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Brasil produziu 2,7 milhões de toneladas de aço em março

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil, em março de 2023 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,7 milhões de toneladas, uma queda de 8,7% frente ao apurado no mesmo mês de 2022. Já a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, 9,9% inferior à registrada em março de 2022. A produção de semiacabados para vendas foi de 563 mil toneladas, uma redução de 17,6% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2022.

Consumo e vendas

As vendas internas cresceram 1,0% frente ao apurado em março de 2022 e atingiram 1,9 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas, 5,1% superior ao apurado no mesmo período de 2022.

Exportações e importações

As exportações de março de 2023 foram de 1,3 milhão de toneladas, ou US$ 1,1 bilhão, o que resultou em aumento de 0,6% e de 7,6%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2022.

Já as importações de março de 2023 foram de 333 mil toneladas e de US$ 478milhões, um aumento de 36,4% emquantume de 27,5%
em valor na comparação com o registrado em março de 2022.

Acumulado no ano

A produção brasileira de aço bruto foi de 8,0 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a março de 2023, o que representa uma queda de 6,8% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 5,6 milhões de toneladas, redução de 7,6% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2022. A produção de semiacabados para vendas totalizou 2,2 milhões de toneladas de janeiro a março de 2023, um aumento de 5,6% na mesma base de comparação.

As vendas internas foram de 5,0 milhões de toneladas de janeiro a março de 2023, o que representa uma ampliação de
2,0% quando comparadas com igual período do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicosfoi de 5,9 milhões de toneladas no acumulado até março de 2023. Este resultado representa uma elevação de 3,4% frente ao registrado no mesmo período de 2022.

As importações alcançaram 1,0 milhão toneladas no acumulado até março de 2023, um aumento de 22,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 1,3 bilhão e avançaram 10,5% no mesmo período de comparação

Já As exportações de janeiro a março de 2023 atingiram 3,2 milhões de toneladas, ou US$ 2,7 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, redução de 6,1% e de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2022.

Fonte: ABM Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/04/2023

Vendas de aços planos sobem nas distribuidoras

Diante dos anúncios de reajustes nos preços do aço, que irão variar de 4% a 7,5% dependendo da siderúrgica e do produto, as compras e vendas por parte das distribuidoras de aços planos superaram as expectativas em março. De acordo com os dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), as compras tiveram alta de 29,3% e as vendas subiram 25,7% perante fevereiro.

Apesar do incremento, as estimativas são cautelosas em relação ao resultado de abril. Com a alta nos custos, demanda enfraquecida e menos dias úteis é esperado recuo de 11% nas vendas e nas compras ao longo do quarto mês de 2023. 

Conforme os dados do Inda, em março, as compras das empresas distribuidoras aumentaram 29,3%, na comparação com fevereiro, chegando a um volume total de 360,7 mil toneladas de aços planos, contra 279 mil registradas no mês anterior. Frente a março do ano passado, quando foram compradas 345,9 mil toneladas, a alta foi de 4,3%. 

Com o resultado de março, as compras do setor nos últimos 12 meses acumulam alta de 2,01%. No primeiro trimestre, período em que foram adquiridas 959,4 mil toneladas de aços planos, foi registrada variação positiva de 1,8% nas compras do setor se comparadas com igual intervalo de 2022. 

“A grande motivação para essa compra maior em março é a discussão dos aumentos de preços que aconteceram e estão acontecendo agora em abril. Isso fez com que as empresas tentassem comprar um pouco mais de material nos preços antigos”, explicou o diretor executivo do Inda, Carlos Loureiro. 

Em relação às vendas de aços planos, em março, houve uma alta de 25,7% quando comparada a fevereiro, atingindo o montante de 370,3 mil toneladas, contra 294,5 mil vendidas em fevereiro. Já sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 382,9 mil toneladas, o volume de vendas recuou 3,3%.

“Em vendas, ao longo de março, também tivemos uma surpresa, provavelmente, pela mesma razão que levou ao aumento das nossas compras. Os nossos clientes aumentaram as compras antes dos reajustes. Nossa estimativa era crescer 15% e fechamos março com 25,7% de alta sobre fevereiro. É um número relativamente bom tendo em vista a situação geral do mercado”, apontou.

