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MDIC investiga prática de dumping por indústrias chinesas

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços (MDIC) iniciou uma série de investigações sobre a prática de dumping por produtos industriais da China, enquanto a maior economia da América Latina enfrenta uma onda de importação de produtos baratos. A pedido de entidades industriais, o Governo Federal abriu pelo menos seis investigações nos últimos seis meses, que investigam de chapas metálicas e aço pré-pintado até produtos químicos e pneus.

As medidas do governo brasileiro surgem em um momento que o mundo se prepara para uma enxurrada de exportações da China, à medida em que a segunda maior economia do mundo luta com a capacidade ociosa em um contexto de fraca demanda interna e desaceleração do setor imobiliário.

Mercados desenvolvidos têm tomado uma série de medidas contra importações da China, com a União Europeia lançando uma investigação contra subsídios a veículos eletrônicos chineses. Os Estados Unidos levantaram recentemente preocupações quanto à segurança dos veículos do país asiático.

As exportações da China cresceram 7,1% nos primeiros dois meses deste ano, ultrapassando a alta das importações. "Quedas prolongadas nos preços de exportação da China podem causar o aumento das tensões comerciais com algumas grandes potências econômicas", afirmaram os analistas da Nomura em relatório divulgado na sexta-feira.

Para incentivar sua economia, a China está investindo em manufatura avançada, especialmente nos segmentos de energia solar, veículos elétricos e baterias. Além do Brasil, as exportações de aço da China para Vietnã, Tailândia, Malásia e Indonésia cresceram muito nos últimos meses.

As exportações e importações da China para o Brasil aumentaram mais de um terço nos dois primeiros meses do ano, de acordo com dados da China. "No último ano vimos uma das situações mais críticas na história da indústria química do Brasil", afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos Cordeiro. "Nós vemos aumentos temporários nas tarifas de importação como uma ferramenta regulatória indispensável para combater essas operações predatórias e preservar o mercado interno", afirma.

Uma das investigações mais recentes começou no início de março após um pedido da CSN, grande produtora de aço. A companhia afirma que entre julho de 2022 e junho de 2023 as importações de chapas de aço carbono da China aumentaram quase 85%. Ao início da investigação, que deve durar 18 meses, o ministério disse que havia "elementos suficientes que indicam a prática de dumping nas exportações da China para o Brasil (...) e os danos decorrentes de tal prática à indústria nacional".

As siderúrgicas brasileiras solicitaram ao governo tarifas entre 9,6% e 25% nos produtos importados. As importações totais de aço e ferro da China aumentaram de US$ 1,6 bilhão em 2014 para US$ 2,7 bilhões no ano passado. O aumento das importações de aço é um ponto particularmente sensível para o governo brasileiro, já que o país é um dos maiores exportadores mundiais de minério de ferro —ingrediente primário na produção de aço.

Os produtos químicos e pneus também são um ponto de descontentamento, o que levou o ministério a lançar investigações à parte nos últimos meses. De acordo com dados oficiais, as importações do anidrido ftálico da China aumentaram mais de 2.000% entre julho de 2018 e junho de 2023, em termos de volume. No mesmo período, as importações de pneus mais que dobraram, de 23 milhões de unidades para 47 milhões, dos quais 80% veio da China.

As tensões comerciais criaram um dilema para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cultiva as relações com Pequim enquanto planeja proteger e desenvolver indústrias brasileiras. Desde que voltou à presidência para o terceiro mandato, Lula colocou a política industrial no centro de sua estratégia econômica. Mas o Governo também deve tentar evitar um confronto com Pequim, maior parceiro comercial e importante comprador de matérias-primas como soja e minério de ferro.

No ano passado, o Brasil exportou mais de US$ 104 bilhões de produtos para a China, enquanto importou US$ 53 bilhões. Dos 101 milhões de toneladas métricas de soja exportadas no último ano, 70% foram para a China, cerca de US$ 39 bilhões.

