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Compras e vendas de aços planos tiveram alta em relação a setembro de 2021, diz Inda

O desempenho da distribuição de aços planos do mês de setembro de 2022 foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Distribuidores de Aço (Inda), no dia 25 de outubro (terça-feira) onde mostra que as compras do mês de setembro registraram queda de 5,2% perante a agosto, com volume total de 332,6 mil toneladas contra 350,9 mil. Frente a setembro do ano passado — 276,6 mil toneladas — , alta de 20,3%.

As vendas de aços planos em setembro contabilizaram queda de 3,4% quando comparada a agosto, atingindo o montante de 323,5 mil toneladas contra 334,9 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 291,5 mil toneladas, registrou alta de 11%.

Estoques - Em número absoluto, o estoque de setembro obteve alta de 1,1% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 831,3 mil toneladas contra 822,2 mil. O giro de estoque fechou em 2,6 meses.

Importações - (Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Eletro- Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume), as importações encerraram o mês de setembro com queda de 26,4% em relação ao mês anterior, com volume total de 108,7 mil toneladas contra 147,7 mil. Comparado ao mesmo mês do ano anterior — 167,3 mil toneladas —, as importações registraram queda de 35%.

Projeções - Para outubro de 2022, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas se mantenham iguais a setembro de 2022— conclui a apresentação, o presidente Executivo do Instituto, Carlos Jorge Loureiro.

Fonte: Portal Fator
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/10/2022

Pela primeira vez no ano, produção mundial de aço registra alta

Após oito meses consecutivos de queda em 2022,  a produção de aço bruto no mundo registrou uma alta de 3,7% no mês de setembro de 2022 em comparação ao mesmo período de 2021, segundo dados da World Steel Association. Foram produzidos 151,7 milhões de toneladas (mt) de aço durante o mês.
O resultado positivo foi puxado pela Ásia que registrou um aumento de 10,6 % com uma produção de 113 mt.

As demais regiões do mundo registraram quedas sendo que as maiores ocorreram na região da Rússia e Ucrânia com queda de -21,9% com produção de 6,7 mt e Europa (países do continente que não fazem parte do bloco da União Europeia) com queda de -18,6% e produção de 3,4 mt.

Entre os países que são os maiores produtores de aço do mundo, a China, número 1 no ranking, registrou uma alta na produção de 17,6% com 87 mt . A Índia, segundo maior produtor de aço no mundo, registrou alta de 1,8% e produção de 9,9 mt. E o Iran, décimo no ranking, registrou alta de 26,7% com 2,7mt.  Já a maiores quedas foram registradas pela Turquia com queda de 19,4%, Alemanha com  -15,4% e produção de 2,8 mt e Coreia do Sul também com queda de -15,4% e produção de 4,6 mt. O Brasil, nono no ranking, registrou queda de - 11,7% e produção de 2,7mt.

Fonte: ABM Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/10/2022

 

Congresso Alacero Summit 2022 discute a importância do aço para as economias mundiais

Com o intuito de impulsionar as discussões sobre a importância do setor de aço para as economias mundiais e principalmente da América Latina, a Alacero, Associação Latino-Americana de Aço, entidade responsável por integrar mais de 95% da cadeia produtora do material na região, realiza, há mais de 60 anos, o congresso Alacero Summit.

A edição de 2022 acontece nos dias 16 e 17 de novembro, em Monterrey, México, e espera receber executivos de empresas como ArcelorMittal, DeAcero, Gerdau, Ternium, Vale, Autlán, Primetals, Enel, Danieli, Russula entre outras.

Na ocasião, serão promovidos debates sobre possíveis soluções para os desafios existentes e a troca de experiência com os protagonistas da indústria – a exemplo do Gustavo Werneck, presidente da Alacero e CEO da Gerdau, que realizará o encerramento do evento.

“O Congresso é uma oportunidade de ouvir o mercado, especialistas e as empresas que formam nossa cadeia de valor. Podemos absorver as reflexões e transcender em ações concretas. Vimos quanto avanço foi feito do último ano para cá, no qual o foco do Congresso foi a descarbonização. Isso só é possível com o apoio de toda a cadeia, desde fornecedores até o cliente final”, afirma Werneck.

