícola Aurora, de Bento Gonçalves, anunciou o adiamento da 7ª edição da Vitis Aurora. O evento voltado ao setor vitivinícola estava programado para ocorrer na próxima semana, na unidade da empresa em Pinto Bandeira, e será transferido para uma nova data. A vinícola informou que prioriza o apoio às pessoas em situação de risco, isoladas ou mesmo feridas, a quem presta solidariedade.

Além disso, produtores de pêssego, ameixa e outras frutas tiveram os pomares devastados pelas chuvas na região. Por ser uma área montanhosa, a enxurrada desce pelas encostas dos morros, como mostram produtores em vídeos feitos nas propriedades.

“Estamos no olho do furacão, nossa serra está sendo atingida por uma quantidade de chuva jamais vista. É muita complexa a situação, estamos consternados”, ressalta Elson. E acrescenta: “muitas propriedades rurais e municípios estão com acessos bloqueados, houve queda de pontes, alagamentos de estradas e perdas materiais e, infelizmente, de vidas”.

Ele comenta que a região da Serra Gaúcha conta com mais de 18 mil famílias de agricultores, com produção focada na fruticultura, além de gado de leite. “A grande preocupação é o resgate das pessoas”, afirma.

O resultado das avalanches nas propriedades de fruticultura preocupa, uma vez que o desabamento destroi os patamares dos parreirais e dos pomares - espaços abertos a fim de nivelar o espaçamento entre linhas. “Será um prejuízo enorme para essas propriedades”, conclui Elson.

Em vídeo encaminhado pelo sindicato à reportagem, um produtor de uvas Merlot e Tannat lamenta a destruição de parte do parreiral: “tudo no chão, tudo destruído”. Em outro vídeo, um produtor de ameixa também comenta as perdas: “abriu uma vala e arrastou uns 30 metros de fileira de ameixa”, conta.

Elson acredita que choveu quase 300 mm em 24 horas. Ele diz que o sindicato tem atuado no apoio a famílias, dando suporte ao poder público para chegar às propriedades rurais isoladas. Além das forças policiais e do Corpo de Bombeiros, ele conta que jipeiros e trilheiros estão ajudando nos resgates.

Vale do Caí

Antonio Kunzler, produtor rural de Harmonia, cidade do Vale do Caí, também conversou com a reportagem. Ele afirma que muitas áreas de citricultura estão submersas pela água das chuvas. “Estamos contabilizando as perdas atuais, sem uma estimativa concreta devido à dificuldade de chegar nas propriedades. Mas o prejuízo deve superar R$10 milhões”, considera.

Ele também comenta que muitas propriedades no interior estão sem energia elétrica e começa a faltar água potável. “Estamos disponibilizando geradores para os poços de abastecimento público que abastecem estes locais, inclusive a produção integrada, para minimizar os prejuízos”, relata.

O produtor comenta que também há perdas em plantações de milho e criação de aves e suínos, inclusive com alagamento e mortes de animais.

Feira

Também foi suspensa a realização da 36ª Fenovinos, que aconteceria em Santa Margarida do Sul. A prefeitura, em parceria com a Associação de Produtores Rurais do município e a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos suspenderam temporariamente o evento, considerando a publicação do Decreto 57.596, que coloca o Rio Grande do Sul em Estado de Calamidade Pública em função das fortes chuvas.

Fonte: Globo Rural
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 03/05/2024

 

Expositoras destacam recursos de Inteligência Artificial na Agrishow

Uma variedade de marcas expositoras exibe suas mais recentes tecnologias e soluções dotadas de recursos de Inteligência Artificial (IA) na Agrishow. Os novos recursos auxiliam os produtores rurais a tomar decisões estratégicas e a produzirem mais e melhor, com menos recursos.

A Inteligência Artificial já faz parte de processos como coleta e processamento de informações sensíveis e cruciais para o campo, como clima, dados geoespaciais, monitoramento de safras e solos, produção e produtividade. Tudo isso ainda dentro da porteira, visando a sustentabilidade dos processos e unindo a agricultura de precisão à agricultura de decisão.

