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Paraná lidera crescimento industrial em outubro e supera grandes economias do Brasil

O Paraná registrou um expressivo crescimento de 3,7% na produção industrial em outubro, comparado a setembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (13). Esse desempenho posicionou o estado como o terceiro mais produtivo do Brasil no mês, superando economias como São Paulo (2%) e Minas Gerais (0,6%). No cenário nacional, a produção industrial recuou 0,2%.

Na comparação com outubro de 2023, o avanço foi ainda mais significativo, com alta de 11,3%, ficando acima da média nacional de 5,8%. No Sul do Brasil, o Paraná ficou atrás apenas de Santa Catarina (12,2%) e à frente do Rio Grande do Sul (2,7%).

De janeiro a outubro, a indústria paranaense acumulou crescimento de 4,2%, também superior à média brasileira de 3,4%. No acumulado de 12 meses, o estado apresentou alta de 4,5%, destacando-se em um cenário nacional com crescimento médio de 3%.

Setores em destaque

Este ano, 13 atividades, entre 15 avaliadas pelo IBGE, estão positivas. O bom desempenho do setor industrial foi impulsionado por áreas estratégicas, como a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (28,6%), automóveis (14,2%), móveis (13,9%), madeira (12,9%) e bebidas (12,5%). Apenas duas ficaram abaixo do esperado: máquinas e equipamentos (-3,4%) e petróleo (-0,9%).

Cenário e perspectivas

Apesar dos resultados positivos, o cenário é de incertezas para os próximos meses. As políticas macroeconômicas internas, a recente elevação da taxa básica de juros (Selic) para 12,25%, e o ambiente econômico global pós-eleições nos Estados Unidos devem impactar o consumo e desacelerar a produção.

Ainda assim, o desempenho de outubro reforça a importância da indústria paranaense no cenário nacional, consolidando o estado como um dos motores do crescimento econômico no Brasil.
com FIEP 

Fonte: Diário Indústria & Comércio
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 16/12/2024

 

Números da construção 'devem ser louvados'

No pós-pandemia, o setor da construção civil somou números que "devem ser louvados", na avaliação de Claudio Teitelbaum, presidente do sindicato das indústrias do setor no Estado, o Sinduscon-RS. Enquanto o Brasil cresceu 10,6% no triênio 2021-2023, a construção civil registrou expansão de 18,9% no mesmo período. Outro protagonismo, em termo nacional, foi na geração de empregos, puxando o Caged por pelo menos 9 trimestres em relação aos empregos formais.

Os dados foram apresentados por Teitelbaum no painel do Mapa Econômico do RS, que encerrou ontem o ciclo do eventos em 2024, com edição promovida em Porto Alegre. Além da Capital, a Região Metropolitana, o Vale dos Sinos e o Litoral Norte estão incluídos na quinta região analisada pelo Jornal do Comércio na segunda edição deste especial de economia. A relevância do setor está respaldada na criação, pela nova gestão da Fiergs, do Conselho da Indústria da Construção Civil, "demonstrando a importância do macrosetor para o desenvolvimento do Estado".

A lupa no Estado, no entanto mostra, que o segmento enfrentou dificuldades em 2024 e um crescimento menor como consequência da catástrofe climática que atingiu praticamente todo o território gaúcho. Passado o momento mais crítico, o foco passa a ser na retomada, que pode ser entendida como oportunidade para o crescimento do Estado. "Dados demonstram que teremos que fazer investimentos, aqui no Estado, na ordem de
R$ 100 bilhões para retomar os níveis de infraestrutura que já tínhamos", aponta o empresário.

Grande aporte de recursos também é previsto para investimentos em obras industriais e corporativas, vistas como "uma oportunidade para as construtoras que trabalham no ramo". A projeção é que o investimento seja de quase R$ 30 bilhões. Para isso, Teitelbaum destaca "a importância de que o Fundopem (Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul) realmente atue em prol da indústria da construção, para que as empresas gaúchas não sejam simplesmente sistemistas de empresas de fora do Estado, mas que possam ser protagonistas dessas obras".

