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A invasão do aço chinês: como a concorrência com o produto da China afetou o mercado brasileiro

Nos últimos anos, o mercado brasileiro de aço tem testemunhado uma presença cada vez mais significativa do aço chinês, gerando debates acalorados sobre os impactos dessa tendência sobre a economia e a indústria local. Esse fenômeno reflete uma globalização intensa do setor siderúrgico, onde o aço chinês ganha destaque por sua capacidade competitiva e por seus efeitos diretos em países importadores.

A China, como maior produtora e exportadora mundial de aço, tem influenciado mercados do mundo inteiro, incluindo o brasileiro. Essa inserção maciça de produtos chineses vem intrinsecamente ligada a preços baixos e volume de produção imenso, o que gera um cenário de intensa concorrência. Esse movimento traz à tona preocupações relacionadas à capacidade das indústrias nacionais de se manterem competitivas e às consequências para o mercado de trabalho local.

O debate sobre a presença do aço chinês no mercado brasileiro é relevante para entender como a globalização dos mercados impacta diretamente as economias nacionais. Em um cenário de produção interna de aço pressionada por variáveis externas, analisar a situação sob a ótica dos impactos econômicos e industriais é fundamental para traçar estratégias de adaptação e crescimento.

Diante desse contexto, este artigo se propõe a examinar os múltiplos aspectos dessa dinâmica, abordando desde o histórico de importações até as implicações econômicas e sociais, bem como as possíveis estratégias para a indústria brasileira se fortalecer frente à concorrência internacional.

Histórico da importação de aço da China para o Brasil

A importação de aço chinês para o Brasil não é uma prática recente, mas ganhou força nas últimas duas décadas com a crescente capacidade de produção da China, que se consolidou como um dos pilares do comércio global no setor siderúrgico. Historicamente, o Brasil sempre foi um ator relevante na produção de aço, sustentado por vastas reservas de minério de ferro e uma indústria consolidada ao longo do século XX.

No entanto, a partir dos anos 2000, a abertura econômica do Brasil e as condições vantajosas oferecidas pelo mercado chinês estimularam um aumento nas importações. A China, com sua eficiência de produção e capacidade de operar em escala inédita, conseguiu oferecer produtos a preços que muitos produtores locais não conseguiam igualar.

O crescimento econômico chinês movido por pesados investimentos em infraestrutura também exigiu uma expansão produtiva robusta, que resultou no aumento de exportações de aço barato.

Ao longo desses anos, a política de livre comércio e tarifas de importação relativamente baixas no Brasil facilitaram a entrada de aço chinês. O cenário global de excesso de capacidade de produção de aço, em grande parte devido à China, também contribuiu para a intensificação das exportações para países como o Brasil. Esse quadro levou a uma mudança de paradigmas no setor siderúrgico brasileiro, exigindo iniciativas de adaptação e inovação.

Principais motivos para a competitividade do aço chinês

A competitividade do aço chinês no mercado internacional, incluindo o brasileiro, pode ser atribuída a diferentes fatores que, combinados, conferem à China uma posição de destaque no setor. Em primeiro lugar, a produção em larga escala é uma das chaves para entender essa vantagem competitiva. As siderúrgicas chinesas operam em gigantescas unidades de produção, que se beneficiam de economias de escala, reduzindo significativamente os custos por tonelada produzida.

Outro fator relevante é o forte apoio governamental. O governo chinês tem investido continuamente no setor siderúrgico, oferecendo subsídios para inovação tecnológica, infraestrutura de transporte eficiente e incentivos fiscais que permitem às empresas manterem preços baixos no mercado global. Esses subsídios ajudam a reduzir os custos operacionais e contribuem para a competitividade dos produtos chineses no exterior.

Além disso, as políticas de câmbio favoráveis e a mão de obra relativamente barata são aspectos que não podem ser ignorados. A China consegue manter uma força de trabalho vasta e economicamente acessível, o que favorece não apenas a produção de aço, mas a manutenção de um preço competitivo com relação aos produtores de outros países. O real desvalorizado frente ao yuan e outras moedas fortalece essa estratégia de competitividade no comércio internacional.

