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Cidades mineradoras criam corredor tecnológico para diversificar economia

Cidades mineradoras buscam a diversificação de setores da economia para ampliar a geração de emprego, renda e arrecadação tributária em setores da economia e assim driblar a dependência ao setor minerário e siderúrgico.

Em uma reunião do Fórum Permanente de Secretários de Desenvolvimento Econômico, Alto do Paraopeba e Inconfidentes nessa terça-feira (17/10), com a presença de gestores das cidades de Ouro Preto, Mariana, Itabirito, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete e Congonhas, na Região Central de Minas Gerais, Queluzito e Entre Rios de Minas, na Região do Alto Paraopeba, e membros do governo estadual, foi apresentada a proposta de criação de um corredor tecnológico entre os municípios.

De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), na reunião, em Ouro Branco, foi apresentado o desejo da criação de um corredor tecnológico com intuito de incentivar a diversificação econômica da região.

Presente na reunião, a diretora de Inovação, Tecnologia e Cidades Inteligentes, da prefeitura de Ouro Branco, Thereza Bandoli, conta que a ideia por trás dos corredores tecnológicos é criar ecossistemas que promovam a inovação, o empreendedorismo e o desenvolvimento de tecnologias avançadas, não apenas para a área de siderurgia e mineração.

A diretora de Inovação aponta que Ouro Branco é uma cidade com uma porção de terra reduzida em relação a outros municípios mineradores e o fomento por negócios de caraterística verde e/ou digital possam dinamizar a economia sem demandar espaço territorial grande.

“Queremos aumentar a concentração de empresas, instituições de pesquisa, universidades e startups que se agrupam para colaborar e impulsionar o crescimento tecnológico e econômico”.

Com um território quatro vezes maior que Ouro Branco e marcado pela tragédia do rompimento da barragem de Bento Rodrigues, em 2015, a cidade histórica de Mariana vem acumulando uma queda na receita em 2023.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico de Mariana, Alessandra Moreira, a proposta do corredor tecnológico pode gerar uma saúde financeira e criar oportunidades para pequenas e médias empresas. De acordo com a gestora da pasta, Mariana, por ser uma cidade mineradora, como o ponto focal da economia, precisa da diversificação econômica para mitigar a dependência nesse setor.

“O encontro foi muito produtivo e saímos muito esperançosos. Tivemos a presença do Estado que nesses debates é de suma importância. Debatemos a proposta do corredor tecnológico que contribuirá muito com a economia regional e com a diversificação dos municípios. Com diálogo e afinco acreditamos na defesa da diversificação regional”.

O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia de Ouro Preto, Felipe Guerra, ressalta que o desenvolvimento econômico das cidades com forte presença das mineradoras será possível com a união dos esforços de cada município. Para isso, o secretário conta que foi criado um grupo de secretários municipais das pastas de desenvolvimento econômico para fortalecer políticas públicas regionais.

“Por acreditarmos que a diversificação da economia pode ser além da mineração, vejo que será mais ampla e assertiva quando as ações municipais forem discutidas de maneira regional. Nenhum município vai conseguir fazer sozinho, ainda mais com cidades de matriz econômica tão parecidas”.

Ações

Durante a reunião, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais reiterou a necessidade de impulsionar a diversificação econômica da região, visto que tradicionalmente têm a sua economia pautada na mineração. Na oportunidade, apresentou ações de incentivo do governo para o avanço tecnológico, como os programas Compete Minas e Pró-inovação, que ofertam, respectivamente, subsídios e linhas de crédito diferenciadas para empreendimentos que desejam investir em ciência, tecnologia e inovação.

Neste sentido, segundo a Sede, as conversas iniciais estão sendo realizadas para avaliar a pertinência do projeto em âmbito municipal e, também, estadual.

