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Debate pelo preço do aço passa a envolver também a Abimaq como um ator principal contra o pleito das siderúrgicas

Quem pensar que o debate sobre o preço do aço se esgotou, está muito enganado. O único que está em ponto morto, esperando tempo bom, como um velho sertanejo,  é o ministério comandado pelo Vice-PresidenteGeraldo Alckmin que, aqui pra nós, está careca de conhecer o problema. Mas o governo precisa se posicionar. Há que se ter firmeza e determinação. Os dois lados em disputa tem as suas razões, mas está carente de um árbitro justo. E neste caso, não se tem o VAR para recorrer. Não dá para o governo se fingir de morto e, no melhor estilo Paulo Guedes, deixar o mercado se acomodar.  Esse problema parece longe de terminar e permanecerá enquanto os mercados chinês e turco não conseguirem absorver a produção de suas siderúrgicas. Enquanto isso não acontecer, eles vão oferecer ao mercado mundial – e especial ao Brasil – um aço mais barato do que é produzido aqui. Os chineses e os turcos apostam  nos tropicões tributários que as empresas nacionais são obrigadas a enfrentar. Muitas caem de cara no chão. É imposto e taxas por todo lado atrapalhando a produção.

Por sua vez, as empresas consumidoras tem a oportunidade de comprar mais barato e aproveitam o preço de ocasião. Vale lembrar que na época da pandemia, o movimento foi ao contrário e as empresas comeram o pão que o diabo amassou, tendo que se virar para comprar o aço a um preço absurdamente caro no Brasil, que aumentava a cada mês, com as siderúrgicas brasileiras  optando por colocar  quase toda sua produção no exterior, porque o dólar era mais atrativo para se vender. Lembrando uma velha máxima popular: “ quem bate, esquece. Quem apanha, não.”

Sem vendas, as siderúrgicas nacionais são pressionadas a cortar custos,  o que inevitavelmente explode na redução da carga de trabalho e em seguida no corte de empregos e nas paralisações de suas unidades. Por enquanto,  a Gerdau já demitiu 700 funcionários e ArceloMittal, colocou 400 trabalhadores em férias coletivas e parou a unidade de Resende, no Rio de Janeiro. Mas esse movimento não vai parar enquanto o governo não aumentar as alíquotas de importação do aço, é o que estão reivindicando. O mercado vê este movimento como chantagem. As siderúrgicas, como trunfo. A solução seria diminuir a teia de impostos para tornar o aço mais competitivo. Mas com um governo guloso e gastador, com um déficit estimado em RS$ 177 bilhões, pode tirar o cavalo da chuva. Não será esta a solução que o governo apresentará. Por enquanto ele veste a fantasia do avestruz, enfiando a cabeça na terra para não ver nada.  E seja o que Deus quiser.

Ontem (22), a ABIMAQ  enviou uma nota para o Petronotícias contestando alguns pontos em relação ao  posicionamento apresentado aqui pelo Instituto Aço Brasil, publicado anteontem (21). Em relação a esta  nota,  a ABIMAQ  faz um exame de tudo que foi argumentado pela instituição que representa 85 % das siderúrgicas brasileiras.

“O aço é o principal insumo para a produção de máquinas e equipamentos e para diversos outros setores industriais no Brasil. A produção nacional já é altamente protegida pelas atuais tarifas, por medidas de defesa comercial e por normas técnicas que dificultam a entrada em um setor bastante concentrado, em que os principais fabricantes concentram enorme poder econômico.

As importações de máquinas e equipamentos são maiores que a de  aço. A participação de máquinas importadas no consumo aparente é maior do que a participação de aço importado. Os maiores aumentos de importação de aço ocorreram em produtos de aplicação destinada especificamente para as próprias usinas siderúrgicas. Dados da plataforma do governo brasileiro COMEX STAT, que  apontam um aumento de 883,9% nas importações de placas de aço.

Se o problema são as importações da China, o instrumento escolhido pelo aço está errado. Deveria ser um processo de subsídio contra a origem [aço derrama] China e não o aumento da alíquota de importação,  pois assim todos os tipos de aços, de qualquer origem, seriam atingidos. Portanto, o pleito foi genérico e indiscriminado.

