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Empresas brasileiras investem em máquinas para depender menos do exterior

Indústrias dos setores automotivo, de motocicletas, eletrodomésticos, implementos rodoviários, móveis, eletroeletrônicos e embalagens têm liderado, nos últimos tempos, a compra de máquinas importadas para ampliar a produção local.

O setor automotivo, por exemplo, tem um grande projeto de atrair fabricantes de componentes que são importados principalmente da Ásia. Com a crise pela falta de semicondutores – que levou à paralisação de fábricas de veículos no mundo todo -, a indústria brasileira colocou todos os seus esforços nesses projetos para ficar menos dependente dos países daquela região

A Stellantis (NYSE:STLA), dona das marcas Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot, desenvolve atualmente um projeto de componentes para o novo Citroën C3, que começou a ser produzido em sua fábrica em Porto Real (RJ). Segundo a empresa, já foram nacionalizados com fornecedores em Minas Gerais e São Paulo os itens alavanca de abertura do capô, mola a gás, kit de ferramentas, pedal de freio e berço motor, antes importados da Índia. O projeto continua, e novas peças passarão ser produzidas aqui, como componentes de suspensão.

Emprego

No setor de eletroportáteis, a Mondial, por exemplo, acelerou a nacionalização em 2020. Passou a fabricar no Brasil ferro elétrico, airfryer, multiprocessador e caixa acústica, antes importados da China. Com isso, criou mais de mil empregos na fábrica em Conceição do Jacuípe (BA).

“Era algo que estava previsto para fazermos em quatro anos e fizemos em um”, afirma Giovanni Marins Cardoso, sócio-fundador da empresa, líder do segmento no País. Com a pandemia, diz ele, aumentaram o custo e a dificuldade de trazer esses eletroportáteis da China, e a opção foi produzir no Brasil. Com a fabricação local, a empresa ganhou agilidade para atender à demanda. “Se a venda no varejo vai bem, a fábrica daqui começa a produzir mais itens no dia seguinte, mas, se dependermos da importação da China, uma nova remessa demora entre 90 e 120 dias para chegar.”

Para viabilizar a produção doméstica dos quatro eletroportáteis, foram investidos em um ano e meio R$ 80 milhões em máquinas e equipamentos. “Dobramos o nosso parque de injetoras e desenvolvemos fornecedores locais de resistência elétrica, termostato e embalagens”, conta. A companhia planeja uma nova rodada de nacionalização para fabricar localmente secador de cabelo, escova secadora, aspirador de pó e cafeteira. “O setor (de eletroeletrônico) passa por uma profunda transformação porque esse modelo de globalização tornou vulnerável a indústria do mundo inteiro”, diz Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Elétrica e Eletrônica.

Comércio

Enquanto a indústria ensaia substituir importações, a estratégia do varejo para driblar a alta de preços e problemas logísticos foi trocar parceiros comerciais. Um estudo feito pelo economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Fabio Bentes, que comparou quantidades médias importadas de 3,7 mil bens de consumo de janeiro a outubro, entre 2012 e 2019, antes pandemia, com o mesmo período entre 2020 e 2022, revela que houve troca de países fornecedores.

As quantidades importadas de parceiros comerciais tradicionais do Brasil, como EUA, Países Baixos, França, Coreia do Sul, registraram quedas de dois dígitos na pandemia em relação ao período anterior.

Em contrapartida, foram ampliadas as compras de outros países, onde os preços recuaram, como Índia, Bélgica, Portugal, Turquia, Vietnã.

Na lista dos parceiros comerciais com maiores crescimento de volumes em período pós-pandemia aparecem também os vizinhos Peru e Paraguai, além do Chile. “Os parceiros comerciais mais próximos do Brasil estão ganhando força”, observa Bentes, enfatizando que o processo de substituição de importação leva tempo.

Fonte: O Sul
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 29/11/2022

 

Brasil terá de retomar estratégias industriais para manter performance econômica, diz especialista do IEDI

Recuperar o fôlego da indústria brasileira é uma prioridade incontroversa. E também complexa, considerando as desanimadoras projeções de crescimento econômico do país nos próximos anos. A pauta requer discussões e ações pragmáticas, com destaque a arranjos temáticos de sustentabilidade e novas formas de produção e fortalecimento das cadeias, reestruturadas em tempos de guerra e pandemia. Não menos importante, instiga ao exigir um ambiente de extrema competência tecnológica fomentado por investimentos públicos e privados de alto padrão em ciência e inovação rumo à Indústria 4.0.