Para projetar a economia do Estado, o presidente do Sinduscon-RS trouxe para debate um dos temas nacionais que mais tem chamado atenção do setor econômico: a reforma tributária. Tratando do que entende como desafios, Claudio Teitelbaum refuta a ideia de aumento da tributação sobre o setor, dado que é a porta de entrada para a moradia: "essa reforma tributária não pode se dar da forma como está agora".

O empresário finalizou sua participação destacando "a importância do Mapa Econômico como uma ferramenta de trabalho das empresas e das instituições gaúchas e de quem está procurando o Estado para investir ou para prospectar negócios". E, em se tratando de um momento de retomada, sustenta que "o Mapa Econômico se torna ainda mais fundamental".

Dirigente chama atenção para o Plano Diretor de Porto Alegre

Associada à construção de prédios, a construção civil não se restringe a isso - está presente em todas as construções, na área da saúde, da educação, em áreas públicas como parques e praças e na infraestrutura, para citar alguns exemplos. "Toda essa montagem de planejamento de estado, de município, acaba passando, direta ou indiretamente pela construção civil", destacou Claudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS, no evento do Mapa Econômico do RS. O prefeito Sebastião Melo (MDB) promete remeter à Câmara Municipal o projeto de lei da revisão no primeiro semestre de 2025.

A referência de Teitelbaum, gancho para citar a revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, indica a importância que a entidade dá ao processo. "O Plano Diretor é a maior e mais eficaz ferramenta de planejamento urbano e ambiental de uma cidade. Não estamos tratando de altura de prédios, e sim de como o Porto Alegre vai se preparar para os próximos 10 anos", apontou. Para o empresário, foi acertada a escolha da prefeitura por uma consultoria internacional - a Ernst & Young -, somada à realização de conferências públicas, para tratar "o desenvolvimento numa ordem mais liberal". Ele ressalta ainda "a importância de toda a sociedade colocar os olhos em cima do Plano Diretor".

Fonte: Jornal do Comércio
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 10/12/2024

Exportação de café do Brasil chega ao recorde de 46,4 milhões de sacas no ano, diz Cecafé

Exportação de café do Brasil chega ao recorde de 46,4 milhões de sacas no ano, diz Cecafé
 E em novembro 4,662 milhões sacas de 60 quilos, ante 5,4% em relação ao mesmo período e 2023. Mesmo enfrentando constantes problemas na logística portuária, exportadores buscam alternativas e arcam com prejuízos milionários para honrar compromissos com clientes internacionais 
De acordo com o relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgado no dia 09 de dezembro (segunda-feira), o país exportou 4,662 milhões de sacas de 60 quilos do produto em novembro, o que implica um incremento de 5,4% em relação aos 4,422 milhões de sacas embarcados no mesmo mês de 2023. Em receita cambial, o crescimento é de 62,7%, com os ingressos saltando de US$ 825,7 milhões para os atuais US$ 1,343 bilhão no mesmo intervalo comparativo.

Nos cinco primeiros meses do ano safra 2024/2025, as remessas cafeeiras do Brasil ao exterior subiram para 22,017 milhões de sacas e renderam US$ 5,955 bilhões, apresentando saltos de 16,5% e 61,4%, respectivamente, frente ao desempenho registrado entre julho e o fim de novembro de 2023.

Ano civil —Ainda restando dezembro para o fechamento de 2024, as exportações brasileiras de café já alcançaram o recorde anual de 46,399 milhões de sacas, superando em 3,78% o maior volume registrado até então, nos 12 meses de 2020 (44,707 milhões de sacas). Ante a performance de janeiro a novembro de 2023 (35,102 milhões de sacas), a evolução é de 32,2%.

