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China importa recorde de minério de ferro em 2024 com demanda resiliente e exportações de aço

As importações de minério de ferro pela China em 2024 atingiram recorde pelo segundo ano consecutivo, mostraram dados alfandegários nesta segunda-feira, conforme os preços mais baixos estimularam as compras, enquanto a demanda permaneceu resiliente principalmente devido às fortes exportações de aço que estão inflamando as tensões comerciais.

A China, maior consumidora de minério de ferro do mundo, importou cerca de 1,24 bilhão de toneladas de minério no ano passado, mostraram dados da Administração Geral de Alfândega, um aumento de 4,9% em relação a 1,18 bilhão de toneladas em 2023, quando houve alta anual de 6,6%.

As importações de minério de ferro da China também devem atingir recorde em 2025, uma vez que os comerciantes estão estocando minério barato, apesar de uma crise imobiliária prolongada seguir pesando sobre a demanda doméstica de aço.

A produção de aço caiu 2,7% em relação ao ano anterior nos primeiros 11 meses de 2024 e caminhava para um declínio anual, mas isso refletiu em grande parte a produção fraca de siderúrgicas que utilizam fornos elétricos, que fornecem para o setor de construção e usam sucata de aço em vez de minério de ferro como insumo.

A demanda por minério de ferro permaneceu sólida entre as siderúrgicas de alto-forno da China, que conseguiram manter a competitividade de custos.

Entretanto, muitas siderúrgicas de fornos elétricos tiveram que realizar manutenção ou reduzir a produção em meio a restrições persistentes no fornecimento de sucata.

Além disso, os comerciantes que compraram minério de ferro de alto custo no início do ano passado continuaram adquirindo o ingrediente para diluir seus custos gerais de produção e reduzir as perdas, disseram os analistas.

O crescimento das importações de minério de ferro contribuiu para a queda dos preços e para o aumento dos estoques nos portos, que subiram 28% em relação ao ano anterior, atingindo 146,85 milhões de toneladas em 27 de dezembro, segundo dados da consultoria Steelhome.

As exportações de aço da China atingiram um recorde de 110,72 milhões de toneladas em nove anos em 2024, um aumento de 22,7% em relação a 2023, alimentando as tensões comerciais globais. Vários países, incluindo a Turquia e a Indonésia, impuseram taxas antidumping, argumentando que uma enxurrada de aço chinês barato está prejudicando os fabricantes nacionais.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/01/2025

 

Depois de Balneário Camboriú, corrida por prédios mais altos chega a São Paulo

O prédio mais alto de São Paulo, o Platina 220, no Tatuapé (zona leste da capital), tem 172 metros de altura e 46 andares. Entregue em 2022, ele ocupou a liderança que foi por décadas do Mirante do Vale, no centro, com seus 170 metros. Em breve, o Platina deve cair para a quinta posição na cidade.

Há um movimento de novos espigões, ao menos para o padrão paulistano, que estão em construção ou em fase de lançamento, na linha do que tem sido feito em outras cidades brasileiras, como Balneário Camboriú e Goiânia. Em 2026, a WTorre vai entregar o próximo edifício mais alto da cidade, o Alto das Nações, empreendimento corporativo em Santo Amaro (zona sul) com 219 metros de altura, 45 andares e mirante. As incorporadoras Cyrela, One e Benx têm projetos residenciais que ocuparão o intervalo entre o Platina e o Alto das Nações.

Para seus realizadores, são “marcos” para a cidade e permitem construir mais em áreas menores. Já entre os urbanistas, enfrentam críticas sobre a formação de sombra, de corredores de vento e pela velocidade do aumento da altura.

Os novos projetos previstos em São Paulo são altos, mas ficam pequenos perto dos arranha-céus de Balneário Camboriú, que beiram os 300 metros. Agora, a incorporadora FG quer atingir 500 metros de altura com o edifício Senna, lançado em 2024, uma parceria com a família do piloto e Luciano Hang, das lojas Havan. A fundação do prédio de mais de 150 andares começou a ser preparada nesta semana, conta Stephane Domeneghini, diretora executiva da FG Talls, área do grupo FG especializada em arranha-céus.

