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Tombo do minério afeta empresas do setor

O tombo do minério de ferro nesta semana, diante de indicativos de que o governo chinês não irá aliviar sua política de covid zero, pesa contra as mineradoras. Ontem, Vale caiu 1,78% e CSN Mineração teve perda de 5,56%. O cenário pessimista parte das siderúrgicas, que também recuaram. Usiminas caiu 0,78%, seguida por CSN (-0,73%). Gerdau e Metalúrgica Gerdau conseguiram virar a chave e subir 0,19% e 0,53%, respectivamente.

Fonte: O Estado de São Paulo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/10/2022

Produção local pode reduzir dependência de fertilizantes importados

Com o objetivo de atender ao mercado nacional de fertilizantes, a Potássio do Brasil está implantando o Projeto Potássio Autazes, voltado para extração e beneficiamento de potássio no município de Autazes (AM), a 112 Km de Manaus.

Para implantar o primeiro projeto de potássio do Amazonas, a empresa está investindo cerca de US$ 2,5 bilhões.

Com vida útil de 23 anos e capacidade de produção de 2,4 milhões de toneladas de cloreto de potássio ao ano, o projeto ajudará a diminuir a dependência da importação deste insumo de outros países, como Canadá, Rússia e Bielorrússia, reduzindo o custo da produção agrícola no Brasil.

O empreendimento já possui a Licença Prévia (LP) e aguarda a Licença de Instalação (LI). Atualmente está em fase de licenciamento ambiental junto ao órgão ambiental do Amazonas.

Durante o Roadshow “Formação de Preços e Relações Contratuais”, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no dia 27 de setembro, o presidente da empresa Potássio do Brasil, Adriano Espeschit, falou sobre a importância do agronegócio para a matriz econômica do país e o mercado mundial de alimentos.

“Com o crescimento da população mundial, com certeza, o Brasil vai ser um player ainda mais forte, passando para dois pratos de comida em cada cinco, em pouco tempo”, previu Espeschit.

Porém, ressaltou, o país ainda é bastante dependente da importação do principal insumo agrícola, que é o fertilizante à base de potássio.

Para o executivo, o fortalecimento da cadeia produtiva do cloreto de potássio do Brasil pode contribuir para garantir segurança alimentar para o país e para o mundo.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 14/10/2022

CNI projeta crescimento de 3,1% para o PIB do Brasil em 2022

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) passou a projetar crescimento de 3,1% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. A expectativa anterior, de julho, era de alta de 1,4%. Os dados fazem parte do Informe Conjuntural do 3º trimestre divulgado nesta terça-feira (11). A previsão para o PIB industrial é de alta de 2% neste ano, ante previsão anterior de 0,2%.

A revisão positiva ocorre devido às mudanças de cenário no primeiro semestre, com normalização parcial das cadeias de suprimentos mesmo diante da continuação da guerra Rússia-Ucrânia, dos novos riscos no cenário internacional e das paralisações em cidades na China devido à Covid. A indústria tem tido sucesso na busca por alternativas para reduzir e contornar o problema da falta de insumos. A produção industrial manteve ritmo de crescimento, ainda que moderado, pela maior parte do ano até o momento.

A indústria da construção, que já mostrava um desempenho positivo, recebeu novo impulso com a ampliação do Casa Verde e Amarela, programa de financiamento à habitação do governo federal. E o setor de Serviços segue em crescimento, impulsionado pela normalização de suas atividades no pós-pandemia, sobretudo aquelas ligadas à mobilidade das pessoas. No caso do setor de Serviços, a projeção passou de alta de 1,8% para alta de 3,8%.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que é importante que o ritmo de crescimento projetado para 2022 seja mantido nos próximos anos.

“O Brasil precisa crescer de forma sustentada, elevar a renda média da população e colocar-se entre os países mais desenvolvidos. Para isso, devemos implementar, com urgência, ações consistentes que incentivem os investimentos e aumentem a competividade e a produtividade das empresas”, diz.