Em receita cambial, o desempenho é ainda mais significativo e também recorde anual, mesmo faltando um mês para o fechamento de 2024. Nos primeiros 11 meses deste ano, o Brasil recebeu US$ 11,302 bilhões com as remessas de café ao exterior, apresentando crescimento de 22,3% sobre o maior registro antecedente, de US$ 9,244 bilhões entre janeiro e dezembro de 2022, e de substanciais 56% em relação ao obtido no primeiro andecamestre do ano passado.

Alternativas e custos extras — Ao analisarmos a performance das exportações brasileiras de café, na teoria, teríamos motivos somente para comemorar, mas a realidade é um pouco mais cruel. Esse desempenho recorde ocorre devido ao profissionalismo e à criatividade dos exportadores associados ao Cecafé, que buscaram alternativas, como o embarque via break bulk, e vêm arcando com milionários gastos adicionais em seus processos de exportação devido à falta de infraestrutura, especialmente nos portos brasileiros, para honrarem os compromissos com os clientes internacionais dos cafés do Brasil —analisa o presidente da entidade, Márcio Ferreira.

Em 2024, os muitos atrasos e alterações constantes de escala de navios para exportação, bem como as frequentes rolagens de cargas, fizeram com que o país acumulasse 1,717 milhão de sacas — 5.203 contêineres — do produto não embarcadas no acumulado do ano até outubro, conforme levantamento do Cecafé junto a seus exportadores associados. O não embarque desse volume, considerando preço médio da saca e do dólar no período, aponta que o Brasil deixou de receber US$ 489,72 milhões, ou R$ 2,754 bilhões, como receita cambial.

O cenário é mais agravante quando se analisam os custos adicionais que os exportadores de café do Brasil têm para conseguir honrar seus compromissos. —Por causa dos entraves logísticos nos portos brasileiros, nossos associados acumularam um ‘prejuízo portuário’ de R$ 7 milhões em outubro, que envolvem gastos extras com armazenagens adicionais, detentions, pré-stacking e antecipação de gates. No acumulado de 2024, esses valores já chegam a incomodantes e inacreditáveis R$ 30,4 milhões e indicam que, mais do que obsoleta, a infraestrutura logística nacional precisa de atenção para que nosso país possa exercer sua excelência no agro—comenta.

Principais destinos — Os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar no ranking dos principais importadores dos cafés do Brasil no acumulado de 2024. Os norte-americanos importaram 7,419 milhões de sacas de janeiro a novembro, o que equivale a 16% de todas as exportações e significa crescimento de 35% na comparação com os 11 primeiros meses do ano passado.

A Alemanha, com 15,6% de representatividade, adquiriu 7,228 milhões de sacas (+63,4%) e ocupa o segundo lugar na tabela. Na sequência, vêm Bélgica, com a importação de 4,070 milhões de sacas (+108,1%); Itália, com 3,702 milhões de sacas (+28,8%); e Japão, com 2,053 milhões de sacas (-0,3%).

Quando se analisam as exportações de café verde realizadas pelo Brasil a outros países produtores, o México lidera o ranking com a aquisição de 1,116 milhão de sacas do produto, o que representa um aumento de 177,3% frente ao comprado de janeiro a novembro de 2023.

O Vietnã, segundo maior produtor global, aparece na sequência, ampliando suas importações dos cafés verdes brasileiros para 638.733 sacas, com substancial elevação de 389,4% sobre o volume adquirido nos 11 primeiros meses do ano passado. Destaca-se, ainda, o desempenho para a Índia, que ampliou em expressivos 1.412,3% suas compras dos cafés in natura do Brasil, para 248.619 sacas.

Na observação das exportações realizadas por blocos econômicos, com exceção ao Mercosul (-25,1%), os demais aumentaram a importação de todos os tipos de café do Brasil. A União Europeia, que responde por 47,7% dos embarques, lidera a lista com a aquisição de 22,136 milhões de sacas, apresentando alta de 48,4%.

