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Construção civil deve ter crescimento acima do PIB pelo segundo ano seguido

A construção civil tem impulsionado a atividade econômica brasileira e deve registrar crescimento acima do PIB (Produto Interno Bruto) nacional em 2022, pelo segundo ano consecutivo. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o SindusCon-SP (Sindicato da Construção) já projetam alta de 7% e 6,1% do setor neste ano, respectivamente, acima do percentual previsto para o crescimento do país, de 2,7%, segundo Pesquisa Focus.

Com isso, a indústria da construção deverá também superar o nível pré-pandemia, de 2019. No segundo trimestre de 2022, enquanto o PIB brasileiro, soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, registrou alta de 1,2%, na comparação com os primeiros três meses deste ano, o setor cresceu 2,7%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa aceleração fez com que a variação do acumulado dos 12 meses atingisse 10,5%, superando a taxa registrada em 2021.

"A principal força desse crescimento é a recuperação do mercado de trabalho, formal e informal. No caso do mercado formal, a gente está em ano eleitoral, com investimento maior do estado, numa conjunção de finanças ainda mais favorável, junto com o ciclo imobiliário de lançamentos e de vendas dos últimos dois anos, que estão se traduzindo em obras", avalia Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção Civil do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

O desempenho econômico da construção

 
PROJEÇÃO FGV IBRE/IBGE

O impacto no mercado de trabalho resultou em 216 mil vagas no setor no acumulado de janeiro a julho deste ano, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), expansão de 9,38% na comparação com o registro de funcionários contratados no final do ano passado. Somente em julho, houve criação de 32.082 novas vagas, alta de 1,29% na comparação com junho.

Os números estão em linha com os da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, que registrou alta de 13,2%, ou mais 866 mil vagas na construção, em junho deste ano, em relação ao mesmo período de 2021. 

Para a coordenadora do FGV Ibre, o desempenho da construção confirma um ciclo de retomada. "Na verdade, é um movimento iniciado ainda em 2019. Mas, como 2020 foi um ano completamente atípico, com reflexos muito fortes, principalmente no caso da construção no momento inicial da pandemia, porque as empresas tiveram que se reorganizar para dentro dos protocolos para voltar a operar. Embora afetada pela crise sanitária, a construção foi considerada atividade essencial. Então, a atividade formal do setor, representada pelas construtoras e incorporadoras, pode ser retomada", afirma Ana Maria.

Reformas com o home office

No período de isolamento durante a pandemia, com o home office, e o auxílio emergencial pago pelo governo à população de baixa renda para enfrentar a crise sanitária, as famílias perceberam a necessidade de realizar reformas nas suas casa. Segundo a economista do Ibre FGV, isso deu um impulso na demanda por materiais de construção, que também se refletiu dentro do setor da construção. 

Mesmo com a queda do PIB em 2020, principalmente por conta da contração no mercado de trabalho e na produção de material de construção, o ciclo de negócios do setor não parou, e até a redução da taxa de juros, até março de 2021, contribuiu para que o mercado ganhasse fôlego.

"Com o setor bastante aquecido, isso está se refletindo nos números do emprego e na taxa de crescimento de dois dígitos do setor no acumulado do ano, e os números do PIB refletindo esse cenário", analisa a economista. 

Na cidade de São Paulo, pesquisa do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis) apontou que, entre os meses de junho de 2021 e maio de 2022, foram vendidos 69.614 novos imóveis, um aumento de 14,9% em relação aos 60.602 comercializados um ano antes.

“A construção civil é um motor importantíssimo para o desenvolvimento econômico do país. Ele é um dos grandes vetores da geração de empregos diretos e indiretos, além de movimentar diversos setores que fazem parte deste mercado”, afirma Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia.

Para a executiva, o setor da construção civil mostrou resiliência durante o período de restrições imposto pela pandemia de Covid-19. "Além disso, tem apresentado uma recuperação vigorosa desde o início da fase de reabertura”, acrescenta Tatiana.

