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Horizonte Minerals avança em investimentos em níquel no País

A Horizonte Minerals, sediada em Belo Horizonte, tem o maior investimento em níquel do Brasil. Trata-se do Projeto Araguaia, em Conceição do Araguaia (PA), que conta com recursos já captados da ordem de US$ 633 milhões. Adicionalmente, a empresa avança no estudo de viabilidade do Projeto Vermelho, também no Pará. O perfil combinado de produção da mineradora promete levá-la a uma posição global significativa, com projeções de produção escalável de aproximadamente 50 mil toneladas do mineral por ano.

Segundo o diretor de Finanças da Horizonte Minerals, Tiago Miranda, embora a atuação da empresa esteja concentrada no Norte do País, a escolha por Minas Gerais como sede administrativa é estratégica. Isso devido à posição histórica do Estado como polo da mineração brasileira. “As principais mineradoras, com raríssimas exceções, estão em Belo Horizonte. O desenvolvimento da mineração e de toda sua cadeia produtiva iniciou-se por Minas Gerais e aqui estão as empresas de engenharia e tantos outros prestadores de serviços do setor”, explica.

Sobre os projetos, Miranda fala especialmente sobre o Araguaia, que se encontra em estágio mais avançado. Com obras prestes a serem iniciadas, o empreendimento está 100% licenciado e com recursos garantidos. A expectativa é que as obras sejam concluídas em meados de 2024. “Depois serão mais 12 meses de ramp-up e teremos a produção full em 2025, com o deslocamento da curva entre oferta e demanda de níquel”, conta.

Serão produzidas 14.500 toneladas de níquel por ano (na primeira etapa, com potencial de expansão para duplicar o montante) para abastecer o mercado de aço inoxidável. O volume gerará fluxos de caixa livres pós-tributos de US$ 2,4 bilhões, considerando apenas a fase 1, com preço de US$ 16.400 por tonelada.

Além disso, o projeto utilizará uma tecnologia de processo comprovadamente de baixo risco, denominada calcinador rotativo e forno elétrico (RKEF). Em operação em mais de 40 minas em todo o mundo, o modelo responde por uma parcela significativa do níquel produzido anualmente. A vida útil inicial da mina é de 28 anos.

Projeto Vermelho: níquel cobalto

A outra aposta da Horizonte Minerals diz respeito ao Projeto Vermelho, que, conforme o diretor, está em fase de estudo de viabilidade. O empreendimento deverá extrair 141,3 milhões de toneladas da reserva mineral para produzir 924 mil toneladas de níquel contido em sulfato de níquel, 36 mil toneladas de cobalto contido em sulfato de cobalto e 4,48 milhões de toneladas de subproduto vendável, kieserita (um tipo de fertilizante) durante a vida útil inicialmente projetada de 38 anos.

Na capacidade total de produção, espera-se que o projeto produza uma média de 25 mil toneladas de níquel e 1.250 toneladas de cobalto por ano, utilizando o processo de Lixiviação Ácida de Alta Pressão (HPAL).

“Este projeto é muito importante, principalmente porque tem produção destinada à produção de baterias, um produto de extrema relevância em função da transição energética mundial”, defende Miranda.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/07/2022

 

Minério de ferro cai com confiança afetada por problemas de Covid na China

Os preços de referência do minério de ferro na Ásia caíram nesta segunda-feira devido a crescentes temores de enfraquecimento da demanda pela matéria-prima na China, maior produtora mundial de aço, onde várias cidades estão aplicando novas restrições contra a Covid-19.

O contrato de minério de ferro mais negociado, para entrega em setembro, na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações com queda de 3,3%, a 741 iuanes (110,37 dólares) a tonelada, depois de atingir mais cedo 722 iuanes, seu menor nível desde 6 de julho.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato para o próximo mês do ingrediente siderúrgico caiu 4,8%, para 107,45 dólares a tonelada.

"As manchetes implacavelmente negativas sobre a Covid em Gansu, Guangdong, Henan, Macau, Xangai e Zhejiang no fim de semana vão jogar um balde de água fria sobre o sentimento a partir de segunda-feira", disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities em Cingapura.

Os governos locais na China, que mantêm uma política dinâmica de zero Covid, estão adotando novas restrições --de paralisações de negócios a lockdowns-- para conter novas infecções, com o centro comercial de Xangai se preparando para outra testagem em massa.

