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Nova era dos carros elétricos cria disputa bilionária por investimentos

A governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, não ficou feliz. A Ford Motor (F), uma empresa cujo próprio nome é sinônimo de Detroit, acabava de anunciar que havia escolhido dois estados do sul, Tennessee e Kentucky, como locais para um projeto de veículos elétricos de US$ 11 bilhões.

Os dois estados haviam conquistado a Ford com incentivos enormes, e Whitmer sabia que Michigan precisava fazer mais para competir. Ela então pediu aos legisladores em uma carta em outubro de 2021 que colocassem “mais instrumentos em nossa caixa de ferramentas econômicas para atrair investimentos privados”.

Dois meses depois, os legisladores entregaram a ela um fundo de US$ 1 bilhão para subsídios corporativos. E um mês depois disso, Whitmer mergulhou fundo para obter um acordo gigante da General Motors (GM): uma fábrica de caminhões elétricos e uma fábrica de baterias de US$ 6,6 bilhões.

A generosidade de Michigan - e de Tennessee e Kentucky - foi possibilitada em parte por centenas de bilhões de dólares em ajuda federal injetada nos estados americanos como parte do Plano de Resgate do presidente Joe Biden.

O dinheiro destinava-se a suavizar o golpe de um apocalipse fiscal induzido pela pandemia que nunca aconteceu. Em vez disso, deixou os estados cheios de dinheiro, acentuando uma concorrência feroz para ganhar os empregos automotivos do futuro e melhorando os resultados de empresas como Ford, GM e Panasonic Holdings, fornecedora de baterias da Tesla (TSLA) de Elon Musk.

 

Existe o risco de que o dinheiro distribuído em meio ao frenesi do desenvolvimento de carros elétricos não tenha destinação produtiva, como a fábrica de televisão altamente subsidiada do Foxconn Technology Group em Wisconsin que nunca se materializou.

Para combater esse risco, autoridades estaduais e locais que ajudam a financiar esse boom de carros elétricos dizem que buscaram proteções para impedir que os contribuintes sejam prejudicados. Mas os riscos estão ficando maiores: o custo por emprego permanente para alguns projetos é agora oito vezes a média vista há menos de uma década contando outros setores.

O hub da Ford no Tennessee custará cerca de US$ 414.000 para cada trabalho direto, Michigan está contribuindo com US$ 450.000 por trabalho da GM, enquanto a Geórgia se comprometeu a renunciar uma receita que equivale a US$ 212.000 por trabalho para ganhar megaprojetos da Rivian Automotive e da Hyundai Motor nos últimos dois anos , segundo dados compilados pela Bloomberg News.

O custo médio por emprego que contou com incentivos econômicos nos Estados Unidos foi de cerca de US$ 52.000 em 2015, medido em dólares de hoje, de acordo com um estudo de Tim Bartik, economista da W.E. Upjohn Institute for Employment Research em Kalamazoo, Michigan.

Competição e subsídio sem precedentes

Os estados competem entre si para atrair empresas desde pelo menos a Grande Depressão de 1929. Mas a escala e a ferocidade disso agora – para fábricas de veículos elétricos, fábricas de semicondutores e outros megaprojetos – são algo sem precedentes.

“Nunca vi o mesmo tipo de aumento de subsídios em todos os EUA acontecendo ao mesmo tempo”, disse Michael Farren, pesquisador sênior do Centro Mercatus da Universidade George Mason e crítico dos incentivos corporativos. “Está bem claro que há um fator de motivação externo, e esse fator é o fundo de ajuda do Plano de Resgate Americano.”

As empresas que recebem incentivos economizaram em média 30% em impostos estaduais e municipais a partir de 2015, uma taxa que triplicou desde 1990, segundo o estudo da Bartik. O mesmo estudo descobriu que os incentivos não se correlacionam fortemente com os níveis de desemprego atuais ou passados dos estados, ou com o crescimento econômico futuro.