Nos últimos 12 meses, as vendas das distribuidoras de aço cresceram 3,2% e somam 3,7 milhões de toneladas. No trimestre, as vendas estão praticamente estáveis, com pequena queda de 0,6%.

“Encerramos o primeiro trimestre com queda de 0,6%. Analisando mais o mercado, isso nos leva a reduzir a previsão de crescimento – que era de 2,5% a 3% – para um zero a zero ou no máximo 1% de crescimento em 2023 frente a 2022”.

O estoque de março retraiu 1,2% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 800,6 mil toneladas, contra 810,2 mil. O giro de estoque fechou em 2,2 meses, o que é considerado baixo para a média do setor.

“Apesar da compra ter sido boa em março, ela foi quase 10 mil toneladas menor que as vendas. Isso fez com que nosso estoque caísse. A rotação de 2,2 meses é um número bem baixo tendo em vista a nossa média de 2,9 a 3 meses. Realmente, os distribuidores estão com bastante cuidado em relação ao aumento do estoque. Isso é resultado da situação de juros do mercado, que faz com que o estoque a mais, que não gira, tenha um custo bastante elevado”, completou o representante do Inda.

Expectativa para abril 

Para abril de 2023, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 11% em relação ao mês de março. Além de abril ter menos dias úteis, o aumento dos preços dos produtos anunciados pelas siderúrgicas e o mercado enfraquecido irão impactar na demanda.

“Vemos os aumentos como necessários para as usinas, mas,por outro lado, temos um mercado muito fraco. Então, isso vai significar uma grande dificuldade das distribuidoras repassar estes aumentos. Vai ter que ser repassado porque no momento estamos trabalhando com margens muito baixas e não será possível absorver esses aumentos. A grande briga da distribuição será repassar os aumentos”, finalizou Loureiro.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/04/2023

Minério de ferro fica estável em meio a preocupações com demanda antes de dados da China

Por Enrico Dela Cruz

(Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro ficaram moderados nesta segunda-feira com preocupações persistentes sobre as perspectivas de demanda para o ingrediente siderúrgico na China e cautela antes de uma série de divulgações de dados econômicos chineses.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,1%, a 775,50 iuanes (112,87 dólares) a tonelada. O contrato atingiu 760 iuanes no início da sessão, a menor cotação desde 24 de março.

Já o minério de ferro de referência para maio na Bolsa de Cingapura subia 0,2%, para 116,80 dólares a tonelada, depois de cair para 114,35 dólares mais cedo, o menor valor desde 9 de janeiro.

Antes da divulgação dos dados de vendas no varejo, produção industrial e produto interno bruto da China no primeiro trimestre, o banco central chinês reforçou o apoio à liquidez para a economia ao rolar empréstimos de médio prazo na segunda-feira.

O Banco Popular da China, no entanto, manteve a taxa de 170 bilhões de iuanes em empréstimos de médio prazo de um ano para algumas instituições financeiras inalterada em 2,75% em relação à operação anterior.

"Este é um sinal importante de que o relatório do PIB do primeiro trimestre, previsto para terça-feira, não será muito suave. Mas também não esperamos que seja particularmente forte", disse Iris Pang, economista-chefe do ING para a Grande China.

 

A pressão de queda nos preços do minério de ferro decorrente da esperada política de controle da produção de aço na China, maior produtora de aço do mundo, também permaneceu, embora ainda não haja declaração oficial.

Outros insumos siderúrgicos na bolsa de Dalian reverteram perdas anteriores, com carvão metalúrgico e coque registrando altas de 0,7% e 0,2%, respectivamente.

(Por Enrico Dela Cruz em Manila)

Fonte: Investing
Data da Publicação: 17/04/2023

Rali do minério de ferro chegou ao fim? Os fatores destacados por analistas para acreditar que sim

Após um primeiro trimestre de alta para as cotações do minério de ferro, com a commodity à vista com pureza de 62% passando da casa dos US$ 112 a tonelada no fim do ano passado para US$ 128 nos últimos dias de março (ou alta de 14%) em meio ao otimismo com a reabertura da China, analistas de mercado têm visto sinais de enfraquecimento nos preços do ingrediente siderúrgico.