A implementação de estratégias industriais deve ser o consenso deste século que se abre agora pós-crise, pós-pandemia, porque a indústria é o veículo para dar respostas aos desafios que a gente tem”, avalia Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). 

A indústria nacional nada contra a correnteza há décadas, sempre na tentativa de desviar das fortes ondas empurradas pelos epicentros de instabilidade econômica. Nos anos de 1980, amargou com os efeitos colaterais da crise da dívida de países desenvolvidos e de um processo interno de hiperinflação; na seguinte, viu a competitividade ser enfraquecida pela taxa de câmbio supervalorizada e, mais ao fim, pelos elevados níveis de taxas de juro. No início dos anos 2000, uma complexificação da estrutura tributária e o aumento da carga de impostos também intimidaram o desempenho industrial, atingido em cheio pela recessão doméstica de 2015 e 2016 e, mais recente, pela pandemia da Covid-19

Os números recentes retratam o cenário turbulento. Em setembro, dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) mostraram que a participação do Brasil na produção mundial encolheu de 1,31% para 1,28% e chegou, assim, ao menor patamar desde 1990. Ultrapassado pela Turquia, figura agora na 15ª posição no ranking, onde se manteve no top 10 até 2014. Com relação às exportações mundiais de bens da indústria de transformação, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta aumento de 0,77%, em 2020, para 0,81%, em 2021. Mas também projeta queda neste ranking, no qual o Brasil deverá passar 30º para 31º lugar, superado pela Indonésia.

Internamente, a indústria perde protagonismo para o agronegócio. Nota recente divulgada pelos pesquisadores Claudio Considera e Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), interpreta a queda da participação da indústria de transformação no PIB – de 36% em 1985 para 11% em 2021 – como um dos indícios de que ela “está à beira da extinção”.

“É um processo preocupante porque tradicionalmente a indústria é o principal vetor do desenvolvimento econômico dos países. Não é o único, mas é o principal”, afirma Cagnin.

Para o economista, a relevância do setor industrial se explica a partir de diferentes matrizes, sendo uma delas o efeito direto no desenvolvimento tecnológico nacional. A lógica dos especialistas não nega o esforço em ciência e tecnologia agregado ao campo, mas defende que a assimilação dos processos de inovação nas plantas manufatureiras tende a ser deslocado com mais facilidade para outros setores econômicos e, portanto, é mais permeável, ou seja, aproveitado com mais facilidade por outros segmentos.

Conforme a CNI, a indústria responde hoje por quase 70% dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento do país, ainda que, assim como o encolhimento industrial, estes também sejam investimentos em retração. Em julho deste ano, dados do Banco Mundial e do Ministério de Ciência e Tecnologia que indicam que o Brasil tem investido apenas 1,2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento viraram debate no Senado – para a CNI, essa estimativa é menor ainda, de apenas 0,5%. Lá fora, países como a China e Alemanha chegam a aplicar 2%.

Apesar disso, investimentos públicos continuam a representar a maior fatia dos recursos disponíveis nos principais instrumentos brasileiros de suporte à inovação (em 2018, R$ 17,9 milhões dos cerca de R$ 34,3 milhões, mostra compilação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada publicada no ano passado), com a maior concentração das verbas em universidades. Há um consenso de que instituições públicas de ensino são o grande motor da ciência no país. Em 2019, eram responsáveis por 95% das pesquisas.

Portanto, é também nas universidades, avalia Cagnin, que se fortalecem políticas industriais. Não em um processo unidirecional – dos laboratórios para as fábricas –, mas a partir de uma parceria complexa que seja capaz de contemplar a verdade realidade da indústria.

“Se a gente quer manter a nossa performance econômica em patamar superior e se quer preservar as nossas competências tecnológicas, precisamos de uma indústria mais forte e aproximar os centros de pesquisa de ciência na universidade ao mundo da produção industrial no dia a dia”, observa o representante do IEDI. “O surgimento de políticas industriais nos países desenvolvidos, há mais de uma década, mostra isso, está muito voltado para essa aproximação do mundo da tecnologia e da inovação com o mundo industrial”.

Nesta remodelação de forças, a indústria também passa a ocupar mais espaço na agenda de discussões sobre segurança e soberania. A guerra da Rússia contra a Ucrânia e o conflito à parte provocado pela dependência de países europeus do gás natural enviado por Moscou, por exemplo, acelerou investimentos na ordem de bilhões na indústria de energia. Relatório da think tank Carbon Tracker, divulgado no último dia 20 de outubro, fala em aportes na casa dos $ 70 bilhões em hidrogênio verde apenas nos últimos meses.

