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Minas-Rio puxa bom desempenho da Anglo American em 2023

As operações da Anglo American no Brasil registraram resultados satisfatórios em 2023, conforme mostra o balanço publicado em dia 22 de fevereiro, pela companhia. O principal destaque foi o negócio de minério de ferro, o Minas-Rio, que atingiu produção de 24,2 milhões de toneladas – a melhor performance desde que iniciou as operações em 2014. No comparativo a 2022, o crescimento significou um aumento de 12%, performance atribuída “ao bom desempenho operacional, à melhora ao acesso à mina e ao aumento da disponibilidade de equipamentos”. O EBITDA do Minas-Rio foi 28% maior, alcançando cerca de R$ 8 bilhões, devido aos maiores volumes de vendas e preços, bem como custos unitários mais baixos.

No negócio níquel, nos municípios de Barro Alto e Niquelândia (GO), a produção se manteve praticamente estável – foram produzidas 40 mil toneladas de minério, ante 39,8 mil toneladas em 2022. Entretanto, a redução dos preços do níquel, somada aos aumentos de impostos, de despesas de capital e de custos unitários de produção fizeram o EBITDA despencar em 2023, para aproximadamente R$ 664 milhões, ante a cerca de R$ 1,9 bilhão em 2022.

Para 2024, a Anglo American trabalha com a expectativa de produção de 23 a 25 milhões de toneladas de minério de ferro e de 36 e 38 mil toneladas de níquel.

Ao comentar os resultados, a presidente da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, salientou que a companhia seguirá “em busca de novos marcos para nossas operações de minério de ferro e níquel no Brasil, com segurança e responsabilidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das comunidades que nos acolhem e permitindo encarar os desafios da transição energética. Além disto, nossas operações no Brasil são as únicas no mundo a terem alcançado o padrão IRMA 75, o mais alto padrão de mineração responsável, auditado por instituições independentes”.

IRMA é uma sigla em inglês para Iniciativa para Garantia de Mineração Responsável (Initiative for Responsible Mining Assurance), que busca avaliar o desempenho social e ambiental, com base em quatro princípios: integridade nos negócios, legado positivo, responsabilidade social e responsabilidade ambiental.

Fonte: Brasil 61
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/02/2024

Aço importado opõe indústrias consumidoras e siderúrgicas

A queda de braço entre as siderúrgicas instaladas no Brasil e os setores consumidores de aço, que alcançou proporções pessoais entre o fim de 2023 e o início deste ano, voltou ao campo setorial, mas não menos feroz. De um lado, as usinas insistem na elevação da alíquota de importação para 25% e se movimentam para pedir a investigação da China por “dumping” na exportação de aço ao país. De outro, indústrias lideradas pela de máquinas e equipamentos acusam as siderúrgicas de distorcer números para compor um cenário pior do que o real e pedem que o debate continue sendo “técnico”.

No centro da disputa, o governo federal tem tomado poucas medidas, que não agradaram às usinas e foram bem recebidas pela ponta oposta. Há poucos dias, por exemplo, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) anunciou a recomposição das tarifas de importação de cinco produtos de aço (tubos e barras) que haviam sido reduzidas em 2022, para um intervalo de 12% a 16%, em linha com a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul.

A avaliação dos dois lados é de que a iniciativa não atendeu ao pleito das siderúrgicas. “Foi insuficiente”, disseram líderes da Gerdau e da Usiminas, no momento em que o setor eleva o tom em busca de medidas mais contundentes. “Recebemos com naturalidade, porque o governo tem acesso aos números das consultorias e tem como avaliar o que de fato está acontecendo”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso.

Os números confirmam crescimento importante das importações, da ordem de 50% em 2023, para 5 milhões de toneladas, conforme levantamento do Instituto Aço Brasil. Em janeiro, houve leve retração, de 3% na comparação anual. Ainda assim, o volume que entra no país segue acima das 350 mil toneladas por mês. Para 2024, a expectativa é de alta de 20%, para 6 milhões de toneladas.

 

A Abimaq alega que, embora exista aumento, as importações não seriam as maiores já registradas. Em 2010 e 2021 também houve saltos importantes nas compras externas, por causa da forte demanda e da escassez de oferta, respectivamente. Além disso, a entidade aponta que o aço no mercado brasileiro era o mais caro do mundo em novembro de 2023 e só perdeu essa posição porque o México acaba de elevar tarifas para produtos siderúrgicos - mais países adotaram cotas ou tarifa de 25% para se proteger do aço chinês.

