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Setor de Construção e Imóveis terá alta de quase 9% em 2024

Os setores imobiliário e de construção civil devem movimentar, juntos, cerca de R$ 370,6 bilhões até o final deste ano no Brasil. É o que aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há 30 anos, com base em dados oficiais.

Segundo o levantamento, essa alta é puxada principalmente pela compra de imóveis, já que, de 2023 para 2024, estima-se um incremento de 10,3%, totalizando R$ 114,6 bilhões. Já, a categoria de materiais de construção deve movimentar cerca de R$ 256 bilhões, o que representa um acréscimo de 8,3% em relação ao ano passado.

Nos cálculos acima, são levadas em conta as despesas realizadas somente por pessoas físicas, com aquisição de imóveis, materiais e mão-de-obra para reforma.

Na liderança do ranking nacional, o estado de São Paulo responderá por quase R$ 105,2 bilhões dos gastos, porém é o Distrito Federal que, na comparação com o ano passado, contabilizará a maior alta — de 24,6% — nas despesas do setor, resultando em mais de R$ 5,7 bilhões desembolsados pelas famílias. Já, perdendo participação nesse consumo, estão os estados de Amapá (-13,9%), Roraima (-11,6%) e Rondônia (-6,6%).   

Também em alta, está a quantidade de indústrias e comércios varejistas no segmento. Segundo o IPC Maps, de 2023 para cá, 168.760 novas unidades foram abertas — um acréscimo de 8,3% —, totalizando atualmente 2,2 milhões de estabelecimentos existentes no País.

Fonte: Sala da Notícia
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 15/10/2024

 

Mercosul e UE negociam em Brasília; agro europeu protesta

O Mercosul e a União Europeia (UE) fizeram nova rodada de negociação nesta semana em Brasília, na tentativa de fechar o acordo até dezembro. Isso foi suficiente para agitar imediatamente agricultores europeus que nesta sexta-feira ameaçam com novos protestos contra o entendimento com o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Negociadores dos dois blocos, reunidos de segunda a quarta-feira em Brasília, procuraram aproximar posições num ambiente considerado positivo. A avaliação é de que existem boas perspectivas de um anúncio, ‘enfim verdadeiro’, de conclusão das negociações até o fim do ano, depois quase 25 anos de discussões.

Do ponto de vista econômico e geopolítico, considera-se que o acordo com o Mercosul tornou-se hoje ainda mais importante para a Europa do que em qualquer outro momento. Um dos elementos novos do futuro acordo, se realmente fechado, incluirá por exemplo cooperação sobre minérios estratégicos, que são centrais para a transição energética e digital e para a segurança nacional.

O interesse europeu pode ser ilustrado com pelo menos seis idas ao Brasil de delegações europeias para a negociação, nos últimos tempos. Em todo o caso, vários temas vão acabar sendo negociados até à véspera de um eventual anúncio, como ocorre sempre nesse tipo de acordo.

Isso inclui qual tipo de compatibilidade das preferências fornecidas pela UE ao Mercosul com sua lei antidematamento que vai na outra ponta e ameaça justamente a entrada de commodities brasileiras como soja, café, madeiras.

O Mercosul desde o ano passado sinalizou que o acordo deveria ser equipado com um mecanismo para reequilibrar as concessões comerciais negociadas no âmbito do Acordo, caso essas concessões sejam suspensas ou anuladas como resultado da legislação interna da UE.

Além disso, o Mercosul no ano passado pediu à UE que forneça um total de 12,5 bilhões de euros (R$ 66,5 bilhões) em forma de empréstimos a fundo perdido e diferentes instrumentos europeus, para programas de cooperação. Nas recentes discussões, não se falou em cifras, e sim em pacote geral, mas o tema é inevitável.

A facilitação para integração de cadeias produtivas dos dois lados continua nas discussões, buscando dar impulso a produtos verdes, incluindo aço verde e outros.

Negociadores do Mercosul e da UE, já escaldados pelos repetitivos fiascos, mostram-se agora especialmente prudentes. Mas nem isso impediu nesta sexta-feira a reação do agronegócio europeu às negociações.