É um matiz da discussão sobre desenvolvimento industrial que, conforme Cagnin, tende a ganhar ainda mais protagonismo.

"É um tema altamente contemporâneo e que envolve os países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, em que um dos objetivos da estratégia industrial é ampliar a segurança nacional, as competências da indústria de transformação são vistas de forma explícita nos documentos americanos como sinônimo de segurança nacional”, diz. “Na Europa é evidente também. Agora, com os conflitos armados na Ucrânia, há uma necessidade de a Europa desenvolver tecnologias e constituir cadeias industriais em torno de novas fontes energéticas, por exemplo. Desde a pandemia essa preocupação está muito clara, mas hoje onde é mais sensível do ponto de vista geopolítico, e é algo que envolve o fortalecimento das competências industriais”.

De acordo com o economista, o aprimoramento das políticas industriais nos países desenvolvidos demanda medidas para as quais o Brasil deveria olhar com mais atenção.

Parte de uma resposta ao crescimento acelerado da China, estas nações deixaram de se preocupar apenas em reconstituir sua malha manufatureira, impondo como essencial ao processo o desenvolvimento de novas tecnologias – engrenagem da Indústria 4.0. As temáticas sobre sustentabilidade e novas formas de produção compatíveis com a demanda ambiental e com a resiliência das cadeias produtivas também foram incorporadas, e ditam hoje as regras do serviço da indústria, que também passa a ser uma atividade cada vez mais próxima do setor de serviços.

Segundo Cagnin, apesar de a “indústria do futuro” ter menos capacidade de absorver trabalhadores por ser mais automatizada, a servitização do segmento manufatureiro, que são os modelos de negócios industriais cada vez mais relacionados ao setor de serviço, deverá ser uma garantia de continuidade da absorção da mão de obra e consequente aumento da produtividade. “Mas aí vai demandar cada vez mais mão de obra qualificada, o que gera outro desafio para o Brasil”, aponta.
 
Fonte: Indústria 4.0
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 28/11/2022

 

Usiminas: Potencial de redução de preço do aço em 2023 é limitado

O potencial de redução nos preços do aço em 2023 será limitado, de acordo com o vice-presidente de finanças da Usiminas, Thiago Rodrigues.

Em relação aos custos, o executivo vê pressão, sobretudo, nos preços do carvão mineral por causa da demanda aquecida por carvão térmico. Já os preços do minério estão instáveis e dependem de como vai se comportar a demanda na China. Recentemente, o país informou que vai flexibilizar as medidas de controle da pandemia de covid-19, que tem paralisado a produção industrial e a construção civil em regiões importantes do país.

“O potencial de redução para o preço do aço é limitado, considerando o cenário atual de matérias-primas. Precisamos ver como o mercado vai se desenvolver no próximo ano”, afirmou Rodrigues.

Por enquanto, segundo o executivo, a Usiminas estima que o cenário de demanda por aço deve ficar estável em 2023. O executivo vê o preço da placa de aço entre US$ 500 e US$ 600 a tonelada. O preço do minério de ferro, segundo ele, deve ficar entre US$ 90 e US$ 100 a tonelada no próximo ano, se não houver mudanças inesperadas no mercado.

Usiminas vai pensar sobre nova laminação em 2023, diz vice-presidente
Executivo acrescentou que a companhia precisa primeiro enfrentar os desafios do curto prazo, com a reforma do alto-forno 3, que deve durar de abril a agosto do próximo ano

A Usiminas informou em encontro com investidores na Apimec que deve decidir no próximo no ano se fará investimento em uma nova laminação. Neste ano, a companhia siderúrgica prevê investir R$ 2,05 bilhões e elevar o montante para R$ 2,4 bilhões em 2023. Os principais investimentos neste momento estão voltados para a reforma do alto-forno 3 e nas coquerias 2 e 3.

“Investir em uma laminação é algo que a empresa vai pensar em 2023, mas aí tem que avaliar a condição do mercado e os custos”, afirmou o vice-presidente de finanças da Usiminas, Thiago Rodrigues.

O executivo acrescentou que a companhia precisa primeiro enfrentar os desafios do curto prazo, com a reforma do alto-forno 3, que deve durar de abril a agosto de 2023.