Segundo ele, é fundamental que as principais pautas avancem no Congresso Nacional, em particular a reforma tributária que está em discussão no Senado, a PEC 110. “Estamos seguros de que deputados e senadores continuarão dando as respostas de que o país necessita, mobilizando-se, discutindo, votando e aprovando os projetos adequados, sobretudo a proposta que moderniza o principal gargalo para as empresas do país, que é o nosso sistema tributário”, diz.

Atividade econômica mais aquecida impulsionou o mercado de trabalho

O gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica que a atividade econômica de serviços mais aquecida impulsionou o mercado de trabalho, com o aumento significativo do número de pessoas ocupadas. Em 2022, essa trajetória foi acompanhada pelo avanço do rendimento médio, o que não havia acontecido em 2021. 

A recuperação do mercado de trabalho segue consistente no terceiro trimestre, com o emprego em elevação, totalizando 99 milhões de pessoas ocupadas, no trimestre encerrado em agosto. Desta forma, a expectativa de taxa de desemprego média no ano caiu de 10,8% para 9,3%, e a expectativa de crescimento da massa salarial real passou de 1,6% para 5,1%, beneficiada também pela queda da inflação

Além disso, novos impulsos fiscais tiveram início no terceiro trimestre, como o aumento do valor do benefício Auxílio Brasil, e a criação do auxílio a caminhoneiros e taxistas, e darão sustentação ao consumo

Previsão da CNI para inflação é de 5,9% em 2022

Outra mudança importante foi percebida na dinâmica de preços. A inflação desacelerou fortemente a partir de maio de 2022, com variação negativa de preços em julho, agosto e na prévia de setembro. Essa queda da inflação se deve não só à forte influência das desonerações tributárias sobre energia, combustíveis e telefonia, como também à desaceleração na alta dos preços industriais e de alimentos. 

“Essa queda na inflação também contribui para a recomposição do rendimento médio real e da massa salarial real e, consequentemente, do poder de compra das famílias e do consumo”, explica Telles.

Exportações devem superar importações em US$ 51,3 bilhões

Exportações e importações permanecem com crescimento vigoroso neste ano, alavancadas principalmente pelos preços. A previsão para 2022 é de superávit da balança comercial em US$ 51,3 bilhões.

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 13/10/2022

 

Riscos de crises e de recessão crescem na economia mundial

A economia global encerrou o segundo trimestre em contração e seus piores momentos ainda estão por vir, avalia o Fundo Monetário Internacional em seu Panorama da Economia Mundial. Na metade final do ano, países que compõem um terço do PIB mundial registrarão dois trimestres consecutivos de queda. O Fundo manteve a previsão de crescimento global de 3,2% neste ano e rebaixou a do ano que vem a 2,7%. O nível corrente de atividade já é inferior ao da média deste século (2000-2021), de 3,6%.

O relatório do Fundo confirma que tudo o que poderia dar errado está dando, em uma sucessão de choques que produziu um desafio inédito em quatro décadas - inflação elevada e persistente nas economias avançadas. Os fatores de incertezas, que correm risco de se intensificarem, são conhecidos. Os preços dos alimentos e commodities dispararam ao fim da pandemia, os programas bilionários de auxílio financeiro elevaram a demanda quando as cadeias de produção haviam sido rompidas, e seguem causando distúrbios com a volta da covid-19 a seu berço de origem, a China, que continua combatendo-a da mesma forma: com rígidos lockdowns envolvendo centenas de milhões de pessoas em cidades economicamente importantes.