Para os céticos, que são muitos na academia e nos círculos políticos, esses subsídios são um mau uso dos recursos estatais que, de outra forma, poderiam ser destinados a hospitais ou escolas.

Os incentivos criam um efeito de corrida para o fundo, em que os governos locais tentam furiosamente se igualar em doações que geram recompensas não comprovadas. Há também uma questão de saber se as fábricas de veículos elétricos e de baterias empregarão tantas pessoas ou pagarão tão bem quanto os carros com motor de combustão, sem entrar no mérito aqui do combate ao aquecimento global.

“Os estados justificaram enormes pacotes de subsídios para as montadoras, em parte para capturar os empregos mais numerosos de upstream, mas esses empregos claramente vão encolher muito”, disse Greg Leroy, diretor executivo da Good Jobs First, que escreveu um relatório sobre o assunto.

Planos de US$ 50 bi em investimentos

Os US$ 350 bilhões que o Congresso reservou para estados e municípios em maio de 2021 coincidem com uma transformação da indústria automobilística que ocorre uma vez a cada século, à medida que as montadoras se preparam para aposentar o motor de combustão em favor da bateria.

Embora existam limites estritos sobre como os governos locais podem usar o dinheiro do alívio da Covid, a ajuda ajudou a liberar dinheiro para incentivos corporativos.

As divulgações financeiras variam de acordo com o estado, e alguns retêm dados a pedido de uma empresa ou para se manterem competitivos em relação a outros estados. Isso torna o quadro completo dos incentivos corporativos incompleto.

O que se sabe é que as montadoras globais e fabricantes de baterias estabelecidos anunciaram planos de investir pelo menos US$ 50 bilhões em pelo menos 10 estados para construir fábricas de montagem e baterias de veículos elétricos desde o início de 2021.

Os estados assumiram compromissos totalizando pelo menos US$ 10,8 bilhões para atrair esses investimentos, de acordo com uma contagem de incentivos divulgados publicamente pela Bloomberg News e pela Good Jobs First. Esse número quase certamente subestima o número real.

O hub de veículos elétricos que a Ford e o parceiro de baterias SK Innovation escolheram para instalar no Tennessee é um bom exemplo de como o custo total de um pacote de incentivos normalmente não é divulgado ao público.

A Blue Oval City, um local de 10 quilômetros quadrados a uma hora de carro a nordeste de Memphis, abrigará uma fábrica de montagem da nova picape F-150 elétrica e uma fábrica de baterias que, juntas, prometem criar 5.800 empregos. A construção vai gerar 33.000 empregos temporários; uma vez concluídas, as plantas gêmeas e seus fornecedores darão suporte a 27.000 posições diretas ou indiretas e adicionarão US$ 3,5 bilhões anualmente à economia do Tennessee, disseram autoridades estaduais.

Quando o projeto foi anunciado, as autoridades estaduais divulgaram uma doação em dinheiro de US$ 500 milhões a ser aprovada pela legislatura; reportagens da imprensa local mais tarde estimaram o custo em US$ 884 milhões.

Documentos contratuais obtidos pela Bloomberg News mostram que o valor do pacote é de pelo menos US$ 2,4 bilhões, que inclui incentivos fiscais, terras doadas, melhorias de infraestrutura e subsídios salariais de curto prazo do governo federal. Mas mesmo esse número pode não ser preciso - exclui um subsídio de eletricidade fornecido pela Tennessee Valley Authority, uma concessionária federal.

Autoridades do Tennessee disseram que o cálculo de incentivos da Bloomberg News é “enganoso” porque alguns investimentos em infraestrutura foram feitos anos antes e alguns dos custos de treinamento da força de trabalho são estimativas. Eles também argumentam que a nova receita do imposto predial, mesmo com alíquota reduzida, é mais do que os governos locais obteriam sem o projeto.

“A Blue Oval City será transformadora para o oeste do Tennessee”, disse Lindsey Tipton, porta-voz do departamento de desenvolvimento econômico do estado. “Para projetos futuros, ofereceremos subsídios, mas a um custo por trabalho muito menor e mais alinhado com um pacote de incentivos típico de nosso departamento.”