A Copa-Cogeca (voz dos agricultores e suas cooperativas na UE), a Associação de Processadores de Aves e Comércio de Aves nos países da UE, a Associação Europeia de Fabricantes de Açúcar, a Confederação Europeia de Produção de Milho, a Confederação Internacional dos Produtores de Beterraba da Europa, e a União Europeia de Atacado de Ovos, Produtos de Ovos, Aves e Caça manifestaram juntas ‘sérias preocupações com a 'retomada das negociações de 7 a 9 deste mês em Brasília’.

Essas associações, reunindo milhões de produtores, reagiram pedindo autoridades europeias ‘ação urgente para proteger o agronegócio europeu’.

Reclamam que, mesmo com um instrumento adicional de sustentabilidade no acordo, ‘cujos detalhes continuam vagos, é claro que os países do Mercosul não estão em posição de adotar padrões similares impostos aos agricultores europeus’.

Dizem que não podem aceitar um acordo ‘que penaliza os produtores europeus que respeitam esses padrões, enquanto importações são autorizadas de países que não enfrentam as mesmas exigências’.

Repetem a mesma ladainha de queixas de que o acordo UE-Mercosul ‘ameaça promover comércio em produtos associados com degradação ambiental e perda de biodiversidade no Mercosul, particularmente no Brasil’. E insistem que ‘devemos considerar as implicações para o bem-estar animal'.

Enquanto a questão geopolítica se impõe cada vez mais a favor do acordo, os agricultores europeus reclamam que já sofreram com a guerra na Ucrânia que provocou uma alta enorme de importação de produtos ucranianos e maior custo de energia e de fertilizantes. E que um acordo UE-Mercosul exacerbaria as desvantagens competitivas europeias.

As associações de produtores avisam que um acordo com o Mercosul poderá reativar ‘protestos de agricultores através da Europa’, especialmente envolvendo produtos sensíveis (açúcar, frango, carne bovina e outros) que consideram vitais para a agricultura local.

Para as associações, o acordo enviaria uma ‘mensagem terrível’ ao setor agrícola justamente no começo do segundo mandato de Úrsula von der Leyen na presidência da Comissão Europeia, o braço executivo da UE.

Uma das questões é justamente se von der Leyen usará seu capital político para levar o acordo à frente. É verdade que o peso do presidente francês Emmanuel Macron na Europa caiu consideravelmente, depois da fragorosa derrota em recente eleição no país.

No entanto, Macron continua seu trabalho de complicar a negociação. Na semana passada, em Berlim, ele disse ser ‘a favor de qualquer acordo que seja justo’. Indagado se o acordo com o Mercosul era justo, ele respondeu: ‘Não’.

O novo e já combalido primeiro-ministro francês, Michel Barnier, também já excluiu a possibilidade de anúncio de conclusão das negociações em novembro, à margem do G20 no Rio de Janeiro. Aparentemente, os franceses buscam uma ‘minoria de bloqueio’ ao acordo, se a Comissão Europeia tentar ir adiante no fechamento do pacote.

Já o chefe de governo alemão, Olaf Scholz, defende a conclusão rápida da negociação com o Mercosul. Ele reiterou apoio da Alemanha ao ‘splitting’ da negociação - a parte comercial do acordo entraria em vigor provisoriamente sem necessidade de ser ratificado pelos mais de 30 parlamentos nacionais e regionais dos Estados membros.

Como já escrevemos nesta coluna, o uso do ‘splitting’ na prática sinaliza que todos os acordos comerciais que a UE negociar vão ser divididos, sem exceção, para poder entrar em vigor. Esse mecanismo é fundamental para que a parte comercial do negociado não seja bloqueado por alguns dos parlamentos nacionais e regionais. Os movimentos anti liberalização são cada vez mais fortes na Europa.

De todo o modo, um acordo UE-Mercosul precisaria ser submetido ao Conselho Europeu, a instituição da que define as orientações e prioridades políticas do bloco formado por 27 países.

Enquanto isso, a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), da qual faz parte juntamente com a Noruega, Islândia e Liechtenstein, até tentou junto ao Mercosul concluir seu próprio acordo com o Mercosul rapidamente, sem esperar a conclusão do entendimento UE-Mercosul.

No entanto, a avaliação no Mercosul foi de que a negociação com a UE consome tanto tempo que não dá para fazer muito ao mesmo tempo com outras negociações – ainda mais que há muita negociação dentro do próprio Mercosul. Assim, a conclusão foi de que o mais razoável seria concluir primeiro a negociação mais complexa, com a UE, e também porque inclui idênticas questões ambientais, por exemplo.