Em Ouro Preto, o ambiente de inovação vai funcionar em um espaço de 240m2 localizado no Instituto Federal de Minas Gerais, campus Ouro Preto. No primeiro momento, a ideia é trazer os moradores de distritos para o espaço e apresentá-lo para buscar conexões com projetos já estabelecidos nesta localidades, como é o caso, por exemplo, do “De mãos dadas com Pereira”, que é um projeto do IFMG, UFOP e UFV em parceria com moradores do distrito de Antônio Pereira, com vários caminhos de conexão com o Hub.

Para a diretora de Inovação, Tecnologia e Cidades Inteligentes, da prefeitura de Ouro Branco, Thereza Bandoli, para haver governança, as ações terão a presença governamental em conjunto com a empresarial, a acadêmica, a sociedade civil e a financeira.

“Primeiramente será feito um mapeamento da região do quadrilátero ferrífero, aqui na cidade já implementamos a Lei de incentivo à invocação e criamos um Hub de inovação e espaço Maker”.

Fonte: Estado de Minas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/10/2023

Vale: produção de minério de ferro soma 86,24 mt no 3º trimestre, queda anual de 4%

A produção de minério de ferro pela Vale (BVMF:VALE3) no terceiro trimestre deste ano caiu 4% em relação a igual período de 2022, alcançando 86,24 milhões de toneladas, afetada pela menor produção de run-of-mine (ROM), o minério bruto, do complexo de Paraopeba e à menor produção de Serra Norte. A companhia divulgou nesta terça-feira, 17, seu relatório de produção e vendas.

O resultado de produção também foi afetado por uma falha no sistema de correia transportadora no S11D, em agosto, com impacto de 2 milhões de toneladas, que levou à redução de 1,5 milhão de toneladas no Sistema Norte. Na comparação com o trimestre anterior, a produção de minério cresceu 9,5%.

As vendas atingiram 69,7 milhões de toneladas, aumento de 6,6% ante igual período do ano passado e de 10% na comparação sequencial. As vendas de finos e pelotas de minério de ferro aumentaram 4,4 milhões de toneladas na comparação anual, com a venda de estoques do primeiro semestre e aproveitando as condições favoráveis do mercado.

A produção do Sistema Sul diminuiu 2,6 milhões de toneladas, principalmente devido à menor produção de ROM e às vendas do Complexo Paraopeba, além da parada temporária das operações de Viga devido à manutenção pontual do rejeitoduto.

A produção de pelotas foi de 9,17 milhões de toneladas, aumento de 11% na comparação anual, impulsionada por um aumento no fornecimento de pellet feed de Brucutu e Itabira. Na comparação com o trimestre anterior, o avanço foi de 0,7%.

Em agosto, a Vale iniciou os testes de comissionamento da primeira de duas plantas de briquete de minério de ferro em Tubarão. Após o ramp-up, a capacidade combinada atingirá 6 milhões de toneladas por ano.

As vendas do pelotas somaram 8,6 milhões de toneladas no terceiro trimestre, aumento de 1,1% na comparação anual, mas recuo de 2,2% na sequencial.

O preço realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 105,1 por tonelada, alta de 13,5% ante igual período do ano passado, incremento em grande parte atribuído a preços de referência mais altos de minério de ferro (US$ 10,7/t maior na comparação anual) e a um impacto positivo de ajustes de preços (US$ 2,1/t na comparação anual).

O preço realizado das pelotas, por sua vez, foi de US$ 161,2 a tonelada no trimestre, queda de 17% ante igual período do ano passado e suave avanço de 0,5% na comparação sequencial.

O prêmio all-in totalizou US$ 3,8 por tonelada, US$ 2,8 menor na comparação anual, principalmente devido aos menores prêmios de pelotas. Trimestre contra trimestre, o prêmio all-in foi ligeiramente menor, impulsionado por prêmios de mercado mais baixos, uma vez que as usinas siderúrgicas têm preferido finos de menor qualidade devido à redução nas margens de aço. Isso foi parcialmente compensado por um mix de vendas de portfólio de produtos superior, com uma participação maior dos volumes do Sistema Norte.

