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EUA revogam barreira à importação de chapas de aço carbono do Brasil

A Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês) decidiu pela revogação do direito antidumping aplicado às exportações brasileiras de chapas de aço carbono, em vigor desde 1993.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os EUA deixarão de cobrar taxas adicionais de 74,52%, na forma de alíquota ad valorem, na importação de chapas de aço carbono originárias do Brasil.

“Cumpre ressaltar que não houve alteração ou revogação das medidas de defesa comercial referentes aos demais mercados sujeitos à revisão de final de período realizada pela USITC, sendo o Brasil o único país excluído da sobretaxa", disse o Itamaraty.

Em nota, o governo brasileiro disse que restou comprovado que a extinção da medida para as exportações brasileiras não implicará dano material à indústria estadunidense.

Segundo dados do Itamaraty, em 2021, o Brasil exportou cerca de US$ 9,3 bilhões em produtos siderúrgicos, dos quais US$ 5,1 bilhões destinados aos EUA – 54%. Já as exportações brasileiras relacionadas especificamente a chapas grossas de aço carbono somaram aproximadamente US$ 75 milhões em 2021, mercado que poderá receber incremento a partir da revogação.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/01/2023

Suécia cria nova tecnologia para produzir aço sem poluição

Como pode a maior mina subterrânea de minério de ferro do mundo contribuir para a produção de aço sem fazer poluição ? Em Kiruna, cidade no círculo Ártico, a empresa sueca LKAB está a apostar no hidrogénio ecológico.

Esta mina representa 80% de todo o minério de ferro extraído na União Europeia (UE). Este mineral obtido aqui a 1600 metros de profundidade é o principal componente do aço e pode ser decisivo na chamada revolução industrial ecológica.

A nova tecnologia HYBRIT foi desenvolvida nesta empresa, explicou à euronews, Susanne Eriksson Rostmark, líder de Investigação: "Quando entregamos granulado de minério de ferro, este consiste tanto em ferro como em oxigénio. Para remover o oxigénio, os nossos clientes utilizavam carvão e carbono, que formam dióxido de carbono".

"Neste novo processo utilizaremos hidrogénio, que ao remover o oxigénio produz apenas vapor de água. Portanto, é uma produção totalmente livre de dióxido de carbono", acrescentou.

Concorrer globalmente sem subsídios?

O Fundo de Inovação da UE contribuiu com 143 milhões de euros para este projeto. A empresa diz que a União poderia investir muito mais, para não perder mais terreno face aos concorrentes como a China e os EUA.

Obviamente que não estamos interessados numa guerra comercial com os EUA, não estamos interessados em ter os Estados-membros da União numa espécie de corrida para ver qual deles usa mais subsídios estatais.

O maior depósito europeu de elementos de "terras raras" acabou de ser encontrado em Kiruna, com pelo menos um milhão de toneladas no seu interior.

Será necessário muito dinheiro e tecnologia para explorar estas substâncias, utilizadas no fabrico de veículos elétricos e turbinas eólicas.

O governo sueco, que agora preside à UE, tem a sua receita para implementar Acordo Ecológico Europeu, que passa por melhor legislação e menos subsídios.

"Obviamente que não estamos interessados numa guerra comercial com os EUA, não estamos interessados em ter os Estados-membros da União numa espécie de corrida para ver qual deles usa mais subsídios estatais", afirmou Ebba Busch, Vice-primeira-ministra da Suécia, que também é ministra da Energia, Negócios e Indústria.

"Contudo, precisamos de encontrar uma forma de a UE ter uma resposta enérgica e poderosa a tudo isto, assegurando que as nossas empresas e indústrias recebem melhores condições para atingirem os elevados objetivos climáticos estabelecidos. Penso que é possível, mas teremos discussões muito importantes com a Comissão e o Conselho europeus nos próximos seis meses", disse Ebba Busch, em entrevista à euronews.