O Brasil não é o único mercado emergente a expressar preocupação com a escalada da indústria chinesa. Na Tailândia, o governo acusou as empresas da China a driblarem as regras anti-dumping, enquanto grupos industriais alertaram para grandes perdas decorrentes do aço mais barato no mercado. O Vietnã abriu investigações sobre o dumping em produtos como torres eólicas e alguns produtos siderúrgicos da China, após reclamações de indústrias locais.

As tensões comerciais sobre os subsídios da China aumentaram em agosto após o México impor tarifas de 5% a 25% sobre importações de centenas de produtos vindos de países com os quais não têm acordo de livre comércio, sendo a China um dos países mais afetados.

As tarifas foram implementadas em meio ao aumento de pressão de autoridades dos Estados Unidos, que sugeriram que o México não está fazendo o bastante para esclarecer as origem de importações de aço de outros países, no que os especialistas dizem ser uma referência à China. O governo chinês, que tem atacado consistentemente o que chama de "protecionismo" por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, não respondeu imediatamente a um pedido de posicionamento.

Fonte: Financial Times
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 18/03/2024

Minério de ferro em queda; cobre em alta: O que explica o vai e vem das commodities?

Se o fraco desempenho do mercado chinês tem afetado o preço do minério de ferro, para o cobre o cenário é o oposto.

Na última semana, enquanto o minério de ferro de referência negociado na Bolsa de Cingapura ficou abaixo dos US$ 99 a tonelada – o menor valor em mais de seis meses – o cobre negociado na Bolsa de Londres rompeu a barreira dos US$ 9 mil a tonelada, algo que não era visto desde março do ano passado.

A explicação para o panorama atual, segundo especialistas, está nas expectativas em torno do uso do cobre na transição energética, como a produção de baterias para veículos elétricos.

Segundo o relatório Energy Transition Investment Trends 2024, o investimento na cadeia global de fornecimento de energia limpa, incluindo produção de metais para baterias, atingiu um recorde de US$135 bilhões em 2023 e deverá aumentar para US$ 259 bilhões até 2025.

“A demanda de cobre deve crescer muito mais do que a oferta, o que tem chamado a atenção do mercado desde o final do ano passado. Além disso, é uma frente global, que não depende só da China, o que vai dar sustentação aos preços mais altos”, HUGO QUEIROZ, SÓCIO FUNDADOR DA L4 CAPITAL,

Diante das oportunidades, os players que operam essas matérias-primas passam a mirar no cobre no momento de investir, como explica Alan Martins, analista da Nova Futura Investimento. “A perspectiva de melhora na China está demorando e o mercado está olhando para um setor que ainda tem um grande potencial de desenvolvimento”, avalia.

Mercado chinês

A China é o principal consumidor mundial do minério de ferro, essencial na fabricação do aço que, por sua vez, é usado na construção civil. O problema é que as perspectivas em torno do setor não é das melhores.

Na última semana, dados sobre o setor imobiliário no país, relacionados ao mês de fevereiro, vieram piores do que o projetado.

“O esperado é que o preço dos imóveis anual caísse 0,7%, mas caiu 1,4% (um sinal de oferta elevada). Outro fator é que as casas começaram a perder valor, algumas até 6%, o que vem se prolongando por algum tempo. A percepção é que a retomada está ficando cada vez mais difícil, com um estoque alto de imóveis”, alerta Martins, da Nova Futura Investimento.

Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, pontua que para um equilibro dos preços, além do ajuste da oferta a partir da redução estoques, incentivos fiscais direcionados as grandes empresas consumidoras do minério de ferro seriam primordiais.

“O que poderia elevar as demandas globais, seja no rama naval, imobiliário e industrial que usam bastante as ligas do minério e que podem influenciar no preço”, diz.

O que esperar?