Impactos econômicos no setor siderúrgico brasileiro

Os impactos econômicos da invasão do aço chinês no Brasil têm sido amplamente sentidos, especialmente no setor siderúrgico. A pressão por preços baixos imposta pelas importações chinesas forçou muitas empresas brasileiras a ajustarem suas operações para manter a viabilidade econômica. Esse fenômeno resultou em reestruturações empresariais, fechamento de plantas e demissões, afetando profundamente a economia local de regiões dependentes da siderurgia.

As siderúrgicas brasileiras, que não conseguem competir apenas na base do preço, têm sofrido para manter suas margens de lucro. O prejuízo não é apenas financeiro; ele se reflete em investimentos reduzidos, pesquisa e desenvolvimento prejudicados, e uma possível perda de inovação tecnológica em longo prazo. Essa condição tem consequências diretas sobre a capacidade do país de competir em outros mercados e setores dependentes do aço.

Além disso, a balança comercial sofre com a crescente importação, que pode prejudicar a indústria nacional. Dependência excessiva do aço importado pode, em situações críticas, enfraquecer a posição do Brasil como um produtor relevante no mercado internacional. A longo prazo, essa fragilidade pode impactar outras cadeias produtivas, reduzindo a competitividade da indústria nacional de forma global.

Desafios enfrentados pela indústria nacional de aço

A indústria siderúrgica brasileira enfrenta diversos desafios diante da concorrência com o aço chinês, que vão além dos problemas econômicos. Um dos principais entraves é a necessidade de modernização tecnológica. Muitas siderúrgicas brasileiras ainda operam com equipamentos e processos datados, o que reduz a eficiência diante de uma concorrente que se apoia fortemente em inovação.

Outro desafio é a burocracia e os custos associados à produção no Brasil. Altos impostos, custos trabalhistas elevados e complexidade legislativa aumentam os gastos operacionais das empresas brasileiras e tornam difícil para elas competir com a eficiência de produção chinesa. A necessidade de uma reforma estrutural nesses aspectos é evidente para que as siderúrgicas nacionais possam melhorar sua competitividade.

Por último, há o desafio ambiental. Com regulamentações cada vez mais rigorosas para a produção de aço em relação a emissões de carbono e gestão de resíduos, as empresas brasileiras precisam encontrar maneiras sustentáveis de manter a produção enquanto atingem metas ecológicas. As siderúrgicas chinesas, por sua vez, estão investindo em tecnologias de redução de emissões, o que lhes confere uma vantagem potencialmente maior. Superar esses desafios é crucial para a sustentação e o crescimento do setor no Brasil.

Análise das políticas comerciais e tarifárias entre Brasil e China

As políticas comerciais entre Brasil e China sempre foram complexas e multifacetadas, influenciadas por fatores econômicos, diplomáticos e sociais. No que tange à importação de aço, as tarifas impostas e as políticas de comércio desempenham um papel crucial na dinâmica entre os dois países. O Brasil, enquanto busca proteger sua indústria, encontra-se em um dilema entre tarifas assertivas e a necessidade de manter relações comerciais favoráveis com a China.

Atualmente, o Brasil aplica algumas tarifas de importação sobre o aço chinês, mas em muitos casos, essas tarifas são insuficientes para contrabalançar o baixo custo dos produtos chineses. Além disso, existem políticas antidumping que visam proteger a indústria nacional contra práticas comerciais desleais. No entanto, a implementação eficaz desses mecanismos tem sido desafiadora, e seus efeitos são frequentemente limitados em um mercado globalizado.