Nesta quinta-feira (13), o minério negociava na casa dos US$ 119 a tonelada, uma queda de mais de 6,6% no acumulado de abril. Já o contrato futuro da commodity mais negociado (para setembro) na Bolsa de Dalian teve queda de 3,1%, a 769 iuanes (US$ 111,89) a tonelada apenas nesta sessão.

O pessimismo sobre a demanda por aço na China tem prevalecido nas últimas sessões, mesmo com os traders monitorando um forte ciclone que pode interromper os embarques da Austrália, importante fornecedora do insumo. O enfraquecimento dos preços do aço na China indicou uma demanda fraca em um momento em que a atividade de construção no maior consumidor de minério de ferro está se recuperando. O aumento dos riscos de recessão também obscureceu as perspectivas para as exportações chinesas de aço, de acordo com analistas.

O plano da China, ainda não confirmado, de limitar sua produção anual de aço bruto, em meio à busca para conter a especulação do preço do minério de ferro, também tem sido um empecilho para o mercado.

A China deve divulgar um plano em que limita a produção das siderúrgicas domésticas aos níveis de 2022, informou a Bloomberg nesta quinta-feira.

“O minério de ferro está enfrentando pressão do controle de preços e os riscos políticos continuam a aumentar”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.

Na avaliação do Goldman Sachs, os preços do minério de ferro foram sustentados até o momento por uma combinação de sentimento positivo em relação à reabertura da China, sazonalidade positiva (forte demanda de aço e fraca oferta de minério de ferro) e reabastecimento após o Ano Novo Chinês.

Mas a equipe de Materiais Básicos do banco apontou também que as carteiras de pedidos de aço foram mais fracas do que o esperado, o que se traduziu em um apetite reduzido das siderúrgicas para fazer um reabastecimento (os estoques atingiram um pico abaixo do nível do ano anterior).

Ao mesmo tempo, o sentimento positivo em relação ao minério de ferro e ao aço na China após a reabertura está enfraquecendo, pois os investidores têm percebido que o setor de consumo provavelmente se beneficiará muito mais do que o de commodities, que dependem de investimentos em ativos fixos e imóveis, como minério de ferro/aço. Por fim, a oferta de minério de ferro geralmente cai no 1T-2T e um aumento de material é esperado daqui para frente, o que deve pressionar as cotações na segunda metade do ano.

Mais especificamente para este ano, as exportações da Índia e da Austrália estão aumentando, enquanto a oferta de sucata na China provavelmente pressionará os fundamentos do minério de ferro, avaliam os analistas. Indo para a segunda metade do ano, a fraqueza da demanda como resultado de lançamentos imobiliários mais fracos em 2022 também ficará mais evidente.

“Em resumo, os preços do minério de ferro estão lentamente perdendo o suporte do sentimento positivo e da reposição de estoques, mas a sazonalidade ainda não atingiu seu pico. Esperamos que a atual força da oferta/demanda seja seguida por uma fraqueza significativa na segunda metade do ano, uma vez que o aumento da oferta se segue ao enfraquecimento da demanda da China”, avaliam os analistas do banco. O Goldman espera que o preço do minério de ferro caia dos atuais US$ 120 a tonelada para US$ 105 a tonelada no quarto trimestre de 2023 (4T23) e US$ 90 a tonelada em 2024.

Também com uma visão cautelosa, a Genial Investimentos aponta que a consolidação de alguns fatores na China deverão frear e começar a inverter o sentido da curva de minério de ferro também a partir do segundo semestre de 2023, levando a curva de precificação da commodity para patamares mais racionais.

São esses os fatores: (i) cortes de aço bruto; (ii) inspeções regulamentares, levando a liquidação parcial do posicionamento especulativo; (iii) aumento dos embarques, criando um excedente de mercado a partir da segunda metade do ano e basicamente anulando a restrição de oferta; (iv) mercado imobiliário ainda com uma performance preocupante e (v) menos espaço fiscal para incentivos do governo na economia chinesa.