O setor siderúrgico brasileiro pratica os maiores preços do mundo. Como aco é uma commodity, este é o motivo principal da competitividade chinesa e não o fato de a China praticar preço baixo. Chama a atenção que a siderurgia brasileira vende aço no mercado brasileiro com preços em media 83% mais caros do que os preços praticados em suas exportações. Ou seja, o setor explora o consumidor brasileiro,  se aproveitando de um mercado extremamente protegido com várias barreiras de importações.

Os vários setores industriais que consomem o aço como matéria prima, máquinas, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, autopeças, automóveis, caminhões, ônibus, material ferroviário, construção civil, agricultura, setor naval, infraestrutura, óleo & gás, que incluem obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – são mais estratégicos que o setor siderúrgico, pois agregam mais valores em suas cadeias do que um setor que produz apenas a matéria prima. O setor siderúrgico gera aproximadamente 120 mil empregos diretos, enquanto os setores que transformam o aço empregam mais de 5 milhões de pessoas diretamente.

Se a medida for adotada, com o aumento da proteção do aço, nossa indústria vai perder competitividade por aumento de preços,  vai gerar desemprego e acelerar a desindustrialização.

Mais de 90% do aço comprado no Brasil é de origem de distribuidores. Não há como o setor siderúrgico se comprometer que não haja aumento de preços pois o mercado é pulverizado. Vale lembrar que grande parte dos distribuidores é relacionada com as próprias siderúrgicas. O objetivo do setor é ter aumento de margens através do encarecimento da matéria prima.

O setor siderúrgico, de acordo com próprio Aço Brasil,  emprega apenas 120 mil postos de trabalho diretos, aproximadamente.  Por agregar mais valor nas cadeias produtivas mais longas, os consumidores de aço como matéria prima recolhem mais tributos do que o setor siderúrgico. O setor de máquinas faz mais investimentos que o setor siderúrgico por ser muito maior e mais tecnológico. [aço carros] Os consumidores de aço investem mais.  

O atendimento dos pleitos do Instituto Aço Brasil representaria, em síntese, prejudicar severamente a competitividade de toda a produção nacional de máquinas e equipamentos e de outros produtos que agregam mais valor e geram mais empregos e renda que o setor do aço, em troca de benefícios individuais para grandes empresas siderúrgicas, que tem obtido resultados significativos nos últimos anos.

Fonte: Petronotícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/11/2023

Minério de ferro atinge a máxima de 9 meses

Os contratos futuros de minério de ferro subiram pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira, impulsionados pelo otimismo persistente com o novo apoio ao mercado imobiliário da China, embora o abrandamento do mercado de aço tenha limitado os ganhos na sessão da manhã.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou o dia com alta de 1,53%, a 993,5 iuanes (137,77 dólares) a tonelada, o maior valor desde 15 de novembro.

O minério de ferro de referência para dezembro na Bolsa de Cingapura subiu 1,04%, para 134,65 dólares a tonelada, o maior valor desde 21 de fevereiro.

Os consultores do governo chinês pedem uma meta de crescimento estável em 2024, quando se espera mais apoio da política fiscal para manter as metas de desenvolvimento de longo prazo no caminho certo, informou a Reuters.

Os órgãos reguladores chineses estão elaborando uma lista de 50 incorporadoras imobiliárias elegíveis para financiamento, informou a Bloomberg News na segunda-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

'Isso poderia ajudar a estabilizar a demanda de aço do setor de construção, embora um declínio sazonal na atividade de construção funcione como uma restrição', escreveram os analistas do ANZ Bank em uma nota.

Os analistas alertaram sobre os possíveis riscos nos preços do minério de ferro, citando a possibilidade de maior supervisão por parte das autoridades após a recente alta dos preços.

Outras matérias-primas siderúrgicas ampliaram as quedas de preços, com o carvão metalúrgico e o coque na DCE caindo 1,19% e 0,79%, respectivamente.