Por outro lado, a China também mantém interesses comerciais significativos no Brasil e busca ampliar sua influência econômica, não apenas no setor siderúrgico, mas em diferentes setores da economia. Esse jogo de interesses cria um cenário de negociação constante, onde novas políticas podem ser desenvolvidas em busca de um equilíbrio que beneficie ambas as partes sem comprometer a competitividade das indústrias locais.

Efeitos sobre empregos e economia nas regiões siderúrgicas do Brasil

A entrada de aço chinês no mercado brasileiro tem impactos diretos e significativos sobre as regiões siderúrgicas do país, especialmente em termos de empregos e economia local. Regiões que tradicionalmente dependem da indústria siderúrgica para crescimento econômico e criação de empregos se veem desafiadas pela competição com produtos importados a preços mais baixos.

A concorrência com o aço chinês gerou uma pressão sobre o emprego, levando a um número crescente de demissões em empresas incapazes de sustentar a produção frente a margens de lucro reduzidas. Isso se traduz em um impacto social significativo, com o aumento do desemprego e a diminuição de oportunidades em áreas tradicionalmente dependentes da indústria siderúrgica.

Além disso, a redução na atividade econômica dessas regiões gera um efeito cascata sobre outras indústrias e pequenas empresas locais que dependem do setor siderúrgico. O fechamento de plantas ou a diminuição das operações não afeta apenas trabalhadores diretos, mas também fornecedores e prestadores de serviços das comunidades ao redor. Esses efeitos econômicos amplos requerem intervenção e estratégias para revitalizar essas áreas impactadas negativamente.

Casos de empresas brasileiras impactadas pela concorrência com o aço chinês

Vários exemplos de empresas brasileiras impactadas pela entrada do aço chinês no mercado doméstico podem ser destacados. Empresas de pequeno e médio porte, que operam com margens de lucro mais apertadas, são particularmente vulneráveis à concorrência com os preços baixos do aço importado da China.

Um exemplo proeminente é o da Usiminas, uma das principais siderúrgicas do Brasil, que ao longo dos últimos anos teve de lidar com a redução na capacidade de produção e cortes de postos de trabalho para manter a viabilidade econômica perante a competição com o aço chinês. Mesmo grandes conglomerados tiveram de rever planos estratégicos e de expansão em meio a um mercado global cada vez mais competitivo.

Outra empresa impactada é a Gerdau, que embora tenha se mantido como um player relevante no cenário global, continua enfrentando desafios para sustentar suas operações lucrativas no Brasil. A necessidade de inovação e investimento em tecnologias que aumentem a eficiência e reduzam custos é uma constante para se manter competitiva frente às importações chinesas.

Possíveis estratégias para a indústria brasileira competir com o aço chinês

Para que a indústria brasileira de aço possa competir efetivamente no mercado global dominado pelo aço chinês, várias estratégias precisam ser consideradas e implementadas. Em primeiro lugar, a modernização tecnológica deve ser uma prioridade. Investir em processos inovadores que aumentem a eficiência produtiva e reduzam custos pode ajudar a indústria nacional a melhorar sua competitividade.

Outra estratégia é a diversificação de mercado. Focar em nichos de mercado onde o aço brasileiro possui vantagens competitivas, como produtos de qualidade superior ou especializados, pode garantir uma base de clientes leal disposta a pagar um prêmio pela confiabilidade e qualidade do produto nacional.

Além disso, parcerias estratégicas podem ser uma maneira eficaz de melhorar a competitividade. Colaborações entre empresas brasileiras e líderes internacionais em tecnologia podem abrir novos caminhos para o desenvolvimento de produtos competitivos no cenário global. Por fim, políticas governamentais que ofereçam apoio tarifário justo e incentivo à exportação são cruciais para que a indústria nacional obtenha um nível de proteção necessário contra a concorrência desleal.

Perspectivas futuras para o mercado de aço no Brasil

O futuro do mercado de aço no Brasil, embora desafiador, oferece oportunidades para crescimento e inovação. As previsões indicam que, enquanto a demanda interna de aço pode continuar a crescer, as pressões concorrenciais não diminuirão. A indústria nacional precisará encontrar formas de crescer de maneira sustentável e competitiva.