Conforme o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, segue a Abimaq, o prêmio do aço nacional versus o importado voltou a subir, para 21% em janeiro - US$ 684,75 por tonelada da bobina laminada a quente vinda da China e internalizada, contra US$ 828,28 do preço doméstico. “Em meados de 2023, o prêmio chegou a 42% e motivou o aumento das importações”, alega Velloso.

Conforme as siderúrgicas, a manutenção da política atual de comércio exterior, com pouca correção nas alíquotas de importação, trará mais demissões e fechamentos de capacidade. Há poucos dias, a Gerdaudemitiu 100 trabalhadores em Pindamonhangaba (SP), elevando a quase mil o número de cortes nos últimos meses. “As importações continuam porque são um programa de Estado chinês, não uma ação isolada de uma empresa”, disse uma fonte da indústria, acrescentando que há dados que confirmam que usinas chinesas operam com margem negativa, de até US$ 56 por tonelada.

Já os setores consumidores de aço afirmam que as mesmas empresas que no início da pandemia abafaram 13 altos-fornos por temer escassez de demanda e deixaram faltar produto, agora pedem salvaguardas ao governo. De fato, no início da pandemia, a taxa de ocupação das usinas locais caiu a 45%, contra os 64% atuais, em meio à demanda fraca, desencadeando o desligamento de altos-fornos.

 

“Se o problema é o aço chinês, as siderúrgicas não deveriam pedir o aumento da alíquota para todas as procedências. Além disso, deveriam usar o instrumento correto, que é a via da investigação de dumping, e não a inclusão de dezenas de produtos na Letec [lista de exceção à tarifa externa comum do Mercosul]”, afirma Velloso. Segundo ele, o aumento de imposto pretendido pelas siderúrgicas elevará os custos de produção, já que o Brasil não produz todos os tipos de aço que consome. “Se a invasão é chinesa, o Brasil pode adotar medidas contra o aço chinês. Quando [as usinas] pedem Letec a 25%, estão se protegendo do mundo todo, com exceção da Argentina.”

O setor da construção civil também se posiciona contra o aumento das alíquotas, ainda que faça apenas compras “pontuais” de vergalhões com origem estrangeira, segundo Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Ele prevê efeito cascata no preço do aço brasileiro se o importado se tornar menos competitivo. O aço importado usado no setor vem da Turquia, não da China, por especificações técnicas.

“Esse preço com certeza é repassado no mercado interno”, reforça Yorki Estefan, presidente do Sinduscon-SP, sindicato dos construtores do Estado de São Paulo. Segundo a entidade, o aço representa de 5% a 8% do custo das obras. Os representantes das duas entidades apontam que houve aumentos expressivos no preço do vergalhão durante a pandemia e que os valores se estabilizaram em patamar alto, afetando o custo da construção.

De acordo com o FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), que calcula o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), o preço do vergalhão aumentou 61% desde o início de 2019 - houve queda de 14% nos últimos dois anos. “O consumidor de aço está sendo favorecido por essa queda que devolve parte dos aumentos dos preços, enquanto as siderúrgicas estão sofrendo com preços domésticos em queda, em função do crescimento da importação”, afirma Ana Maria Castelo, coordenadora dos projetos de construção do FGV Ibre. Ela lembra que o setor da construção tem “trauma” pelos aumentos repentinos da pandemia. O valor do vergalhão chegou a dobrar entre o fim de 2018 e meados de 2022.

“Quando teve problema de falta de aço e a subida gigante [nos preços], essa conta foi toda paga pelo setor de construção e de máquinas e equipamentos”, diz Estefan. “Vimos descapitalização das construtoras e balanço positivo das siderúrgicas”. Para ele, “não parece adequado” pedir medidas protecionistas quando há maior oferta internacional de aço. Segundo as entidades, aumentos no preço do aço teriam que ser repassados aos contratantes das obras.

