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Pessimismo com China turva visão para os preços do minério no segundo semestre

A piora dos dados econômicos na China nas últimas semanas e o desempenho aquém do esperado no setor de propriedades chinês, que desempenha papel importante no consumo local de aço, levaram pessimismo a analistas, investidores e participantes do mercado de minério de ferro em maio.

Como resultado, a principal matéria-prima do aço encerrou o mês em baixa e voltou aos níveis de preço vistos há seis meses - no momento mais crítico, a cotação no mercado transoceânico caiu abaixo de US$ 100 por tonelada. Produtos siderúrgicos também enfrentaram correção.

A desvalorização mais acentuada e a manutenção das incertezas quanto ao ritmo de retomada da economia chinesa lançaram dúvidas sobre o comportamento dos preços da matéria-prima na segunda metade do ano, que tipicamente é marcada pela maior oferta a partir do Brasil e da Austrália.

Ontem, no norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro era negociado a US$ 103,20 por tonelada, com desvalorização de 3,1% em um mês. No ano, a baixa acumulada chegou a 12,1%.

De acordo com o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, o recuo de maio está associado a estatísticas mais fracas no setor de construção na China. “Dados relativos a novas construções iniciadas e a venda de propriedades vieram um pouco mais negativos, com desaceleração versus o início do ano”, comentou o especialista, lembrando que o setor responde por 30% a 35% de todo o aço consumido na China.

De forma geral, afirmou o analista, o mercado tem se mostrado mais cauteloso em relação à economia chinesa e a percepção é a de que o minério deve girar em torno dos US$ 100 por tonelada no curto prazo. “Há muita incerteza com o que pode acontecer no segundo semestre, se a demanda não melhorar e a oferta aumentar”, disse.

Em relatório de terça-feira (30), o Bank of America (BofA) destacou que os preços de exportação de bobinas laminadas a quente a partir da China recuaram US$ 20 em uma semana, para US$ 529 por tonelada, enquanto o vergalhão teve decréscimo de US$ 18, a US$ 542 por tonelada. No mercado doméstico, escreveram os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, a demanda de aço permaneceu fraca na construção e na indústria.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/06/2023

Exportações de sucata ferrosa somam mais de 250 mil toneladas

Segundo dados do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucata ferrosa atingiram 82.443 toneladas, 14,7% superior em relação ao mesmo mês de 2022 (71.877 toneladas). Porém, a expectativa é de que haja uma queda expressiva em maio, em função da menor atratividade com a baixa nos preços no exterior e uma taxa de câmbio desfavorável.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, as vendas externas alcançaram 251.103 toneladas, um aumento de 30,5% em relação às 192.489 toneladas nos primeiros quatro meses de 2022. O baixo consumo interno, em função do desaquecimento econômico, com menor produção de veículos e outros setores da indústria, como a construção civil, grandes consumidores de aço, explicam a menor demanda pela sucata no País.

“Empresas com atividades suspeitas, sem alvará de funcionamento, licenças ambientais e muitas vezes sequer locais definidos, sonegam impostos para levar vantagem de forma desleal no mercado, vendendo sucatas metálicas para indústrias de transformação”, diz Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa).

A aquisição de insumos metálicos de baixa qualidade por parte de indústrias de transformação, sem se importarem com a sonegação que antecede a comercialização, vem acentuando a concorrência desleal e ocasionando preocupação às empresas comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia.

“Trata-se de uma concorrência desleal em detrimento das empresas legalizadas há décadas e comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia de nosso País, indo na contramão dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance) e de compliance”, além de ocasionar prejuízos ambientais, afirma Alvarenga”.

Para debater os interesses do setor no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar dos Recicladores do Brasil (FPRB), que reúne mais de 209 deputados federais, será reinstalada no próximo dia 18, das 8h30 às 12h, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A Frente dos Recicladores, presidida pelo Deputado Federal Vinícius de Carvalho (Republicanos/SP), foi criada visando sensibilizar o governo e parlamentares sobre o papel essencial e estratégico da reciclagem ao País e ainda para a Política Nacional de Resíduos Sólidos e ao cumprimento de compromissos assumidos nas reuniões das Conferências do Clima da ONU (COP).