'Os fundamentos do aço não são muito favoráveis, já que a desestocagem diminuiu', disseram os analistas da Sinosteel Futures.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/11/2023

Aço Brasil informa que 18% do aço usado no país é importado

De acordo com as estatísticas do Instituto Aço Brasil, o consumo aparente de aço no país aumentou 0,5% nos primeiros nove meses do ano indo de 17,914 milhões de toneladas para 18 milhões de toneladas, enquanto a produção caiu 8,4%, passando de 26,046 milhões de toneladas no ano passado para 23,864 milhões de toneladas este ano.

As exportações caíram 4,4% nos três primeiros trimestres, saindo de 9,281 milhões de toneladas entre janeiro e setembro do ano passado para 8,868 milhões de toneladas no mesmo período deste ano.

O parque siderúrgico brasileiro vendeu, nos primeiros nove meses de 2023, 14,754 milhões de toneladas para o mercado interno, exportando 8,868 milhões. A soma chega a 23,622 milhões de toneladas – cerca de 232 mil toneladas menos do que a produção, indicando que essa diferença está nos estoques da siderurgia.

Se o parque siderúrgico vendeu 14,754 milhões de toneladas de aço no mercado interno, a diferença entre esse número e o consumo aparente é de 3,246 milhões de toneladas. Os dados do Instituto Aço Brasil apontam que o país importou, nos primeiros nove meses do ano, 3,374 milhões de toneladas de aço, pouco mais que a diferença entre as vendas internas e o consumo.

Esse volume de importações era de 2,365 milhões de toneladas no ano passado. Além de o número bruto neste ano ser 57,9% mais alto do que o de 2022, ele também mostra que, se nos três primeiros trimestres do ano passado 12,9% do aço usado no Brasil era importado, no mesmo período deste ano esse percentual pulou para 18%.

Fonte: Diário do Vale
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/11/2023

Minério de ferro de Cingapura atinge alta de 8 meses com apoio da China ao setor imobiliário

Os contratos futuros de minério de ferro subiram pela segunda sessão nesta terça-feira, com o índice de referência de Cingapura atingindo uma máxima de oito meses, uma vez que o sentimento foi impulsionado pelo mais recente apoio de Pequim ao setor imobiliário e persistiram preocupações sobre possíveis interrupções na oferta.

O minério de ferro mais negociado em janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian (DCE) da China, DCIOcv1, encerrou as negociações diurnas em alta de 1,93%, a 978,5 iuanes (US$ 135,69) por tonelada, o maior valor desde 15 de novembro.

O minério de ferro de referência para dezembro, SZZFZ3, na Bolsa de Cingapura subiu 1,34%, para US$ 132,85 a tonelada, o maior valor desde 15 de março.

Os reguladores chineses estão a elaborar uma lista de 50 promotores imobiliários elegíveis para uma série de financiamento, informou a Bloomberg News na segunda-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

O índice imobiliário CSI 300 da China .CSI000952 subiu quase 2,5%.

“Esperamos que Pequim possa eventualmente ter que desempenhar o papel de credor como último recurso para resgatar algumas grandes incorporadoras em dificuldades e preencher a vasta lacuna de financiamento para a construção e entrega dessas casas pré-vendidas”, disseram analistas do banco de investimento Nomura em nota.

O mercado também estava preocupado com uma possível interrupção no fornecimento no curto prazo após notícias de que cerca de 400 maquinistas da divisão de minério de ferro BHP.AX da BHP na Austrália Ocidental iniciarão uma ação industrial no final desta semana.

Outros ingredientes siderúrgicos foram mais fracos, com o carvão metalúrgico DJMcv1 e o coque DCJcv1 no DCE caindo 2,74% e 1,59%, respectivamente.

Os benchmarks do aço na Bolsa de Futuros de Xangai perderam alguns ganhos anteriores, com analistas atribuindo o aumento às restrições de produção no principal centro de produção, Tangshan.

O vergalhão SRBcv1 subiu 0,78%, a bobina a quente SHHCcv1 caiu 0,12%, o fio-máquina SWRcv1 permaneceu pouco alterado e o aço inoxidável SHSScv1 caiu 0,97%.

Algumas cidades do norte, incluindo Tangshan, implementaram uma resposta de emergência de nível 2 a partir de domingo, após uma previsão de forte poluição atmosférica. As siderúrgicas locais normalmente são obrigadas a reduzir a produção durante ações de emergência.

