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Em retomada de grandes feiras rurais, Paraná sedia a partir de sábado a Expobel

Com a pandemia arrefecendo no Paraná, as grandes feiras do estado voltam à ativa. Neste sábado (5), Francisco Beltrão, no Sudoeste do estado, dá o pontapé inicial na 30ª edição da Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Francisco Beltrão (Expobel). O evento, que segue até 13 de março, deve reunir 400 mil pessoas no Parque de Exposições Jayme Canet Júnior.

O objetivo da feira é gerar negócios entre visitantes e expositores de segmentos como indústria, comércio, agropecuária, transportes, veículos, máquinas, gastronomia e equipamentos. “A Expobel de Francisco Beltrão vai marcar a retomada dos grandes eventos na Região Sul do Brasil. A feira representa a oportunidade de mostrar tudo que é produzido em Beltrão e região”, afirma o prefeito Cleber Fontana (PSDB).

Além das exposições e rodadas de negócios, o evento é marcado por grandes shows nacionais. Neste ano estão programadas apresentações de nomes como Marcos e Belutti, Barões da Pisadinha, Jorge e Mateus e Chitãozinho e Xororó.

A Expobel marca um retorno definitivo das feiras rurais após os períodos mais críticos da pandemia. Além da feira de Francisco Beltrão, o Paraná já recebeu o Show Rural, em fevereiro, em Cascavel, e se prepara para a ExpoLondrina, em abril. Os três estão entre os maiores eventos no estado, capazes de movimentar a economia local e gerar negócios para produtores rurais, comerciantes e industriários.

Fonte: Gazeta do Povo
Seção: Máquinas & Equipamentos
Publicação: 04/03/2022

 

Conflito pode abrir espaço para aço brasileiro, diz especialista

A guerra no Leste europeu, travada entre Rússia e Ucrânia, após a invasão e intensos ataques dos russos ao país vizinho, gera enormes consequências no mercado global de aço e de matérias-primas ligadas à cadeia mínero-siderúrgica. Os dois países são grandes produtores mundiais de bens siderúrgicos e de matérias-primas metálicas.

“Além de grandes produtores, são dois países muito relevantes em termos de exportações”, afirma Germano Mendes de Paula, professor-doutor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e especialista na indústria siderúrgica, com pós-doutorado na Universidade de Oxford.

Em linhas gerais, destaca o especialista, num contexto de desarticulação das cadeias produtivas na Ucrânia e da imposição de sanções para as exportações russas de minério de ferro, ferro-gusa e semi-acabados (como placas e tarugos), isso tende a gerar um desvio de comércio a favor de produtos brasileiros.

Mendes cita, por exemplo, que as exportações de ferro-gusa - matéria-prima de usinas de aço de fornos elétricos - da Rússia teriam que ser deslocadas para China, que é um mercado pequeno e instável. Há também algum espaço para aumentar as exportações de semi-acabados (placas). “Mas, para as mineradoras de ferro (que já trabalham mais próximas da capacidade efetiva), os efeitos tendem a ser mais no preço do que na quantidade”, diz.

A disrupção tende a aumentar os preços do aço na União Europeia e os custos do ferro-gusa importado nos EUA

Sobre a produção siderúrgica, Mendes destaca que a maior parte do que faz a Ucrânia está no leste do país e, em função das restrições nas cadeias de suprimentos, disponibilidade de mão de obra e logística para embarques, já foram interrompidos os embarques de aço do país.

Em 2021, os semi-acabados foram responsáveis por 39% da produção ucraniana e por 45% das suas exportações.

A Ucrânia produziu 21 milhões de toneladas de aço bruto em 2021, 1% da produção global, mas superando a maioria dos produtores da União Europeia, exceto Alemanha e Itália. O país exporta em torno de 80% da produção, tornando-se um dos dez maiores exportadores de aço globalmente - cerca de 15 milhões a 16 milhões de toneladas por ano. De embarques líquidos (exportação menos importação) são 14 milhões de toneladas.

Já as exportações russas são ainda mais significativas, observa o professor e especialista da UFU. “A Rússia teve exportações líquidas de 28 milhões de toneladas em 2021, das quais 54% de semi-acabados. Cabe lembrar que a NLMK [siderúrgica russa] fornece placas para seus próprios ativos de relaminação (DanSteel e NBH), na Dinamarca e Bélgica, respectivamente, fornecimento que, obviamente, tendem a ser afetados pelo conflito”, afirma.