Fonte: Investing
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/10/2023

 

Minério de ferro recua com menor produção de aço e problemas imobiliários pesam

O minério de ferro recuou nesta quarta-feira, uma vez que a produção de aço abaixo do esperado e uma crise imobiliária prolongada alimentaram preocupações sobre as perspectivas de demanda no maior consumidor do mundo, embora dados econômicos chineses melhorados tenham apoiado os preços no início da sessão.

O minério de ferro mais negociado em janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian (DCE) da China, DCIOcv1, encerrou as negociações diurnas em alta de 0,4 %, para 861 iuanes (US$ 117,76) por tonelada, desistindo dos ganhos registrados no início da sessão.

O minério de ferro de referência para novembro, SZZFX3, na Bolsa de Cingapura, caiu 1,4 %, para US $ 115,85 a tonelada, às 07h18 GMT , o nível mais baixo desde segunda-feira.

A produção de aço bruto da China em setembro caiu 5% em relação a agosto e caiu 5,6% em relação ao ano anterior, mostraram dados oficiais, à medida que mais siderúrgicas cortavam a produção devido aos altos preços das matérias-primas e à fraca demanda no maior produtor de aço do mundo.

Entretanto, as vendas imobiliárias e o investimento na China registaram quedas de dois dígitos, uma vez que os esforços para apoiar as grandes cidades não conseguiram reforçar a confiança numa indústria que luta para sair da crise, embora o ritmo de contracção tenha abrandado.

” Os baixos estoques e a grande diferença de preços entre os preços spot e futuros deram suporte ao minério de ferro, mas os dados mostraram que há pessimismo no mercado siderúrgico.”

A fraqueza ocorreu depois de os preços terem sido apoiados anteriormente pela melhoria dos dados económicos.

O produto interno bruto ( PIB ) da China no terceiro trimestre cresceu 4,9% em relação ao ano passado, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) nesta quarta-feira, superando as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de um aumento de 4,4% na segunda maior economia do mundo.

Outros ingredientes siderúrgicos também perderam terreno, com o carvão metalúrgico DJMcv1 e o coque DCJcv1 no DCE caindo 3,02% e 3,87% , respectivamente.

Os benchmarks do aço na Bolsa de Futuros de Xangai também registraram perdas .

O vergalhão SRBcv1 caiu 1,01 % , a bobina laminada a quente SHHCcv1 caiu 0,74 %, o fio-máquina SWRcv1 caiu 1,65 % e o aço inoxidável SHSScv1 caiu 0,44%.

($ 1 = 7,3115 yuans chineses)


Fonte: ADVFN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/10/2023

Estruturas de aço geraram faturamento de R$ 16,2 bi em 2022

O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) – entidade gerida pelo Instituto Aço Brasil – em parceria com a Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), divulgou os números de suas pesquisas anuais com fabricantes de estruturas de aço.

Realizada pela E8 Inteligência, a pesquisa “Cenário dos Fabricantes de Estruturas de Aço” considera dados de estruturas metálicas, torres de energia para transmissão, torres para energia eólica, estrutura para parques de energia solar e defensas metálicas.

Neste ano, o estudo apresenta os resultados de crescimento em 2022, com destaque para o faturamento de 16,2 bilhões de reais (+13,2%), ante 14,3 bilhões no ano anterior.

Em 2022, as 349 empresas participantes do cenário pesquisado produziram 1,05 milhão de toneladas de aço, crescimento de 0,5% em relação ao ano anterior, sendo 522 mil toneladas para obras de estrutura metálica, 491,7 mil toneladas para obras no segmento de energia e 36,5 mil toneladas para defensas metálicas.

Também realizada pelo CBCA em parceria com a ABCEM, a pesquisa “Cenário dos Fabricantes de Telhas de Aço e Steel Deck” analisou 106 empresas, sendo 88% com atuação exclusiva na produção de telhas de aço e 9% de telhas de aço e steel deck.