Para lançarem tantas soluções, as marcas expositoras da feira contam com núcleos de P&D, que funcionam como pilares para estudar, desenvolver e testar soluções personalizadas para as necessidades de cada agricultor ou pecuarista.

Vale ressaltar ainda que o aprendizado de máquina (machine learning), adquirido pela IA Generativa, pode oferecer ainda mais opções e artifícios para a demanda mundial de alimentos ocasionada pela crescente população.

Digitalização do solo

A Embrapa Instrumentação, em parceria com a agfintech Agrorobótica, desenvolveu a Plataforma de Inteligência Artificial AGLIBS, uma tecnologia que integra diferentes softwares e sensores avançados que permitem a digitalização do solo e das atividades agrícolas.

A inovação viabiliza o acesso à agricultura de precisão e à comercialização de crédito de carbono no mercado voluntário internacional, permitindo, assim, mensurar, reportar, verificar e comercializar o carbono na agricultura, enquanto faz a gestão da fertilidade do solo e a nutrição das plantas.

Ela foi desenvolvida alinhada a critérios científicos aceitos internacionalmente e tem como base a tecnologia LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), a mesma técnica que a agência espacial norte-americana (Nasa) embarcou nos robôs para avaliação do solo do Planeta Marte.

Para a pesquisadora da Embrapa, Débora Milori, que coordena o Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf), a LIBS é uma técnica espectro analítica rápida, reprodutível e limpa.

“Ela usa pulsos laser de alta energia para criar um microplasma na superfície da amostra, e assim, determinar a sua composição química. Por ser uma técnica analítica direta, ela pode ser aplicada a uma grande variedade de amostras em diferentes estados físicos da matéria”, explica Milori.

Combate às plantas invasoras

A Cromai destaca o Scan Weed, que identifica e classifica plantas invasoras, enquanto o Cromai Scan Growline corrige falhas de plantio na cana-de-açúcar.

Já a solução Cromai Sentinel quantifica impurezas vegetais de forma automática. Essas tecnologias promovem uma tomada de decisão assertiva, economizando recursos e melhorando a eficiência operacional nas atividades agrícolas.

Na mesma linha, um dos destaques do portfólio da Bosch no setor agrícola é o One Smart Spray, solução que permite a aplicação seletiva de herbicidas, detectando a presença de plantas daninhas, em tempo real, e pulverizando apenas onde é necessário. A tecnologia é baseada em câmeras com redes neurais e IA.

Quanto à customização, a Bayer em colaboração com a Microsoft, apresenta o Agri-Copilot. Comparável a um “ChatGPT do Agro”, software que usa a IA para responder de forma intuitiva e personalizada às perguntas dos produtores rurais, a tecnologia se baseia em conjuntos de dados agrícolas e ambientais.

No estande da John Deere, os visitantes podem conferir o See & Spray Select (confira no vídeo abaixo, de Guilherme Silva, coordenador de Marketing para John Deere Precision Upgrade), um sistema de pulverização inteligente que utiliza inteligência artificial, visão computacional e machine learning em 30 câmeras para identificar e pulverizar apenas plantas daninhas. A solução tem média de 56% em economia de herbicidas, e em testes no Brasil chegou até 97%.

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 03/05/2024

 

Veja como a falta de conta jurídica afeta a micro e pequena indústria

O grau de desbancarização de micro e pequenas empresas da indústria ainda é elevado. No caso das empresas de menor porte de país, 28% não possuíam conta de pessoa jurídica (PJ), taxa que sobe para 33% entre as microempresas, segundo levantamento do Datafolha para o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) feito em março.

De acordo com o Simpi, o resultado mostra desconexão entre a formalização legal e o acesso aos serviços bancários, já que essas empresas possuem CNPJ.