Segundo Mendes, alguns clientes agora estão diversificando aço russo devido aos riscos de interrupção das exportações e se verificou que o custo do seguro para o transporte marítimo através do Mar Negro também aumentou. “Se houver interrupção no embarques russos, isso apertará ainda mais o mercado do Mar Negro e aumentará os preços na União Europeia.”

Os preços da bobina laminada a quente (material de referência no comércio mundial de aço) do Mar Negro já subiram 16% numa comparação mensal, informa o especialista.

Na sua avaliação, a disrupção tende a aumentar os preços do aço na União Europeia e os custos do ferro-gusa importado nos EUA. Mendes informa que as exportações de aço da Ucrânia incluíram 2,6 milhões de toneladas para a União Europeia em 2021 (8% do total das importações da UE), enquanto a Rússia embarcou 3,7 milhões de toneladas para a região (o equivalente a 12%).

“Enquanto os preços mais altos de materiais e energia tendem a gerar um impacto negativo na demanda de médio prazo, a interrupção de aproximadamente 21% das importações da União Europeia (e 5,5% dos EUA) tende a aumentar os preços do aço no curto prazo”, afirma.

Mendes cita ainda que Rússia e Ucrânia são grandes exportadores de metais, caso de ferro-gusa, que atendem fornos elétricos em mercados como Estados Unidos. Ucrânia responde por 28% e Rússia por 34%. Combinados, embarcaram 62% aos americanos.

Assim, diz o professor, a interrupção provavelmente aumentará os custos de ferro-gusa para produtores em aciarias elétricas nos EUA. No ano passado, informa, o país comprou 53% das exportações ucranianas de ferro-gusa.

Por fim, ele destaca que, somando-se tudo, a interrupção nos embarques de minério de ferro e carvão metalúrgico dos dois principais países da CEI (Comunidade de Estados Independentes) pode aumentar os custos siderúrgicos de uma forma geral.

A Ucrânia produz em torno de 80 milhões de toneladas por ano de minério de ferro e exporta perto 46 milhões, das quais 18 milhões de toneladas na forma de pellets (pelotas). As principais produtoras são Ferrexpo e Metinvest, cujas operações estão suspensas

A Rússia, por sua vez, produz ao redor de 105 milhões de toneladas, com vendas ao exterior de 22 milhões de toneladas. Do volume exportado, 12 milhões são de pelotas de ferro, produzidas principalmente por Metalloinvest e SVST.

Em resumo, Ucrânia e Rússia exportam aproximadamente 4% de minério de ferro transoceânico. Mas são grandes atores do mercado em pelotas de ferro - 25% do volume estimado de 130 milhões de toneladas por ano.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/03/2022

 

Siderúrgica russa cancela entregas à Europa após sanções ao maior acionista

Em resposta a sanções econômicas aplicadas pela União Europeia (UE) ao seu acionista majoritário, Alexei Mordashov, a AOA Serverstal, a maior siderúrgica da Rússia, suspendeu suas entregas na Europa. O magnata está entre os 26 empresários russos na lista de sanções feitas pela UE, nesta segunda-feira (20), segundo informações da agência de notícias portuguesa RTP. 

A corporação, em comunicado aos meios de comunicação russos, explicou que as matérias-primas serão direcionadas a mercados mundiais alternativos. A Europa é responsável por um terço do faturamento da empresa, encomendando cerca de 2,5 milhões de toneladas de aço por ano.

Conhecido como barão do aço, Mordashov, além de ser o homem mais rico da Rússia, é o maior acionista do grupo TUI, a principal operadora de turismo da Europa. Além disso, o magnata possui negócios em vários veículos de comunicação. 

Por ter interesse financeiro no Banco Rossiya, “banco pessoal” de diversos empresários russos que tiveram benefícios econômicos com a anexação da Crimeia em 2014, o magnata é uma preocupação da UE. O órgão também acredita que os investimentos feitos pelo barão do aço no setor da comunicação colaboraram para desestabilizar a Ucrânia, por meio de emissoras de televisão pró-Rússia.

Segundo a RTP, Mordashov, em comunicado, afirmou que não possui nenhuma ligação com o surgimento do conflito e apelidou a guerra de “tragédia de dois povos irmãos”. “Devemos fazer de tudo para que alguma solução seja encontrada, a fim de que o derramamento de sangue acabe”, disse. 

UE já aplicou sanções econômicas contra empresários russos 

Desde que a Rússia invadiu a Crimeia, a UE e os Estados Unidos haviam aplicado punições econômicas a diversas personalidades russas, como o atual diretor da agência espacial Roscosmos e ex-vice-primeiro-ministro, Dimitry Rogozin.