A Comissão Europeia deverá apresentar, este mês, propostas concretas para um novo plano industrial ecológico e um novo Fundo Soberano Europeu, a fim de melhorar o investimento público. Essas ideias deverão ser discutidas na cimeira da UE, em Bruxelas, a 9 e 10 de fevereiro.

Fonte: Yahoo Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/01/2023

Ano do minério de ferro? BHP vê oportunidade com reabertura da China

A BHP, maior mineradora do mundo, registrou produção recorde de minério de ferro no segundo semestre e prevê que a reabertura da China impulsionará a demanda em 2023.

A mineradora australiana produziu 132 milhões de toneladas da matéria-prima siderúrgica nos seis meses até 31 de dezembro. O recorde foi alcançado graças a um forte desempenho da cadeia de suprimentos, que se prepara para demanda maior no principal mercado de minério do mundo.

“Espera-se que as políticas pró-crescimento da China, inclusive no setor imobiliário, e uma flexibilização das restrições contra Covid-19 apoiem a melhora progressiva das difíceis condições econômicas” do semestre passado, disse o CEO da BHP, Mike Henry. Espera-se que o país produza mais de 1 bilhão de toneladas de aço pelo quinto ano consecutivo, disse ele.

A BHP e as rivais Rio Tinto e Vale (VALE3) enfrentaram um 2022 volátil, com queda de preço do minério em meio a perspectivas ambíguas para demanda da China. Mas o mercado se recuperou no final do ano e aumentam as expectativas de um 2023 melhor, com o fim do Covid Zero e mais apoio aos principais setores de construção e infraestrutura do país.

No último trimestre do ano, a BHP produziu 66,9 milhões de toneladas de minério de ferro, mais do que a estimativa mediana dos analistas de 64,2 milhões. A produção de carvão metalúrgico aumentou 10% em relação ao ano anterior, a de cobre subiu 16% e a de níquel caiu 18%.

A BHP deixou a previsão de produção de minério de ferro inalterada para seu atual ano fiscal, que vai até o final de junho de 2023, mas alertou que a produção de cobre ficará no limite inferior de seu guidance por conta das greves na mina de cobre Escondida, no Chile, a maior do mundo.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/01/2023

Minério de ferro sobe com otimismo sobre demanda da China

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quinta-feira, uma vez que o otimismo quanto à recuperação econômica na China, maior produtora mundial de aço, elevou o sentimento de demanda, enquanto os traders continuaram com compras de barganhas após uma recente queda nos preços.

O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,6%, a 852,5 iuanes a tonelada.

A Bolsa de Dalian estará fechada de 21 a 27 de janeiro para os feriados do Ano Novo Lunar. A negociação será retomada em 30 de janeiro.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro subiu 1,7%, para 123,70 dólares a tonelada.

Os futuros do minério de ferro registram ganhos em meio ao crescente otimismo com a reabertura da China, o que forçou o planejador estatal da China a emitir seu terceiro alerta este mês sobre especulação excessiva, disse a ANZ Research em nota.

A China deve ser uma força estabilizadora para a demanda de commodities este ano, já que países desenvolvidos enfrentam dificuldades econômicas, disse a BHP Group nesta quinta-feira. A companhia registrou alta dos embarques trimestrais de minério de ferro, superando as expectativas.

O contrato de vergalhão mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai subiu 1,0%, a bobina a quente ganhou 0,9%, o fio-máquina subiu 0,6% e o aço inoxidável subiu 0,1%.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/01/2023

Do aço ao zinco, empresas tradicionais seguem no caminho da inovação

Embora centenárias, as empresas que atuam em ramos mais tradicionais -como metalúrgicas, siderúrgicas e petrolíferas- não estão paradas vendo as startups passarem. Grandes nomes desses segmentos estão incorporando a inovação em suas operações, como forma de atualizar ou até melhorar seus negócios.