A incorporadora decidiu criar a FG Talls para prestar consultoria aos seus próprios edifícios e para oferecer essa expertise a outras empresas. Já está trabalhando com uma incorporadora de grande porte de São Paulo e empresas de Florianópolis e do Rio.
Para Domeneghini, há um movimento “irrefreável” de busca por prédios mais altos, mas os engenheiros brasileiros, que têm alta qualidade técnica, ainda não dominam o segmento. A fundação precisa ser reforçada, os elevadores mais rápidos e revestimentos da fachada têm que suportar o clima mais hostil.

Por falta de conhecimento e por medo, engenheiros e projetistas exageram nos cálculos de estrutura e de materiais, o que torna as obras mais caras do que já são - a parte estrutural de prédio “super alto” equivale a 35% do custo da obra, enquanto em um edifício comum, de menos de 100 metros, não passa de 20%, diz a diretora.

Para a WTorre, os 219 metros do Alto das Nações são um desafio de engenharia, conta Gabriella Lorca, gerente de desenvolvimento imobiliário da companhia. Mais ainda porque o projeto teve que ser revisado depois da pandemia, por causa do aumento do preço do aço, mas mantendo a velocidade da obra.

Mesmo assim, a visibilidade que o empreendimento e a própria companhia ganham compensa as dificuldades. “O projeto vira um marco, a cidade ganha um novo ponto turístico”, afirma. Todas as lajes corporativas do prédio já foram vendidas.

A Benx, que lançou no ano passado o PG Residence, prédio com 173 metros de altura, relaciona a viabilidade dos prédios altos na cidade a mudanças no Plano Diretor e na Lei de Zoneamento. “Estamos vendo uma verdadeira ‘corrida’, no bom sentido, para ver quem constrói o prédio mais alto”, afirma Luciano Amaral, gerente-geral da incorporadora, o que seria reflexo do desejo do consumidor por morar em andares mais elevados.

“Eles querem a vista, por isso as torres vão ficando cada vez mais altas”, afirma Paulo Petrin, vice-presidente da incorporadora One Innovation, que planeja lançar no segundo semestre o novo residencial mais alto de São Paulo, com 209 metros, em Pinheiros, com vista para os Jardins.

Valter Caldana, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pondera que é “seríssima” a mudança no padrão de sombra e no fluxo de ar causado pelos prédios altos, que alteram o microclima no entorno dos edifícios.

Para ele, se a evolução da altura acontecesse de forma paulatina, teriam sido criados dispositivos para mitigar esses efeitos. No entanto, o que ocorre em São Paulo seria uma ruptura, com rápido aumento do número médio de pavimentos dos prédios. “Não discuto se será melhor ou pior, mas será outra cidade”, diz. Caldana também faz a ressalva, contra o senso comum, de que São Paulo não é uma cidade muito verticalizada.

Domeneghini não nega que os prédios altos causem mais sombra e vento no entorno, mas não vê isso como problema. “A sombra e o vento, para o Brasil, é algo até positivo”, diz. Para ela, cânones do pensamento de urbanismo e arquitetura, que prezam pela incidência de sol, precisam ser adaptados ao clima tropical.

Sua visão é de que os arranha-céus de Balneário Camboriú são aprovados pela população e geram recursos para melhorias da cidade, por meio do pagamento de outorga onerosa, permissão para construir acima do limite das cidades. O custo extra contribui para direcionar os prédios para o alto padrão.

Por vezes, a altura é um subproduto do luxo. Em Goiânia, capital que tem hoje o quinto maior prédio do Brasil, com 191 metros de altura, a incorporadora City Soluções Urbanas lançou um conjunto de três torres que será o maior residencial da cidade, com 196 metros cada.

Victor Tomé, diretor de projetos da empresa, explica que os clientes demandavam prédios com apenas um apartamento por andar e, para conseguir aproveitar o potencial construtivo do terreno, a saída foi fazer edifícios mais altos. As torres do City Park terão 48 andares cada e ficam em frente ao parque Vaca Brava, um dos principais de Goiânia. “Não adianta querer fazer [projetos altos] em lugar onde não vou ter essa valorização”, afirma.

O empreendimento terá elevadores que vencem os 48 andares em 40 segundos, com portas mais largas, para evitar o içamento de móveis. Também haverá geradores para os apartamentos e, claro, para os ascensores.