A inovação poderá ser um pilar vital para essa transformação. O uso de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e a automação, pode resultar em uma produção mais eficiente e sustentável. Além disso, a aposta em sustentabilidade pode se tornar uma vantagem competitiva à medida que os consumidores e os mercados se tornam mais conscientes ambientalmente.

Por fim, a integração mais estreita em cadeias de valor globais pode ajudar a expandir o alcance do aço brasileiro. Ao participar mais ativamente do comércio internacional, as empresas brasileiras podem diversificar sua base de consumidores e se proteger melhor contra as flutuações do mercado interno.

Para se adaptar, o Brasil precisa investir em políticas comerciais eficazes e no fortalecimento de sua capacidade produtiva. A modernização tecnológica, o foco em produtos de maior valor agregado e a expansão para novos mercados são passos fundamentais. Parcerias público-privadas e incentivos para a pesquisa e desenvolvimento também podem impulsionar a indústria.

Adaptar-se à dinâmica de um mercado globalizado exigirá esforços conjuntos do governo, das empresas e das entidades do setor. Com uma abordagem estratégica, a indústria siderúrgica brasileira pode não apenas sobreviver à concorrência, mas se destacar num cenário internacional cada vez mais competitivo.

Fonte: Cidades & Minerais
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/11/2024

 

Contratação de mão de obra é desafio para 96% do setor da construção civil

A dificuldade em contratar mão de obra qualificada é uma realidade para 96% das empresas do setor da construção civil, segundo pesquisa realizada pelo Portal AECweb, em parceria com o Sienge, o Ecossistema de Tecnologia e Negócios do Grupo Softplan para a Indústria da Construção e Mercado Imobiliário. O levantamento, que ouviu 602 profissionais do setor em todo o país, incluindo sócios-proprietários, diretores, gerentes, coordenadores, arquitetos e engenheiros de obra, revela que a falta de qualificação (84,1%) e a escassez de profissionais em geral (58,8%) são os principais obstáculos. Baixa produtividade (50,8%), alta rotatividade (42,4%) e custos elevados (24,9%) também contribuem para o cenário desafiador.

Entre os fatores que dificultam a contratação, destacam-se a falta de renovação da força de trabalho (53,7%), a ausência de treinamentos adequados (49,2%), o crescimento do trabalho informal e a sua atratividade (47,3%), além do envelhecimento da mão de obra atual (45,2%). A pesquisa também aponta para a necessidade de esforço físico inerente à profissão (30,7%) e a falta de perspectivas de crescimento profissional (28,1%) como fatores que afastam potenciais candidatos.

“A construção civil enfrenta uma crise geracional”, afirma Cristiano Gregorius, Diretor de Operações de Software do Grupo Softplan para a Indústria da Construção. “O setor precisa atrair e qualificar as novas gerações, ao mesmo tempo em que busca soluções para motivar e reter os profissionais experientes, considerando o desgaste físico e a necessidade de oferecer atrativos de carreira”.

Baixa produtividade e alta rotatividade

A pesquisa revela que a produtividade na construção civil é considerada baixa por 62,1% dos entrevistados. A falta de treinamento e capacitação (59,1%) e a baixa remuneração, aliada à desvalorização dos operários (41,4%), são apontadas como as principais causas. Contribuem também para esse cenário a falta de mecanização e industrialização nos canteiros de obras (32,2%), a terceirização excessiva (29,9%) e as deficiências no planejamento e gestão das construtoras (24,3%).

“A industrialização da construção civil, por meio do uso da tecnologia para a digitalização e modernização das atividades, se faz cada vez mais necessária para o nosso segmento”, destaca Gregorius. “Uma atuação mais conectada, planejada e integrada influencia não só no ganho de eficiência produtiva, como na redução de desperdícios e na atração de jovens profissionais. Hoje já é possível gerenciar as atividades do canteiro de obras de forma digital e com dispositivos móveis, por exemplo, mas essa ainda é uma prática com pouca adoção no Brasil”.