O aumento dos embarques de minério de ferro para a China a partir dos principais fornecedores, Austrália e Brasil, também está contribuindo para o clima negativo, disse ele.

Isso pode aumentar os estoques de material importado no porto, que subiram pela segunda semana consecutiva, para 128,3 milhões de toneladas em 8 de julho, com base em dados da consultoria SteelHome.

Enquanto isso, a demanda por minério de ferro deve permanecer fraca, já que as siderúrgicas chinesas reduzem a produção enquanto sofrem perdas devido aos altos estoques e aos pedidos mais lentos de aço.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 11/07/2022

Estudo estima que reciclagem ferrosa será responsável por 38% do aço produzido em 2050

A produção global de aço é responsável por 7% das emissões de gases de efeito estufa. Entre as alternativas existentes, que visam uma manufatura mais sustentável e o alcance de metas Net-Zero, a reciclagem de sucata ferrosa em fornos elétricos a arco (EAF) é um caminho comprovado para descarbonizar a produção da matéria-prima, sem perda de qualidade. Além disso, será responsável por 38% do aço produzido até 2050: é o que aponta o estudo do Boston Consulting Group (BCG) “Greener Steel, Greener Mining”.

O relatório aponta a reciclagem como uma das soluções que ajudaria a indústria da mineração a diminuir as emissões de gases do Escopo 3, que atualmente representam 90% das emissões do setor. Ao expandir sua oferta de metais com baixo teor de carbono, como é o caso da sucata, as mineradoras podem incentivar o início de um “mercado circular” de ferro nas próximas décadas.

Para Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG Brasil, o reuso de sucata ferrosa traz vantagens que vão além da redução de GEE.

“O aço é uma matéria-prima que pode ser reciclada infinitas vezes. Essa é uma oportunidade para os fornecedores da commodity de expandirem seus portfólios e, ao mesmo tempo, diminuírem suas emissões de carbono -- algo que é esperado pelo mercado para atingir as metas globais de Net-Zero”, diz o executivo, ao se referir à cobrança feita pela coalizão de gestores de ativos europeus, o Institutional Investors Group on Climate Change, que em 2021 acusou a indústria siderúrgica de não estabelecer compromissos firmes de redução de poluentes.

Conforme o estudo, é necessária uma compreensão profunda dos subsegmentos da cadeia de valor da sucata ferrosa para desenvolver uma estratégia de utilização rentável e construir um modelo de negócios concreto, passível de investimento. Como a indústria de sucata é bastante fragmentada, ela também pode obter crescimento de valor, aumentando a transparência e abrindo uma nova fonte de receita, ao dar uma nova finalidade para produtos que seriam descartados e gerariam ainda mais poluição.

Captura de carbono e novas tecnologias de forno 

O BCG ressalta que, embora seja promissora, a reciclagem não resolverá todos os problemas da indústria de mineração. Apesar de gerar muito menos CO2, a quantidade de sucata ferrosa disponível não é tão abundante e, por isso, não poderá substituir totalmente a produção de ferro. Outras soluções apontadas pelo BCG são a captura, utilização e armazenagem de carbono, e a transição de altos-fornos para fornos elétricos.

A opção de reutilizar o carbono emitido na produção de aço em processos industriais é bastante discutida globalmente, mas é uma ideia ainda imatura. A armazenagem do CO2 requer formações geológicas específicas e limitadas, que permitam que o gás seja bombeado e retido no subsolo. Além da tecnologia para o procedimento precisar de avanços, o método enfrenta resistência pública em muitas regiões, que não querem permitir as operações em seus territórios.

A substituição dos altos-fornos e fornos básicos de oxigênio (BOFs) de uma siderúrgica para produção de redução direta de ferro (DRI) e fornos elétricos a arco (EAF) é uma opção já amadurecida. As instalações de produção de DRI funcionam com gás natural e, eventualmente, usarão hidrogênio verde, podendo reduzir as emissões de 33 a 55% em comparação com a produção de altos-fornos e BOFs, levando em consideração os Escopos 1, 2 e 3 de GEE. Mais de 100 milhões de toneladas de produção DRI-EAF, com gás natural, já estão em funcionamento em todo o mundo.

“A solução para o Net-Zero na indústria do aço envolverá uma combinação de todas as três alternativas. A indústria como um todo tem um claro incentivo para descarbonizarem a produção do aço, e quanto antes começarem a colocar investimentos e ações em prática, terão recursos cada vez mais valiosos no longo prazo”, finaliza Arthur.