O executivo disse que após a reforma, o alto-forno 3 terá mais 15 a 20 anos de vida útil. Os outros dois altos-fornos, segundo Rodrigues, têm vida útil de aproximadamente sete anos. “Esse é um horizonte que a companhia tem para tomar uma decisão sobre novos investimentos em altos-fornos”, disse Rodrigues.

Questionado sobre a possibilidade de a Usiminas religar as áreas primárias da Usina de Cubatão, antiga Cosipa, Rodrigues disse que o caso de Cubatão não é uma questão de religar, mas de reinvestir. “A área primária não existe mais. A empresa necessitaria fazer um investimento relevante para isso. Esse é um dos temas que vão ser foco de discussão nos próximos anos”, afirmou o executivo.

Rodrigues disse ainda que a Usiminas avalia a possibilidade de investir em uma nova linha de galvanização no futuro, e também a possibilidade de investimento na Mineração Usiminas (Musa). “A avaliação sobre a Musa está em andamento, mas não deve ter uma decisão antes de 2024”, disse o vice-presidente.

O foco de investimentos da companhia no momento é a reforma do alto-forno 3. Rodrigues disse que a Usiminas tem hoje um caixa de R$ 5,1 bilhões, uma posição confortável, mas necessária para a reforma.

Perguntado se a empresa mudaria a política de distribuição de dividendos, usando parte do caixa, o executivo disse que a companhia só vai avaliar sobre distribuição de dividendos após a conclusão das obras do alto-forno 3.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/11/2022

Pesquisa aponta que setor do aço deve sofrer retração devido à inflação global

A Associação Latino-Americana do Aço (Alacero) divulgou dados que apontam para uma retração no setor do aço em 2023. Segundo a instituição, a inflação global e a política monetária brasileira são as principais responsáveis pela variação no crescimento do setor no país. Em 2021, o crescimento foi de 4,6%, ao passo que, para 2022, a expectativa é de variação positiva de 2,7%. Para 2023, a estimativa é ainda menor, de 0,6%.

Alejandro Wagner, diretor executivo da associação que gera dados para o setor na região e porta-voz da indústria, também aponta outras influências no desempenho. “A previsão é impulsionada pela menor demanda externa, enfraquecida por altas taxas de juros e queda do poder de compra. O mundo vive um processo inflacionário sem precedentes, amplamente distribuído entre os países”, ele analisa.

E o cenário permanece desanimador, já que a previsão é de que a desaceleração se espalhe pela América Latina. Isso porque, além das adversidades citadas pela instituição, os analistas da Alacero também acreditam que os desafios externos da conjuntura global — como a crise energética na Europa e a guerra na Ucrânia — sejam somados às atuais circunstâncias e prejudiquem a recuperação da indústria.

A apuração também reúne dados sobre os setores demandantes de aço na América Latina. Entre eles, a construção civil teve queda de 1,8% de junho a agosto de 2022, enquanto a indústria automotiva teve alta de 29,3%, de julho a setembro do mesmo ano. A de máquinas mecânicas, por sua vez, cresceu 0,8% de junho a agosto de 2022 e o uso doméstico caiu 13,7% no mesmo período. Em relação aos insumos demandados na produção siderúrgica, o petróleo caiu 0,9%, o gás aumentou 1% e a energia 0,4% — todos os dados de junho a agosto de 2022.

Em relação ao desempenho do setor entre janeiro e agosto de 2022, as exportações de aço no acumulado registraram alta de 47,3%, totalizando 7.740,7 mil toneladas, aumentando 10,7% em agosto em relação ao mês anterior. As importações, por sua vez, sofreram redução de 12,5% no acumulado de 8 meses de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, totalizando 16.871,1 mil toneladas. Em agosto, o valor foi 25,4% superior ao de julho.

A produção segue relativamente estável, impulsionada pelo expressivo volume das exportações. O acumulado dos primeiros nove meses do ano registrou expressiva redução de 4,1% na produção de aço bruto, em relação ao mesmo período do ano anterior, registrando 46.862,5 mil toneladas. Os laminados apresentaram redução de 3,7% no mesmo período, com 41.033,8 mil toneladas.