Hugo Queiroz, sócio fundador da L4 Capital, explica que as projeções do mercado para 2024, 2025 e 2025 é que a matéria-prima continue sendo negociada na casa dos US$ 100 a tonelada.

“Houve um gargalho que levou o minério a US$ 120 (no ano passado), agora o mercado entendeu que a demanda da China está um pouco mais fraca e voltou para o equilíbrio das projeções”, diz.

Ele complementa ainda que as perspectivas em termos de pagamentos de dividendos por companhias do setor devem continuar animadoras.

“O ponto de equilíbrio do minério de ferro é o preço por volta de US$ 100 a tonelada. O que estava vindo a US$ 120 é um excedente de caixa para as companhias. Nos US$ 100 dólares, as empresas ainda continuam com uma margem muito alta, acima de 30% de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Sem grandes projetos para fazer, com uma estrutura de capital leve, elas vão continuar distribuindo dividendos, mesmo com o minério neste patamar”, conclui.

Fonte: Investnews
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/03/2024

Exportações de sucata ferrosa mantêm-se em alta em fevereiro

As exportações de sucatas ferrosas, insumo usado na fabricação de aço pelas usinas siderúrgicas, continuaram em alta em fevereiro deste ano, mantendo a tendência registrada em 2023 e em janeiro último.

As vendas externas alcançaram no mês passado 77.504 toneladas, um aumento de 33% em relação a fevereiro de 2023, quando somaram 58.368 toneladas. No primeiro bimestre do ano, as exportações já totalizam 151.604 toneladas, expansão de 56% quando comparadas a janeiro e fevereiro do ano passado, com 97.259 toneladas. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.

“As dificuldades no mercado interno permanecem e a principal alternativa para as empresas de sucata metálica tem sido a exportação de volumes excedentes, como forma de manter a subsistência do ciclo da reciclagem, além do sustento de mais de 5 milhões de pessoas que vivem dessa atividade”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas que praticam a economia circular, reinserindo insumos no ciclo da transformação.

Desde o ano passado, quando as vendas externas bateram recorde, chegando a 800 mil toneladas, as empresas de sucata vêm atravessando um cenário de retração na demanda interna. Fornecedores e compradores de sucata ferrosa informaram que o mercado “estava praticamente parado na região Sudeste do Brasil na semana até 4 de março deste ano, em meio à baixa demanda e à ampla variedade de preços entre recicladores de diversos portes”.

Segundo Alvarenga, não se vislumbra recuperação da demanda interna no curto prazo. Ele destaca ainda que a situação se agrava com “a falta de sensibilidade do Governo e boa parte de representantes do Congresso Nacional, que vêm deixando de atender aos pleitos de associações de classes para o incremento da reciclagem e da economia circular”, apesar da importância do setor na preservação do meio ambiente.

A reforma tributária penalizou a reciclagem no Brasil e, caso não haja mudanças no texto, a PEC/45-2019, aprovada no Congresso, deverá onerar o setor em cerca de 27,5% de imposto. Atualmente, a reciclagem é isenta do PIS e Cofins na venda à indústria de transformação (situação ainda em análise pelo STF) e tem o diferimento do ICMS nas operações dentro do Estado.

Seminário em Brasília – Para debater o atual quadro da reciclagem no Brasil, o Inesfa realiza no dia 8 de maio próximo, em Brasília o seminário “Reciclagem Valorizada, Sustentabilidade Equilibrada”. “Vamos debater os caminhos necessários para estimular a atividade no país”, afirma Alvarenga. Vários representantes do setor, parlamentares e autoridades do governo estarão presentes. O evento acontece no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, Teatro 3, Brasília-DF.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/03/2024

Anfavea prevê expansão nas vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias

O setor de máquinas agrícolas e rodoviárias no Brasil apresenta perspectivas favoráveis para expansão, segundo levantamentos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os dados, há um potencial de crescimento significativo, considerando que apenas 14,5% dos cerca de 5,1 milhões de estabelecimentos agropecuários no país possuem tratores, e apenas 2,4% têm colheitadeiras. Isso indica uma demanda latente por equipamentos, especialmente se os agricultores tiverem acesso a linhas de financiamento tanto públicas quanto privadas.