Recentemente, a gigante do aço ArcelorMittal anunciou a entrada no metaverso, visando se tornar referência do setor quando o assunto é inovação. Mas, para além disso, há quatro anos, o grupo nascido em Luxemburgo mantém internamente o “Açolab”, um hub de tecnologia que cria soluções para toda a indústria de siderurgia.

À frente da divisão, Rodrigo Carazolli diz que a iniciativa torna a empresa mais disruptiva, trazendo novas ferramentas e modelos de negócio. Por isso, um dos focos do laboratório é se conectar a startups para aproveitar o que há de mais moderno no mercado de tecnologia.

“Em razão do tamanho da ArcelorMittal, às vezes uma startup ou faculdade queria fazer parceria, mas não sabia como iniciar o contato”, relata Carazolli, que é gerente geral de inovação. “Entendendo como uma possibilidade de gerar mais valor, nós criamos o Açolab para fazer tanto o trabalho de levar oportunidades para o ecossistema, como o de trazer soluções de fora para dentro da companhia”.

A corporação mantém, ainda, o Açolab Ventures, um fundo de investimentosexclusivo que pretende aplicar mais de R$ 100 milhões em pequenas empresas inovadoras. Outra frente trabalha para profissionalizar a mão de obra interna, dando mentoria para que funcionários criem sistemas capazes de melhorar a capacidade produtiva.

“Um grupo de empregados desenvolveu modelos de inteligência artificial que se acoplam a um dos nossos equipamentos e corrigem a falta de sincronia que ocasiona perdas do aço. Os funcionários tiveram uma jornada de desenvolvimento como a de startup, com investimentos nossos”, descreve. “Isso foi criado, testado e agora está sendo expandido para nossas unidades no Brasil em razão do seu alto potencial.

Inovar para sobreviver

Diferente das empresas que nasceram neste século, e são mais propícias a mudar e se adaptar, inovar é um processo difícil para companhias antigas, sobretudo porque foi seu histórico tradicional que as ajudou a chegar onde estão. Ainda há o fato de que, em razão de liderar um segmento específico, muitas companhias até optam por se manter no status quo, inclusive deixando de aproveitar os novos negócios que a tecnologia pode proporcionar.

Conforme explica Jonathan Santos, coordenador do curso de MBA em Business Agility da Faculdade Impacta, mais do que incorporar a tecnologia, modernizar significa aprimorar seu modelo de negócio, se colocando em um lugar de pioneirismo. Ou seja, às vezes é preciso abrir mão de uma tradição para dar lugar a novos formatos.

“É importante que, mesmo as tradicionais, pensem em mudar processos ou produtos para se posicionar no mercado, sempre atendendo as necessidades dos clientes”, aponta. “A inovação tem que estar no DNA da empresa para que ela possa ter influência e se torne competitiva no mercado para gerar ainda mais lucro”.

Hackathon tem sido saída

A falta de talentos é um problema para que companhias se posicionem em um mercado cada vez mais tecnológico. Por isso, muitas têm recorrido a ferramentas externas para captar novidades no mercado.

Um exemplo disso são os hackathons, eventos que reúnem profissionais de tecnologia ou startups em uma disputa por soluções inovadoras. Esse tipo de congresso faz parte da estratégia anual de muitas empresas, que vão ao mercado buscar mentes que pensem em projetos direcionados às necessidades específicas da marca.

Normalmente, os hackathons funcionam através de editais, onde os ganhadores -em alguns casos, também os participantes- recebem algo em troca, seja remuneração, prêmio ou contratação. Quando envolve startups, a proposta pode até resultar no fechamento de uma parceria ou em um aporte financeiro.

“A empresa abre seu desafio para a comunidade, e as pessoas [em formas de times ou startups] tentam resolvê-lo, mapeando o que vai te ajudar. Essa é uma ótima forma de entender e selecionar o que pode colaborar com a empresa, porque você tem algo já resolvido”, salienta Jonathan, da Faculdade Impacta.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/01/2023

Brasil tem o desafio de criar uma política para a produção de minerais estratégicos

O Brasil precisa criar uma política para os chamados minerais estratégicos, defende o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que reúne as grandes, médias e pequenas companhias de mineração que atuam no país.