Intenção de investimento na construção

 

Segundo dados da Sondagem Indústria da Construção, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção registrou a sexta alta consecutiva em setembro, e a intenção de investimentos atingiu o ponto mais alto desde julho de 2014. A mesma pesquisa aponta que em junho, julho e agosto o avanço dos níveis de atividade da indústria da construção ocorreu a taxas crescentes.

Em julho, o Programa Casa Verde e Amarela passou por uma atualização das faixas de renda familiar e por uma ampliação dos subsídios concedidos e do prazo de financiamento. Essas mudanças do programa elevaram a confiança do setor e expandiram a intenção de investimento. 

A Caixa Econômica Federal anunciou na última semana que atingiu a marca de R$ 48,3 bilhões em contratos de financiamento habitacional pelo Programa Casa Verde e Amarela em 2022. De acordo com o banco, que responde por 99% da execução do programa, 1 milhão de pessoas foi beneficiada.

Perspectivas

Para o próximo ano, a perspectiva do setor é de desafio. "Acho que todo esse otimismo será certamente desafiado. Primeiro, se a gente olhar na área de infraestrutura, nós vamos chegar a 2023 com questões fiscais tremendas, com o orçamento encaminhado pelo governo com dificuldades, com investimentos que estão no menor nível dos últimos 14 anos, com perspectiva de paralisação de obras. Isso traduz o desafio do governo federal nos investimentos públicos. As desonerações também vão impactar as finanças, que devem afetar os investimentos nos estados", estima Ana Maria Castelo, do FGV Ibre.

No âmbito privado, ainda prevalece o ciclo de obras em função dos leilões de concessões realizados neste ano. Além disso, apesar da desaceleração, o mercado imobiliário deve ter repercussão em 2023, em função das obras em andamento.

"Do ponto de vista da atividade, a gente vê 2023 ainda como um ano positivo para a construção, embora não na mesma magnitude de 2022. Pelas indicações que a gente tem, 2023 deverá ser um ano difícil, porque a taxa de juros ainda deve se manter elevada e a perspectiva de desaceleração afeta o orçamento familiar. Isso pode comprometer o ciclo de retomada, mas a atividade da construção vai contribuir para mitigar o impacto dessa desaceleração", conclui Ana Maria. 

Fonte: R7
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 18/10/2022

Projeção da inflação cai pela 15ª vez consecutiva

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, registrou a 15ª redução consecutiva e caiu de 5,74% para 5,71%.

A variação também considerou as projeções para 2023 — que ficaram em 5% —, para 2024 e para 2025 — com novas previsões de inflação em 3,47% e 3%, respectivamente.

Os dados, apurados e divulgados semanalmente pelo Banco Central (BC) através do Boletim Focus, reúnem as expectativas de uma série de instituições financeiras, que consideram os principais indicadores econômicos.

Assim, apesar da redução, a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional — de 3,5% para 2022 — ainda representa resultados acima do teto que deve ser perseguido pelo BC. O intervalo de tolerância é de 1,5% — mínima de 2% e máxima de 5%.

O resultado segue uma conduta de desaceleração presente há alguns meses. Em agosto, houve deflação de 0,36%. Em julho, queda de 0,68%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,39% no ano e 8,73% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve recuo, de 0,37%. A taxa básica de juros, a Selic, por sua vez, permanece em 13,75% ao ano (a maior desde janeiro de 2017, quando também registrou 13,75%),  e deve continuar assim. A expectativa é de que a Selic encerre o ano nesse patamar. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Fonte: AECWeb
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/10/2022

Aumento do preço do frete em 2022 chega a mais de 50%, aponta índice

O preço médio do frete por quilômetro rodado fechou o terceiro trimestre de 2022 com alta de 56% em relação ao mesmo período de 2022. Com média de R$ 7,87, o preço apresentou ainda um acréscimo de 11% em relação ao trimestre anterior. O aumento do preço do frete trimestral se consolidou apesar da redução aferida no mês de setembro em relação a agosto, que foi de 4,6%.