Ana Helena Andrade, vice-presidente da Anfavea, ressalta que o aumento da mecanização pode contribuir substancialmente para a produtividade agrícola, podendo ser facilitado por meio do aluguel de equipamentos ou cooperação entre agricultores.

No segmento da agricultura familiar, com 3,9 milhões de propriedades no Brasil, apenas 18% delas possuem algum tipo de mecanização. A meta é elevar esse índice para 70% até 2033, representando um avanço considerável em relação aos números de 2017.

Além disso, as perspectivas para o segmento de máquinas rodoviárias também são promissoras, impulsionadas por obras de saneamento básico, como os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Água Para Todos, que demandarão investimentos expressivos e beneficiarão diretamente o setor.

Para garantir o crescimento das vendas, a Anfavea destaca oito pontos prioritários, incluindo o andamento do PAC, licitações públicas alinhadas às normas técnicas, renovação de frota, competitividade das exportações, acordos bilaterais e condições de financiamento.

A atratividade das taxas de juros para financiamentos, programas de reindustrialização e expansão da conectividade em áreas remotas também são aspectos importantes para impulsionar o setor.


Fonte: Momento MT
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 18/03/2024

CSN apresenta balanço em meio a cenário difícil para o aço

A Companhia Siderúrgica Nacional (BVMF:CSNA3) (CSN) divulga balanço referente ao quarto trimestre do ano passado nesta quarta-feira, 06, após o fechamento do pregão, com dados possivelmente pressionados por preços baixos e excesso de oferta no mercado, segundo analistas.

A expectativa é de um lucro por ação (LPA) de R$0,67 e uma receita de R$11,712 bilhões, de acordo com a plataforma InvestingPro. Enquanto isso, o BTG (BVMF:BPAC11) espera uma receita de R$11,635 bilhões, Ebitda de R$3,393 bilhões e um lucro de R$1,440 bilhão. Já o BofA enxerga um Ebitda de R$3,3 bilhões, impulsionado por resultados de mineração.

“O EBITDA do aço da CSN deve aumentar em torno de 55 %, para R$ 2,82 bilhões (margem de 5,3%), dados os maiores volumes e o menor custo caixa trimestralmente, mais do que compensando os preços mais baixos na base trimestral”, espera o BofA.

No terceiro trimestre do ano passado, a CSN apresentou uma receita de R$11,125 bilhões, um Ebitda de R$2,815 bilhões e um prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$154,5 milhões, revertendo lucro de R$133,4 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido totalizou R$ 90,8 milhões no período, uma diminuição de cerca de 62% sobre o resultado obtido um ano antes.

 

Perspectivas para siderúrgicas não são favoráveis

Aço e alumínio devem ter apresentado tendências fracas no último trimestre do ano passado diante do excesso de oferta chinesa, que vem prejudicando os setores, sendo que as siderúrgicas brasileiras seguem enfrentando importações elevadas e margens pressionadas, de acordo com o BTG. A CSN deve entregar outro trimestre pressionado, embora um pouco superior, na avaliação do banco.

A expectativa do Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) é de que as siderúrgicas da América Latina tenham passado por dificuldades no trimestre com preços mais baixos do aço e volumes sazonalmente mais fracos pressionando as margens.

Segundo o BofA, é difícil de operar nos mercados de aço, mas a CSN, além da Usiminas (BVMF:USIM5), deve se beneficiar dos preços mais fortes no minério de ferro, o que tende a compensar o fraco desempenho da divisão siderúrgica.

“Esperamos ver um conjunto geral fraco de lucros das siderúrgicas devido a uma combinação de demanda sazonalmente fraca, preços mais baixos, forte concorrência com importações e pior mix de vendas (aumento da participação nas exportações)”, conclui.