A Ford disse que sua decisão foi influenciada por muitos fatores além dos incentivos financeiros.

“As parcerias público-privadas são essenciais para que os Estados Unidos sejam líderes na transição global para veículos elétricos”, afirmou a empresa em comunicado.

Mesmo os estados que tentaram se afastar dos incentivos cederam à pressão para competir por empregos, disse Dennis Cuneo, ex-executivo da Toyota Motor (TM) e consultor local que ajudou as montadoras a escolher locais.

“Incentivos são como agentes livres [jogadores que ficam disponíveis no mercado para fechar contratos] no beisebol - ninguém gosta, mas você tem que contratar se quiser vencer”, disse ele.

Geórgia: incentivos são investimentos que fazemos

A Geórgia, que emergiu como grande vencedora na atual rodada de investimentos, conseguiu dois negócios de US$ 5 bilhões em veículos elétricos da Rivian e da Hyundai que prometem criar mais de 15.000 empregos. O estado ofereceu incentivos no valor de US$ 3,3 bilhões para ganhar os projetos.

O chefe econômico do estado, Pat Wilson, disse que a Geórgia compete ajudando as empresas a se moverem rapidamente com locais prontos para escavar e burocracia limitada, em vez de colocar mais dinheiro na mesa. Ele chamou o cálculo de incentivos por emprego da Bloomberg News de “terrivelmente enganoso” porque inclui incentivos fiscais na lei estadual que não são discricionários.

“Eu vejo os incentivos que colocamos na mesa de outra forma: como a Geórgia sendo um investidor parcial nesses projetos”, disse Wilson em entrevista. “Sabemos que a folha de pagamento para esses empregos e os benefícios que fornecem vão se espalhar e beneficiar a saúde de comunidades e famílias em todo o estado.”

 
Fonte: Bloomberg News
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 24/10/2022

Incorporadoras venderam mais do que lançaram no terceiro trimestre

Na última quinta-feira (13), cinco incorporadoras divulgaram os balanços entre vendas e lançamentos relativos ao terceiro trimestre de 2022, e todas elas obtiveram o mesmo resultado: de crescimento significativo nas vendas e tímido nos lançamentos, na comparação anual.

Os desempenhos seguem padrões diferentes, apesar da semelhança, e o comportamento não é uma surpresa para os especialistas da área. Isso porque, ao analisar a conduta do mercado imobiliário, esperava-se um ritmo menor de novos projetos no segundo semestre, evitando a ampliação excessiva do estoque e fugindo do período eleitoral.

As incorporadoras são: Cury, Cyrela, Even, Melnick e Helbor.

CURY

A incorporadora Cury, ao divulgar o levantamento do terceiro trimestre, contou que os lançamentos cresceram 27,6% com a divulgação de seis novos empreendimentos. Do total, cinco ficam em São Paulo e um no Rio de Janeiro. Juntos, eles somam Valor Geral de Venda (VGV) de R$ 919,1 milhões.

As vendas líquidas da companhia, por sua vez, cresceram 29,8% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 885,8 milhões. Já a velocidade de vendas da empresa, medida pelo Índice de Vendas sobre Oferta (VSO), foi de 70,6% — um declínio de 3,4 pontos percentuais, considerando os últimos 12 meses.

De janeiro a setembro, a Cury registrou R$ 2,76 bilhões em lançamentos e R$ 2,53 bilhões em vendas líquidas — alta de 38% e de 29,7%, respectivamente, em relação aos primeiros nove meses de 2021.

A expectativa é de redução de atividades, já que o volume lançado e vendido até o momento é praticamente igual ao total de 2021. O presidente da incorporadora, Fabio Cury, conta que essa estratégia da empresa se deve à eleição e à Copa.

Assim, o preço médio das unidades lançadas subiu 10,6% no trimestre, na comparação anual, para R$ 251,8 mil. O valor médio das unidades vendidas, por sua vez, ficou em R$ 254,7 mil — representando crescimento de 16%.