A rotatividade de pessoal também é um problema significativo, considerada alta por 49% e crescente por 28,6% dos participantes. A política de menor preço adotada por muitas construtoras, especialmente em licitações públicas (45,2%), é apontada como um dos principais motivadores. Informalidade (40,2%), baixa remuneração (37,4%) e terceirização (35,5%) completam o quadro de fatores que impulsionam a alta rotatividade.

Mais capacitação, melhores salários

Para enfrentar a escassez de mão de obra qualificada, 59% dos profissionais defendem que as construtoras invistam em capacitação, enquanto 41% acreditam que essa responsabilidade deve ser compartilhada por toda a indústria da construção. As principais soluções propostas incluem: melhores salários (48,8%); planos de carreira e oportunidades de crescimento (48,5%); investimento em sistemas construtivos industrializados e mecanização de canteiros (45,3% e 43,7%, respectivamente); melhoria das condições de trabalho (40,5%); políticas de atração de mulheres para o setor (31,4%); e a contratação direta, com preferência pelo regime CLT, reduzindo a terceirização (28,7%).

Segundo dados recentes do SindusCon-SP, o trabalhador médio da construção civil no Brasil é homem, média de 41 anos, com ensino fundamental incompleto, trabalha informalmente e recebe um salário médio de R$ 2.116,13. “A transformação da indústria da construção, por meio da tecnologia e da análise inteligente de dados, é a chave para tornar o setor mais atraente tanto para os profissionais experientes quanto para aqueles que estão iniciando suas carreiras. Uma atividade com menos trabalhos manuais e novos recursos tecnológicos representa também uma possibilidade desses trabalhadores se especializarem e buscarem novos conhecimentos, o que resulta, a médio e longo prazo, em uma valorização profissional”, conclui Gregorius.

Fonte: Mirian Gasparin
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 14/11/2024

 

CSN reverte lucro e tem prejuízo de R$ 751 milhões no 3º trimestre

A Companhia Siderúrgica Nacional(CSN) teve prejuízo líquido de R$ 751 milhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo lucro líquido de R$ 91 milhões no mesmo período de 2023, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira. Os valores referem-se aos atribuíveis aos sócios controladores.

A receita líquida totalizou R$ 11,884 bilhões de julho a setembro deste ano, queda de 0,5% sobre os R$ 11,1256 bilhões de igual intervalo de 2023.

O lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 2,284 bilhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 18,9% ante Ebitda ajustado de R$ 2,815 bilhões um ano antes.

CSN Mineração

A CSN Mineração teve lucro líquido de R$ 446,3 milhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 62,8% sobre o ganho líquido de R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2023, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira. Os valores referem-se aos atribuíveis aos sócios controladores.

A receita líquida totalizou R$ 2,973 bilhões de julho a setembro deste ano, queda de 31% sobre os R$ 4,310 bilhões de igual intervalo de 2023.

O lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 1,139 bilhão no terceiro trimestre deste ano, queda de 42,7% ante Ebitda ajustado de R$ 1,988 bilhão um ano antes.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 13/11/2024

Librelato é a primeira implementadora a receber o certificado Aço Verde da ArcelorMittal

A sustentabilidade já não é apenas um diferencial; tornou-se uma urgência que permeia todos os setores. Em uma iniciativa pioneira no setor de implementos rodoviários, a Librelato acaba de receber o certificado Aço Verde, concedido pela ArcelorMittal, ao adotar o X-Carb em sua produção. Esse aço inovador é projetado para minimizar as emissões de CO2 ao longo de seu ciclo de vida, alinhando-se com os esforços globais pela redução de impactos ambientais.