Aparecem, na sequência, os países do Tratado de Associação Transpacífico (TPP), com 6,177 milhões de sacas (+44%); Oriente Médio, com 2,953 milhões de sacas (+24,3%); BRICS, com 2,375 milhões de sacas (+26,3%); Países Árabes, com 2,227 milhões de sacas (+36,1%); e Leste Europeu, com 1,755 milhão de sacas (+71%).

Tipos de café— O café arábica, com o envio de 33,973 milhões de sacas ao exterior entre janeiro e novembro, é a espécie mais exportada pelo Brasil em 2024. Esse volume é o maior da história para esse período de 11 meses, equivale a 73,2% do total e implica alta de 23,2% em relação ao mesmo intervalo no ano passado.

A espécie canéfora (conilon + robusta) vem na sequência e apresenta o maior avanço percentual nos embarques deste ano, ao registrar crescimento de 107,4 pontos na comparação com 2023. Foi remetido o recorde de 8,692 milhões de sacas ao exterior, o que gerou uma representatividade de 18,7% para essa espécie nas exportações totais.

O segmento do café solúvel, com 3,690 milhões de sacas – avanço de 12,1% e 8% do total –, e o produto torrado e torrado e moído, com 43.627 sacas (-6,4% e 0,1% de representatividade), completam a lista.

Cafés diferenciados — Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis respondem por 17,5% das exportações totais brasileiras entre janeiro e novembro de 2024, com a remessa de 8,112 milhões de sacas ao exterior. Esse volume é 33,5% superior ao registrado nos 11 primeiros meses do ano passado.

O preço médio do produto foi de US$ 269,41 por saca, gerando uma receita cambial de US$ 2,185 bilhões, o que corresponde a 19,3% do obtido com os embarques totais de café de janeiro a novembro deste ano. No comparativo anual, o valor é 57% maior do que o registrado nos mesmos 11 meses de 2023.

No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados neste ano, os EUA estão na liderança, com a compra de 1,817 milhão de sacas, o equivalente a 22,4% do total desse tipo de produto exportado.

Fechando o Top 5, aparecem Alemanha, com 1,498 milhão de sacas e representatividade de 18,5%; Bélgica, com 909.247 sacas (11,2%); Holanda (Países Baixos), com 559.386 sacas (6,9%); e Itália, com 325.981 sacas (4%).

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 10/12/2024

China faz 1ª mudança na política fiscal desde 2011 e deve mexer com investimentos no país; saiba mais

O Politburo, principal órgão político da China, se comprometeu a implementar uma política fiscal ” mais proativa” e uma postura monetária “moderadamente frouxa” no ano que vem, segundo comunicado sobre uma reunião do grupo nesta segunda-feira (9).

O comitê, que reúne as 24 autoridades mais poderosas do país asiático sob a liderança do presidente Xi Jinping, sinalizou ainda a intenção de impulsionar o consumo “vigorosamente”, melhorar a eficiência dos investimentos e expandir a demanda doméstica “em todas as direções”.

Ainda de acordo com a nota, publicada pela agência oficial Xinhua, Pequim também pretende adotar medidas para estabilizar o setor imobiliário e o mercado acionário. Os líderes do gigante asiático citam ainda a contínua abertura para o mercado externo, além da estabilização do comércio e do investimento estrangeiro.

O novo guidance (projeção) para a política monetária da China representa a primeira grande mudança desde 2011, conforme relato da Bloomberg.

 
Fonte: E-Investidor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 10/12/2024

 

Indústria do aço projeta investir R$ 100 bi até 2028 – a despeito do consumo estagnado

Com a expectativa de aumento das vendas no mercado interno, reflexo da medida do governo para conter as importações e retomada da construção imobiliária e das obras de infraestrutura, a indústria siderúrgica instalada no Brasil prevê investimentos da ordem de R$ 100,2 bilhões até 2028, segundo a entidade Instituto Aço Brasil. Uma das maiores empresas do setor, a ArcelorMittal responde por um quarto dessa previsão. Gerdau revela que irá aplicar R$ 6 bilhões em expansão até 2026.