CYRELA

A incorporadora Cyrela teve seus resultados celebrados pelos analistas dos bancos. Isso porque, em uma performance descrita como surpreendente, a empresa registrou crescimento de 49% nas vendas durante o terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2021. O volume (de R$ 1,7 bilhão) também é 36% superior ao registrado entre abril e junho.

O crescimento nos lançamentos da Cyrela foi de 22%, se comparado ao trimestre anterior, e o VSO de 12 meses ficou em 44,3%. A conduta representa declínio ante os 49,6% do terceiro trimestre de 2021, mas fica acima dos 44,2% registrados ao final de junho.

EVEN

O balanço da Even registra uma queda significativa nos lançamentos da empresa, de R$ 161 milhões em valor geral de vendas para o terceiro trimestre — declínio de 75,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Vale salientar, entretanto, que foram consideradas somente as participações nos quatro novos projetos do período.

Por outro lado, as vendas líquidas da Even cresceram 24%, frente ao mesmo intervalo do ano passado, e totalizaram R$ 342 milhões. O aumento, segundo a Even, foi impulsionado pela comercialização do estoque.

MELNICK

A gaúcha Melnick não fugiu ao padrão. Com elevação de 86,4% nas vendas no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2021, a incorporadora acumulou R$ 151 milhões em VGV. Em relação aos lançamentos, a apuração indica queda ao considerar somente o corresponde à participação da Melnick nos projetos. O VGV potencial lançado foi de R$ 155 milhões entre julho e setembro, em dois projetos — uma redução de 4,9% no ano.

HELBOR

Por fim, a incorporadora Helbor foi mais uma a apresentar evolução melhor nas vendas do que nos lançamentos, na comparação com o ano anterior. O terceiro trimestre trouxe um aumento de 11,7% nas vendas líquidas, que somaram R$ 469,6 milhões em VGV. Enquanto isso, os lançamentos recuaram 18,2%, para R$ 228 milhões.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 24/10/2022

 

Produção de estruturas em aço registra crescimento de 1,7% em 2021

O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) – entidade gerida pelo Instituto Aço Brasil –, em parceria com a Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), divulgou uma pesquisa que registrou crescimento de 1,7% na produção de estruturas em aço em 2021, em comparação com o ano anterior.

Os dados — de estruturas metálicas, torres de energia para transmissão, torres para energia eólica, estrutura para parque de energia solar e defensas metálicas — foram coletados através de 334 empresas, que participaram desta apuração, realizada anualmente. Para 2021, em especial, a pesquisa constatou que, juntas, essas empresas superaram a marca de um milhão de toneladas produzidas, um número expressivo para o setor.

A análise, chamada de “Cenário dos Fabricantes de Estruturas de Aço”, surpreendeu os especialistas, principalmente no quesito faturamento — ao registrar crescimento de 37,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, conduta que tem proporcionado um cenário otimista para os próximos anos — e no quesito geração de empregos — considerando que o crescimento na quantidade de colaboradores foi de 0,7%, chegando a 31,3 mil profissionais, o número mais alto nos últimos 5 anos.

E o desempenho foi refletido em todas as áreas da construção em aço, já que, no total, durante todo o ano de 2021, as fábricas participantes produziram 1,04 milhão de toneladas de aço — o que representa um crescimento de 1,7% em relação a 2020, primeiro ano de pandemia.

Esse montante, que chegou aos R$14,3 bilhões em 2021, levou a um crescimento de 37,5% no faturamento das empresas — que, também segundo a pesquisa, praticamente triplicou nos últimos quatro anos.

Ao abordar as dificuldades dos grandes nomes desse setor, a pesquisa relatou que as principais adversidades são a manutenção do capital de giro (mencionada por 45,1% dos fabricantes) e a baixa qualificação do time como seu principal gargalo (mencionada por 34,6% dos fabricantes).