De toda maneira, anunciar conclusão de negociação em dezembro é apenas um passo. Depois será preciso um bom tempo para revisão e tradução dos complexos textos jurídicos, além de passar pelo Conselho Europeu, de forma que entraria em vigor mesmo só dentro de alguns anos para reduzir ou eliminar tarifas e proporcionar maior aproximação entre os dois blocos.

Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 14/10/2024

 

Relatório BB: Setorial Siderurgia e Mineração | Outubro 2024

Os papéis do setor ganharam impulso no final de setembro, acompanhando a alta nos preços de minério de ferro após o anúncio de um novo pacote de estímulos pelo governo chinês, refletindo o otimismo sobre os possíveis impactos das medidas na demanda de aço do país à frente, mas devolvem parte da valorização neste início de outubro.

Papéis do setor ganham impulso no final de setembro, acompanhando a forte alta nos preços de minério de ferro

 

Mineração

Na China, dados macroeconômicos mais recentes mostram desaceleração da atividade, embora o PMI Industrial tenha se aproximado da linha de 50 pontos, a partir da qual há indicação de expectativa de expansão da atividade. No entanto, os indicadores do setor de siderurgia indicam forte desaceleração da produção e do consumo de aço. Os preços de minério de ferro ganharam impulso após o anúncio de um novo pacote de estímulos pelo governo chinês no final de setembro, refletindo o otimismo com os possíveis impactos das medidas na demanda de aço do país à frente.

No Brasil, as exportações de minério voltaram a se elevar, em linha com a forte sazonalidade do período.

 
 

Siderurgia

Os preços internacionais de aço permaneceram estáveis ao longo do mês de setembro, mas mostraram recuperação após a alta do minério de ferro no final do mês.

No Brasil, , após ter acelerado nos meses anteriores, o IPP da Metalurgia, que representa a variação de preços da atividade, teve incremento de apenas 0,22% m/m em agosto e acumulou alta de 15,49% nos 8 primeiros meses de 2024, refletindo os elevados preços de alumínio e ouro no período, compensados pela queda do subgrupo de siderurgia em razão do recuo nos preços de minério de ferro. Além disso, a confiança do empresário da indústria do aço no Brasil saltou 4,5 pontos m/m em setembro e atingiu 62,2 pontos – o maior patamar desde agosto/2021.

Dados mais recentes da indústria siderúrgica mostram que, apesar da ligeira queda na produção de aço bruto, as vendas internas e o consumo aparente avançaram e atingiram o maior patamar desde os recordes observados em 2021. No comércio exterior, os volumes de exportações normalizaram, enquanto as importações registraram novos recordes, tanto em volumes como em representatividade.

 
- Acesse aqui o relatório completo

Fonte: InvesTalk
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/10/2024

 

Com investimento de R$ 100 milhões, Perfilor abrirá nova fábrica em março

A siderúrgica Perfilor (joint venture formada entre a ArcelorMittal e a Tekno) confirmou o início das operações da sua nova fábrica em Araquari (SC) para o início do próximo ano, em março. A expectativa do gerente regional da empresa em São Paulo, é de que com o investimento de cerca de R$ 100 milhões, a produção e o faturamento da companhia dobrem.

Durante o evento Modern Construction Show, realizado na capital paulista na última semana, que reuniu fornecedores do segmento de construção industrializada, a companhia apresentou painéis de aço para fachadas com opções de cores e padrões inovadores, como madeirado, concreto lavado e inox.

“Nosso carro-chefe são as telhas termoisolantes, um ‘sanduíche’ formado por chapa de aço galvalume nas duas faces e miolo de poliisocianurato apresentado em diferentes espessuras. Cerca de 80% do faturamento da empresa vêm das aplicações industriais e comerciais e só 20%, das residenciais”, explica Ruano.

Investimento da Perfilor em nova fábrica

O anúncio da nova fábrica da Perfilor em Araquari foi feito pela companhia no primeiro semestre deste ano e as obras iniciaram em abril. De lá sairão os mesmos produtos da unidade industrial de Lorena (SP): painéis termoisolantes, lajes steel deck e telhas termoisolantes para aplicação em galpões logísticos, industriais, hospitais e residências.