As contas de pessoa jurídica, na visão de Joseph Couri, presidente do Simpi, são essenciais para facilitar a vida dos empresários. “Estamos testemunhando uma parcela substancial de nossas indústrias operando à margem do sistema financeiro formal, o que não apenas impacta a eficiência operacional, mas também pode resultar em consequências legais indesejadas.”

Segundo ele, a desbancarização é “apenas um dos sintomas de diversos obstáculos que as micro e pequena indústrias enfrentam, incluindo entraves jurídicos”.

A pesquisa destaca que 87% dessas empresas sem conta PJ declaram utilizar contas pessoais em nome de pessoas físicas para movimentar recursos da empresa, e a maioria delas (69%) fatura até R$ 15 mil por mês, indicando cenário de micro e pequenos empreendimentos com receitas modestas dentro do perfil desbancarizado.

O acesso ao crédito também é limitado. Um a cada quatro (25%) das empresas bancarizadas não possui contas que ofereçam acesso a linhas de crédito para capital de giro.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 30/04/2024

 

Como as diferentes indústrias receberam a imposição de cotas para importação de aço

A decisão do Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de estabelecer cota para as importações de nove tipos de produtos de aço e alíquota de 25% sobre os volumes que excederem o autorizado foi bem recebida pela indústria siderúrgica brasileira e por setores consumidores de aço. Em linhas gerais, e dos dois lados da balança, a leitura inicial é que as novas regras, anunciadas na semana passada, são equilibradas.

Para o Instituto Aço Brasil, a decisão demonstra o olhar atento do governo para a indústria siderúrgica brasileira, segundo o presidente executivo Marco Polo de Mello Lopes. “É uma decisão histórica e importante, porque sinaliza aos exportadores que o mercado brasileiro não é terra de ninguém, que há um governo atento ao que está acontecendo, com um olho no sentido de proteger sua indústria”, disse.

Em seu pedido de elevação do imposto de importação, de 10,8% a 12,6% para 25%, o Aço Brasil levou ao Mdic uma lista com 18 NCMs com a ocorrência de importações crescentes a preços predatórios. O modelo de cota-tarifa, lembrou Marco Polo, já é usado em outras regiões, como a União Europeia, e sua efetividade vai depender, agora, de como será operacionalizado.

“O detalhe da sistemática ainda não é conhecido e há nuances que precisamos entender melhor”, afirmou. “Mas o governo tem consciência dos prejuízos e agora é uma questão de operacionalizar”.

Para o presidente da ArcelorMittal Brasil e presidente do conselho do Instituto Aço Brasil, Jefferson De Paula, a decisão representa um avanço importante e indica que o governo brasileiro entendeu que o aço importado em condições desleais está provocando danos no mercado doméstico.

A expectativa é que as medidas, válidas por um ano, entrem em vigor em um mês. Ficou acertado, entre governo e usinas instaladas no país, que haverá monitoramento contínuo da medida, para confirmar se a iniciativa teve eficácia. Se não houver resultados, ela poderá ser revista.

Conforme De Paula, um dos principais riscos é que os exportadores tentem driblar a lista de NCMs sob a novas regras, embarcando para o mercado brasileiro produtos similares que estão registrados em outra NCM — sigla para Nomenclatura Comum do Mercosul, usada para identificar a mercadoria que está sendo comercializada —, que não está sujeita à cota.

“Levamos ao governo 26 NCMs que podem ser usadas como NCMs de fuga”, contou. Um possível desvio, exemplificou, seria o exportador de fio-máquina (que deve atender à novas regras) passar a embarcar para o Brasil vergalhões, que não foram contemplados na medida. “Isso vai ser monitorado pelo governo e pelo Aço Brasil”, acrescentou.

Conforme De Paula, a medida busca proteger o mercado doméstico da inundação de aço importado subsidiado, um reflexo da sobrecapacidade global de 500 milhões de toneladas neste momento, acompanhando o que outros países, entre os quais Estados Unidos, México e Chile, além da União Europeia, já fizeram. “Não é uma medida contra a China. É contra todo aço que chega em condições desleais de concorrência”, disse.