São considerados nessa categoria os metais e minerais que têm um papel fundamental na transição para um futuro de economia de baixo carbono. São bens cruciais na forma como a energia é gerada, transportada, armazenada e utilizada. Por exemplo, um carro elétrico requer seis vezes mais insumos minerais do que um carro convencional, afirmam especialistas.

Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a demanda por lítio deve crescer 40 vezes até 2040, e a demanda por cobalto, grafite e níquel entre 20 e 25 vezes até o mesmo ano.

Além do lítio, cuja primeira mina do metal voltada para processar material para baterias de veículos elétricos deve entrar em operação até abril, Raul Jungmann, presidente do Ibram, apontou em entrevista ao Valor que o país dispõe de reservas de nióbio, tântalo, magnésio, grafite, terras raras, entre outros minerais.

O Brasil dispõe ainda de reservas de níquel, bauxita (alumínio), cobre e de manganês, minerais que também se encaixam nesse nicho, que cada vez ganha mais importância global devido à eletromobilidade e a transformação verde.

Segundo o executivo, não há condições de se caminhar para uma emissão neutra de dióxido de carbono (CO2) sem os minerais estratégicos. “É importante que o Brasil tenha uma política para essa categoria de bens”.

No nióbio, a CBMM, em Araxá (MG), vem trabalhando no desenvolvimento há alguns anos de material (placas de ânodo e cátodo) para utilização na fabricação de baterias elétricas para automóveis e outros tipos de veículos automotrizes elétricas.

A mineradora já tem acordos com a japonesa Toshiba e outras empresas envolvidas com projetos de mobilidade elétrica. Cerca de 35% da receita da empresa, no final da década, deverá vir dessa nova frente de negócio.

No norte de Minas, está em fase final de implantação, pela Sigma Lithium Corporation, o primeiro projeto de extração e beneficiamento do lítio em concentrado (carbonato) do país de grau bateria. É um investimento de R$ 2 bilhões em três fases. Ao final de 2024, projeta-se uma capacidade instalada de 104,2 mil toneladas de carbonato de lítio contido em concentrado por ano. A mina e as instalações industriais ficam nos municípios de Araçuaí e Itinga.

O presidente do Ibram ressalta que é prioritário uma diversificação dos bens minerais produzidos pelo país, tanto por categoria quanto geograficamente. A ampliação dos estratégicos vai ao encontro dessa diversificação.

Hoje, o minério de ferro domina a produção mineral brasileira, com pouco mais de 61%. É o principal item da pauta de exportação no setor mineral do país — 73% do total. Minério de ferro, ouro e cobre respondem por três quartos do valor da produção brasileira de metais e minerais.

Por Estados, Minas Gerais fica com 40% do valor da produção do país, seguido de perto pelo Pará, com 37%. Depois, bem abaixo, vêm Bahia (4,1%), Goiás (3,6%), São Paulo (3,1%), Mato Grosso (2,7%), Mato Grosso do Sul (1,2%) e Santa Catarina, com 1%. Há reservas pouco dimensionadas em outros estados que podem ser desenvolvidas para produção.

Os minerais estratégicos, e os chamados críticos, são bens dos quais um país depende de importação em alto percentual para o suprimento de setores vitais da economia; que tenham importância por aplicações em produtos e processos de alta tecnologia; ou que tenham vantagens comparativas e que sejam essenciais para a economia, gerando superávit da balança comercial.

Jungmann ressalta ainda que minerais para a indústria de fertilizantes também deveriam ter uma política específica para elevar a produção local e depender menos de importações. Ele cita as rochas fosfática e potássica e as de calcio-magnésio.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/01/2023