A joint venture investiu cerca de R$ 100 milhões no local. Em maio, o vice-presidente comercial da ArcelorMittal Aços Planos na América Latina, Eduardo Zanotti, afirmou que a nova unidade era estratégica para a expansão da companhia.

“A implementação da nova unidade é estratégica para a empresa e se trata da expansão geográfica com uma operação na região Sul, para atender segmentos da construção com coberturas termoisolantes para obras industriais e comerciais, como também câmaras frias e salas limpas para o agronegócio e indústria farmacêutica”, explicou.

Fonte: Monitor do Mercado
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 10/10/2024

Bateria fraca: O que levou as montadoras a repensarem os carros elétricos?

Se nos últimos anos diversas montadoras firmaram compromissos de produzir apenas veículos elétricos a partir de 2030, agora o discurso mudou. Diferentes companhias estão revendo seus planos nesse sentido e já admitem que não vão abandonar o abastecimento com gasolina ou etanol.

No começo do ano, a General Motorsanunciou que mudaria sua estratégia por trás da eletrificação da companhia. Em vez de carros elétricos, a meta da montadora, dona das marcas Chevrolet, Buick, GMC e Cadillac, agora é focar a produção exclusivamente em carros híbridos a partir de 2030.

A Ford veio na sequência, em maio. A montadora informou que poderia seguir com a venda de carros à combustão na Europa mesmo após 2030. Vale lembrar que a União Europeia estabeleceu uma meta para que as montadoras abandonassem os veículos à combustão a partir de 2035.

Em setembro, foi a vez da Volvo tomar o mesmo caminho. A fabricante sueca havia planejado vender apenas carros elétricos a partir de 2030. A queda na demanda por veículos totalmente elétricos na Europa, contudo, fez com que a montadora repensasse sua decisão.

O plano da Volvo agora é concentrar-se nos modelos híbridos plug-in (que possuem tomadas para serem recarregados, mas também podem ser abastecidos com gasolina). A expectativa é que esses veículos representem 90% das vendas ao fim desta década.

Ao comunicar a desistência de seu plano inicial, a Volvo afirmou que a “transição para a eletrificação não será linear e o mercado está se movendo em diferentes velocidades para essa adoção”. A falta de incentivos governamentais e de uma infraestrutura de carregamento também pesaram na decisão.

“Quando acaba o orçamento, acaba também o incentivo para o mercado. Isso explica por que o ritmo da eletrificação diminuiu em alguns mercados”, afirma Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). “É preciso apoio governamental e políticas relacionadas.”

Largada queimada

É possível argumentar que houve uma certa precipitação das montadoras ao firmarem os compromissos de produção exclusiva de carros elétricos a partir de 2030. “O que puxa a demanda é o mercado”, afirma Milad Kalume Neto, consultor do mercado automotivo.

Milad também argumenta que as vendas atrapalharam os planos. “O mercado não cresceu conforme o esperado. Houve crescimento, mas inferior ao previsto”, diz o especialista. “Além disso, a infraestrutura necessária não se desenvolveu na mesma velocidade, complicando ainda um pouco mais esse cenário.”

Um relatório divulgado em maio pelo Goldman Sachs aponta queda nos emplacamentos de carros elétricos no mundo. Após o ápice em dezembro do ano passado, quando foram vendidos quase 1,2 milhão de automóveis elétricos, os números caíram quase pela metade no início de 2024.

O banco americano cita três fatores para a queda na penetração dos veículos elétricos: preocupações crescentes em torno da desvalorização dos automóveis usados; incerteza em torno das eleições de 2024 (principalmente nos Estados Unidos); e a escassez de estações de carregamento rápido.

Carros elétricos: E no Brasil?

Se no restante do mundo há uma certa desaceleração nos carros elétricos, o cenário brasileiro é diferente. Por aqui, as vendas aumentaram consideravelmente em 2024.

Segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), os emplacamentos de carros com motor elétrico subiram 146% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 79.304 carros emplacados no período.

As vendas ainda estão concentradas na região Sudeste. Juntos, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais representam 47,2% do mercado brasileiro de veículos elétricos. O Distrito Federal é exceção ao restante do país, com uma participação de 8% nas vendas.

Diferentes fatores explicam as vendas estarem em alta no país. Um deles é a questão de que os carros elétricos ainda são vistos como “novidade”. “É o que há de mais natural em relação a design, tecnologia e inovação”, afirma Milad. “As restrições tributárias protecionistas também ajudam.”