A Librelato, uma das principais fabricantes de implementos rodoviários no Brasil e referência em inovação no transporte de carga, destaca-se não apenas pela qualidade de seus produtos, mas também pela busca contínua por soluções que respeitem o meio ambiente. O reconhecimento com o certificado Aço Verde consolida a cultura da empresa voltada à sustentabilidade, um valor essencial para o futuro do planeta e do setor industrial.

O X-Carb, desenvolvido pela ArcelorMittal, é mais do que um aço de alta qualidade: é um componente que contribui para a preservação ambiental. Produzido com tecnologias de baixo carbono, o aço verde ajuda a reduzir as emissões de CO2, sendo uma escolha estratégica para empresas comprometidas com a construção de uma economia mais sustentável.

Para a Librelato, adotar o X-Carb reflete um compromisso que vai além do econômico e do tecnológico; é uma ação que busca inspirar o setor a integrar práticas ambientais responsáveis em seus processos produtivos.

Fonte: Içara News
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 13/11/2024

Tarifas de Trump podem elevar custo de produção de carro nos EUA em US$ 40 bilhões

O retorno de Donald Trump à Casa Branca e a possível volta de suas políticas protecionistas podem elevar os custos anuais de produção de automóveis nos Estados Unidos em US$ 40 bilhões, mostram análises. Há ainda riscos de desacelerar os passos em direção à descarbonização e às tecnologias de inteligência artificial.

A Toyota anunciou planos de investir US$ 1,45 bilhão no México para aumentar a produção da próxima geração da picape Tacoma para o mercado dos Estados Unidos. Mas o futuro continua incerto.

Trump planeja impor tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações e cobrar tarifas adicionais sobre certos produtos individuais.

O presidente dos Estados Unidos tem a opção de aumentar as tarifas sem passar pelo Congresso, exercendo o Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional.

Essas altas tarifas teriam um grande impacto na indústria automobilística. Cerca de 15 milhões de veículos são vendidos ao ano nos Estados Unidos, perdendo apenas para a China. Muitos deles são importados do México, Canadá e Japão, o que levaria a preços mais altos.

As tarifas não se aplicariam apenas a carros acabados. O México se beneficia do Acordo Estados Unidos-México-Canadá que elimina tarifas sobre importações para os Estados Unidos. O México foi responsável por 41% das peças importadas para os Estados Unidos de janeiro a junho deste ano. Devido às disputas comerciais entre Washington e Pequim, as montadoras aumentaram as compras do México em vez da China, mas isso agora está enfrentando um retrocesso.

A AlixPartners, uma empresa de consultoria dos Estados Unidos, calculou que se altas tarifas forem impostas sobre peças importadas, o custo de fabricação por carro feito nos Estados Unidos pode aumentar em até US$ 4 mil. Com base em uma escala anual de produção de automóveis nos Estados Unidos de 10 milhões de carros, isso aumentaria os custos em US$ 40 bilhões.

Se as tarifas forem impostas, não apenas a indústria automobilística será forçada a aumentar a produção nos Estados Unidos, mas outras indústrias de manufatura, como aço e máquinas, também terão que fazer o mesmo.

O centro de estudos Tax Foundation, sediado em Washington, estima que as tarifas podem aumentar a receita dos Estados Unidos em US$ 3,8 trilhões no longo prazo. Mas provavelmente as empresas que atendem clientes dos Estados Unidos cubrirão os custos mais altos aumentando os preços.

O negócio de energia renovável também teria preços mais altos. Trump vê a redução dos custos de energia como um trunfo para evitar o ressurgimento da inflação. Para esse fim, ele provavelmente incentivará o aumento da produção e o novo desenvolvimento de combustíveis fósseis. Ele também pretende expandir as exportações de gás natural liquefeito.

Trump sugeriu se retirar do acordo de mudança climática de Paris, contrariando a tendência global. O governo atual, de Joe Biden, atraiu um total de US$ 265 bilhões em investimentos em descarbonização de empresas nacionais e estrangeiras por meio de subsídios massivos, mas alguns desses aportes provavelmente serão retirados.