O CBCA e a ABCEM acreditam que as pesquisas servem como suporte para a promoção da construção industrializada em aço junto à sociedade, governo e mercado da construção civil, expondo a real importância e dimensão da construção em aço. Com esses dados foi possível averiguar o nível de expectativas do público em relação aos próximos anos, que é de otimismo. 

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 24/10/2022

Vendas desaceleram na China e estoques podem impactar mercado em 2023

As montadoras na China entregaram às concessionárias um volume recorde de carros: um milhão em nove meses. Mas com a desaceleração da economia do país, a maioria dos carros não saiu das lojas. Em relatório da China Merchants Bank International (CMBI), divulgado na quarta-feira, 19, analistas apontam preocupação com o excesso de estoque para 2023 e queda na venda de carros eletrificados.

Em setembro, a entrega de carros às concessionárias cresceu 33%, enquanto as vendas no varejo subiram apenas 9% – o que significa que há mais veículos em estoque nas lojas, tendência que pode pesar no mercado no ano que vem, segundo analistas.

“Nos deixa muito preocupados com o volume de atacado das montadoras em 2023”, aponta o relatório divulgado pela Reuters. “Esperamos que o volume de atacado da China caia em 2023, com declínio mais significativo para veículos com motor de combustão interna do que este ano”.

Vendas de elétricos também desaceleram

O mercado de veículos elétricos também sentiu o enfraquecimento da economia chinesa em setembro, quando a venda desses modelos teve o crescimento mais lento em cinco meses. A indústria esperava um resultado melhor para o final do ano, com os consumidores aproveitando para comprar carros elétricos antes de o governo cortar subsídios.

Para 2023, os analistas do CMBI apontam que a concorrência no setor de elétricos deve aumentar, mas o crescimento de vendas combinadas de carros elétricos puros e híbridos devem cair abaixo de 50%. "Acreditamos que pode ser muito mais difícil aumentar os preços de varejo em 2023 versus 2022 para manter as margens", disse a corretora.

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 21/10/2022

 

Safra de grãos será a maior já registrada na história do Brasil

A safra de grãos deve alcançar novo recorde para 2022/2023, chegando em 312,4 milhões de toneladas, aumento de 15,32% em relação ao ano anterior. Já a soja e o milho, juntos, devem produzir 279 milhões de toneladas na temporada. A soja é responsável por 50% da produção, seguida por milho (40%), arroz (3,5%) e trigo (3%).

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o aumento na safra de grãos se deve ao clima e ao crescimento em 3% da área plantada. Para o especialista Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, empresa de fertilizantes, “a alta se deve também às técnicas aprimoradas no manejo das culturas, controle de pragas e doenças, genética e o uso de fertilizantes, tanto no solo (macronutrientes) quanto na folha (micronutrientes)”.

As estimativas são de que a colheita de grãos seja a maior já registrada na história do Brasil, sendo a primeira vez que a safra alcança a casa dos 300 milhões de toneladas. O principal Estado na temporada de produção é o Mato Grosso, seguido por Paraná e Rio Grande do Sul.

Com a alta da produção, a expectativa é de crescimento do nível de exportações. “Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro tem se destacado e vem disputando o mercado internacional em igualdade com outros grandes players, como Estados Unidos, China e Índia. Se mantivermos o ritmo de investimentos, aprimorando técnicas agrícolas com desenvolvimento tecnológico, novos recordes serão batidos constantemente. Isso consolida a posição de destaque do Brasil no mercado global de produção agrícola”, finaliza Leonardo.

Fonte: Portal Máquinas Agrícolas
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 21/10/2022

 

Criação do FGTS Futuro estimulará a construção

Foi aprovada nesta semana pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) uma série de medidas voltadas às questões de infraestrutura e habitacionais para 2023. Dentre as novidades, está o FGTS Futuro, que permitirá que os trabalhadores possam amortizar ou liquidar dívidas de financiamento imobiliário, por meio de futuros depósitos em conta. 