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/05/2023

Entrevista com Alberto Ono: Usiminas deve aumentar preços do aço, com uma ressalva para as montadoras

Os preços do aço para as chamadas linhas comerciais, como construção civil, devem começar a sofrer reajustes por conta do aumento da demanda, diz Alberto Ono, CEO da Usiminas. A situação é diferente no caso das montadoras: para essas empresas, os preços vão continuar oscilando dependendo da situação do mercado. A Usiminas passou a negociar com essas companhias a cada seis meses para ter maior flexibilidade nos reajustes.

Num dos intervalos do Latam CEO Conference, evento promovido pelo Itaú BBA em Nova York, Ono disse ainda que a Usiminas está fazendo um dos maiores investimentos da sua história: a reforma do seu Alto Forno 3, na usina de Ipatinga, em Minas Gerais.

Fonte: Brazil Journal
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/05/2023

Indústria brasileira cresce 1,1% em março após duas quedas seguidas

A produção industrial brasileira teve alta de 1,1% em março deste ano, na comparação com o mês anterior. A alta veio depois de duas quedas consecutivas (em janeiro e fevereiro) e um mês de estabilidade (dezembro de 2022). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O setor também apresentou crescimento na comparação com março de 2022 (0,9%). No entanto, a produção acumula queda de 0,4% no ano e estabilidade no acumulado de 12 meses.

Na comparação com fevereiro deste ano, a indústria avançou em 16 dos 25 ramos pesquisados, com destaque para as atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%).

Outras influências relevantes para o crescimento da indústria vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%), outros equipamentos de transporte (4,8%), produtos químicos (0,6%), couro, artigos para viagem e calçados (2,8%) e de produtos de minerais não metálicos (1,2%).

Um segmento manteve-se estável (produtos diversos) e oito apresentaram queda, entre eles confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%), móveis (-4,3%) e produtos de metal (-1%).

Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, três tiveram alta de fevereiro para março: bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (6,3%), bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo (0,9%) e os bens de consumo duráveis (2,5%).

A exceção ficou com os bens de consumo semi e não duráveis, que recuaram 0,5% no período.

Segundo o pesquisador do IBGE André Macedo, apesar da alta de março, ela não foi suficiente para recuperar as perdas recentes. Ele afirma que há elementos na conjuntura do país que explicam parte das dificuldades na recuperação do setor industrial brasileiro.

“Ainda permanecem no nosso escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade”, informou o pesquisador, segundo nota divulgada pelo IBGE.

Fonte: Agência Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 11/05/2023

CSN espera preços de aço estáveis no 2º tri

A CSN espera preços estáveis de aço no segundo trimestre no Brasil, após promover reajustes em abril que ficaram abaixo do que pretendia no final do primeiro trimestre, afirmou o diretor comercial da companhia, Luis Barbosa Martinez, nesta quinta-feira.

A companhia também espera normalizar sua produção a partir deste mês após problemas internos de logística de insumos que fizeram a empresa reduzir volume produzido no primeiro trimestre, afirmou o executivo.

“Sobre preços, falei (em março) que ia aumentar de 7,5% a 10% em abril…mas ficamos em patamar abaixo de 7,5%. Fomos mais seletivos para capturar valor”, afirmou o executivo durante teleconferência com analistas.

“Em abril, tivemos preço médio majorado em 4,5%”, disse Martinez, afirmando que a companhia tem uma carteira de pedidos de 680 mil toneladas, suficiente para dois a três meses de comercialização.

A companhia divulgou na noite da véspera prejuízo de 822,5 milhões de reais no primeiro trimestre, com queda nas vendas de aço de 11% sobre o mesmo período do ano passado.

O presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou que a empresa cometeu um “erro primário” de excesso de recebimento de insumos na usina siderúrgica da companhia em Volta Redonda que dificultou o fluxo de produção dentro da unidade.

“Passamos os quatro primeiros meses do ano à mercê deste problema, mas em maio voltamos à produção normal e espero conseguir reverter isso e que tenhamos em junho produção a pleno vapor”, disse Steinbruch durante a teleconferência.

A alavancagem da CSN, uma preocupação constante dos analistas, subiu no primeiro trimestre para 2,45 vezes dívida líquida sobre Ebitda, se afastando da meta da empresa de chegar até o final do ano com um nível de endividamento abaixo de duas vezes.

Porém, Steinbruch afirmou que a empresa segue comprometida com a meta e que com a esperada melhora dos resultados operacionais da empresa a partir do segundo trimestre, aliada com uma possível entrada de um sócio para as operações de energia elétrica, o nível de alavancagem deve ceder até o fim de 2023 para dentro da previsão.

Questionado sobre eventual interesse da companhia em ativos siderúrgicos da alemã ThyssenKrupp, o vice-presidente de finanças, Marcelo Cunha Ribeiro, disse que “ativos bons que vão a mercado são poucos e raros, mas nesse caso não temos nada a comentar”.

A Reuters publicou em março que a CSN estava entre os interessados na divisão de siderurgia do grupo alemão de engenharia. Na Alemanha, a CSN já controla a produtora de aços longos SWT, comprada em 2012, quando a empresa não tinha embarcado na estratégia atual de redução e controle de endividamento.

“A gente sempre tem atenção às oportunidades, principalmente de ativos diferenciados como os da ThyssenKrupp em mercados importantes como os da Europa e dos Estados Unidos, mas não temos nada de concreto”, disse o executivo.

“Nosso foco total é melhorar o desempenho operacional e ter no segundo trimestre resultados melhores”, acrescentou.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/05/2023

Agrishow: participação do agro cresce no mercado de equipamentos

O agronegócio tem sido priorizado pelas fabricantes de máquina de linha amarela (movimentação de terra), tanto no oferecimento de tecnologia, como no acompanhamento de pós-venda e serviços. Essa realidade pode ser comprovada na Agrishow 2023 – 28ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação. 

De acordo com Carlos França, líder da CASE Construction Equipament para a América Latina, o agronegócio é hoje um dos seus principais mercados. Atualmente, 15% do volume de máquinas da CASE atende o mercado agrícola. “A Agrishow é uma vitrine das mais avançadas tendências e inovações para o agronegócio. Cada vez mais as máquinas de construção são requisitadas pelo produtor rural, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de operação no campo”, destacou. 

Igor Leão, gerente de vendas nacionais da LiuGong da América Latina diz que, já no terceiro dia de evento, o resultado superou o planejamento da empresa. “Vimos para cá com toda a capacidade que a empresa tem em atender todos os segmentos do agro, como o da construção, na oferta dos maquinários pesados”, informa Leão. “Estar aqui é sempre uma boa iniciativa que nos orgulha”, declara. 

Na New Holland Construction, o agro representou 16% das vendas da marca nos primeiros quatro meses de 2023, um crescimento de cerca de 3% em relação a todo ano de 2022. Segundo Paula Araújo, líder da New Holland Construction para a América Latina, “os produtores rurais passam a contar com a solução que facilita a gestão de frota e torna a operação das máquinas ainda mais eficiente. Tudo isso nos traz à Agrishow”, emenda. 

Já a Komatsu, de acordo com Chrystian Garcia, diretor de marketing e vendas, vem acompanhando o crescimento nas vendas para o setor ano a ano e, em 2022, registrou 20% das vendas da empresa em equipamentos de construção para o segmento”, diz Garcia, afirmando que estar na feira possibilita informar o produtor e realizar negócios.

Fonte: Agrolink
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 05/05/2023