O apoio à geração de energia renovável provavelmente diminuirá. Trump tem uma postura particularmente dura em relação à energia eólica offshore, o que pode levar à interrupção de projetos, disse o Departamento de Pesquisa Industrial do Mizuho Bank.

Enquanto isso, a política linha-dura de Trump sobre imigração pode repercutir no setor de tecnologia.

Se Washington restringir os vistos de trabalho, há preocupações de que isso teria um efeito negativo na indústria de inteligência artificial e limitaria a entrada de talentos. Trump apelou aos eleitores para interromper a entrada de imigrantes ilegais para proteger empregos domésticos e a segurança pública. Isso tem o potencial de reduzir a entrada de imigrantes em geral no país, não apenas aqueles que entram ilegalmente.

Durante seu primeiro mandato, Trump tentou fortalecer as restrições à imigração para trabalhadores altamente qualificados com o visto de trabalho H-1B. A taxa em que as autoridades rejeitaram os pedidos de visto aumentou, atingindo um pico de quase 25% em 2018. Sob o governo de Joe Biden, a taxa caiu para menos de 5% em 2023.

Trabalhadores altamente qualificados de lugares como a Índia, que trabalham com vistos H-1B, são responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologia de ponta nos Estados Unidos, como inteligência artificial. Um funcionário do Google que disse que estava buscando um green card para residência permanente agora se pergunta se ele pode "obter um visto em primeiro lugar".

Há esperanças de que a desregulamentação e os cortes de impostos reduzam os custos operacionais quando Trump retornar. Também há expectativas de que o aperto sobre as fusões e aquisições entre empresas nacionais, que foi fortalecido sob a administração Biden, será relaxado.

Mas os custos crescentes de políticas comerciais voltadas para dentro podem anular esses benefícios. Trump apregoou uma abordagem "América Primeiro" e foi descrito como "unilateral". Uma segunda administração pode vê-lo adotar uma abordagem mais agressiva para reconquistar empregos e indústrias.

Pode-se dizer que a abordagem política de Trump enfatiza benefícios práticos. O conteúdo de suas políticas voltadas para dentro também pode mudar dependendo de negociações diplomáticas. Diante dessa imprevisibilidade, as empresas precisarão se preparar para vários cenários.

Fonte: Valor
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 13/11/2024

 

Faturamento da indústria de materiais de construção cresce 9,2% em outubro

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulgou no dia 12 de novembro a nova edição da sua pesquisa Índice, elaborada pela FGV com dados do IBGE, apresentando números de faturamento do setor.

O estudo indica que em outubro o faturamento das indústrias de materiais de construção continua positiva, com alta de 1,1% sobre os resultados de setembro e de 9,2% na comparação com outubro de 2023.

Os números reforçam a expectativa de um bom ano para as indústrias de materiais, com uma projeção de crescimento de 4,5% em relação a 2023.

Já os dados consolidados de setembro comprovam a evolução dos negócios das indústrias de materiais com aumento de 9,5% em relação ao mesmo mês de 2023, e na comparação com agosto houve expansão de 1%.

A análise segmentada mostra que o faturamento deflacionado das indústrias de materiais de base registrou crescimento de 8,3%, enquanto os materiais de acabamento apresentaram expansão de 10,7% em relação a outubro de 2023.

Na comparação com setembro as estimativas indicam aumento de 1,4% e 0,8%, respectivamente.

"O faturamento das indústrias de materiais de construção tem mostrado resultados consistentes, superando as expectativas de crescimento em 2024. Esses dados não apenas sinalizam um bom desempenho no ano, mas também criam um ambiente propício para um início promissor em 2025, com maior confiança do mercado e potencial para novos investimentos", comenta Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.

O Índice Abramat é um importante indicador do desempenho do setor de materiais de construção no Brasil, e seus dados confirmam um cenário promissor, à medida que novos projetos de construção e renovação seguem em alta.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 13/11/2024