Os analistas Igor Guedes, Ygor Araujo e Renan Rossi apontam que o 1T23 foi o primeiro trimestre completo após a reabertura da economia chinesa e que nele se enxergou alguns sinais de recuperação importantes que contribuem com uma conjuntura de curto prazo positiva para a commodity ferrosa, como o aumento das taxas de utilização dos alto-fornos nas siderúrgicas chinesas para cerca de 90%.

Porém, ainda que tenham ocorrido esses sinais, os movimentos de aceleração no preço foram apenas de curto prazo para a commodity, de forma que não enxergam sustentabilidade na curva de minério 62% de pureza a preços acima de US$ 110 a tonelada, dado o cenário observado hoje na China.

Os analistas acreditam que a recuperação econômica da China está ainda longe de se mostrar fortificada como a média do mercado inicialmente imaginava.

Eles observam que o estoque de minério de ferro nas usinas siderúrgicas permanece em níveis baixos e as usinas provavelmente reabastecerão o minério antes do pico sazonal da construção civil (abril/maio), o que deve suportar a curva de referência de minério com pureza de 62% para o patamar ainda acima dos US$ 100 a tonelada, mas ainda assim, não o suficiente para mantê-la acima dos US$ 120.

Fim do rali no radar?

Para os analistas da Genial, a pergunta se o rali do minério chegou ao fim é difícil de responder, uma vez que a aceleração de preços como o comportamento clássico de um rali ocorre, quase sempre, por expectativas futuras e não lastreadas na racionalidade dos agentes de mercado.

“Ainda que, para nós, todos os números apontam para uma queda na curva de minério daqui para frente, o mercado nem sempre é racional, e considerando que a China historicamente costumava surpreender positivamente os investidores, alguns acabam confiando mais na narrativa de superação do que necessariamente olhando mais atentamente para as dinâmicas de oferta e demanda atuais, e dos desafios que a China vai enfrentar daqui para frente”, avaliam.

De qualquer forma, eles apontam que a China pós-pandemia não deverá ser igual a China pré-pandemia. O crescimento do PIB da China perto dos 10% não será mais a regra, e se acontecer, será excepcionalidade de alguns anos (definitivamente, 2023 não será um deles, segundo a Genial). Dessa forma, os ajustes na curva de preços do minério deverão enquadrar essa nova realidade, e a média de US$ 125 a tonelada vista no 1T23 não leva essa realidade em consideração, na visão deles.

“E olhando para o comportamento da curva nas últimas duas semanas, saindo do pico de US$ 130 a tonelada (t) e chegando a US$ 119/t, acreditamos que finalmente os agentes de mercado estão começando a se comportar de maneira mais racional, então podemos estar sim, diante do final do rali”, afirmam.

Impacto nas companhias

Olhando para as individualidades de cada companhia, os analistas da Genial esperam um 1T23 pior para Vale (VALE3), onde as mesmas dificuldades de licenciamento ambiental serão somadas ao aumento de provisão para a joint venture com a BHP (Samarco/ Fundação Renova), sobre o acidente de Mariana (MG).

Já para a CSN Mineração (CMIN3), operacionalmente o resultado deve demonstrar melhoras no 1T23, com uma gradual elevação de margem, com um preço realizado superior ao visto no 4T22 (acima dos US$ 90 a tonelada), porém, com um volume de embarques levemente menor, o que já parece um feito grande, considerando que sazonalmente o volume dos primeiros trimestres são bem mais fracos que os dos quarto trimestres pela maior incidência de chuvas.

“Em termos de eficiências de custos, gostamos mais da CMIN3 para o curto prazo, uma vez que os contratos de arrendamento das embarcações próprias da Vale não a permitem capturar todo o arrefecimento no custo do frete na rota Tubarão-Qingdao (SSY). Esperamos uma contração nesse 1T23 para a marca de US$ 18,15/t versus US$ 20,80/t no 4T22”, avalia a casa.

Considerando um cenário mais adiante, a recente decisão da Opep de cortar a produção em 1,1 milhão de barris dia pode ocasionar uma alta do preço do óleo diesel e uma subsequente aceleração, novamente, do frete SSY. Mediante a isso, o cenário se inverte, e os analistas veem a Vale mais protegida que a CMIN, que possui mais exposição ao preço spot do frete.