Diante do conflito atual entre a antiga União Soviética e a Ucrânia, as sanções se estenderam para um número maior de líderes, como Vladimir Putin, o primeiro ministro Mikhail Mishustin, e o ministro do exterior, Serguei Lavrov. Além disso, 351 membros da Duma, Palamento da Rússia, também estão incluídos. Entre as punições, a principal é o congelamento de bens. 

Fechamento dos espaços aéreos, suspensão de vínculos financeiros e comerciais foram algumas das novas medidas aplicadas pela UE à Rússia,bem como a exclusão de sete bancos russos do Swift, sistema de comunicação interbancária  responsável pelas transações mundiais. 

Fonte: Estado de Minas
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/03/2022

China ordena prioridade máxima para estocar petróleo, gás e alimentos

O governo da China ordenou nos últimos dias a máxima prioridade para o acúmulo de comida e recursos naturais.

A informação foi divulgada nesta terça-feira pela agência Bloomberg.

Analistas internacionais consideram essa decisão chinesa como um sinal que o governo local prevê uma piora da guerra da Ucrânia e um possível impacto nas economias mundiais provocado pelo desabastecimento de produtos importados dos países em guerra.

Pequim está estocando uma série de commodities que poderiam sofrer um impacto negativo pelo conflito, principalmente:

petróleo;
gás;
minério de ferro;
milho;
trigo.

Agências governamentais, incluindo o principal órgão de planejamento econômico da China - a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma - receberam ordens para pressionar os compradores estatais a vasculhar os mercados internacionais em busca desses materiais.

O objetivo é fazer frente a o possível desabastecimento provocado pelo conflito.

Não importam preços, o objetivo é o estoque

As autoridades chinesas sequer mencionaram os preços máximos de compras desses materiais. O custo das importações não é o objetivo no momento. A urgência é garantir o estoque.

O aumento nos preços das commodities devido à guerra no Leste Europeu provavelmente complicará as medidas para sustentar o crescimento da China.

Por exemplo, com o setor de potássio da Bielorrússia sob sanções dos EUA e da União Europeia, a China agora está pagando 139% a mais do que pagou um ano atrás para garantir as importações do Canadá e de Israel.

No caso do fornecimento energético, as usinas de energia e siderúrgicas chinesas estão buscando alternativas ao carvão russo depois que alguns bancos chineses indicaram que vão evitar realizar compras devido às crescentes sanções impostas a Moscou.

A Rússia é a segunda maior fornecedora chinesa de carvão depois da Indonésia. Além disso, a Rússia compete com a Arábia Saudita como maior fornecedor de petróleo da China.

Moscou fortaleceu os laços comerciais com Pequim na última década. A China dobrou as compras de produtos energéticos de seu vizinho nos últimos cinco anos, chegando a quase US$ 60 bilhões.

Durante uma reunião entre Xi Jinping e Vladimir Putin realizada no mês passado, os dois líderes assinaram uma série de acordos para aumentar a oferta russa de gás e petróleo, além de trigo.

A China também é um grande comprador de grãos da Ucrânia, com mais 8,2 milhões de toneladas de milho ucraniano adquiridas no ano passado, respondendo por 29% de suas importações totais de milho.

Também importou cerca de 18 milhões de toneladas de minério de ferro da Ucrânia, ou cerca de 1,6% das compras no exterior.

A Rússia respondeu por quase 18% das importações chinesas de níquelrefinado no final do ano passado, e representou cerca de 12% de alumínio e 26% de seus embarques de paládio.

A China também comprou quase 30% de seu óleo de girassol da Rússia,enquanto a Ucrânia forneceu o restante 70%.

Um eventual desabastecimento poderia colocar em sério risco a segurança alimentar de Pequim, que se tornou uma prioridade crítica para a China, especialmente porque suas importações de milho, soja e trigo saltaram para níveis recordes nos últimos anos.

Isso aumentou a vulnerabilidade da China em relação as tensões comerciais e choques de oferta.

China vulnerável em caso de desabastecimento do exterior

Os esforços para salvaguardar o abastecimento alimentar do país vão desde o aumento da produção local até a diversificação das importações, o desenvolvimento da sua indústria de sementes e a redução do desperdício alimentar.

A China também já estava tentando aumentar sua segurança energética e alimentar depois de sentir o forte aperto dos preços e do desabastecimento parcial durante a pandemia do Coronavírus.

As pressões da cadeia de suprimentos e questões geopolíticas, como a briga diplomática com a Austrália, atrapalharam a economia da China.

Fonte: Exame
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 03/03/2022

Nippon Steel tem Brasil e Austrália como alternativas a Rússia e Ucrânia para matérias-primas

Maior siderúrgica do Japão, a Nippon Steel disse nesta segunda-feira em Tóquio que está procurando alternativas para Rússia e Ucrânia como fornecedores de matéria-prima.