Em nota, o Instituto Aço Brasil afirma que tem participado de reuniões técnicas com o governo, mostrando a realidade crítica do setor. “Foi demonstrado por que é necessário que se eleve, em caráter emergencial e temporário, a tarifa de importação de aço de 18 NCMs, de 273 existentes, para 25%, ante os 10,8% praticados atualmente. Qualquer patamar inferior é insuficiente para fazer frente ao ataque do aço estrangeiro, uma vez que grandes mercados, como Estados Unidos, 27 países da União Europeia, Reino Unido e México, já impuseram barreiras de 25%”, diz.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/02/2024

Distribuidores de aços planos têm alta de 6% em vendas em janeiro, importação cai

As vendas de aços planos por distribuidores em janeiro subiram 6% sobre um ano antes para 330 mil toneladas, em um mês marcado por forte queda nas importações, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela entidade que representa o setor, Inda.

Na comparação com dezembro, as vendas dos distribuidores subiram 25,1%, acima do esperado pela entidade, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro, em apresentação a jornalistas.

Por dia útil, as vendas dos distribuidores corresponderam a 15 mil toneladas, valor mais alto desde as 16,2 mil toneladas de janeiro de 2021.

O setor terminou janeiro com estoque de 894,2 mil toneladas, avanço de 1,7% sobre dezembro e alta de 8,3% sobre o mesmo mês de 2023. O volume é suficiente para 2,7 meses de vendas.

A expectativa da entidade para fevereiro é de queda de 3% nas vendas ante janeiro.

"Estamos tendo um começo de ano melhor do que imaginávamos", disse Loureiro, citando uma expectativa de crescimento de vendas no primeiro bimestre de 7,5% sobre o mesmo período do ano passado.

"Quando se tem uma sensação de que os preços não vão mais cair, isso faz com que haja retomada dos estoques tanto da gente (distribuidores) quanto em nossos clientes", afirmou, citando que as siderúrgicas buscam elevar seus preços entre 5% e 6% em fevereiro ante janeiro.

IMPORTAÇÕES DESPENCAM

As importações de aços planos em janeiro também surpreenderam, mostrando queda de 25,6% ante um ano antes, para 131,82 mil toneladas.

Loureiro afirmou que como a diferença de preço entre o aço nacional e o importado, chamada pelo setor de prêmio, está em cerca de 15%, algo que considera como "não muito alto", isso não contribui para incentivar compras de material produzido fora do país.

"O consumo interno está bom, mas não está brilhante, somando-se a isso outros dados como volatilidade do dólar e o prazo de recebimento de cinco a seis meses, isso faz com que se tenha um certo cuidado sobre a importação", afirmou o presidente do Inda.

O executivo comentou que há pouca clareza atualmente sobre como virão as importações de fevereiro e que é preciso verificar os números ao final deste mês para se determinar que a queda nas importações de janeiro possa configurar uma tendência para este ano.

Siderúrgicas nacionais como Gerdau (BVMF:GGBR4), que na véspera afirmou que vai acelerar ajustes em sua capacidade no Brasil diante da demora do governo em impor medidas de defesa comercial, estão há meses cobrando a imposição de tarifa de importação de 25% sobre aço da China.

A queda na importação em janeiro "atrapalha a postura das usinas... quando isso cai, se perde um pouco o discurso", disse Loureiro.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/02/2024

Lucro da Vale cai 53% em 2023, para US$ 7,9 bilhões; no 4º tri, cia lucra US$ 2,4 bilhões

O lucro líquido aos acionistas da Vale diminuiu 35,1% no quarto trimestre de 2023, para US$ 2,42 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 9,3%, para US$ 13,05 bilhões. Em 2023, o lucro líquido aos acionistas da mineradora totalizou US$ 7,9 bilhões, uma queda ante o resultado de US$ 16,7 bilhões em 2022.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em termos ajustados – que incluem dividendos recebidos e juros de empréstimos de coligadas e joint ventures, mas excluem depreciação, exaustão e amortização e redução ao valor recuperável e baixa de ativos não circulantes – aumentou 36,9%, para US$ 6,334 bilhões. O ebitda ajustado proforma, que exclui despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho e às doações relacionadas à covid-19, subiu 34,6%, para US$ 6,73 bilhões, como resultado do melhor desempenho operacional e dos maiores preços de minério de ferro.

O ebtida ajustado proforma das operações continuadas de US$ 19,0 bilhões em 2023, 9% menor a/a, devido, principalmente, aos menores preços referência médios de minério de ferro, cobre e níquel durante o ano.