O professor Caldana ressalta que é comum confundir prédios mais altos com adensamento urbano, embora as duas coisas não andem juntas, vide a vocação dos novos arranha-céus para o padrão de luxo, pouco denso. “Há toda uma simbologia, de marketing, que vem de cidades como Miami e Dubai”, diz.

É a propaganda também que faz com que o imaginário popular associe a presença de espigões ao grau de desenvolvimento das cidades, pontua Caldana, apesar de não ser uma evolução obrigatória - não ocorreu em capitais europeias como Paris e Barcelona, por exemplo.

Fonte: Valor
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 15/01/2025

 

Siderúrgicas ampliam exportações de aços planos. Importações em queda de 19%

Os dados comerciais de aço em dezembro foram positivos para a indústria siderúrgica brasileira, pois a queda de 19% no mês das importações de aço laminado foi acompanhada por um aumento de 12% no mês das exportações do produto. Segundo a análise do Banco Safra, dezembro foi um bom mês tanto para o aço plano quanto para o longo, marcado por menores importações.

Os principais destaques do mês foram a redução das importações de aço laminado (-28% ao mês) e aço longo (-6%). A penetração de importações permanece acima dos níveis históricos para ambos os produtos, embora provavelmente tenda a diminuir em dezembro (ainda temos que esperar pelos dados do consumo aparente da Aço Brasil para dezembro), e dados recentes mostram que a penetração de aço longo é relativamente mais próxima dos níveis normalizados em comparação com aço plano.

Siderúrgicas ampliam exportações de aço laminado

As exportações de aço laminado plano aumentaram 72% ao ano, enquanto as exportações de aço laminado longo caíram 12%.

Os dados de comércio de aço de dezembro foram melhores para aço plano em comparação com aço longo pela primeira vez há tempos, mas o Banco Safra mantém a preferência relativa para o aço longo sobre aço plano no Brasil, uma vez que ainda vê uma penetração de importados mais controlada.

Principais pontos positivos dos resultados das siderúrgicas:

(i) As exportações de aço plano aumentaram 104% no mês, para 74kt;
(ii) As exportações de aço semiacabado aumentaram 72% ao ano, para 548 kt;
(iii) As importações de aço plano diminuíram 28% ao ano, para 173kt;
(iv) As importações de aço longo diminuíram 6% no mês de janeiro, para 62 kt;
(v) As importações de outros aços longos diminuíram 1% no mês, para 62 kt.

Principais pontos negativos:

(i) As importações de aço semiacabado aumentaram 47% ao ano, para 34kt;
(ii) As exportações de aço longo diminuíram 12% no mês de janeiro, para 82 kt;
(iii) As exportações de outros aços longos diminuíram 8% no mês, para 49 kt.

Fonte: O Especialista
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025

 

Setorial Siderurgia e Mineração | Janeiro 2025

De maneira geral, as ações do setor tiveram performance negativa em dezembro e no ano de 2024, refletindo o cenário desfavorável para o setor e o aumento da aversão a risco no último mês do ano, que prejudicou a atratividade de ativos de países emergentes.

Mineração

Na China, o PMI Industrial permaneceu em torno da linha de 50 pontos, que indica neutralidade entre expectativa de expansão e retração da atividade. A produção e do consumo de aço voltaram a retrair, assim como as importações de minério, embora tenham seguido resilientes, o que manteve os estoques da commodity elevados. Os preços de minério de ferro de ferro oscilaram em torno dos US$ 100/t desde o mês de dezembro.

No Brasil, apesar da queda no volume em dezembro, as exportações recuperaram, no ano de 2024, o patamar de embarques anterior ao acidente de Brumadinho.

Siderurgia

Em dezembro, os preços internacionais de aço moveram-se em diferentes direções: nos EUA, houve ligeiro incremento das cotações e na China, as cotações encerraram o mês com queda em relação ao fechamento de novembro. No Brasil, oa confiança do empresário do setor sobre a situação atual da economia e da empresa se deteriorou e voltou a ficar abaixo da linha de 50 pontos.

Dados mais recentes da indústria siderúrgica mostram que apesar da sazonalidade desfavorável em novembro, observou-se um movimento de queda em todas as métricas do setor na comparação mensal, incluindo as importações, embora estas tenham atingido patamar recorde no acumulado de 2024.