A indústria brasileira de aço é a nona produtora do mundo, produzindo cerca de 32 milhões de toneladas por ano e com a geração de 122 mil empregos em suas 31 usinas espalhadas pelo Brasil, sendo 15 integradas e 16 semi-integradas, administradas por 11 grupos empresariais. O faturamento líquido do setor atingiu, em 2023, R$ 173,3 bilhões.

 

Mas os executivos do setor acreditam que a produção brasileira poderia ser bem maior, uma vez que a capacidade instalada da indústria é de 51 milhões de toneladas por ano. Dois fatores não permitem que a produção deslanche, segundo eles: o consumo per capita brasileiro, que está há alguns anos estagnado em 110 kg/habitante/ano, menos da metade do consumo mundial (230 kg/habitante/ano) e muito abaixo do chinês (630 kg/hab/ano), reflexo do baixo crescimento da economia na década recente;  e a ‘invasão’ do aço importado no mercado brasileiro, especialmente oriundo da China, maior produtor mundial.

O consumo per capita está diretamente relacionado ao crescimento do País. Com a retomada da economia e o aumento da demanda da construção civil, esse consumo deverá melhorar. Mas uma expansão sólida da siderurgia depende da articulação de programas de desenvolvimento de médio prazo—algo raro de se ouvir falar nas gestões federais recentes.  Durante a 34ª edição do Congresso Aço Brasil, realizado no início de agosto em São Paulo, os CEOs das maiores empresas do setor comentaram sobre as perspectivas do setor.

Jefferson de Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil, destacou no evento que há uma perspectiva de melhora na demanda da construção civil, que deve crescer até 2,5% no segundo semestre, além da retomada das obras de infraestrutura. Ele lembrou que há cerca de 16 mil obras paradas pela metade no Brasil. “Este ano não vai ser brilhante, mas será melhor do que 2023”, afirmou. Já com relação a 2025, ele acredita que o consumo aparente deve crescer 2%, bem como o PIB. “Vamos andar de lado, será mais ou menos como em 2024”, concluiu.

Em relação à concorrência com o produto chinês, classificada de predatória pelos fabricantes de aço brasileiros, o setor obteve uma medida do governo que estipula cotas de importação de produtos siderúrgicos. O sistema prevê uma tarifa de 25% sobre o volume excedente ao longo de um ano, iniciado em junho deste ano. “É um sistema novo, acreditamos que iremos moralizar as importações. A farra do boi de 2023, com aço entrando sem qualquer controle e a preços predatórios acabou”, salientou Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil. A medida já mostrou efeito prático: as importações recuaram 23% nos meses de maio e junho em relação ao mesmo período do ano passado.

Empresas confirmam investimentos

O presidente da ArcelorMittal confirmou durante o congresso o investimento anunciado de R$ 25 bilhões, voltado para ampliações de suas plantas, atualização tecnológica e parceria para energia renovável. Segundo a empresa, os aportes aumentarão sua participação de mercado por meio do crescimento de capacidade e produção de novos aços de alto valor agregado para consumo interno e exportação.

Um dos aportes em andamento, de R$ 4,2 bilhões, é a construção do parque eólico Babilônia Centro, em parceria com a Casa dos Ventos, em Várzea Nova, na Bahia. O complexo terá capacidade de produção de 553 MW para suprir com energia limpa aproximadamente 40% do consumo das unidades da ArcelorMittal no País. A meta da empresa é ser carbono neutro até 2050, sendo que até 2030 pretende reduzir suas emissões em 25%. Para isso, atua para abastecer todas as unidades com 100% de energia limpa – 2023 fechou com 61% de autogeração e 39% de compra de energia elétrica de matriz de geração limpa.