Nessa área, houve crescimento de 18,3% no faturamento das empresas em relação a 2021, o que corresponde a aproximadamente 8,4 bilhões de reais.

Já o estudo “Cenário dos Fabricantes de Perfis Galvanizados – Light Steel Frame e Drywall” mostrou crescimentos de 5,5% (Light Steel Frame) e 9,5% (Drywall) na produção em relação a 2021, com expectativas otimistas para os próximos anos.

Nesse segmento, as 35 empresas participantes da sondagem apresentaram um faturamento de 1,38 bilhão de reais, crescimento de 28,4% em relação ao ano anterior.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/10/2023

Vale investe para contratar ex-executivos do Bradesco BBI e do Itaú

Depois da contratação de ex-executivos da Tesla e da Anglo American, a Vale (VALE3) continua a investir para trazer nomes de peso do mercado para a sua próxima fase de expansão. Para tanto, vai reforçar o time de gestão com profissionais dos dois maiores bancos privados do país.

A mineradora está trazendo de Nova York o ex-Bradesco BBI Thiago Lofiego para o cargo de diretor de Relações com Investidores, segundo apurou a Bloomberg Línea com pessoas próximas à empresa, que falaram sob condição de anonimato porque as discussões são privadas. Ele responderá para Gustavo Pimenta, vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores.

Lofiego também deve acumular a diretoria de gestão de participações e JVs (Joint Venture), com atuação na gestão do portfólio de parcerias da companhia. A mudança para a Vale - mas não o cargo exato - foi comunicada em post no LinkedIn.

Procurado pela Bloomberg Línea, o executivo não respondeu ao pedido de comentários.

Lofiego estava havia sete anos no Bradesco BBI, dos quais os últimos quatro em Nova York. Seu último cargo na companhia foi o de head de equity research para mineração e siderurgia. Ele também atuou no Bank of America e no Itaú BBA, também em equity research, totalizando quase duas décadas na área.

A Vale também contratou como diretor de Comunicação o executivo Leandro Modé, que era o CEO do Inteligência Financeira, plataforma de conteúdo e educação financeira do Itaú. Ele estava no maior banco do país havia mais de cinco anos, tendo também liderado a área de comunicação.

Em fevereiro, a mineradora já havia anunciado a contratação de um ex-executivo da Tesla, Jerome Guillen, para o conselho independente de metais básicos da companhia, a Vale Base Metals, com sede em Toronto, no Canadá. Ainda em abril, a companhia comunicou a contratação do ex-CEO da Anglo American Mark Cutifani para a presidência do conselho independente de metais básicos.

Essa divisão é uma das principais apostas da mineradora brasileira com alcance global, diante da aceleração da transição energética, em que metais como cobre, níquel e lítio ganham peso e valor crescente para diferentes indústrias, em particular a automotiva.

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse em diferentes ocasiões ao longo do último ano que um dos objetivos da companhia é destravar valor para essa área de negócios.

Há três meses, no fim de julho, a Vale acertou um acordo vinculante para a venda de uma fatia de 13% da Vale Base Metals por US$ 3,4 bilhões para a Manara Minerals e a gestora americana Engine No. 1. A transação avaliou a divisão inteira em US$ 26 bilhões.

Pelo acordo, a Manara Minerals, uma joint venture entre a mineradora saudita Ma’aden e o Fundo Soberano da Arábia Saudita (PIF), deterá 10% da subsidiária, e a Engine No. 1, outros 3%.

Modé substitui o executivo Julio Gama, diretor global de comunicações da Vale que passou a responder pela mesma área justamente da Vale Base Metals.

Segundo outra fonte próxima à Vale, que falou sob condição de anonimato, a companhia está investindo para trazer novos talentos diante da perspectiva de uma nova fase para a empresa.