Em dois dias de evento, a programação conta com painel sobre o Panorama Político, Social e Econômico considerando o contexto mundial pós pandemia e a guerra na Ucrânia. Cayetana Álvarez de Toledo, política e jornalista espanhola, abre o painel seguido por Andrés Malamud, licenciado em Ciências Políticas pela Universidade de Buenos Aires. Além disso, o evento inclui palestra sobre as perspectivas da indústria como motor de desenvolvimento inclusivo da América Latina, com o economista brasileiro Ricardo Sennes e o professor mexicano do Centro de Investigação e Docência Econômicas, Carlos Elizondo.

Haverá um painel sobre Desenvolvimento sustentável: megatendências do uso do aço na mobilidade e na construção. Para falar de mobilidade estará Polo Cedillo, CEO do Grupo Proenza e, para a parte de construção, o evento contará com a participação de dois CEOS de construtechs que vêm ganhando mercado: Lucas Salvatore, CEO da Idero na Argentina e Ricardo Mateus, CEO do Brasil ao Cubo.

“Será uma honra falar sobre como esse mercado tem crescido. Lembro quando comecei em 2013 que queria construir casas tão bem elaboradas quanto a fabricação de um carro em sua linha de produção. Entregar valor a uma sociedade que tanto anseia por uma moradia sustentável. É como ir a uma concessionária Brasil ao Cubo e poder trocar a minha casa modelo 2016 por uma do ano de 2039 com seus respectivos itens de série. E isso só é possível com o aço na estrutura modular”, comenta Ricardo Mateus.

O segundo dia terá foco nos temas de sustentabilidade, transição da matriz energética e o convidado experto é Vijay V. Vaitheeswaran, correspondente do The Economist.

Em seguida, a indústria latino-americana apresenta casos de como vem trabalhando o tema. Contaremos com Javier da Enel Green Power e Eduardo Sattamini, CEO da Engie Energia Brasil. Ainda terão apresentações sobre as tecnologias disruptivas com o Dr. Alexander Fleischander da Primetals e Bob Perez da Baker Hughes.

A indústria do aço sempre foi protagonista de grandes mudanças e resilientes em cada desafio que enfrenta. O setor tem se atualizado constantemente para melhorar seus processos e emitir cada vez menos CO2.

“A América Latina possui uma das produções de aço mais eficientes do mundo. Para cada tonelada de aço produzida, as empresas latino-americanas emitem 1,6t CO2, valor inferior à média mundial de 1,8 tonelada, segundo Worldsteel. Assim, acredito que iniciativas como o Alacero Summit, que reúne players tão importantes, têm um grande potencial de alavancar cada vez mais um setor tão importante para toda a sociedade”, comenta Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero.

É possível conferir a programação completa aqui.
Fonte: Grandes Construções
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/10/2022

Arrecadação federal é de R$ 166,28 bilhões em setembro

A União arrecadou R$ 166,28 bilhões em impostos em setembro, de acordo com dados divulgados hoje (25) pela Receita Federal. Na comparação com setembro do ano passado, houve um crescimento real de 4,07%, descontada a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor é o maior desde 2000, tanto para o mês de setembro quanto para o período acumulado.

No acumulado do ano, a arrecadação alcançou R$ 1,63 trilhão, representando um acréscimo pela inflação de 9,52%. Os dados sobre a arrecadação de setembro estão disponíveis no site da Receita Federal.

Quanto às receitas administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, em setembro, foi de R$ 159,60 bilhões, representando um acréscimo real de 2,65%, enquanto no período acumulado de janeiro a setembro a arrecadação alcançou R$ 1,53 trilhão, alta real de 7,64%.

A alta pode ser explicada, principalmente, pelo crescimento dos recolhimentos do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre o lucro das empresas. Segundo a Receita, eles são importantes indicadores da atividade econômica, sobretudo o setor produtivo.

