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Importações de aço afetaram vendas da CSN no 3º tri

Mesmo com a queda de volume de vendas de aço plano no terceiro trimestre, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vê um consumo do produto retornar aos níveis de 2010. Segundo o diretor-executivo da empresa, Luís Martinez, este ano está com um desempenho “bem positivo” com o crescimento em todos os mercados consumidores que a empresa atende. “Prova disso é que o consumo aparente de aços planos está retornando aos níveis de 2010, com cerca de 15 milhões de toneladas anuais”, disse.

Para 2022, o executivo acredita que deverá haver uma acomodação, mas com crescimento de mercado. “Será um desempenho mais comedido obviamente, entretanto positivo e a CSN vai trabalhar ‘full’, perseverar o mercado interno, melhorar o valor agregado, pulverizar ao máximo e permanecer com 80% do preço ligado ao mercado spot”, disse.

No terceiro trimestre, as vendas de aços da companhia somaram 982 mil toneladas, o que representou uma queda de 24% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Segundo ele, as importações neste ano cresceram e chegaram a quase 20% do consumo aparente, com cerca de 2 milhões de toneladas. No entanto, a tendência agora é de queda. “A CSN sofreu mais com a importação em razão do nosso portfólio de produtos.”

Quanto aos preços, Martinez explicou que atualmente o prêmio entre o material importado e o produzido no país está entre 0 a 2%. Segundo ele, considerando a bobina a quente (BQ) na China que está com preço médio de US$ 900 a tonelada e o dólar em torno de R$ 5,50 a R$ 5,60, a paridade está neste patamar. “Se avaliarmos que é saudável manter um prêmio de 10%, com certeza há espaço para recuperação de margem em janeiro. No trimestre, nossos preços foram 20,8% maiores”, afirmou.

Os bons preços praticados no mercado doméstico, aliás, fizeram a CSN ter um lucro antes juros antes impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorde na siderurgia no trimestre. O Ebitda da área alcançou R$ 2,85 milhões de julho a setembro. No mesmo período do ano passado, o indicador chegou a R$ 551 milhões.

Segundo o diretor de relações com investidores e financeiro da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, o bom desempenho da siderurgia compensou o impacto da queda nos resultados da área de mineração no terceiro trimestre.

“A abrupta queda de preços do minério de ferro impactou os resultados, mas o excelente desempenho na siderurgia e cimento ajudou a compensar essa perda.” Ribeiro ressaltou que o desempenho da mineração interrompeu uma série de crescimentos trimestrais no Ebitda. Na mineração, o indicador chegou a R$ 1,04 bilhão. No segundo trimestre foi de R$ 5,08 bilhões. “Mas, sem contar os efeitos não recorrente, de R$ 1,4 bilhão, teríamos um Ebitda semelhante ao do início de 2021.”

No terceiro trimestre, a receita líquida consolidada da CSN foi de R$ 10,24 bilhões, um aumento de 18% no comparativo com o mesmo período de 2020. O lucro líquido atribuído aos controladores foi de R$ 1,14 bilhão no terceiro trimestre deste ano, 6,3% acima do registrado no mesmo período de 2020.

Já a CSN Mineração registrou lucro atribuído aos controladores de R$ 804 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 45,2% ante o mesmo período de 2020. A receita líquida recuou 27,8% no comparativo trimestral, para R$ 3,05 bilhões e o Ebitda ajustado somou R$ 911 milhões queda de 66%.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/11/2021

O setor siderúrgico da América Latina continua em desvantagem com o da Ásia

04/11/2021 | Assessoria de Imprensa Alacero

As grandes desvantagens existentes entre as economias da América Latina e as dos seus concorrentes da Ásia em geral, e da China em particular, representam um risco para o desenvolvimento da indústria siderúrgica na região. A conclusão é do Estudo de Assimetrias, encomendado pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero) ao Prof. Dr. Germano Mendes de Paula, que se concentrou na análise da situação da Argentina, Brasil, Colômbia e México em comparação com a da Coreia do Sul, Índia, Vietnã e China. 

Questões como o nível educacional dos países, o número de horas necessárias para cumprir as obrigações tributárias, a baixa disponibilidade de financiamento local e a qualidade dos serviços de logística estão diretamente relacionados à competitividade e ao crescimento das indústrias, além de terem influência na hora de comparar as vantagens entre regiões para a tomada de decisões sobre onde realizar um investimento.  

A posição desfavorável revelada pelo estudo ao analisar essas e outras variáveis de maneira comparativa tem como resultado um declínio do nível de produção da indústria manufatureira latino-americana de 0,6% entre 2010 e 2018, enquanto na Ásia houve uma visível alta, de 1,5% no mesmo período.  