Maior produtora global de aço, a China responde por cerca de 60% a 70% dos produtos siderúrgicos que entram no país. Mas há importações também de outros países, como Rússia, Egito e Peru. Operando com taxa de ociosidade de 40%, a indústria siderúrgica instalada no país negociou durante meses a adoção de alguma medida de proteção. Em 2023, as importações de aço saltaram 50%, com manutenção da trajetória de crescimento neste ano. No primeiro trimestre, a expansão foi de 25%.

Um dos setores mais vocais no debate ao longo dos últimos meses, e contrário a elevação da alíquota de importação de produtos siderúrgicos para 25%, a indústria de máquinas e equipamentos avalia que o governo buscou equilíbrio na análise da “complexa” situação do setor siderúrgico.

“Reconhecemos a complexidade que envolvia a decisão da Camex/Gecex, em um cenário que envolvia uma pluralidade de setores e situações. O Gecex buscou o equilíbrio e a tecnicidade indispensáveis para que essa decisão fosse a melhor possível para o país e para a competitividade da indústria”, informou a Abimaq, em nota.

A associação disse ainda que entende o momento das siderúrgicas, mas vai monitorar os desdobramentos da aplicação do sistema de cotas e tarifa de 25%. “Foi afirmado durante o debate que não haveria aumentos de preços. Acompanharemos de perto a aplicação das regras e sua repercussão no mercado e nos preços”, apontou.

Para a Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço), a decisão do governo de não elevar as alíquotas de importação de folhas metálicas de aço, usadas em embalagens de alimentos e produtos para a construção civil, é positiva. Segundo a entidade, que representa o setor de latas de aço, a majoração das importações desse tipo de produto teria impactos sobre os preços de alimentos, incluindo itens da cesta básica, como leite em pó.

Conforme a Abeaço, folhas metálicas correspondem a menos de 1% de todo o aço produzido no Brasil e podem, em alguns casos, representar até 25% dos custos de alimentos, citando análise da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).

Em nota, a presidente da entidade, Thais Fagury, disse que a Abeaço levou ao Mdic seus argumentos, além dos dados que mostram que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) seria “a única beneficiada com a elevação da tarifa de importação sobre as folhas metálicas de aço”. “O pleito para os NCMs das folhas de aço para embalagens era exclusivamente da CSN”, aponta a Abeaço.

“A separação do aço destinado para embalagens do conjunto de importações preserva preços e impede impactos na cesta básica de alimentos e em programas como Minha Casa Minha Vida”, afirmou a executiva.

O setor da construção não vê impactos diretos nas cotas para importação de aço, já que os vergalhões, a forma mais usada nas obras, não entraram na medida. Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), afirma que podem haver impactos indiretos, sobre preço de equipamentos, por exemplo, e que qualquer possibilidade de aumento nos custos traz preocupação.

No entanto, ele classifica a medida como “salomônica” (equilibrada), porque a tarifa maior às importações não vai ser posta em prática automaticamente. “Se a média da importação não ultrapassar 30%, as alíquotas são as de hoje, vale a pena testar”, diz.

Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sinduscon-SP, sindicato dos construtores paulistas, não vê chance dos vergalhões serem incluídos posteriormente nas novas regras. Os dois representantes das entidades reforçam, ainda, que a construção não é um setor que costuma utilizar muito aço importado, e que, quando isso ocorre, a origem mais comum é a Turquia, e não a China, país que motivou a aplicação das cotas. “O aço produzido na China não é compatível com as normas brasileiras”, explica Correia.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/04/2024

 

Importações de aço registram alta de 29,3% em março, diz Inda

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), as compras do mês de março registraram queda de 5,0% perante a fevereiro, com volume total de 304,9 mil toneladas contra 321 mil. Frente a março do ano passado (360,7 mil toneladas), apresentou queda de 15,5%.

Vendas — As vendas de aços planos em março contabilizaram alta de 0,8% quando comparada a fevereiro, atingindo o montante de 309,8 mil toneladas contra 307,3 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 370,3 mil toneladas, registrou queda de 16,3%.