O IRPJ e a CSLL totalizaram uma arrecadação de R$ 28,42 bilhões, com crescimento real de 9,85% em relação ao mesmo mês de 2021. Esse resultado é explicado pelo acréscimo real de 13,28% na arrecadação da estimativa mensal de empresa não financeiras. Na apuração por estimativa mensal, o lucro real será apurado anualmente, sendo que a empresa está obrigada a recolher mensalmente o imposto, calculado sobre uma base estimada.

A Receita observa ainda que houve pagamentos atípicos de IRPJ e CSLL de, aproximadamente, R$ 2 bilhões, por empresas ligadas ao setor de commodities, associadas à mineração e extração e refino de combustíveis.

No acumulado do ano, o IRPJ e a CSLL totalizaram R$ 371,72 bilhões, com crescimento real de 20,48%. Esse desempenho é explicado pelos acréscimos de 82,41% na arrecadação relativa à declaração de ajuste do IRPJ e da CSLL, decorrente de fatos geradores ocorridos ao longo de 2021, e de 19,81% na arrecadação da estimativa mensal.

“Destaca-se crescimento em todas as modalidades de apuração do lucro. Além disso, houve recolhimentos atípicos da ordem de R$ 37 bilhões, especialmente por empresas ligadas à exploração de commodities, no período de janeiro a setembro deste ano, e de R$ 31 bilhões, no mesmo período de 2021”, informou a Receita.

Já as receitas extraordinárias foram compensadas pelas desonerações tributárias. Apenas em setembro, a redução de alíquotas de PIS/Confins sobre combustíveis resultou em uma desoneração de R$ 3,75 bilhões. No ano, chega a R$ 14,60 bilhões. Já a redução de alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados custaram R$ 1,9 bilhão à Receita no mês passado e R$ 11,50 bilhões no acumulado de janeiro a setembro.

“Sem considerar os fatores não recorrentes, haveria um crescimento real de 9,02% na arrecadação do período acumulado e de 6,37% no mês de setembro de 2022”, informou o órgão.

Outros destaques

Outro destaque da arrecadação de setembro foi a Receita Previdenciária, que alcançou R$ 45,77 bilhões, com acréscimo real de 4,84%, em razão do aumento real de 8,50% da massa salarial. No acumulado do ano, o resultado chega a R$ 393,36 bilhões, alta real de 6,19%. Esse último item pode ser explicado pelo aumento real de 6,43% da massa salarial e pelo aumento real de 18,72% na arrecadação da contribuição previdenciária do Simples Nacional de janeiro a setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2021.

Além disso, houve crescimento das compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18, que vedou a utilização de créditos tributários para a compensação de débitos de estimativas mensais do IRPJ e da CSLL.

O Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) - Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 6,73 bilhões no mês passado, com acréscimo real de 86,41%. De janeiro a setembro, o valor chega a R$ 62,58 bilhões, alta real de 62,80%. Os resultados podem ser explicados em razão da alta da taxa Selic, que influenciou os recolhimentos dos rendimentos dos fundos e títulos de renda fixa.

O IRRF - Rendimentos do Trabalho apresentou uma arrecadação de R$ 13,25 bilhões em setembro, crescimento real de 6,71%.

Indicadores macroeconômicos

A Receita Federal apresentou ainda os principais indicadores macroeconômicos que ajudam a explicar o desempenho da arrecadação, tanto no mês quanto no acumulado do ano. Entre eles está a venda de serviços, com crescimento de 8% em agosto (fator gerador da arrecadação de setembro e 8,63% no ano) e a massa salarial, que mantém crescimento significativo de 17,96% no mês (17,91% no ano), em relação ao mesmo mês de 2021.

O valor em dólar das importações também cresceu 24,83% em relação a agosto do ano passado (27,10% no ano).

A produção industrial teve crescimento de 4,11% em agosto, mas apresentou queda de 1,48% no acumulado do ano, comparado ao período de janeiro a agosto de 2021. Já a venda de bens teve queda de 0,70% no mês e 1,16% no ano.

Fonte: Agência Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/10/2022

Pequenos negócios atingem menor nível de inadimplência desde início da pandemia

A retomada mais consistente das atividades econômicas no país já apresenta reflexos sobre as contas dos pequenos negócios brasileiros. Pesquisa feita pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a proporção de micro e pequenas empresas inadimplentes, incluindo os microempreendedores individuais (MEI), alcançou o menor patamar registrado em toda a série histórica com 24%. O maior índice (41%) foi registrado em final de maio/início de julho de 2020.