A aquisição da Unidade do Pecém, no Ceará, que consumiu R$ 11,2 bilhões do plano, foi concluída em março do ano passado e se mostrou estratégica, segundo a empresa. A produtora de placas alcançou, em 2023, recorde de produção de 3 milhões de toneladas produzidas, integrada logisticamente a um porto competitivo para abastecer outras unidades de produção do grupo no mundo e clientes internos.

Compõe o plano de investimentos a expansão da sinterização, alto-forno e aciaria da Unidade Monlevade, localizada em João Monlevade (MG), que vai aumentar a capacidade de produção anual de 1,2 milhão de toneladas para 2,2 Mt. Serão investidos R$ 4 bilhões nessa fábrica. Já a Unidade Veja, instalada em São Francisco do Sul (SC), receberá aportes de R$ 1,9 bilhão para iniciar uma nova linha combinada de produção de aços laminados a frio e revestidos. A produção saltará de 1,6Mt para 2,2Mt.

Será aplicado R$ 1,3 bilhão na fábrica de Barra Mansa (RJ), que terá alta de  500 mil toneladas na capacidade anual de produção e ampliação do portfólio, com produtos voltados para os mercados automotivo, construção civil e de energia. Nesse segmento, a empresa investirá também R$ 144 milhões na planta de Sabará (MG), para aumentar em 35% a produção de trefilados, adaptando a fábrica para produtos de alto valor agregado para a indústria automotiva.

Na Mina de Serra Azul, localizada em Itatiaiuçu (MG), a ArcelorMittal investirá R$ 2 bilhões em uma nova planta de pellet feed, aumentando a capacidade produtiva de 1,6Mt para 4,5Mt. Já a Mina do Andrade, que fornece minério para a fábrica Monlevade, terá sua produção expandida de 1,5Mt para 3,5Mt.

De acordo com Jefferson de Paula, o programa de investimentos montado pela empresa indica que o País é estratégico para o Grupo ArcelorMittal. “O Brasil tem recursos naturais abundantes, 215 milhões de habitantes, um potencial muito grande. É por isso que o grupo acredita nas operações brasileiras, uma das de melhor desempenho no mundo. Estamos em 60 países, dos quais 15 temos fábricas. A operação brasileira é benchmark global”, frisou.

Um dos maiores produtores de aço do mundo, a empresa tem cerca de 127 mil empregados, sendo 20 mil no Brasil. Opera unidades industriais em oito Estados (MG, ES, RJ, SC, CE, BA, SP e MS), além de extensa rede de distribuição pelo País. As plantas brasileiras têm capacidade de produção anual de 15,5 milhões de toneladas de aço bruto e as minas produzem 5,1 milhões de toneladas de minério de ferro.  A companhia atua, ainda, em geração de energia para consumo próprio, produção de biorredutor renovável (carvão vegetal a partir de florestas plantadas de eucalipto) e tecnologia da informação.

 

Mina de Miguel Burnier terá aporte de R$3,2 bi

Já a Gerdau revelou, em nota, que o novo plano de investimentos da companhia está estimado no valor de R$ 6 bilhões, contemplando projetos Capex voltados à manutenção, expansão e atualização tecnológica de suas operações. Do total previsto para este ano, os investimentos que apresentam retornos ambientais superam R$ 790 milhões.

Entre eles, está um aporte de R$ 3,2 bilhões em uma nova plataforma de mineração em Minas Gerais. O montante segue o ciclo de investimentos realizado no Estado nos últimos anos e que vai até 2026, para modernização, atualização tecnológica, aprimoramento de práticas ambientais e ampliação de suas operações locais.

A nova capacidade anual de produção de minério de ferro da empresa na mina de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto (MG), de 5,5 milhões de toneladas, está prevista para entrar em operação no final de 2025. O projeto permitirá à empresa aumentar a competitividade de suas operações e ampliar futuramente sua produção de aço em Minas Gerais.