Fonte: ABM Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/06/2022

Reino Unido amplia impostos alfandegários sobre o aço por dois anos

Londres estendeu por dois anos os impostos alfandegários para certas categorias de aço procedentes de 15 países, com a meta de proteger uma indústria "crucial" no Reino Unido, que enfrenta um aumento dos preços da energia.

A ministra de Comércio Externo, Anne-Marie Trevelyan, declarou à Câmara de Representantes que "devido ao interesse estratégico" da indústria siderúrgica e "às perturbações mundiais dos mercados de energia e das cadeias de abastecimento, (...) é interesse do Reino Unido manter ressalvas".

Trevelyan explicou aos deputados que há um ano, após a saída britânica da União Europeia, o governo havia anunciado uma extensão dos direitos alfandegários para dez categorias de produtos de aço por três anos e sua remoção em quatro categorias.

Outros cinco estavam em estudo e foram prorrogados por um ano.

A ministra estima agora que a supressão dos direitos alfandegários para estas cinco categorias "provocaria sérios danos às siderúrgicas britânicas", portanto amplia a medida para esses produtos por dois anos, até 30 de junho de 2024, mesmo prazo que as outras dez categorias já prolongadas no ano passado.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou no domingo que teria de tomar "decisões difíceis" para proteger o aço britânico ante o aço barato de alguns países, ainda que correndo o risco de violar suas obrigações diante da Organização Mundial do Comércio (OMC).a

Fonte: AFP
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/06/2022

Setor de máquinas agrícolas deve crescer 9% este ano

Expectativa em relação à indústria de máquinas e implementos agrícolas para este ano é de um crescimento de 9%, afirmou nesta quarta-feira o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan.

A entidade divulgou neste dia 29 de junho os dados de desempenho do setor em maio e realizou entrevista coletiva online para esmiuçar os números.

De acordo com Marchesan, o setor agrícola vive hoje entre duas frentes. De um lado, os preços das commodities continuam sendo embarcados a preços elevados. De outro, há um aumento expressivo dos custos por causa dos insumos, que em grande parte são precificados em dólar.

Contudo, de acordo com Marchesan, o saldo líquido destes dois movimentos será a manutenção dos investimentos em máquinas e em implementos agrícolas com vistas ao aumento da produção. Para o executivo da Abimaq, a expectativa para o segmento é de aumento de áreas de plantio e de uma colheita de no mínimo 350 milhões de toneladas de grãos da safra que começa a ser plantada em setembro.

“Pegamos três anos positivos em função de tudo o que aconteceu, com a valorização das commodities agrícolas, expansão do meio monetário no mundo todo, o que movimentou o consumo de alimentos e assim por diante. Tivemos a covid, mas isso não atrapalhou e crescemos bastante no ano passado. Para este ano prevemos crescer por volta de 9%”, disse Marchesan.

Plano Safra

Para o presidente do Conselho da Abimaq, no front agrícola, o único fator que está gerando muitas expectativas é o Plano Safra 2022/2023, previsto para esta quarta-feira, para definir a quantidade de recursos com juros equalizados tanto para custeio quanto para investimentos.

“Pelo que estamos vendo, dinheiro para investimentos com juros equalizados só deverá ser para os pequenos e médios produtores agrícolas e o restante com juros livres de mercado, que os bancos particulares vão fazer e até os bancos oficiais”, disse acrescentando que no ano passado essa questão não foi tanto sentida porque além de os preços das commodities estarem valorizadas tinha o câmbio contribuindo para as exportações.

Para este ano, no entanto, de acordo com Marchesan, o setor convive com “essa ameaça” já que o dólar está mais baixo e as commodities com tendência à estabilização. Na falta de juros equalizados para os grandes, segundo Marchesan, os produtores terão de buscar outras fontes de financiamento ou promover investimentos com recursos próprios.

Fonte: Portal DBO
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 30/06/2022

CSN prepara um plano para ficar com Samarco

O grupo CSN, da família Steinbruch, que tem ambição de se tornar uma gigante mundial da mineração de ferro, está preparando um plano que seja uma solução para o imbróglio em que se transformou a recuperação judicial da Samarco Mineração. A produtora de pelotas de minério de ferro listou mais de R$ 50 bilhões em dívidas no pedido contra credores feito em 9 de abril do ano passado.