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel, a aprovação garante um reequilíbrio do mercado, além de aumentar o poder de compra do brasileiro. O tema, inclusive, foi debatido ontem durante o evento Construa Minas, que se estende até amanhã, na capital mineira, e que reúne  executivos e profissionais dos setores de construção civil e imobiliário. O secretário nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional, Alfredo Eduardo dos Santos, esteve presente e avaliou a medida como um importante passo para garantir um cenário promissor ao mercado neste momento.

Michel acredita que a medida é bastante relevante para 2023. “É uma decisão muito inteligente do governo federal, pois temos a convicção de que os lançamentos de imóveis vão aumentar ao patamar que existia anteriormente à pandemia. A medida vai alavancar o setor, por meio de um aumento do poder de compra”, analisa. Podem optar pelo FGTS Futuro, segundo o governo federal, as famílias cuja renda não ultrapasse R$ 2,4 mil.

Ele explica que, historicamente, o brasileiro tinha como opção para adquirir a casa própria o programa Casa Verde e Amarela. Como mercado de interesse em habitação social, esse mecanismo representava 50% das unidades lançadas no mercado imobiliário. O presidente do Sinduscon exemplifica que, em um cenário de serem lançadas por construtoras e incorporadoras 1 mil unidades habitacionais, por exemplo, 500 delas eram  pelo programa. Atualmente, segundo ele, o  percentual foi reduzido para 30%, o que dificultou o acesso das famílias à casa própria.

Como contrapartida, o governo precisou agir diante de um déficit habitacional expressivo. De acordo com o último censo de 2019 apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui aproximadamente 5,8 milhões de famílias em condições precárias de moradia. Dessas, cerca de 496 mil famílias vivem em Minas Gerais. Segundo os especialistas, esse número pode estar defasado diante da  uma grande mudança por  realidade da pandemia e do desemprego. 

“O governo precisou, então, adotar uma série de medidas para reequilibrar o mercado, para que as pessoas pudessem voltar a comprar imóveis. Dessa forma, o FGTS é como se fosse uma poupança forçada em que os valores são depositados mensalmente em conta. Esse fundo permite que seja utilizado com o objetivo de pagar a moradia ou dar um sinal, para que depois o imóvel seja financiado”, conta o presidente do Sinduscon.

Visão prévia

O FGTS Futuro, na prática, não tem um efeito imediato sobre o mercado. Michel elenca que, primeiramente, a Caixa Econômica Federal precisa se preparar para essa mudança. “É necessário que a Caixa possa se adequar neste momento, e os reflexos serão sentidos somente em 2023. Mas isto mostra que o governo está agindo imediatamente diante da visão de um possível desaquecimento do mercado imobiliário”, reitera Michel.

Mas para ele, o governo atuou com rapidez e isso demonstra a importância do setor para a economia nacional. O dirigente conta que no período de julho de 2020 a julho de 2022, ou seja, em 24 meses, o setor da construção civil criou 600 mil novos postos de trabalho no Estado. 

Outras ações

Dentro das medidas estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS, está a destinação de um aporte na ordem de R$ 68,1 bilhões para intervenções habitacionais. O investimento é R$ 3,7 bilhões a mais que os R$ 64,4 bilhões liberados neste ano. Já para atender às necessidade de melhorias na rede de saneamento básico, foi aprovado  um acréscimo de R$ 2,3 bilhões aos R$ 4,7 bilhões que já estavam aprovados, totalizando em um montante de R$ 7 bilhões em investimentos.

Com o objetivo de atender os projetos nacionais de infraestrutura urbana, foi mantido o limite aprovado para este ano de R$ 6,3 bilhões. O Conselho também bateu o martelo para o aumento de R$ 1 bilhão em descontos para o programa Casa Verde e Amarela, que terá  saldo da ordem de R$ 9,5 bilhões, com o intuito de beneficiar as famílias pela ação de estímulo de compra.

O Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) foi procurado pela reportagem. A entidade disse que ainda está avaliando as medidas aprovadas pelo governo federal e não iria se manifestar.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 21/10/2022