O mais recente impulso inflacionário e de ruptura na produção veio da invasão da Ucrânia pela Rússia. Os preços da energia quadruplicaram na Europa e subiram no resto do mundo. O fornecimento de gás russo, do qual os europeus dependem, é hoje de 20% do que foi. O custo subiu e pode subir ainda mais no inverno, em uma mudança do setor de energia que o FMI qualifica de estrutural. Com isso, a inflação chegou perto de 10% nas economias desenvolvidas e passou disso nas emergentes. A variação do nível de preços global será de 8,8% em 2022, 6,5% em 2023 e 4,1% em 2024. Seu pico será no segundo semestre, com a média dos emergentes atingindo 11%, magnitude não vista desde 1990, no século passado.

A reação aos efeitos dos vários choques adversos foi a elevação forte e rápida das taxas de juros em toda parte, com particular intensidade nos países da Europa e nos Estados Unidos, acostumados a juros muito baixos ou negativos por mais de uma década. Com a reação unidirecional dos bancos centrais, na maior parte do planeta, as chances de recessão global cresceram. Não é ainda o cenário do FMI, que a restringe em 2023 à Alemanha e Itália. O relatório disse que há 25% de chances de o crescimento global ser inferior a 2% em 2023 e 10% de probabilidade de recessão.

O aperto da política monetária trouxe mais riscos para a economia global, além da ameaça de recessão. O dólar, pelo ritmo agressivo de aumento dos juros do Federal Reserve, disparou em relação a quase todas as moedas, colocando pressão adicional sobre países emergentes e pobres que são muito endividados na moeda americana. Ao mesmo tempo, os fluxos de recursos estão de novo deixando esses países e procurando o porto seguro dos títulos americanos.

O dólar valorizou-se no ano 15% em relação ao euro, 10% sobre a moeda chinesa, 20% sobre a libra esterlina. Em vários países, isso contribui para elevar uma inflação já alta e forçar uma política monetária ainda mais restritiva para diminuir o diferencial de juros favorável aos EUA, que aprecia o dólar, provocando crescimento menor e asfixiando a capacidade de pagamento diante de uma dívida maior.

Juros mais altos nos EUA e maior força do dólar podem criar crises de dívida em vários países. Títulos soberanos de 14 nações estão com prêmio de risco superior a 10 pontos percentuais em relação ao do Tesouro dos EUA, seis dos quais estão em default. Outro relatório, o de Estabilidade Financeira Global, o Fundo registra que um teste de estresse com premissas menos favoráveis que o do cenário atual faria com que alguns bancos dos países desenvolvidos e 29% dos maiores bancos de países emergentes necessitassem capital adicional.

O Brasil deve crescer 2,8% este ano, abaixo da média dos emergentes, um pouco abaixo da média mundial, de 3,2%, e bem abaixo da dos emergentes, de 3,7%, estima o FMI. Em 2023, a previsão para o Brasil recua a 1%. Os países mais ricos estão tendo maior peso na desaceleração global. Com os choques de 2022, o PIB global em 2024 será 4,6% menor do que seria se a tendência de crescimento anterior à pandemia prevalecesse.

O FMI recomenda o prosseguimento do aperto monetário para debelar a inflação. Como também pensa o Fed, segundo ata divulgada ontem, o risco maior hoje é errar para menos, e não para mais.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 13/10/2022

 

Exportação de sucata ferrosa volta a crescer em setembro

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, alcançaram 38.859 toneladas em setembro, em mais um mês de recuperação, com alta de 25,9% em relação a agosto, quando atingiram 30.864 toneladas.

Comparadas a setembro de 2021, quando somaram 73.456 toneladas (o maior volume em um mês no ano passado), as vendas externas tiveram queda de 47,1%

De janeiro a setembro, as exportações alcançaram 306.837 toneladas, recuo de 11,4% se comparadas ao mesmo período do ano passado, quando somaram 346.246 toneladas, conforme os dados divulgados pelo Ministério da Economia.

Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), as usinas estão usando mais gusa, comprando sucata de empresas sem licenças ambientais e restringindo volume aos processadores.