China indica mais estímulos econômicos para 2025 – e o Brasil pode ganhar com isso
Chineses dizem que deverão afrouxar política monetária para estimular o consumo e ajudar o setor imobiliário

A China sinalizou nesta segunda-feira (9) que irá avançar em seu pacote de estímulos econômicos a partir do ano que vem, enquanto Pequim se prepara para uma guerra comercial quando Donald Trump assumir o cargo.

O Politburo, órgão que reúne a nata do Partido Comunista Chinês (PCC) e é responsável pelas decisões mais estratégicas do Estado, afirmou que irá indicar ao presidente Xi Jinping uma política monetária “moderadamente flexível” em 2025, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua, sinalizando mais cortes nas taxas no futuro e mudando uma estratégia “prudente” mantida por quase 14 anos.

O grupo também prometeu uma política fiscal “mais proativa” em sua reunião mensal, aumentando as expectativas de que Pequim amplie o déficit fiscal. Isso abriria a porta para mais empréstimos do governo central para sustentar a economia vacilante.

A reunião de dezembro do Politburo “enviou o tom de estímulo mais agressivo em uma década”, escreveram economistas do Morgan Stanley, incluindo Robin Xing, em uma nota de pesquisa, acrescentando que “embora o tom seja muito positivo, a implementação permanece incerta”.  

O Politburo também prometeu impulsionar o consumo, estabilizar os mercados imobiliário e de ações e, pela primeira vez, prometeu ajustes políticos anticíclicos “extraordinários” — o Partido Comunista fala em ferramentas mais incomuns para impulsionar a economia. 

Ao indicar maior foco no consumo e estabilização do mercado imobiliário, as medidas poderão gerar um efeito positivo para as commodities brasileiras — minério de ferro, soja e carnes — uma vez que a China é a maior consumidora dos principais itens de exportação do Brasil.

“A formulação desta declaração da reunião do Politburo não tem precedentes”, disse Zhaopeng Xing, estrategista sênior do Australia & New Zealand Banking Group. “O tom da política mostra forte confiança contra as ameaças de Trump”, ele observou, referindo-se à promessa do presidente eleito dos EUA de impor uma tarifa de 60% sobre as exportações chinesas que dizimariam o comércio bilateral. 

Mudança de política

A última vez que a China adotou uma política monetária “moderadamente frouxa” foi na Crise Financeira Global de 2008, como parte de um pacote de estímulo bazuca para sustentar a economia. Isso é algo que Pequim prometeu evitar repetir.

Mas o comunicado do Politburo, no entanto, enviou aos mercados uma mensagem de que Xi está sentindo uma nova urgência em apoiar o crescimento. É um lembrete de que “a visão dos principais líderes sobre as condições econômicas mudou substancialmente em comparação ao último trimestre”, disse Martin Rasmussen, estrategista sênior da empresa de pesquisa macro Exante Data.

Após o crescimento do segundo trimestre ter ficado aquém, as autoridades começaram a implementar estímulos no final de setembro. Economistas esperam amplamente outro corte no compulsório dos bancos até o fim do ano, enquanto um ajuste de taxa de juros tem mais probabilidade de ocorrer no primeiro trimestre de 2025.

Os formuladores de políticas também precisarão encontrar remédios para a mais longa sequência de deflação da China neste século. Esse problema foi exibido mais cedo na segunda-feira em dados mostrando os preços ao produtor caindo em novembro pelo 26º mês consecutivo. Os preços ao consumidor também subiram no ritmo mais lento em cinco meses, pairando em torno de zero. 

A queda dos preços prejudicou o crescimento de 4,8% da economia até agora neste ano, corroendo os lucros corporativos e forçando as empresas a cortar investimentos, bem como salários. Enquanto o Banco Popular da China cortou as taxas de juros e ofereceu mais dinheiro para os bancos várias vezes, as autoridades acharam difícil estimular maiores gastos.