Fonte: InvesTalk
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025

 

Projetos de terras raras no Brasil registram aumento expressivo nos investimentos

Embora os investimentos em projetos de terras raras estejam crescendo, o segmento continua representando apenas uma pequena fração da mineração brasileira.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) espera que US$ 1,46 bilhão sejam investidos em projetos de terras raras entre 2024 e 2028, em comparação com US$ 150 milhões em 2023-27.

No entanto, somas muito maiores foram destinadas a segmentos maduros como minério de ferro, cobre e ouro. Em todo o setor, o Ibram projeta investimentos de US$ 64,5 bilhões até 2028.

"O segmento de terras raras ainda não é tão popular nos setores de mineração brasileiros, mas já há sinais de crescente interesse, principalmente por parte de investidores internacionais," disse à BNamericas José Carlos Martins, sócio-gerente da Neelix Consulting Mining & Metals.

A chinesa CNMC Trade Company anunciou recentemente, por US$ 340 milhões, a aquisição da Mineração Taboca, da peruana Minsur. A Taboca opera a mina de estanho-nióbio-tântalo de Pitinga, no Amazonas, e é proprietária da fundição de Pirapora, em São Paulo.

Para Martins, "o valor pago pelo controle da Taboca foi bastante alto, e o que se especula no mercado é que, além das operações existentes, a empresa chinesa está interessada em explorar o potencial associado aos elementos de terras raras na região das operações da Taboca".

Enquanto isso, a Aclara Resources nomeou country manager Murilo Nagato, ex-executivo da Appian Capital Brazil, visando avançar o projeto Carina, de US$ 600 milhões, localizado em Goiás. Carina é o projeto de terras raras com o maior capex no Brasil, segundo o banco de dados de projetos da BNamericas.

As tarefas de Nagato, conforme comunicado da Aclara, incluem gerenciar o processo de licenciamento e o desenvolvimento técnico, com foco na minimização de despesas operacionais e de capital, enquanto executa o projeto dentro do cronograma.

Com uma vida útil de 22 anos, espera-se que o projeto produza uma produção média anual de 191 toneladas de disprósio e térbio e 1.350 t de neodímio e praseodímio, componentes essenciais para produzir ímãs de alto desempenho usados em veículos elétricos e tecnologias de energia renovável.

O projeto Carina está em estágio de pré-viabilidade, com a Hatch atuando como consultora de engenharia. O projeto está progredindo conforme o cronograma e suas operações estão previstas para começar em 2028, informou a Aclara.

OUTROS PROJETOS

O banco de dados de projetos da BNamericas lista outros projetos de terras raras no Brasil. Entre eles estão Colossus, de propriedade da australiana Viridis Mining and Minerals; Caldeira, da júnior australiana Meteoric Resources; e Terra Brasil Minerals. Os três estão localizados em Minas Gerais.

Terras raras são necessárias para a produção de turbinas eólicas e painéis solares, além de servirem como insumos nas indústrias de petróleo e química, entre outras.

Fonte: BN Americas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/01/2025

 

Cocari indica cuidados essenciais para as lavouras no verão

O verão, com seu clima quente e chuvoso, exige atenção redobrada dos produtores rurais. A combinação de calor e umidade favorece o surgimento de doenças fúngicas, tornando o monitoramento constante uma prioridade para proteger as lavouras.

“Devemos manter um monitoramento constante e utilizar um programa de fungicidas sistêmicos e protetores. É fundamental que essa prática comece antes do período de ‘fechamento de rua’ na lavoura, para proteger as folhas do baixeiro e garantir a melhor sanidade pelo maior tempo possível”, orienta Rodrigo Rombaldi, consultor do Departamento Técnico (Detec) da Cocari.

Tecnologia como aliada no manejo

Em áreas onde a umidade dificulta a entrada de máquinas agrícolas, o uso de drones para pulverização tem se mostrado uma solução eficiente e sustentável. “O uso de drones evita o pisoteio na lavoura, permitindo que a aplicação de defensivos seja feita de forma precisa e sem danificar o solo”, explica Rombaldi.

Essa alternativa tecnológica não apenas garante agilidade e precisão, mas também contribui para a preservação da estrutura do solo e para a saúde das plantas, mesmo em condições desafiadoras.

Fonte: Cultivar
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 08/01/2025