Procurada pela Bloomberg Línea, a Vale não respondeu ao pedido de comentários até o fechamento desta reportagem.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023

Sucata Ferrosa: Exportações crescem 153% em setembro

Segundo dados do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucatas ferrosas somaram 98.325 toneladas em setembro de 2023, um aumento de 153% sobre o mesmo mês de 2022 (38.859 toneladas) e o segundo maior para um mês desde que iniciaram com frequência as exportações de volumes excedentes de sucata ferrosa. As exportações de setembro último só perdem para maio de 2016, com 103.440 toneladas.

No acumulado até setembro de 2023, as vendas externas atingiram 574.818 toneladas, 87,3% a mais em comparação ao mesmo período de 2022 (306.837 toneladas). “O quadro é preocupante, com baixa demanda por sucata por parte das usinas siderúrgicas, que também sofrem com a queda nas vendas de aço”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa). A expectativa do instituto é de que os números das exportações continuem elevados no último trimestre do ano. “A economia tem reagido lentamente e há um baixo consumo por aço da indústria automobilística e da construção civil (grandes consumidores) -- mesmo com a reação do PIB, puxado principalmente pelo setor de serviços”, diz Alvarenga.

Para o Inesfa, a situação é ruim para reciclagem de ferro e aço, mas há dificuldades também no setor de aparas de papel, com as indústrias utilizando mais celulose; nos plásticos, onde o insumo virgem tem ficado mais barato do que o material reciclado; e no vidro, cujos preços estão estáveis há bastante tempo. “Todos os custos operacionais subiram e os preços dos insumos caíram, fazendo com que as margens fiquem muito baixas em todos os segmentos, o que afeta também o ganho dos catadores, mais de 1 milhão de pessoas que dependem do trabalho de coleta para o sustento”, afirma Alvarenga.

Durante a Waste Expo Brasil, realizada na semana passada em São Paulo, empresários do setor de coleta, processamento e comercialização da cadeia de reciclagem pediram a volta da isenção do PIS e Cofins na venda de materiais recicláveis para indústrias de transformação. O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou essa isenção em julgamento realizado em 2021, que estava prevista na “Lei do Bem”, em vigor há 15 anos. Com a decisão do STF, empresas e cooperativas de reciclagem que comercializam desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, papel, vidro, ferro ou aço, alumínio, entre outros, passarão a pagar os impostos (3,65% ou 9,25%) na venda às indústrias, sem nenhuma garantia de repasse no preço. A medida vai desestimular também a coleta desses materiais pelos catadores (os chamados “carroceiros”). A decisão do Supremo equipara, do ponto de vista fiscal, a reciclagem à indústria extrativista e afeta diretamente os catadores, responsáveis pelo recolhimento de materiais, aumentando a poluição nas cidades.

Aline Sousa, presidente da Centcoop, disse que o Governo não pode deixar de lado a importância dos catadores como ferramentas de inclusão social e contribuição econômica para Estados e Municípios, além do inegável trabalho ambiental que desempenham. “Os catadores precisam da geração de renda proporcionada pela atividade que exercem. A indústria que consome os insumos recicláveis vai deixar de comprar das cooperativas porque precisam contar com os benefícios fiscais, sob pena de partirem para outras fontes de insumos”, afirmou.

Há projetos que tramitam propostos pelo ministro Dias Toffoli, do STF, que preveem isenção de PIS e Cofins e o crédito de 9,25% deste tributo para a indústria “Este caminho promove o fortalecimento da cadeia, incentiva a formalização do setor, gera mais empregos, diminui a sonegação e traz vantagens competitivas do material reciclado, seguindo as recomendações da OCDE”, afirmou Rodrigo Petry, consultor jurídico do Inesfa. De todo lixo produzido no Brasil, 30% são compostos por papel e papelão, vidro, plástico, metal e alumínio, que, se reaproveitados, podem gerar algo em torno R$ 14 bilhões anuais e meio milhão de empregos nas etapas de coleta, separação e recuperação da fração reciclável.

Fonte: Brasil 61
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2023