A ideia, apurou o Valor, é convergir os interesses tanto das acionistas Vale e BHP Billiton Brasil quanto dos credores financeiros da empresa. Os dois lados não chegaram a um acordo sobre o plano de recuperação elaborado pela Samarco, e suas donas. Fruto disso, ele foi rejeitado na assembleia de credores de 18 de abril.

A CSN contratou a consultoria de Ricardo K. - como antecipou o colunista Lauro Jardim, de O Globo -, especializada em reestruturações financeiras e disputas societárias, como se tornou o caso Samarco. A avaliação de uma fonte é que um acerto das partes é melhor do que uma judicialização de anos, o que poderá acontecer.

Contatos preliminares já foram endereçados tanto às sócias da Samarco quanto a representantes dos credores financeiros - 17 fundos estrangeiros conhecidos como “distressed funds”. Entre eles destacam-se Oaktree e Goldentree.

O grupo detém bonds emitidos pela empresa em valor acima de R$ 23 bilhões, referentes a empréstimos feitos antes de 2015. Esses credores não concordaram com os termos do plano da empresa e levaram ao juiz um Plano Alternativo, que está em análise.

O plano do grupo contempla, entre vários pontos, uma capitalização de 38% da dívida na forma de debêntures, o que tira Vale e BHP da gestão da mineradora. O plano é tratado como “Nova Samarco” e um objetivo é buscar, logo depois, um investidor estratégico - uma empresa de mineração. Um prato cheio para a CSN.

Vale e BHP, que aportaram R$ 24 bilhões na Samarco, apoiaram um segundo plano alternativo - bem menos radical que o dos credores - de dois sindicatos de trabalhadores de Minas Gerais e do Espírito Santo. Basicamente, eles fizeram algumas melhorias no plano de recuperação feito pela Samarco.

Entregues em 17 de maio ao juiz de Belo Horizonte responsável pelo caso Samarco, uma decisão ainda pode demorar de 45 a 60 dias, segundo fonte a par do andamento. Hoje está marcada audiência pública de conciliação de acionistas e credores com o juiz. Num primeiro momento, o que se busca é definir se vai haver ou não processo de mediação.

A CSN tem uma tarefa difícil pela frente - convencer, principalmente, a Vale a ouvir sua proposta, que compreende a injeção de recursos e compra de créditos dos fundos. Uma operação em que a CSN seria o “Stalking Horse”, operação conhecida no mercado financeiro e usada na Oi. A mineradora é refratária. Os demais parecem mais abertos. “Vale e BHP correm o risco de serem ‘tratoradas” pelos bondholders se não acharem uma solução”, diz fonte.

Se tiver êxito com uma proposta atrativa será uma grande oportunidade de a CSN assumir o controle da Samarco. É sabido que o dono da CSN, Benjamin Steinbruch, não entra num negócio se não for para ser sócio majoritário.

A Samarco tem condições de voltar a ser, em cinco anos, a grande produtora de pellets que foi antes de 2015, quando se afundou na lama que saiu da barragem de Fundão rio Doce abaixo. A empresa, apta a fazer 30 milhões de toneladas por ano, só voltou a operar no fim de 2020.

As pelotas, ou pellets, como são conhecidas, são um produto premium no mercado mundial.

A CSN Mineração, que abriu o capital em fevereiro de 2021 e que já produz em torno de 33 milhões de toneladas de minério ao ano, vai passar a fazer material superfino (pellet-feed) em grande quantidade em Congonhas (MG). Esse minério é matéria-prima na fabricação de pelotas. Dessa forma, a empresa integraria sua produção, como já faz a Vale.

Congonhas fica distante 45 km, em linha reta, e 69 km por rodovia, de Mariana, onde estão as instalações de beneficiamento do minério da Samarco, que é transformado em polpa e levado por mineroduto até Anchieta (ES).

Sobre o propósito do grupo de Steinbruch, BHP e Vale se manifestaram em nota conjunta. “BHP Brasil e Vale informam que a Samarco não está à venda e reafirmam seu apoio ao plano de reestruturação protocolado pelos sindicatos de empregados da Samarco e outros credores em 18 de maio. Ambos acionistas estão focados nos preparativos para a audiência de conciliação amanhã [hoje] e em garantir a sustentabilidade da Samarco e sua responsabilidade com os esforços de reparação, que não são endereçados pelo plano dos credores.”

Procurados, CSN, os credores financeiros e Ricardo K. não se pronunciaram sobre o assunto.


Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/06/2022

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