No caso específico da China, as exportações de produtos metalmecânicos passaram de US$ 858 bilhões em 2010 para US$ 1,3 trilhão em 2019. Considerando os quatro países latino-americanos analisados, o déficit com a China de produtos siderúrgicos teve um aumento de US$ 2,4 bilhões em 2010 para US$ 3,2 bilhões em 2014 e 2015, com uma queda posterior para US$ 2,4 bilhões em 2019.  

Alejandro Wagner, Diretor Executivo da Alacero, destaca: “A América Latina está em uma posição de desvantagem em determinadas variáveis, mas tem a seu favor o fato de ser uma das regiões com a produção de aço por tonelada mais limpa e sustentável do mundo. Em um contexto global que demanda um compromisso cada vez maior com a busca de alternativas amigáveis com o meio ambiente e que reduzam as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, a nossa indústria pode assumir um papel de protagonista”. 

“Conseguir que o futuro da indústria seja cada vez mais sustentável é o caminho para sustentar o desenvolvimento do nosso setor e, com isso, também estamos nos referindo ao desenvolvimento das comunidades da América Latina, cujo crescimento está diretamente relacionado ao nosso por meio de milhares de postos de trabalho de alta qualidade que funcionam como um dos principais motores econômicos locais. A indústria siderúrgica gera mais de 1,2 milhão de empregos, entre diretos e indiretos, com salários acima da média do restante do setor manufatureiro”, conclui.  

O estudo mostra que os salários do setor são 86% superiores no México; 70% na Argentina; 55% no Brasil e 41% na Colômbia, se comparados aos da indústria manufatureira como um todo. 

No entanto, enquanto em 2020 a carga tributária na Ásia foi de 25% e no restante do mundo ficou em 23,8%, na América Latina atingiu 31,8%.  

No que diz respeito ao nível educacional, o desempenho das nações latino-americanas na avaliação PISA de 2018, promovida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi inferior ao dos países da Ásia: enquanto China, Vietnã e Índia superaram os 500 pontos, México, Argentina, Colômbia e Brasil ficam na casa dos 400 pontos, abaixo da média da OCDE, de 489 pontos. 

Quanto ao Índice de Desempenho Logístico (LPI, sigla em inglês), os países asiáticos subiram de 3,30 para 3,42 entre 2010 e 2018. A América Latina caiu de 3,03 para 2,97 pontos no mesmo período. A desvantagem competitiva latino-americana se ampliou em cinco dos seis índices que compõem o LPI internacional: alfândega, infraestrutura, qualidade dos serviços de logística, rastreabilidade e acompanhamento, e pontualidade. 

Além disso, a pressão financeira, observada tanto pela baixa disponibilidade de crédito como pelas altas taxas de juros, é outra grande desvantagem competitiva da região.  

Em suas conclusões, o Prof. Mendes de Paula afirma: “para reduzir as assimetrias competitivas e o risco de desindustrialização é preciso fortalecer a recuperação econômica por meio da promoção de investimentos privados e estrangeiros, diminuir o custo país em aspectos como impostos e logística, estimular a infraestrutura e fortalecer a cadeia de valor metalmecânica”. 

Para saber mais sobre este tema: a Alacero convida para o webinar “O valor da indústria na América Latina, motor da recuperação pós-pandemia”, que contará com a participação do Prof. Mendes de Paula e será realizado no dia 9 de novembro às 19:00 (hora do Brasil e da Argentina), 17:00 (hora da Colômbia) ou 16:00 (hora do México). Mais informações no link: https://rb.gy/tiyf4q 

Para entrar em contato com a Alacero: comunicaciones@alacero.org 

CSN: Lucro cresce 6,3% no 3º trimestre, para R$ 1,14 bilhão

A CSN registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,14 bilhão no terceiro trimestre deste ano, 6,3% acima do registrado no mesmo período de 2020.

A receita líquida avançou 17,5% no comparativo anual, para R$ 10,24 bilhões. Em relação ao segundo trimestre, houve queda de 33%.

Segundo a companhia, o resultado refletiu a queda de preço e de volume no segmento de mineração, além do menor volume de aço comercializado entre julho e setembro.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 4,29 bilhões entre julho e setembro, o que representa alta de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda ajustada avançou 1,7 ponto percentual, para 40,6%.

A CSN destacou que o segmento de cimentos segue em franca expansão, organicamente e nas expansões, após a aquisição da Lafarge Holcim e o início do processo de integração da Elizabeth Cimentos. Segundo a companhia, as vendas e os preços foram recordes no trimestre.