“Embora as siderúrgicas tenham defendido um uso de mais sucata na produção para a descarbonização do país, o que ocorre no mercado é o oposto, ou seja, as usinas estão adquirindo material in natura com alto grau de impureza de pátios, sem licenças ambientais e diminuindo o volume adquirido dos processadores”, afirma Alvarenga.

Com as dificuldades internas, as processadoras de sucata têm buscado expandir as exportações, “apesar das dificuldades no exterior, em função da guerra na Ucrânia, paralisação de portos e aumentos dos fretes”, segundo ele.

De acordo com S&P Global Platts, o mercado brasileiro de sucata ferrosa está, em média, em um patamar de preços estável, o que deve se manter até o fim do ano.

Conforme a agência americana, “as usinas tentaram reduzir os preços, mas não conseguiram por causa das altas taxas de frete”.

Assim, tem sido melhor comprar de fornecedores mais próximos, e não estocar.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/10/2022

Prévia sinaliza deflação no IGP-M deste mês

Beneficiada por quedas de preços em commodities no atacado, a primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de outubro caiu 1,01%. Além de ser menor que igual prévia em setembro (-0,80%), foi a mais baixa desde setembro de 2021 (-1,09%), informou André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) responsável pelo indicador. Para ele, o resultado abre espaço para IGP-M fechado de outubro ficar negativo - repetindo setembro.

Ao ser questionado se isso sinalizaria novo ciclo deflacionário na família dos Índices Gerais de Preços, Braz foi cauteloso. Explicou que o atual ciclo de commodities menos caras decorre de menor ritmo de economia mundial - que não dá sinais de término em breve. Isso poderia ajudar a manter os IGPs em queda. Mas o recente anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de corte de oferta de petróleo ao mercado mundial, pode reverter esse quadro ao encarecer o petróleo e puxar o preço dos combustíveis no país.

Na primeira prévia do IGP-M de outubro, houve recuos de preços em commodities de peso na formação da inflação atacadista, que representa 60% do total do indicador. São os casos das quedas em minério de ferro (-8,18%); óleo diesel (-4,64%); cana-de-açúcar (-4,21%); gasolina automotiva (-5,07%) e bovinos (-2,93%).

“Os recuos abrangem commodities em geral, independentemente da origem, se é agrícola ou não”, notou o técnico. As retrações de preço, nesse tipo de produto, detalhou ele, estão sendo causadas por menor cadência de atividade global - que leva à menor demanda mundial por produtos. Com isso, houve aprofundamento da deflação no atacado, representado dentro do IGP-M pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). Esse indicador passou de -1,01% para -1,36%, da primeira prévia de setembro para igual prévia em outubro.

Ao mesmo tempo, a permanência do IGP-M em queda, na primeira prévia também foi auxiliada por continuidade de deflação no varejo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 30% do IGP-M, passou de -0,24% para -0,08%, da primeira prévia de setembro para igual prévia em outubro. O IPC teve ajuda da continuidade de gasolina em queda de preço (-6,54%), na primeira prévia de outubro, para permanecer no terreno negativo.

O comportamento de preços dos combustíveis será decisivo na trajetória do IGPs até o fim do ano, acrescentou Braz. O especialista ponderou que várias commodities origem agrícola estão em queda de preços no atacado, como bovinos e cana-de-açúcar. Esses itens possuem cadeia de derivados no varejo, lembrou. Assim, ele não descarta pequena “trégua” nos preços dos alimentos, nos próximos meses. No entanto, um provável cenário de alimentos subindo menos, ou em queda, pode não ser suficiente para conduzir novas quedas às taxas mensais dos IGPs. Na prática, se os preços de combustíveis, como gasolina e diesel, voltarem a subir, isso vai elevar os resultados dos indicadores. “O futuro dos preços de combustíveis é volátil”, resumiu.

A FGV informou ainda que o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) passou de -0,07% para -0,02% da primeira prévia de setembro para a de outubro. O IGP-M acumula alta de 6,47%, até a prévia anunciada ontem.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 11/10/2022