Os dados são da Pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro deste ano, por meio de formulário online com a participação de todos os 26 estados brasileiros e o DF. Desde março de 2020, início da pandemia da Covid-19, o Sebrae acompanha os impactos da crise sobre os pequenos negócios. Há um ano, o índice de inadimplência encontrava-se em 31%.

Além disso, o último levantamento também mostra que 37% dos pequenos negócios estão com as dívidas sob controle, enquanto 39% não apresentam dívidas. No mesmo período do ano passado, em levantamento semelhante feito pelo Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os percentuais eram de 35% tanto para as empresas com dívidas em dia quanto para as empresas sem dívida alguma.

O presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, reconhece o esforço dos empreendedores em colocar as contas em dia. “Bastou melhorar um pouco o faturamento médio das empresas que a inadimplência caiu. Isso prova o quanto os donos de pequenos negócios são comprometidos e bons pagadores”, avalia.

De fato, o levantamento feito pelo Sebrae e IBGE mostra também que houve uma melhora no faturamento médio das empresas, verificando-se um resultado positivo de 3%. Além disso, a pesquisa destaca que metade dos empresários realizou investimentos nos últimos meses, principalmente na aquisição de máquinas e equipamentos (31%) e instalações (26%).

Crédito

Um terço dos pequenos negócios do país procuraram por empréstimos em instituições financeiras nos três meses anteriores à pesquisa. No entanto, apenas quatro entre 10 deles conseguiram o crédito.

Melles destaca que o acesso ao crédito para os pequenos negócios foi decisivo para a sobrevivência das empresas e a consequente retomada econômica. “Vamos continuar defendendo uma política de crédito mais acessível para os donos de pequenos negócios que neste ano foram responsáveis por mais de 70% dos empregos com carteira assinada gerados no Brasil”, declarou.

Fonte: Administradores
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/10/2022

Desempenho da economia deve ajudar resultados no 3º trimestre

O desempenho da economia brasileira deve impulsionar o resultado das empresas que atuam no mercado doméstico durante o terceiro trimestre, apesar de ainda ser incerto o real impacto das medidas de estímulo no período. Analistas acreditam que o varejo voltado à alta renda vai se manter resiliente, enquanto as dúvidas residem no de baixa e média renda. Já para as commodities, minério e aço desvalorizados devem ter impacto negativo nos números.

“No geral, o que estamos vendo é uma temporada levemente positiva tanto na comparação trimestral quanto na anual para alguns setores da economia doméstica, além do que esperávamos anteriormente”, diz Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter. Ela destaca que o arrefecimento da inflação e a atividade econômica acima do esperado devem impulsionar os números.

Setor de commodities metálicas deve ser destaque negativo, com desvalorização do minério de ferro

A maioria dos bancos estima crescimento de 0,5% na comparação anual para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. A categoria de serviços sustenta essa expansão, favorecendo as empresas. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve apresentar um cenário de deflação em categorias importantes de consumo entre julho e setembro.

Os custos das companhias, que pressionaram os resultados no segundo trimestre, devem ter retração no período encerrado em setembro, estimam os analistas, com redução nos preços dos combustíveis e o alívio nas cadeias globais, reduzindo despesas com frete e materiais básicos. Reajustes salariais, no entanto, em meio à temporada de dissídios, podem aumentar despesas com pessoal.

“Quando comparamos com o segundo trimestre do ano, no terceiro trimestre as empresas parecem ter conseguido repassar os custos aos consumidores, acompanhando a melhora do PIB”, afirma Aline Cardoso, estrategista institucional de ações para o Brasil do Santander. Entre os principais destaques, estão construtoras, shoppings, transporte, varejo e saúde - este impulsionado sobretudo por fusões.

Nas empresas sob a cobertura do banco, o Santander estima um crescimento de 16% nas receitas na comparação anual e de 3,7% sobre o segundo trimestre. Já o lucro líquido deve subir 17,8% no ano e 22,7% ante o período de abril a junho. O banco espera que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresça 15,4% na comparação anual e 11,5% sobre o segundo trimestre.