“O apoio ao mercado siderúrgico é um apoio adicional ao mercado imobiliário, bem como à contínua redução de estoques de produtos siderúrgicos”, disse Chu Xinli, analista da China Futures em Xangai.

Fonte: ADVFN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/11/2023

 

Governo brasileiro, diplomatas e especialistas esperam que vitória de Milei acelere acordo Mercosul-UE

A vitória presidencial do ultraliberal Javier Milei na Argentina não prejudicará o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e pode acelerar a conclusão das negociações antes de ele assumir o cargo em 10 de dezembro, disseram uma fonte do governo brasileiro, diplomatas e especialistas em comércio entre a noite de domingo e esta segunda-feira.

Com a vitória de Milei, espera-se que o radical diminua o tom das suas críticas de campanha ao bloco do mercado comum sul-americano e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não gerando perturbações no comércio do Mercosul, disseram.

"O acordo já está em uma velocidade que independe dessa política. E o Milei, por princípio, é a favor desse acordo, é a favor do livre comércio", disse uma fonte do governo que acompanha as negociações entre os dois blocos.

Os ataques de Milei levantaram dúvidas sobre o futuro do Mercosul e levaram os negociadores a intensificar esforços para superar as diferenças e a realizar reuniões semanais por videoconferência, na esperança de encerrar as negociações a tempo para um encontro do Mercosul em 7 de dezembro.

"Lula provavelmente estará ainda mais interessado em conseguir isso agora", disse um diplomata europeu com conhecimento das negociações.

Um tratado comercial foi acordado em 2019, após duas décadas de negociações, mas compromissos ambientais adicionais exigidos pela UE levaram o Brasil e a Argentina a procurar novas concessões que prolongaram as negociações.

O ex-secretário de Comércio Exterior brasileiro Welber Barral, em Buenos Aires para acompanhar a eleição presidencial, disse não ver Milei cumprindo suas ameaças de saída do bloco comercial formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

"A abertura dos mercados faz parte do discurso de Milei, então ele provavelmente apoiará o acordo com a UE, apesar das críticas ao Mercosul", disse ele em entrevista.

O pragmatismo prevalecerá em ambos os lados, disse Barral, uma vez que as relações comerciais são muito importantes. A Argentina é o maior mercado do Brasil para produtos manufaturados, principalmente automóveis e peças automotivas.

Lula, que foi rotulado de "comunista raivoso" por Milei durante a campanha, desejou sucesso ao novo governo do país vizinho e disse que o Brasil está pronto para "trabalhar junto com nossos irmãos argentinos", em declaração em que não citou nominalmente o presidente eleito.

ATRITOS

Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, espera que Milei continue atacando Lula ocasionalmente, mas que o experiente presidente do Brasil não deve responder para evitar qualquer escalada.

As relações provavelmente voltarão a ser o que eram entre o atual presidente peronista da Argentina, Alberto Fernández, e o ex-presidente de direita do Brasil, Jair Bolsonaro, que não se falavam, disse Stuenkel.

"Não houve ruptura formal e os burocratas continuaram a falar, os laços comerciais continuaram normalmente, mas não houve espaço político para novas iniciativas que exigiriam o apoio dos palácios presidenciais", disse ele.

Embora Milei seja pró-comércio, ele é um negacionista do clima e isso poderia ser um obstáculo para a ratificação na Europa do pacto comercial UE-Mercosul se ele se tornar um alvo de ambientalistas e protecionistas europeus, disse Stuenkel.

De qualquer modo, a vitória de Milei traz preocupação, disse a fonte do governo e duas outras autoridades do Ministério da Fazenda, que falaram sob condição de anonimato. Eles ponderaram que é necessário aguardar sinais concretos do presidente eleito para avaliar se haverá algum tipo de moderação.

"É natural que a realidade do governo se imponha ao discurso eleitoral, mas ainda não temos clareza de qual será a linha adotada", disse uma das fontes da equipe econômica.

"Se você quer partir para a dolarização, fica mais importante ainda você exportar mais, você precisa ter mais acesso a mercados", afirmou a outra autoridade, em referência ao plano de Milei de extinguir o Banco Central da Argentina e transformar o dólar norte-americano em moeda oficial do país.