Estoques — Em número absoluto, o estoque de março obteve queda de 0,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 903 mil toneladas contra 907,9 mil. O giro de estoque fechou em 2,9 meses.

Importações (Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro-Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume) — As importações encerraram o mês de março com alta de 29,3% em relação ao mês anterior, com volume total de 249,1 mil toneladas contra 192,7 mil. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (167,1 mil toneladas), as importações registraram alta de 49,1%.

Projeções — Para abril de 2024, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma alta de 7% em relação a março— prevê o presidente executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro, que fez a apresentação dos números de fechamento do mês de março de 2024 e o que espera de abril deste ano.

Fonte: Portal Fator
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/04/2024

Agrishow 2024 abre com a expectativa de movimentar R$ 13 bilhões em negócios

Aberta oficialmente no dia 28 de abril, a 29º edição da Agrishow, a principal feira de tecnologia agrícola da América Latina, se estende até 3 de maio, em Ribeirão Preto (SP), e deve receber cerca de 195 mil visitantes de mais de 50 países e conta com marcas líderes brasileiras em diversos segmentos e companhias com matriz em diferentes países, como Itália, Espanha, Alemanha, Colômbia, Holanda, China e Hong Kong.

Em 2023, a Agrishow registrou R$ 13,290 bilhões em negócios iniciados entre expositores e visitantes, representando um aumento de 18% em relação à edição anterior. Para 2024, a expectativa é que esse número seja semelhante. Para isso, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, afirma que é imprescindível um expressivo volume de recursos e taxas de juros compatíveis com o futuro da atividade no campo.

De acordo com o presidente da Agrishow, João Marchesan, destacou a importância do evento para fomentar o setor de máquinas e implementos para a agricultura. Segundo ele, são pouco mais de 1.800 fabricantes, dos mais variados tipos de bens que abastecem, além do mercado nacional, mais de 50 países com bens de alta qualidade e sofisticação tecnológica. O setor espera, sobretudo, auxiliar no cumprimento da meta de elevar de 18% para 75% a mecanização da agricultura familiar.

“À medida que o Brasil investir na modernização de suas máquinas, no aprimoramento de irrigação e na expansão da capacidade de armazenagem, estaremos fortalecendo os pilares essenciais para impulsionar nossa economia e promover o crescimento do PIB. O Brasil já é uma potência agrícola e pode se tornar ainda maior. Há mercados e temos terra, clima, tecnologia, agricultores e máquinas”, disse Marchesan.

CATERPILLAR – Entre as muitas empresas que participam da Agrishow 2024 está a Caterpillar, que comemora 70 anos no Brasil. No evento, a  empresa lança a nova geração de carregadeiras de rodas pequenas, com os modelos Cat 924 e 938. Além da mudança de nomenclatura (remoção da letra K), os novos modelos oferecem um conjunto de novas tecnologias e funcionalidades destinadas a aumentar a produtividade, simplificar a operação e reduzir custos operacionais. O interior da cabine foi alterado para proporcionar mais conforto e melhorar a visibilidade. Novas funções de auxílio ao operador foram projetadas para proporcionar mais desempenho e eficiência na realização das mais diversas atividades.

Outra novidade, exclusiva nessa categoria, é a opção de direção por joystick, que oferece maior ergonomia, conforto e facilidade de operação principalmente em longas jornadas de trabalho. A nova geração de carregadeiras mantém a robustez do seu sistema de transmissão hidrostático e do motor Cat C7.1 Acert e continua a oferecer arranjos especiais para diversos segmentos, como para movimentação da biomassa do bagaço de cana (Arranjo Sugarcane), que também está em exposição na feira.

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SERVIÇO:

Agrishow 2024 – 29ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação

Data: 29 de abril a 3 de maio

Local: Rodovia Antônio Duarte Nogueira, km 321, Ribeirão Preto (SP)

Horário: das 8h às 18h

www.agrishow.com.br

Fonte: IPESI
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 30/04/2024