“Tanto para a Vale quanto para CSN Mineração reiteramos o nosso rating de manutenção, e preferimos observar a curva de preços do minério se aproximar ainda mais do valor que acreditamos ser mais racional, para então enxergarmos com mais visibilidade oportunidades de entradas em ambos os papéis a valuations mais atrativos do que os atuais”, avalia a casa.

Apesar desse cenário desenhado por analistas, após conferência com investidores e empresas do setor, o Bradesco BBI apontou que a Vale segue vendo um mercado equilibrado nos níveis atuais, enquanto as projeções (guidance) de produção e custos para 2023 foram reafirmadas. No radar dos mercados, contudo, estão possíveis mudanças regulatórias (como elevação da alíquota dos royalties pagos sobre a extração de minérios), que causam mais preocupação aos investidores. O BBI tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para Vale.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/04/2023

Produção de minério de ferro e manganês tem previsão de dobrar em Corumbá e Ladário

Mato Grosso do Sul que produz atualmente cerca de 7 milhões de toneladas de minério deverá dobrar sua produção nos próximos anos, chegando a 14 milhões de toneladas.

A exploração mineral é uma atividade importante para a economia do estado de Mato Grosso do Sul. A mineração de minério de ferro e manganês gera empregos e movimenta a economia local. No ano passado, somente de CFEM (Compensação Financeira da Exploração de Recursos Naturais) o Estado arrecadou R$ 83.107.364,36 pago por 162 empresas que estão operando no Estado.

Uma das empresas que deve puxar este incremento na produção neste ano é a MCR, pertencente ao Grupo J&F, que recebeu autorização do Ibama para extrair minério de ferro em Corumbá. A empresa obteve a Licença Ambiental para a exploração das minas de Santa Cruz e Urucum, que juntas somam uma produção autorizada de 9 milhões de toneladas por ano de minério de ferro e 1 milhão de toneladas por ano de manganês.

De acordo com o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da empresa mineradora, engenheiro ambiental Rodrigo Dutra, a obtenção das licenças é uma conquista importante para a empresa e para o setor de mineração do estado de Mato Grosso do Sul. "Estamos muito satisfeitos com a obtenção das licenças do Ibama. Isso nos permite dar continuidade ao nosso trabalho de exploração mineral, sempre respeitando o meio ambiente e seguindo todas as normas e regulamentações necessárias", afirma Dutra.

Com a autorização, a empresa poderá extrair até 6 milhões de toneladas por ano de minério de ferro da Mina de Santa Cruz e 3 milhões de toneladas por ano da Mina de Urucum. Além disso, a mineradora também poderá extrair 1 milhão de toneladas por ano de manganês da Mina de Urucum. Ao todo, a empresa tem autorização para processar 10 milhões de toneladas por ano de minério de ferro e manganês. O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destaca a ampliação da produção e o esforço da empresa em promover uma mineração sustentável e responsável. Ele salienta que a obtenção das licenças do IBAMA é um importante reconhecimento da dedicação da empresa em preservar o meio ambiente e garantir a segurança das comunidades locais.

“É fundamental destacar que a mineração deve ser realizada de forma consciente, respeitando a natureza e as populações que vivem ao seu redor. O Pantanal sul-mato-grossense é um patrimônio natural do nosso país e deve ser preservado a todo custo”, reafirmou o secretário.

Destinos

A MCR irá extrair milhões de toneladas de minério de ferro e manganês, que serão transportadas para diversos destinos, como as regiões produtoras de aço do Brasil e outros países da América do Sul, Ásia, Europa e América do Norte. Por isso o Governo do Estado busca agilizar ações para ter uma infraestrutura logística eficiente e diversificada, que permita o transporte desses minerais de forma segura e sustentável.

“Nesse sentido, estamos buscando junto ao Governo Federal, recursos para a hidrovia do Paraguai e para Rodovia BR 267 principalmente. Além disso, o transporte por ferrovias é uma opção que deve ser cada vez mais explorada, pois é uma alternativa mais segura e econômica para o transporte de grandes quantidades de minério, onde podemos alcançar os maiores Portos Marítimo do Brasil”, lembrou Verruck.