Carros chineses

Entre as montadoras, destaque para a chinesa BYD, que vendeu 32.574 automóveis nos seis primeiros meses do ano, contra 12.730 da compatriota GWM. Em terceiro lugar está a Toyota. A montadora japonesa vendeu 10.541 carros elétricos no Brasil durante o primeiro semestre de 2024.

Outro ponto bastante criticado está nas estações de carregamento. Além de faltarem estações, o tempo de recarga (que pode levar horas, dependendo da estação) se tornou uma reclamação constante dos consumidores.

Para Bastos, da ABVE, o consumidor que adquire um carro elétrico se prepara para carregar o veículo em casa. Contudo, ele diz também que o aumento nas estações de carregamento – principalmente de recarga rápida e ultrarrápida – é que vai permitir a entrada de novos clientes nesse mercado.

Fonte: Infomoney
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 10/10/2024

 

Fabricantes de produtos de aço para construção ampliam faturamento, mas ociosidade segue elevada

Os fabricantes de produtos para construção feitos de aço conseguiram elevar seu faturamento no país no ano passado, mas a demanda pela produção ainda não chega à metade da capacidade produtiva existente.

O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), entidade que tem como gestor o Instituto Aço Brasil, que representa a indústria siderúrgica, divulgou três pesquisas sobre segmentos que atuam com tipos diferentes de estruturas do material. Apesar de terem sido divulgados agora, os estudos se referem ao resultado obtido em 2023, na comparação com o ano anterior.

O segmento de fabricantes de estruturas de aço, que contêm estruturas metálicas, torres de energia para transmissão e para energia eólica, estruturas para parques de energia solar e de defensas metálicas, teve aumento de 6,2% no faturamento, para R$ 17,2 bilhões.

A produção cresceu 2,4% em um ano, para 1 milhão de toneladas. A capacidade produtiva, no entanto, é de 2,3 milhões de toneladas, o que significa que a taxa de utilização ficou em 46%, estável sobre 2022.

Os fabricantes de telhas de aço e “steel deck” (lajes de aço e concreto) também tiveram alta no faturamento, de 2,5%, para R$ 8,2 bilhões. Foram produzidas 502,9 mil toneladas dos materiais, a maior parte em telhas, leve alta de 1,1%. Já a capacidade produtiva é de 1,2 milhão de toneladas, mais do que o dobro.

Os fabricantes de perfis galvanizados, o que inclui o sistema construtivo “light steel frame e drywall” (chapas feitas de aço e gesso), apresentaram a maior alta no faturamento, por partirem de uma base menor. O crescimento foi de 18,7%, para R$ 1,6 bilhão. Foram fabricadas 107,6 mil toneladas de perfis, alta de 12%. O volume fabricado equivale a 39% da capacidade produtiva.

Importação preocupa, mas há otimismo

Perguntados sobre os maiores desafios e dificuldades externas aos negócios, tanto os fabricantes de telhas de aço e steel deck quanto os de perfis galvanizados tiveram o tema “concorrência com o material importado e/ou não qualificado” como o mais citado, com 50% e 39% de prevalência, respectivamente. Em ambos, no entanto, a porcentagem caiu de 2022 para 2023.

A entrada de produtos importados no país, principalmente chineses, foi critica pelo presidente do Aço Brasil, Marco Pollo Mello, durante reunião do grupo Coalizão Indústria, no último mês. “A indústria está sob ataque”, disse, destacando que há uma política de Estado da China para escoar sua capacidade ociosa de produção ao Brasil, o que inclui fazer exportações com margens negativas.

A tributação aparece como outro problema muito citado, vindo logo atrás, com 48% de participação para os fabricantes de telhas e steel deck. Foi ainda o item mais citado pelos fabricantes de estruturas de aço, com 54% de prevalência.

Em 2022, esse setor tinha elegido o custo de matéria-prima como o maior entrave, apontado por 68,3% da amostra, mas o preço do aço arrefeceu no período.

Nos três segmentos, mesmo com as dificuldades, a visão para 2024 é positiva. Entre os fabricantes de estruturas de aço, 78% preveem crescimento, algo também esperado por 76% dos produtores de telhas de aço e steel deck e 82% dos fabricantes de perfis galvanizados.

Fonte: Valor
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 10/10/2024