Fonte: AECWeb
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/11/2022

Setor metal-mecânico projeta retomar crescimento das exportações e aposta no hidrogênio verde

Essa é a avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará (Simec), José Sampaio Souza Filho. “Nós enxergamos com uma positividade muito forte a chegada de 2023 e a instalação dessas indústrias do hidrogênio verde, uma vez que o nosso segmento faz parte dessa cadeia produtiva. Então, nós seremos fornecedores desses grandes indústrias e beneficiados diretamente por esses grandes investimentos. Isso deixa o setor muito animado, investindo e ampliando seus parques, principalmente ali no Complexo do Pecém”, analisou.

Ele minimizou a queda nas exportações do principal tipo de produto comercializado pelo segmento, que ainda assim representou 48,8% da pauta exportadora do Estado no período analisado pelo Observatório da Indústria, no relatório Ceará em Comex. “Foi algo pontual, relacionado a algumas mudanças na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), mas a produção deles segue de vento em popa”, ressaltou. Vale lembrar que a CSP foi adquirida, em julho este ano, pela multinacional ArcelorMittal por R$ 11,4 bilhões.

A declaração foi dada em evento realizado na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) em comemoração aos 50 anos do Simec, que contou com a presença de todos os ex-presidentes vivos da entidade classista. A instituição conta hoje com 288 indústrias associadas, que juntas geram mais de 25 mil empregos diretos e indiretos, estando presentes nos 184 municípios cearenses.

Por sua vez, o ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e membro da diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto Proença de Macêdo, destacou que o segmento metal mecânico e elétrico está presente em diversas cadeias produtivas. “É um setor que está presente na fabricação de máquinas para agricultura e para outras indústrias”, citou.

“Com a perspectiva do hidrogênio verde e a necessidade de implantação de parques eólicos, solares e de outras fontes de energia o segmento é perfeitamente capaz de cobrir essas necessidades. A siderúrgica já vai ser ampliada e a transformação de energia limpa em hidrogênio verde permite a entrada em outra fase de tecnologia e desenvolvimento do nosso Estado”, enfatizou Macêdo.

Por fim, o autor do requerimento em homenagem ao sindicato, o deputado Sérgio Aguiar, exaltou que a industrialização do Estado se acelerou com o crescimento do segmento metal mecânico, a partir da década de 1960, e o fato de o Simec ter sido o primeiro do Nordeste a contar com a certificação ISO 9001, referência internacional em aferição de qualidade de processos.

 
Fonte: O Povo
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 24/11/2022

Venda de aços planos: aços zincados e chapas grossas puxam alta de 4,5% no acumulado do ano

O mercado da distribuição de aços planos — vendas no varejo — encerrou outubro com 310 mil toneladas comercializadas, uma alta de 5,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. As informações são do Instituto Nacional dos Distribuidores de aço (Inda), que reúne empresas independentes e também as coligadas da siderúrgicas.

Em relação a setembro, informa o Inda, houve retração de 4,2% nas vendas do mês passado. No volume acumulado do ano o setor registrou alta de 4,5%, alcançando 4,28 milhões de toneladas. Foi puxado por chapas de aços zincados e chapas grossas.

Diante do cenário de demanda por produtos siderúrgicos do país, as empresas da rede vêm adotando uma certa cautela nas compras de material para reposição. O volume de janeiro a outubro subiu apenas 0,3%, somando 3,2 milhões de toneladas. Em outubro, cresceu 10,6% sobre um ano atrás, mas decresceu 4,8% na comparação com o mês passado.

As distribuidoras da rede atendem principalmente consumidores da construção civil, máquinas e equipamentos, autopeças e demandas complementares de linha branca, tubos e outros mercados. Já as usinas vendem diretamente para grandes clientes industriais, como as montadoras de veículos e de maquinário.

A distribuição responde por aproximadamente um terço das vendas de aços planos no país.

Conforme o Inda, a previsão para novembro é de queda de 8% nas vendas, ante outubro, com 285 mil toneladas, e ligeira alta sobre um ano atrás. Nas compras do mês, para reposição de material, estima-se recuo também de 8%, com 291,2 mil toneladas.

O giro de estoques nos armazéns da rede, em outubro, ficou em 2,7 meses de vendas, com volume de 838 ml toneladas (alta de 1,4% em base anual). De dois meses a dois meses e meio é considerado giro saudável ao setor.

As importações de material plano em outubro, de acordo com o Inda, registrou forte crescimento sobre o montante de um ano atrás — 55,2%. Todavia, no acumulado de dez meses, registra-se retração de 16,6%, com entrada de 1,36 milhões de toneladas. A China responde por 74,5% do volume do 2022, até outubro.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/11/2022