A XP tem estimativas parecidas, esperando que as receitas aumentem 23,2% na comparação anual, enquanto o lucro avança 19,6% em um ano e o Ebitda suba 24,9%. Levando em consideração o consenso do mercado, a corretora projeta que a margem Ebitda deve cair 0,63 ponto percentual. Sobre o segundo trimestre, esperam certa estabilidade em receita e em Ebitda.

Para Bruno Lima, analista sênior de renda variável do BTG Pactual, apesar da atividade econômica doméstica mais positiva, ainda é cedo para projetar uma melhora em todos os setores. Ele acredita que, quando a taxa de desemprego estiver mais baixa, os ativos de consumo e varejo expostos a um tíquete mais alto terão aceleração de receita.

“Temos visto os números de PIB melhorando, mas isso vem ajudando segmentos específicos, como o varejo de alta renda”, afirma. Lima diz que o varejo on-line ainda deve ter um trimestre desafiador, devido à exposição a produtos linha branca, como eletrodomésticos, que têm preços elevados. Os efeitos do Auxílio Brasil no consumo devem ser sentidos nos três meses finais do ano.

O resultado do Assaí no terceiro trimestre, divulgado na última semana, dá pistas de como o varejo alimentar, principalmente o voltado para baixa renda, pode se comportar. O apelo custo-benefício das lojas brasileiras é o principal destaque do segmento, indica o Goldman Sachs.

A rede de atacarejo registrou receitas de R$ 13,8 bilhões, alta de 27,5% em um ano. As vendas mesmas lojas, indicador utilizado para medir crescimento em lojas com pelo menos 12 meses de existência, avançaram 9%. O resultado veio 2,4 pontos percentuais acima do GPA Brasil no mesmo indicador, quando comparado ao relatório de vendas deste último no terceiro trimestre.

“O varejo alimentar tem essa resiliência porque é consumo básico e isso cria uma capacidade de repasse de preços muito forte, mantendo margens”, comenta Joubert. O varejo de vestuário deve ter resultados mistos, com o inverno mais fraco prejudicando vendas da temporada, mitigado parcialmente com a retomada das atividades presenciais, aumentando procura por roupas.

As empresas que lidam com commodities metálicas devem ser o destaque negativo da temporada, com o minério de ferro caindo cerca de 36% no terceiro trimestre, na comparação anual. O petróleo ainda tem alta de aproximadamente 32% em um ano, mas caiu 13% sobre o segundo trimestre. Já o setor de papel e celulose aparece entre os destaques positivos, diante do preço da celulose resiliente, acima de US$ 800 a tonelada.

As dúvidas sobre a demanda global por minério e petróleo, com preocupações sobre a recessão, afetam os números. “Principalmente no setor de mineração, as receitas devem ser impactadas pelos preços menores, uma vez que as vendas ainda estão fracas, apesar dos volumes terem melhorado”, aponta Joubert, do Inter. As margens das mineradoras devem sofrer com esse cenário, além de uma demora no arrefecimento dos custos que é natural para o setor.

Para o quarto trimestre, a atividade da China fica no radar, indica o analista do BTG. O país, que importa mais de 60% do minério brasileiro, tem apresentado crescimento aquém do esperado. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre) espera que o PIB chinês fique em 3,4% em 2022, bem abaixo da meta do governo de 5,5%.

“Em petróleo e gás esperamos uma produção forte, com o barril se mantendo na casa dos US$ 100, o que deve deixar as receitas das companhias em patamares saudáveis”, comenta Gabriel Barra, analista do Citi. A queda nos preços dos combustíveis, no entanto, deve afetar os números das empresas do setor, gerando perda com estoques e compressão nas margens.

O setor de energia, que no terceiro trimestre de 2021 sofreu com a seca prolongada, neste ano deve ter resultados mais tranquilos. Na visão do Credit Suisse, geração deve ter alívio nos custos com redução do risco hidrológico, enquanto distribuição pode ver resultados mistos e transmissão será ajudada por reajustes contratuais.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/10/2022