Foi mencionada ainda preocupação com um possível fôlego que poderá ser dado a Milei e à direita na América Latina com a aproximação da campanha presidencial nos Estados Unidos de 2024, que promete novamente colocar em evidência o ex-presidente norte-americano Donald Trump, alinhado com visões ultraliberais.

Fonte: Reuters
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 21/11/2023

BTG vê “tempestade perfeita” nas siderúrgicas; BofA eleva minério de ferro

As siderúrgicas brasileiras estão vivendo uma ‘tempestade perfeita’: a demanda está fraca, os preços do aço estão em queda constante e o nível de rentabilidade está próximo do low histórico. 

Para piorar, o aumento expressivo das importações de aço (que subiram quase 60% ano contra ano) está adicionando ainda mais pressão no setor — que já fala em centenas de demissões e não para de bater na porta do Governo pedindo maiores tarifas de importações. 

“Em todos esses anos cobrindo o setor, não conseguimos lembrar de um trimestre tão depressivo para as siderúrgicas brasileiras como esse,” escreveu o BTG Pactual.

Os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner dizem que sua convicção para recomendar as ações do setor também está no low dos últimos anos — e que há melhores oportunidades em outros setores.

“A Gerdau é o nosso único ‘buy’ no setor, mas os downgrades contínuos dos lucros devem pressionar o desempenho das ações no curto prazo,” diz o relatório. 

O BTG tem um preço-alvo de R$ 24,5 para a Gerdau, um potencial de alta de apenas 5,6% em relação ao preço de tela. Já para a CSN e Usiminas, o banco tem recomendação ‘neutra’ e preço-alvo de R$ 14,86 e R$ 7,5, respectivamente. A CSN negocia hoje a R$ 16,08 e a Usiminas a R$ 7,88. 

Os analistas notam que as margens EBITDA das três empresas estão “inaceitavelmente baixas”.

“Mesmo a Gerdau, que é referência na indústria e de longe a que tem as maiores vantagens competitivas, reportou uma margem EBITDA da unidade brasileira de apenas 13% no terceiro trimestre,” escreveram os analistas. “Esses níveis só foram atingidos durante períodos de recessão (como o governo Dilma) e se comparam a margens históricas de 18-20% para o meio do ciclo.”

A situação da CSN e Usiminas está ainda pior, com a CSN reportando uma margem EBITDA de míseros 3,4%, e a Usiminas operando com margem negativa. 

O BTG disse que, dado esse cenário, entende porque as siderúrgicas brasileiras estão tão vocais sobre a necessidade de ajuda do governo em meio ao crescimento das “importações predatórias” no País. 

“Com as exportações do aço chinês batendo em 90 Mtpa em 2023 (2x o montante do ano passado), há um argumento razoável de que há um excesso no mercado,” diz o relatório. “Por exemplo, as importações de aço plano subiram 60% este ano no Brasil, colocando em risco centenas de empregos na indústria.”

Os analistas dizem ainda que já tem visto diversas economias adotando medidas protecionistas contra as importações do aço chinês, e que o imposto de importação do Brasil (de 10% a 12%) é muito inferior ao de países importantes. Nos EUA, por exemplo, esse imposto é de 25%. 

“Mas ainda que a gente entenda os argumentos, a gente não incorpora um imposto mais alto nos nossos modelos, já que acreditamos que outros lobbies terão mais poder de barganha com o Governo do que as siderúrgicas nesse momento.”

Enquanto a Gerdau sofreu hoje, caindo mais de 4%, a CSN e a Usiminas subiram 10% e 3%, se beneficiando de um upgrade do Bank of America para todo o setor de mineração, da Vale a CSN, passando pela Ternium e pela Usiminas.

O BofA acredita que o minério de ferro deve passar por mais um rali nos próximos meses, atingindo o patamar de US$ 150/tonelada no primeiro trimestre do ano que vem.

Isso deve acontecer porque as “usinas devem ser forçadas a comprar no mercado já que elas estão persistentemente com estoques baixos.”

Fonte: Brazil Journal
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/11/2023