CSN Mineração

Já a CSN Mineração registrou lucro atribuído aos controladores de R$ 804 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 45,2% ante o mesmo período de 2020.

A receita líquida recuou 27,8% no comparativo trimestral, para R$ 3,05 bilhões, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 911 milhões no período, recuo de 66%. A margem Ebitda ficou em 32,73%, 19,3 pontos percentuais abaixo do terceiro trimestre de 2020.

As vendas de minério de ferro somaram 8,18 milhões de toneladas entre julho e setembro, queda de 11%. Já a produção de minério de ferro somou 10,31 milhões de toneladas, recuo de 2,5%.

A companhia destaca que os resultados foram impactados pela “forte redução do preço do minério”, além de maiores custos com frete e menor volume de vendas.

“A estratégia de preservar o valor do produto resultou em queda no volume de vendas e um maior volume de cargas não vendidas ao final do trimestre”, afirma a CSN Mineração.

O fluxo de caixa ajustado no último trimestre foi de R$ 3,92 bilhões, refletindo redução do capital de giro da companhia, além de um efeito positivo da variação cambial.

Projeções

A CSN e a CSN Mineração comunicaram ao mercado, nesta quarta-feira (3), que atualizaram suas projeções para este ano.

O capex de expansão na mineração deve ser de R$ 560 milhões no balanço anual de 2021, enquanto o volume total de minério de ferro está estimado entre 36 milhões e 37 milhões de toneladas.

De acordo com formulário de referência divulgado pela companhia no último dia 13, a estimativa de produção ia de 38 milhões a 40 milhões de toneladas. Já o capex de expansão da mineração projetado era de R$ 1 bilhão.

O custo C1 de produção de minério de ferro esperado é de US$ 19 por tonelada, ante os US$ 16 previstos anteriormente.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/11/2021

EUA e UE avançam em pacto para pôr fim a rixa da era Trump sobre aço

O presidente americano, Joe Biden, disse ontem que um novo acordo comercial dos EUA e da União Europeia reprimirá o "aço sujo" que produz emissões de carbono culpadas pelas mudanças climáticas e também consertará uma fenda transatlântica aberta durante a era de Donald Trump.

Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disseram ontem numa aparição conjunta durante a cúpula do G20 que o acordo representava uma parceria renovada em questões econômicas e ambientais. O pacto que resolverá a disputa comercial deve pôr fim às distorções no mercado de aço e alumínio e criará condições para reduzir a intensidade de carbono para a produção das ligas que contribui para o aquecimento da terra.

O presidente dos EUA disse que o "aço sujo" feito na China não teria acesso aos seus mercados, embora todas as economias com interesses semelhantes pudessem participar do acordo.

“Ao aproveitar nosso poder diplomático e econômico, podemos rejeitar a falsa ideia de que não podemos fazer nossa economia crescer e apoiar os trabalhadores americanos enquanto enfrentamos a crise climática”, disse Biden, que tem pressionado os EUA a enfrentar agressivamente a ameaça representada pelas alterações climáticas.

Biden fez as declarações na véspera de viajar para a grande conferência climática da ONU, a COP26, em Glasgow, na Escócia.

Von der Leyen continuou sorrindo para Biden e chamando-o de "querido Joe" enquanto discutiam o acordo, num sinal aparente de que o presidente dos Estados Unidos havia feito progressos na restauração das relações com a Europa depois que a parceria sofreu durante os anos Donald Trump.

“Será um grande passo para alcançar a neutralidade climática e garantirá condições equitativas”, disse ela, acrescentando que o acordo faz parte de uma agenda renovada e voltada para o futuro dos laços com os EUA.

O avanço do acordo foi anunciado pela primeira vez no sábado em Roma pelo conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, a Representante de Comércio americana, Katherine Tai e a secretária de Comércio do país, Gina Raimondo. Eles disseram que as tarifas do Artigo 232, como são conhecidas, não seriam totalmente removidas, mas que alguma quantidade de aço e alumínio europeus será autorizada a entrar nos Estados Unidos sem tarifas.

Em troca da Europa abandonar suas tarifas retaliatórias, os EUA também garantiriam "que todo o aço que entra nos EUA pela Europa seja produzido inteiramente na Europa", disse Raimondo.

A flexibilização das tarifas é um passo fundamental para desfazer um dos legados de Donald Trump como presidente, enquanto Biden tentava redefinir as relações dos EUA com a Europa.