Fonte: Investing
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/03/2024

Viridis Mineração e Minerais vai investir mais de R$ 1 bilhão no Sul de Minas

A empresa australiana Viridis Mineração e Minerais vai investir R$ 1,35 bilhão em Poços de Caldas, no Sul de Minas em um projeto de terras raras que, segundo resultados iniciais, tem indicado grandes volumes de recursos e teores de elementos de terras raras (ETRs) mais elevados do mundo.

O protocolo assinado com o governo do Estado estabelece a instalação do Projeto Colossus, que pretende desenvolver a mineração de terras raras e elementos na região, essenciais para a fabricação de peças e equipamentos de alta tecnologia usados nas indústrias eletroeletrônica, aeroespacial e de geração de energia renovável.

“Isso é muito importante para que Poços de Caldas faça parte da nova matriz global de geração de energia verde”, destacou o CEO da Viridis Mineração e Minerais, Rafael Moreno.

“Nosso objetivo é garantir que a cidade de Poços de Caldas, o estado de Minas Gerais, o Brasil e a Austrália se tornem um dos pilares em evolução para o uso de energia limpa no planeta”, completou.

“Agradecemos todo o apoio oferecido pelo Governo de Minas e comunidade até então, enquanto nos empenhamos no rápido desenvolvimento de todas as fases deste projeto de impacto mundial”, concluiu Moreno.

Minérios

O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local e deve gerar cerca de 120 empregos permanentes, além de agregar valor ao produto e potencializar a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos recursos para serem aplicados em melhorias e serviços para os mineiros.

A previsão é que a planta – com 70 licenças em uma área de 15 mil hectares – inicie a operação entre 36 e 48 meses.

Pesquisas

As pesquisas em Poços de Caldas seguem sendo realizadas, mas os primeiros resultados são bastante animadores, conforme análise de momento dos investidores.

“O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local, o que agrega valor ao produto e ainda potencializa a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos e arrecadação”, ressaltou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

Terras raras

Gadolínio, Neodímio, Európio, Ítrio, Térbio, Lantânio e Disprósio. Os nomes são pouco conhecidos, mas todos eles já fazem parte da vida de boa parte da população mundial, pois estão em componentes dos nossos telefones celulares.

Eles fazem parte de um grupo de elementos chamados como “terras raras”, que possuem propriedades semelhantes entre si e ocorrem mais frequentemente em áreas próximas a vulcões extintos, como Poços de Caldas.

A dificuldade está na extração desses elementos, pois eles ocorrem misturados a vários outros minérios e a separação é feita por meio de processos complexos. Portanto, quanto maior o teor encontrado, mais viável se torna a sua extração.

Além dos celulares, esses elementos são utilizados em componentes de aviões, telas de LCD, placas solares, turbinas eólicas, dispositivos de raio-X, discos rígidos de computadores, carros elétricos, dispositivos a laser e até para separação de elementos do petróleo.

“Atualmente, não há como pensar em alta tecnologia sem terras raras. E quanto mais a tecnologia avançar, maior será a demanda mundial. Portanto, esse investimento é uma grande oportunidade para Minas Gerais se colocar como um polo mundial em mais esse setor”, afirmou diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga.

Poços de Caldas

Em agosto do ano passado, a também australiana Meteoric Resources NL anunciou investimento de R$ 1,18 bilhão em um projeto de extração de argila iônica. Foram identificados elementos do grupo das terras raras.

A empresa segue nas fases iniciais de estudos e sondagens na área e espera iniciar a operação da planta produtiva até 2026, com geração de 700 empregos na região. O empreendimento é mais um no município de Poços de Caldas.

Ainda em Poços de aldas, a nova fábrica da Lamesa Fios e Cabos Elétricos foi inaugurada com investimentos de R$ 200 milhões.

Fonte: Correio de Minas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/03/2024