Os dados fazem parte do último Índice de Frete Repom (IFR), levantado com base nas 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Repom, empresa especializada em soluções tecnológicas de gestão e pagamento de despesas para o mercado de transporte rodoviário de carga.

Diesel puxa aumento do preço do frete; ganho de caminhoneiro diminui

O preço médio do frete por km ao longo de 2022 fechou em R$ 7,10, ao final de setembro. Compõem este valor: 

Gastos com combustível (diesel) – 40,12%; 
Custos com o caminhão – 34,45%; 
Impostos –  9,57%. 

O IFR aponta para a redução dos ganhos dos caminhoneiros. O levantamento apurou que o percentual de custo de mão de obra do caminhoneiro na composição do preço médio do frete diminuiu de 14,82%, em 2021, para 12,12%, neste ano.

“Quando comparamos o cenário atual com 2019, período pré-pandemia, em que o custo de mão de obra do caminhoneiro correspondia a 18% do valor do frete, percebemos que esses profissionais acabam barateando sua mão de obra para continuar trabalhando. Os números apontam que as despesas estão pesando cada vez mais no bolso dos caminhoneiros”, destaca Vinicios Fernandes, diretor da Repom.

O IFR também apurou que, em 2021, 14% da frota de caminhões que circulam nas rodovias do Brasil tinha idade média de até três anos; 29% entre 4 a 10 anos; 43% entre 11 e 20 anos; e 12% com mais de 20 anos. 

“Isso significa que a maior parte da frota circulante está envelhecida e que a renovação está acontecendo de forma lenta, um reflexo do aumento do preço dos caminhões e das taxas de juros, o que impulsiona a demanda por manutenção e o consumo de combustível”, afirma Fernandes.

Aumento do preço do frete de itens da construção civil supera os 100% em dois anos

Na análise das mercadorias transportadas com maior aumento do preço do frete, o IFR identificou que itens que são insumos da construção civil – como aço, metal e cimento – tiveram um incremento de 132% no preço médio do frete por km em relação a 2020.

No segmento do agronegócio, o valor médio aumentou 65% em 2022, na comparação com 2020. Na análise detalhada sobre o tipo de mercadoria com maior aumento do preço do frete, o milho e a soja são os campeões de variação desde 2016. Se comparado a 2021, neste ano o frete do milho ficou 67% mais caro, e o da soja 33%.

Fonte: Garagem 360
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 17/10/2022

Cenário para minério de ferro é nublado por problemas de oferta e demanda globais

Os preços do minério de ferro estão a caminho de encerrar 2022 no menor nível dos últimos três ou quatro anos e provavelmente cairão no próximo ano também, com a China e a Europa cortando a produção de aço, enquanto a pressão aumenta com a oferta adicional.

As previsões de preços para o principal ingrediente da siderurgia variam de cerca de US$ 90 a tonelada a uma alta de US$ 115 até o final do ano, mostra uma pesquisa da Reuters com cinco analistas e pesquisadores.

Os preços de fim de ano não chegam nesse território desde 2019, quando ficaram em US$ 93 a tonelada, acima do nível ainda mais baixo de 2018 de US$ 72,60, mostram dados da consultoria SteelHome.

“A desaceleração da Covid-19 e do setor imobiliário continua a pesar na demanda de aço na China”, disse Malan Wu, diretor de pesquisa da consultoria Wood Mackenzie.

“Os preços nos países ocidentais permanecerão moderados pelo resto do ano por causa da fraca demanda, alta inflação e temores de recessão.”

Os preços spot do minério com destino à China, fabricante de cerca de metade do aço do mundo, caíram cerca de 40% em relação ao pico deste ano, acima de US$ 160 em março, à medida que refletem as duras restrições da Covid-19 e o setor imobiliário local com uma crise de liquidez e uma demanda fraca.

A Austrália, maior exportador mundial do minério, projeta queda de 0,6% na produção global de aço este ano, para 1,947 bilhão de toneladas, considerando quedas de 2% e 7,1% na China e na União Europeia, respectivamente.