O transporte por hidrovia, conforme o secretário, é uma alternativa que tem se mostrado muito eficiente na região, permitindo o escoamento do minério de forma mais rápida e com menor impacto ambiental, para isso estamos buscando junto ao Ministério de Transporte (DNIT), projetos e recursos, para podermos navegar com maior segurança e agilidade.

O coordenador de Mineração da Semadesc, Eduardo Pereira, informou que o maciço de Urucum, localizado em Corumbá e Ladário, é um dos mais importantes jazimentos de minério de ferro e manganês do Brasil e do mundo. Sua exploração teve início no ano de 1906, na Compagnie d’Urucum, com sede em Ougreé, Província de Liége, na Bélgica, quando foram descobertas as primeiras reservas minerais de ferro e manganês na região.

Desde então, o maciço de Urucum tem sido explorado por diversas empresas, contribuindo significativamente para a economia regional e do país, na produção de aço da indústria siderúrgica. O minério de ferro extraído em Urucum é considerado de alta qualidade pela indústria, com teor de ferro que varia de 62% a 67%, o que permite a produção de aço com alto valor agregado.

Além disso, a região também é rica em manganês, com reservas que ultrapassam 500 milhões de toneladas. O manganês extraído em Urucum é de alta pureza e é utilizado na fabricação de ligas metálicas, na produção de pilhas e baterias, entre outros usos.

Pereira ressaltou a importância da ampliação na produção de minério por parte da MCR. “É muito importante ressaltar que, além da preocupação com a sustentabilidade e com a preservação ambiental, a empresa também tem um papel fundamental na movimentação da economia local e regional”, acrescentou.

Ferrovia

Segundo o secretário Jaime Verruck, a retomada das discussões sobre a concessão da Malha Oeste também abre novas perspectivas para o setor de mineração. A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) abriu, na segunda-feira (10), consulta pública para receber contribuições para o projeto de concessão da Malha Oeste, ferrovia que vai ligar Mato Grosso do Sul a São Paulo.

“Estamos confiantes com a nova rodada de Audiências Públicas, Com a expansão da malha ferroviária no Brasil, esperamos que a MCR, e outras mineradoras como a MMP Participações, 3ª Mining e a Vetorial, além das Empresas de Ferro Gusa de Corumbá, Aquidauana e Ribas do Rio Pardo, possam contar com essa opção de transporte para garantir a eficiência e a segurança no escoamento dos seus minérios”, concluiu Verruck.

Fonte: Diário Online
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/04/2023

Minério de ferro oscila com mercado de olho em ciclone e demanda de aço na China

Por Enrico Dela Cruz

(Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro oscilaram nesta terça-feira, inicialmente ampliando perdas devido às preocupações com a fraca demanda de aço na China, mas depois revertendo a direção quando uma tempestade tropical começou a se dirigir para Port Hedland, na Austrália, importante fornecedora de minério.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 1,5%, a 798,50 iuanes (115,97 dólares) a tonelada. Mais cedo, chegou a cair até 1,7%, para 773,50 iuanes, a cotação mais fraca desde 27 de março.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de maio de referência do ingrediente siderúrgico subiu 1,7%, a 119,50 dólares a tonelada, também revertendo as perdas anteriores. O contrato caiu para uma mínima de três meses de 115,20 dólares na segunda-feira.

Port Hedland, o maior ponto de exportação de minério de ferro do mundo, usado por BHP, Fortescue e a Hancock Prospecting, da bilionária Gina Rinehart, foi esvaziado nesta quarta-feira com a aproximação de um ciclone tropical, informou a Autoridade Portuária de Pilbara.

A recuperação dos futuros de minério de ferro seguiu-se às vendas ("selloffs") provocadas pela decepção com a lenta recuperação sazonal da demanda por aço na China.

"A alta temporada de demanda por aço não está forte", disseram analistas da Huatai Futures em nota.

Com a fraca demanda por aço para projetos de infraestrutura na China e a atividade lenta no setor imobiliário doméstico, eles disseram que "o pessimismo do mercado aumentou".

Os temores de uma intervenção regulatória na China para reduzir os preços do minério de ferro também derrubaram os contratos futuros abaixo de 120 dólares a tonelada na semana passada.

(Por Enrico Dela Cruz em Manila)

 
 Fonte: Investing
Data da publicação: 11/04/2023