O governo Trump impôs impostos sobre o aço e o alumínio da UE em 2018, alegando que os produtos estrangeiros feitos por aliados americanos eram uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Europeus e outros aliados ficaram indignados com o uso de Trump da seção do Artigo 232 da lei comercial dos EUA para justificar as tarifas, levando muitos a impor contra-tarifas sobre motocicletas, bourbon, pasta de amendoim e jeans e centenas de outros itens fabricados nos EUA.

O vaivém prejudicou os produtores europeus e aumentou os custos do aço para as empresas americanas. As tarifas também não atingiram a meta declarada de Trump de criar empregos nas siderúrgicas. O Bureau of Labor Statistics mostra que os empregos na fabricação de metais primários aumentaram ligeiramente, para até 389.100 em 2019. Mas as usinas dispensaram trabalhadores durante a pandemia, e o emprego no setor é cerca de metade do que era em 1990.

A União Europeia tomou medidas em maio para melhorar as relações. Em algumas tarifas retaliatórias, a UE suspendeu temporariamente os aumentos planejados. Isso significava que o uísque americano enfrentava um imposto de 25% na Europa, em vez de um imposto planejado de 50%. Os dois lados enfrentaram um prazo de dezembro para evitar o aumento da taxa de imposto.

O anfitrião da cúpula, o premier italiano Mario Draghi, em uma declaração na noite de sábado expressou "grande satisfação" pelo acordo tarifário. A decisão “confirma o reforço adicional em curso das já estreitas relações transatlânticas e a progressiva superação do protecionismo dos últimos anos”, afirmou.

O anúncio também foi bem recebido por Chris Swonger, presidente e CEO do Distilled Spirits Council dos Estados Unidos, após o que ele chamou de “três anos muito difíceis de queda nas exportações de uísque americano”.

“O levantamento dessa carga tarifária sobre os uísques americanos não apenas impulsiona os destiladores e fazendeiros dos EUA, mas também apoia a recuperação dos restaurantes, bares e destilarias da UE atingidos duramente pela pandemia de covid-19”, disse Swonger.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/11/2021

Vale e siderúrgicas enfrentam nova onda de queda com minério de ferro

As ações da Vale (VALE3) e das siderúrgicas voltaram a ser impactadas com a queda do minério de ferro nesta segunda-feira, 1. Os futuros da commodity caíram pelo quarto dia em Singapura sob o impacto de dados econômicos da China, que sinalizaram desaceleração no setor de aço e da manufatura em geral.

As ações das siderúrgicas Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) fecharam o dia com quedas de 1,12% e 1,13%, respectivamente, após recuo de mais de 2% na mínima do dia. Já os papéis da Vale (VALE3) passaram a manhã em queda, mas viraram para a alta ao longo da tarde e fecharam o dia com ganhos de 0,99%.

No caso da mineradora, as ações passaram por uma correção após a queda no último pregão, em que as ações da mineradora recuaram 2,84%, após a empresa frustrar as expectativas de investidores com seu resultado do balanço do terceiro trimestre de 2021.

No período, a principal mineradora do país apresentou Ebitda ajustado de 6,94 bilhões de dólares, 14% acima do registrado no mesmo período do ano passado, mas abaixo do consenso da Bloomberg de 8,83 bilhões de dólares. A receita operacional líquida também decepcionou, ficando em 12,68 bilhões de dólares, abaixo da mediana das projeções de 14,66 bilhões de dólares.

Mesmo com a alta de hoje, as ações da Vale já recuam mais de 36% desde junho, acompanhando a derrocada do minério. A commoditypassa por um período recorde de perdas mensais em meio a restrições à produção de aço e crise de energia que provocou caos nos preços do carvão. Segundo pesquisa da China Iron & Steel Association, a produção de aço deve ter encolhido ainda mais em outubro. Em setembro, os volumes atingiram o menor patamar desde 2017.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do aço caiu de 45 para 38,3 em outubro, com fortes cortes da produção e novos pedidos. Um número abaixo de 50 sinaliza retração. O PMI de manufatura da China também mostrou baixa. O setor de manufatura é a principal fonte de demanda de alguns produtos siderúrgicos, como bobinas laminadas a quente.

Os indicadores oficiais apontam para uma maior desaceleração do crescimento na China, disseram economistas da Nomura Holdings como Lu Ting. “Acreditamos que a situação real poderia ser pior do que os principais PMIs devido à distorção do subíndice de tempo de entrega de fornecedores e à falha da pesquisa PMI em capturar as crescentes restrições antiCovid na última semana de outubro.”

Nos portos da China, os estoques subiram pela quinta semana, para o maior nível desde abril de 2019, de acordo com números do site Steelhome. As retiradas diárias estão nos menores níveis dos últimos anos, segundo a Navigate Commodities.