“Combinados com os crescentes temores de recessão global, novos surtos de Covid-19 e a fraqueza no setor imobiliário da China reduziram a demanda mundial de aço e minério de ferro nos últimos meses”, disse o governo australiano em um relatório trimestral este mês.

A China compra quase 70% do minério de ferro seaborne e cerca de dois terços disso é fornecido pela Austrália.

As consequências do conflito na Ucrânia ainda estão prejudicando os mercados, acrescentou o relatório, ao enxugar a oferta de minério, enquanto uma crescente crise de energia prejudica a produção de aço da Europa.

Um colapso nos preços do minério atingiria grandes produtores, como o Grupo BHP, Rio Tinto, Vale SA, e outros na Austrália e no Brasil, segundo maior fornecedor.

Mas algumas companhias, como a BHP, a maior mineradora listada do mundo, não se incomodam.

“Estamos confiantes o suficiente para dizer que, no mínimo, a China será uma fonte de estabilidade no próximo ano”, disse Huw McKay, vice-presidente de análise de mercado e economia da empresa.

Essa confiança é reforçada pela determinação da China de fortalecer sua economia com medidas de estímulo, em contraste com a tendência global de aperto, acrescentou.

Analistas do JP Morgan cortaram suas previsões de preço do minério de ferro no mês passado, para US$ 103 a tonelada no segundo semestre de 2022, ante US$ 133, e para o próximo ano, de US$ 105 para US$ 94.

“À medida que grandes produtoras crescem os volumes, a oferta doméstica chinesa precisará ser reduzida para abrir espaço”, disseram eles em um relatório no mês passado, projetando um fornecimento adicional de 50 milhões de toneladas em 2023 de grandes produtores, incluindo a brasileira Vale.

A produção diária da Vale aumentou o suficiente para cumprir sua projeção de volumes para 2022, disseram os analistas, após um desastre mortal em mina em 2019 forçou verificações de segurança e cortes de produção.

No entanto, a Vale cortou sua previsão de produção de minério para 2022, em parte por causa dos preços de mercado mais baixos, que prejudicaram os lucros do segundo trimestre e trouxeram um rebaixamento das ações para “desempenho de mercado” por parte de analistas do Itaú BBA.

As esperanças desvanecidas de que a China relaxe suas regras de zero Covid, juntamente com as habituais restrições à produção de aço durante os meses frios, tornam incertas as perspectivas de uma recuperação dos preços no final do ano.

“A crise energética da Europa e as restrições de inverno na China deixam pouco espaço para qualquer recuperação na produção de aço no quarto trimestre”, disseram estrategistas de commodities do ANZ em nota em 7 de outubro.

Fonte: CNN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2022

Minério tem maior sequência de perdas semanais em quase um ano

O minério de ferro teve a sequência mais longa de quedas semanais em quase um ano, com perspectivas de demanda incertas e investidores no aguardo de mais pistas sobre estímulo do congresso do Partido Comunista Chinês que começa domingo.

A matéria-prima siderúrgica subiu na sexta-feira, mas não o suficiente para evitar a quinta perda semanal consecutiva, depois que os futuros em Singapura caíram para seu menor fechamento desde novembro de 2021 na quinta.

Os preços estão sob pressão dos surtos de vírus, cortes de produção de aço e temores persistentes de que a crise imobiliária da China irá conter a demanda.

Uma recuperação dos preços na sexta-feira diminui um pouco as perdas, após mais províncias chinesas cortarem juros de financiamentos oferecidos por seus fundos habitacionais para quem compra imóvel para morar. Os estoques de minério de ferro nos portos chineses caíram 1,3% na semana e 7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mas o mercado ainda não tem clareza sobre a trajetória da economia e da demanda por commodities em 2023, e acompanhará de perto os pronunciamentos durante o congresso do partido.

O minério subiu 1,9% para US$ 93,70 a tonelada na sexta-feira, mas fechou a semana com queda de 0,4%. A perda nas últimas cinco semanas foi de 9%.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/10/2022

Produção de motos crescerá quase 20% em 2022

A grande procura por motos levou as fabricantes a revisar para cima a projeção anual de produção para 1,42 milhão de unidades, o equivalente a 18,8% a mais que em 2021. A nova estimativa foi divulgada em entrevista coletiva concedida na quinta-feira, 13, pela Abraciclo, associação que reúne as montadoras instaladas em Manaus.