O custo caixa C1 de finos de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, foi 5% menor t/t, atingindo US$ 20,8/t no 4T. Em 2023, o C1 totalizou US$ 22,3/t, ficando abaixo do guidance de US$ 22,5/t para o ano.

O Fluxo de Caixa Livre das Operações de US$ 2,5 bilhões no 4T, representando uma conversão de EBITDA em caixa de 37%..

A dívida líquida da companhia ao fim do quarto trimestre de 2023 cresceu 20,8%, para US$ 9,56 bilhões, o que equivale a 0,6 vez o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Vale num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 0,2 vez.

A companhia reportou investimentos de US$ 2,1 bilhões no 4T, um aumento de US$ 331 milhões a/a, principalmente como resultado dos maiores investimentos nos projetos de Soluções de Minério de Ferro, especialmente Capanema e Estrada de Ferro Carajás, e aos maiores investimentos para melhorar nossas operações de mina de Metais para Transição Energética.

A dívida bruta e arrendamentos de US$ 13,9 bilhões em 31 de dezembro de 2023, US$ 113 milhões menor t/t; e a dívida líquida expandida de US$ 16,2 bilhões em 31 de dezembro de 2023, US$ 670 milhões maior t/t, principalmente devido ao incremento de provisão de US$ 1,2 bilhão relacionada à Fundação Renova e a um potencial acordo global. A meta de dívida líquida expandida da Vale continua a ser de US$ 10-20 bilhões.

“2023 foi um ano marcante para a Vale. Nossos resultados traduziram a evolução da nossa transformação cultural voltada para a segurança e o nosso progresso em direção à excelência operacional. Nossa produção de minério de ferro de 321 Mt em 2023 superou nosso guidance e forneceu evidências de uma maior confiabilidade de ativos e processos. Além disso, inauguramos nossa 1 planta de briquetes e firmamos uma parceria com a Anglo American em uma operação de classe mundial, passos importantes para sustentar nosso crescimento em volumes com qualidade”, comentou Eduardo Bartolomeo, presidente da companhia.

Em relação à transformação do negócio de Metais para Transição Energética, o executivo também destacou que a produção de cobre teve um crescimento impressionante de 50% no 4o trimestre, enquanto a produção de níquel ficou em linha com o guidance.

Sobre os compromissos judiciais da Vale, a empresa disse que 2023 “foi um ano de progresso substancial nas reparações de Brumadinho e Mariana.” O Acordo de Reparação Integral de Brumadinho continua progredindo com 68% dos compromissos acordados concluídos e dentro dos prazos estabelecidos. Na reparação de Mariana, a Fundação Renova acelerou a restituição do direito à moradia, entregando 575 soluções de moradia de um total de 675 previstas.

Conselho aprova remuneração de R$ 2,7 por ação aos acionistas

O conselho de administração da Vale aprovou, na data de hoje, a distribuição de dividendos no valor total bruto de R$ 2,738617408 por ação, apurados conforme o balanço de 31 de dezembro de 2023. O valor distribuído está em linha com a Política de Remuneração aos Acionista da companhia.

A data de corte para pagamento dos dividendos aos detentores de ações de emissão da Vale negociadas na B3 será o dia 11 de março de 2024, com pagamento a ocorrer em 19 de março de 2024. A record date para pagamento dos dividendos aos detentores de American Depositary Receipts (“ADRs”) negociados na New York Stock Exchange (“NYSE”) será o dia 13 de março de 2024, com pagamento a partir de 26 de março de 2024.

O valor de dividendos a ser pago por ação pode sofrer pequena variação até as datas de corte em decorrência do programa de recompra de ações, que impacta o número de ações em tesouraria.

Conselho aprova proposta de incorporação da subsidiária Florestas Rio Doce

O conselho de administração da Vale aprovou, na data de hoje, a proposta de incorporação de Florestas Rio Doce S.A., empresa não operacional e subsidiária 100% controlada pela Vale, para redução de custos e simplificação da estrutura do Grupo Vale.

Essa proposta será submetida à apreciação da Assembleia Geral de Acionistas, com realização prevista para 26 de abril.