A empresa "está considerando fontes alternativas de minério de ferro, dependendo de como a situação se desenrolar" na Ucrânia, disse o porta-voz Tsuyoshi Yoshizumi.

Ele disse que 14% das importações japonesas de pelotas de minério de ferro, que são matérias-primas para a siderurgia, vêm da Rússia e da Ucrânia.

Fontes alternativas para elas incluem Brasil, Austrália e outros países, disse ele.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/03/2022

China tenta segurar minério, mas conflito traz incertezas

Os preços do minério de ferro no mercado à vista, referência para os contratos transoceânicos, passaram por correção em fevereiro e encerraram o mês com recuo acumulado de 5,9%, na segunda baixa mensal consecutiva. Mas a trajetória de queda pode estar com os dias contados, já que a guerra na Ucrânia eleva as incertezas quanto ao equilíbrio entre oferta e demanda global da principal matéria-prima do aço, e tende a afetar as cotações no médio prazo.

Na segunda-feira, último dia de fevereiro, o minério registrou valorização no mercado à vista sustentado pelos receios de que uma guerra prolongada na Ucrânia tenha efeitos também sobre a oferta global da commodity.

Segundo a publicação especializada Fastmarkets MB, a commodity com pureza de 62% de ferro foi negociada a US$ 138,09 a tonelada, com ganho de 2,6% no porto de Qingdao na comparação diária. No ano, a valorização ainda é superior 14%. Ontem, no primeiro dia de março, o ritmo de alta se manteve e a tonelada fechou cotada a US$ 144,18, alta de 4,4% no dia.

Na Bolsa de Commodity de Dalian, os contratos mais negociados para maio encerraram a segunda-feira em alta de 2,7%, para 705,50 (cerca de US$ 111,80) por tonelada, enquanto em Cingapura os contratos para o mês de abril tiveram ganho de 3,3%, a US$ 141,25 por tonelada.

À agência Reuters, o diretor da Navigate Commodities em Cingapura, Atilla Widnell, disse que uma guerra prolongada entre Rússia e Ucrânia deve afetar a oferta global de minério. “Qualquer campanha militar prolongada afetará severamente as exportações anuais, totalizando quase 70 milhões de toneladas da Rússia e da Ucrânia, eventualmente apertando o equilíbrio global”, afirmou.

De acordo com o analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, a invasão da Ucrânia tem pouco impacto no mercado de finos de minério de ferro, mas pode chegar ao mercado de pelotas de alto forno. A Vale já havia chamado a atenção para um potencial impacto, mesmo que indireto, do conflito nesse mercado.

Segundo a mineradora brasileira, o mercado de pelotas é de aproximadamente 80 milhoes de toneladas por ano. Enquanto a Rússia exporta 10 milhões de toneladas, a Ucrânia responde por 15 milhões de toneladas. Logo, quase 30% do mercado global de pelotas no conjunto das exportações, destaca o analista.

Se houver restrições nas atividades de produção ou exportação, o prêmio da pelota deve subir no segundo trimestre, indicou o analista, lembrando que as negociações nesse segmento de mercado são trimestrais e os preços do primeiro trimestre já estão fechados. O Itaú BBA tem preço médio de US$ 110 por tonelada de minério em 2022, com “leve viés de alta”.

Na China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, órgão de planejamento econômico da China, confirmou na segunda-feira, em comunicado oficial, que vai adotar “medidas efetivas” para coibir a formação de preços artificiais e especulação no mercado de minério de ferro vistas recentemente.

Sem fornecer detalhes sobre as medidas que serão implementadas, o que não surpreendeu analistas e investidores, a comissão alegou que as flutuações recentes nos preços do minério foram “anormais”, uma vez que a relação entre oferta e demanda é, em geral, estável e os estoques domésticos permanecem em níveis elevados.

“A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma está altamente preocupada com as mudanças de preços no mercado de minério de ferro”, informou no comunicado, acrescentando que “realizará investigações aprofundadas, fortalecerá a supervisão, reprimirá atividades ilegais, como a disseminação de informações falsas, a manipulação de preços e a especulação, e estudará e tomará outras medidas para proteger efetivamente o minério de ferro”.

Há cerca de uma semana, a agência Bloomberg informou que a mais recente tentativa da China de controlar os preços do minério seria um plano para “obrigar os fornecedores globais a negociar com o maior mercado do mundo por meio de uma plataforma centralizada”, controlada pelo Estado.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/03/2022