Os contratos futuros de minério de ferro eram negociados com baixa de 3,2%, cotados a US$ 102,75 a tonelada às 15h12 de Singapura, rumo ao menor fechamento em cerca de seis semanas. Os futuros em Dalian ampliaram o período de perdas, enquanto o vergalhão e a bobina laminada a quente também fecharam em baixa em Xangai.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/11/2021

Impulsionado pela rentabilidade das commodities, setor de máquinas agrícolas anda aquecido

O que está puxando as vendas de máquinas e equipamentos?

A cada divulgação do balanço mensal do setor de máquinas e equipamentos a Abimaq apresenta nova previsão de índices de crescimento para 2021, sempre maiores que os anteriores. A previsão inicial, feita em janeiro, apontava para alta de 6,9% sobre 2020. Na semana passada, quando da divulgação do balanço de setembro, a expectativa já estava bem mais encorpada, de 25%.

Isto em meio a um cenário de inflação crescente, juros em alta e elevado número de desempregados. Daí a pergunta-título desta reportagem: O que está puxando as vendas de máquinas e equipamentos em 2021, levando-se em consideração que o segundo semestre de 2020 já havia sido bastante positivo para o setor?

“Continuamos com números bons. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, o faturamento do setor está 29,5% acima do mesmo período de 2020”, destaca José Velloso, presidente-executivo da Abimaq. E adianta novas previsões: “Ainda não é uma previsão oficial, mas estamos apostando num crescimento de 10% no ano que vem, além dos 25% ou 27% que esperamos alcançar ao final deste ano”.

Na avaliação de Velloso - ainda que o resultado de setembro tenha ficado 4,8% abaixo do apurado em agosto, mas 9% acima do de setembro de 2020 -, vários fatores estão contribuindo para o aumento da demanda por máquinas e equipamentos no Brasil. Entre eles, destaque para o boom global do preço das commodities agrícolas e minerais, setores primários que, quando estão em alta, costumam alavancar a venda de bens de capital mecânicos.

Dois setores são os principais responsáveis pelo aumento do faturamento dos segmentos representados pela Abimaq: agrícola e infraestrutura. As vendas de máquinas agrícolas - que já vinham de um bom crescimento em 2020 - estão agora com alta de quase 50% sobre o ano passado. Já o setor de infraestrutura está puxando as vendas de máquinas rodoviárias, que estão acumulando alta de 76,7% no ano.

“É preciso explicar que máquinas rodoviárias não são utilizadas apenas para construir rodovias. Hoje, cerca de 30% das máquinas rodoviárias são adquiridas pelo setor agrícola e os demais 70% são empregados pelo setor de construção, saneamento, papel e celulose...”, observa.

A isso soma-se o fato de que houve um aumento no consumo de máquinas e equipamentos nacionais, que há dois anos representavam 45% das negócios do mercado interno e hoje respondem por 55%. Aliás, para explicar este ponto, vários fatores tem contribuído para este aumento: a forte desvalorização do real frente ao dólar, o aumento dos fretes internacionais (de quase 400% em alguns casos), além da falta de contêineres no mercado global.

Velloso informa que os armadores estão promovendo leilões de contêineres no mundo e, nesses leilões, os norte-americanos estão fazendo a maioria das aquisições. “Isso porque os norte-americanos colocam produtos de maior valor agregado dentro desses contêineres e, por isso, podem pagar valores mais altos”, explica.

Desempenho Positivo - Em 2021, praticamente todas as 40 câmaras que compõem a Abimaq estão registrando crescimento, com destaque para os segmento relacionados à produção de máquinas e equipamentos para bens não-duráveis (alimentícios, bebidas, farmacêuticos), mas também acessórios e componentes para máquinas, tanto para novas quanto para reposição.

Para completar o quadro de desempenho positivo, o setor ainda contabiliza o aumento das exportações. De janeiro a setembro, as vendas externas cresceram 31,1% sobre mesmo período do ano anterior, com alta em todos os principais destinos. Para a América Latina, o aumento é de 53,7% (47% para o Mercosul); 10,9% para os Estados Unidos; e 15,2% para o mercado europeu. Vale registrar ainda o forte crescimento nos embarques para a China: 501,2%.

“Pode-se dizer que o nosso setor se descolou do restante da economia, a despeito de notícias negativas, como a inflação em alta, o recente aumento da taxa de juros para 7,75% e o desemprego ainda elevado”, comenta, acrescentando que mesmo a crise política tem como reflexo a desvalorização do real, o que torna as empresas do setor ainda mais competitivas nas exportações.
 

Com agências de notícias
Fonte: Infomet
Seção: Máquinas & Equipamentos
Publicação: 03/11/2021