Fonte: Agência CMA
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/02/2024

 

Vale compra 15% do Minas-Rio da Anglo American; produção no ativo poderia dobrar

A Vale (BVMF:VALE3) informou nesta quinta-feira que fechou um acordo com a Anglo American (JO:AGLJ) para adquirir 15% de participação no complexo Minas-Rio e estabelecer uma parceria no ativo, em operação que contará com recursos de minério de ferro da companhia brasileira do depósito de Serra da Serpentina.

O negócio envolve um desembolso de caixa de 157,5 milhões de dólares, sujeito a ajustes da dívida líquida e à variação do capital de giro na data do fechamento. Um ajuste no valor de pagamento será realizado para a Anglo American ou Vale, dependendo da variação do preço do minério de ferro.

A Anglo American continuará a controlar, gerenciar e operar Minas-Rio, incluindo qualquer futura expansão.

Segundo o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, Minas-Rio vai se beneficiar de grandes sinergias com o depósito de Serpentina, enquanto uma possível expansão futura poderá contar com a logística da empresa brasileira.

"Estamos confiantes de que essa parceria destravará valor significativo para todos os nossos stakeholders. Nós planejamos destinar nossa parcela do pellet feed de alta qualidade para nossas plantas de pelotas no Brasil e, no futuro, para os Mega Hubs, produzindo briquetes de minério de ferro", disse Bartolomeo.

O depósito da Serra da Serpentina é contínuo ao complexo Minas-Rio e possui recursos estimados em 4,3 bilhões de toneladas, o que "oferece consideráveis oportunidades de expansão, incluindo o potencial para duplicar a produção, que Anglo American e Vale avaliarão nos termos da transação", conforme nota divulgada pela companhia nesta quinta-feira.

Minas-Rio é uma operação integrada de minério de ferro com capacidade nominal de produção de pellet feed de alta qualidade de 26,5 milhões de toneladas por ano e com potencial de expansão para até 31 milhões de toneladas na configuração atual.

"A escala e a qualidade do corpo mineral de Serpentina oferecem valor significativo, incluindo a possibilidade de expandir a produção de produtos de pellet feed de qualidade superior que vendemos aos clientes da siderurgia, uma vez que estes focam na descarbonização de seus próprios processos nas próximas décadas", disse o presidente global da Anglo American, Duncan Wanblad.

Após a conclusão da transação, prevista para o quarto trimestre deste ano, a Vale receberá sua parcela proporcional da produção do Minas-Rio.

EXPANSÕES E LOGÍSTICA

A mineradora terá ainda uma opção de compra de mais 15% na operação ampliada de Minas-Rio, mediante desembolso de caixa e ocorrência de eventos relacionados à futura expansão do complexo, como recebimento da licença ambiental.

A operação de Minas-Rio ampliada terá a opção de utilizar a linha férrea próxima da Vale e o porto de Tubarão (ES) para transportar a produção expandida como uma alternativa à construção de um segundo mineroduto para a atual instalação portuária da Anglo American no Açu.

"Todas as soluções logísticas viáveis serão consideradas e avaliadas durante a pré-viabilidade", disse a Vale em nota.

O mineroduto Minas-Rio existente cruza a rede ferroviária da Vale a jusante do ativo da Anglo American, "permitindo que um segundo mineroduto muito mais curto se conecte com a ferrovia Vitória-Minas até o porto de Tubarão".

A transação não inclui ou afeta a participação de 50% da Anglo American na unidade de exportação do minério de ferro no Porto do Açu, esclareceu a Vale.

Segundo comentário do Itaú BBA, o acordo é "pequeno, mas estrategicamente positivo".

"Em nossa opinião, esta transação está alinhada aos esforços da Vale para melhorar a qualidade média de seu portfólio, dada a alta qualidade do material produzido pela Minas Rio (pellet feed)", disseram os analistas, acrescentando que ativo Serpentina, que será cedido à Anglo American, não era um projeto próximo a ser desenvolvido pela Vale.

"Portanto, na nossa opinião, parece ser uma decisão estrategicamente acertada rentabilizar esse ativo. O impacto da operação no desembolso de caixa e na alavancagem é insignificante", comentou o Itaú BBA em relatório.

A Vale seria responsável por 15% do investimento futuro, que provavelmente incluiria aportes na logística, seja em um mineroduto ou um ramal ferroviário mais curto para conectar à ferrovia, segundo o banco de investimento.

Fonte: Investimentos e Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/02/2024