O Politburo prometeu “aumentar o consumo à força” e impulsionar a demanda doméstica “em todos os aspectos”, sem mencionar diretamente a deflação. Isso pode indicar mais rodadas do programa de dinheiro por sucata que é operado como um vale-consumo, encorajando as pessoas a comprar novos eletrônicos com desconto em troca de seus produtos antigos.

Efeito no Brasil

Na onda dos anúncios da China, os contratos futuros do minério de ferro se recuperaram nesta segunda-feira, encerrando uma trajetória de duas sessões de queda. Ao meio-dia, havia quatro mineradoras e siderúrgicas brasileiras entre as maiores altas do Ibovespa: CSN avançava 5,56%; CSN Mineração, 5,34%; Usiminas, 3,68%; e Vale, 3,19%.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,57%, a 808,5 iuanes (US$ 111,12) a tonelada.

O minério de ferro de referência para janeiro na Bolsa de Cingapura subiu 1,05%, a US$ 104,4 a tonelada.

Os preços do minério de ferro ficaram sustentados acima de US$ 100 por tonelada devido às expectativas de mais anúncios de estímulo da Conferência Central de Trabalho Econômico de Pequim, programada para 11 e 12 de dezembro, disseram os analistas do Westpac.

“As recentes medidas de estímulo chinesas reanimaram a demanda por aço e, portanto, por minério de ferro, já que as vendas de imóveis estão mostrando alguns sinais de melhora”, disseram os analistas do ANZ.

Os estoques do ingrediente de fabricação de aço caíram na semana passada para o nível mais baixo desde agosto, disseram eles.

Fonte: Infomet
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/12/2024

Vendas de máquinas para construção devem crescer 9% em 2024 em comparação a 2023

As vendas de máquinas para construção devem crescer 9% em 2024 em comparação a 2023, alcançando 58,2 mil unidades comercializadas neste ano contra 53,5 mil unidades no ano anterior. Na linha amarela, a alta estimada é 14%, alcançado 36,6 mil unidades vendidas neste ano contra quase 32,3 mil unidades comercializadas em 2023. Os dados são do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção.

Os setores mais relevantes para o mercado de máquinas neste ano são a locação, construção pesada e agronegócio. Em termos de vendas, os dois segmentos com maior Market Share – construção (42%) e a locação (23%) – somam 65%. A Sobratema destaca que os dois setores assumiram esse protagonismo em 2021 e que ainda há espaço para crescimento.

Além das vendas, o que espera o mercado de equipamentos

O mercado de equipamentos está otimista para os próximos dois anos, já que, para 57% construtoras, locadoras, empresas de serviços e dealers, o mercado deve continuar crescendo em 2025. O percentual é ainda maior para 2026, chegando a 66%.

Cerca de 90% das construtoras, locadoras e prestadores de serviços apontaram que o volume de negócios até setembro de 2024 está melhor ou igual a 2023. Quase três em cada quatro empresas entrevistadas atingiram as metas planejadas para o ano e 65% dos dealers dizem que o mercado apresentará estabilidade ou pode até crescer no final do ano.

Já entre as preocupações dos empresários para 2024, estão a dificuldade de obter financiamento e os juros altos. Se por um lado, a expectativa do mercado é de que o governo federal faça um ajuste fiscal para diminuir o ritmo da inflação e dar espaço para o Banco Central cortar juros, do outro, os empresários se mostram otimistas com mais obras públicas do Novo PAC.

Outro dado relevante do levantamento é o financiamento utilizado pelas empresas adquirirem suas máquinas: 33% dos entrevistados utilizaram capital próprio, seguido por Finame, com 23% e CDC, com 19%.

Fonte: Meio Filtrante
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 10/12/2024