No mês de junho deste ano a siderurgia brasileira conquistou uma importante marca, que pode significar uma retomada do setor. Conforme o Instituto Aço Brasil, foram comercializados em todo território brasileiro 1,8 milhão de toneladas de aço, o que representa um crescimento de 11,5% frente ao apurado em junho de 2023. Os números representam a maior venda desde setembro de 2022.
No acumulado do ano, as vendas também mostram evolução. De janeiro a junho de 2024 a siderurgia nacional negociou 10,15 milhões de toneladas, ante a 9,8 milhões do mesmo período em 2023, uma evolução de 3,5%.
Já o consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas, 10,3% superior ao apurado no mesmo período do ano passado.
Com um significativo parque industrial, Minas Gerais continua como o estado que produziu maior volume de aço bruto no país. Uma das empresas que contribuem para as estatísticas é a Usiminas, com a planta em Ipatinga. Durante a abertura da Expo Usipa, dia 17/7, o CEO da empresa, Marcelo Chara, comentou sobre as perspectivas de um cenário positivo neste segundo semestre.
“Estamos acompanhando a evolução do mercado interno, as perspectivas de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil são positivas, com moderação, digamos. Estamos confiantes em nossa capacidade industrial e de fornecimento ao mercado de forma competitiva, porque temos um alto-forno 3, que todos vocês conhecem em detalhes, um importante investimento. Estamos indo muito bem em produção. De fato, já conseguimos produzir a valor do projeto, em muito boas condições. Estamos felizes de como ele está evoluindo, como nosso time está aprendendo e aplicando as melhores práticas para poder produzir com ele a capacidade plena. Estamos conseguindo isso e isso está contribuindo claramente para o nosso melhor posicionamento no mercado”, afirmou o executivo.
Produção
Em junho de 2024 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,9 milhões de toneladas, uma elevação de 11,8% comparado ao mesmo mês de 2023, quando foram geradas 2,5 toneladas do material. Já a produção de laminados foi de 1,8 milhão de toneladas, 13,9% superior à registrada em junho de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 847 mil toneladas, uma queda de 11,3% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023.
No recorte do acumulado do ano, a produção nacional foi de 16,4 milhões de toneladas em 2024, também significando um aumento, desta vez, mais tímido, de 2,4%, comparado aos meses de janeiro a junho do ano passado. A produção de laminados no mesmo período foi de 11,4 milhões de toneladas, crescimento de 4,8% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2023. A produção de semiacabados para vendas totalizou 4,3 milhões de toneladas de janeiro a junho de 2024, uma redução de 13,9% na mesma base de comparação.
Taxa de importação
Após pressão de representantes do setor, o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), estabeleceu cotas para a importação de aço e aumentou para 25% o Imposto de Importação sobre o volume excedente. São atingidos pela decisão, 11 produtos de ferro e aço, que poderão ser importados de acordo com o imposto atualmente vigente até limites que variam entre 1.261 e 470 mil toneladas.
Os produtos que foram alvo da medida tinham tarifas que variavam de 9% a 12,6%. Em maio de 2022, o Comitê Executivo de Gestão da Camex aprovou uma resolução que permitia a queda em 10% dos impostos, medida que agora é revisada, dada a reação do setor siderúrgico nacional.
“O governo tomou medidas de cota e taxa de 25%. Estamos acompanhando e temos expectativas moderadamente positivas. Temos que acompanhar, depende muito do que acontece com as importações, se elas realmente reduzirão e o país manterá sua perspectiva de crescimento. Insisto, nós olhamos para dentro, estamos muito melhor preparados, porque já temos um alto forno de última geração, que é responsável da nossa principal fonte de fabricação do aço, que está operando em excelentes condições, por isso somos confiantes. Mais por nossa competitividade própria do que por um crescimento de mercado”, concluiu Marcelo Chara.
Fonte: Diário do Aço
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/07/2024
22-07-2024 Siderurgia & Mineração
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