Com a nova projeção, 2022 fechará como o melhor ano para a produção de motos desde 2014, quando 1,52 milhão de unidades saíram das linhas de montagem do Amazonas.

Produção de motos tem segundo melhor mês de 2022

Setembro foi o segundo melhor mês do ano para as fábricas, que montaram 139,6 mil unidades, 4,3% a menos que em agosto, que teve mais dias úteis. O acumulado dos nove meses teve 1,06 milhão de motos fabricadas em Manaus, indicando alta de 18,4% sobre os mesmos nove meses do ano passado.

“Teremos mais dois meses fortes até o fim do ano, outubro e novembro, próximos a 140 mil unidades”, estima o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. “As fábricas mantêm a curva de produção ascendente e o mercado pede por mais motos”, diz.

Fermanian admite que permanecem as filas de espera pelos modelos mais vendidos. “As fábricas, juntas, teriam de colocar cerca de 100 mil motos a mais no mercado para resolver o problema”. Essas filas podem demorar 30 dias ou mais, dependendo do modelo, cor ou versão.

Escassez de insumos ainda reflete na produção de motos

A falta de componentes eletrônicos também afeta a produção de motos em 2022, como conta o gerente de relações institucionais da Yamaha, Afonso Cagnino: São pelo menos três chips por moto, um para a central eletrônica do motor, outro para o freio ABS dianteiro e outro para o painel de instrumentos. Se houver ABS nas duas rodas entra mais um chip. Esses componentes vêm da Ásia, não há fornecedor local.

Segundo Cagnino, outros problemas como o fluxo de contêineres de peças e a disponibilidade de navios também atingem a indústria. No acumulado até setembro, enquanto a produção da Honda aumentou 19,8%, a da Yamaha cresceu 11%.

500 contratações do fim de 2021 a julho de 2022

Por conta da produção aquecida, o setor de duas rodas contratou, em Amazonas, cerca de 500 colaboradores desde o fim do ano passado. Até julho havia perto de 15 mil pessoas trabalhando no setor. O número é da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que ainda não divulgou o acumulado até setembro.

“Vale dizer que todas as fábricas vêm cumprindo protocolos de segurança em relação à Covid-19, que agora estão mais flexíveis”, afirma o diretor-executivo da Abraciclo, Paulo Takeuchi. Este foi durante meses o principal motivo para o descompasso entre a oferta e a demanda, a dificuldade das fábricas para produzir e ao mesmo tempo cumprir o afastamento entre os colaboradores na linha de montagem.

Vendas internas vão chegar a 1,35 milhão

A Abraciclo também revisou para cima as vendas no mercado interno. A nova estimativa prevê 1,35 milhão de unidades, 16,7% a mais que no ano passado.

“As vendas estão aquecidas não só por causa da entrega de encomendas para o comércio eletrônico, mas também por motivos como a necessidade de mobilidade urbana, economia de combustível, pelo baixo custo de aquisição e de manutenção e também porque as motos vêm sendo usadas como um complemento de renda”, afirma Fermanian.

O acumulado do ano até setembro teve 986,5 mil motocicletas licenciadas, uma alta de 17,2% sobre o mesmo período do ano passado. A análise isolada de setembro mostra 123,6 mil motos emplacadas, o segundo melhor resultado do ano, atrás apenas de maio. A média diária de emplacamentos do nono mês foi próxima a 5,9 mil unidades, ante 6 mil motos/dia registradas em maio.

Exportações ficarão abaixo de 60 mil

As novas projeções da Abraciclo também incluíram uma revisão para cima das vendas externas. Até o fim do ano os embarques devem somar 59 mil motos, o que dará um pequeno crescimento de 10,3% sobre 2021, um ano ruim.

O acumulado até setembro teve 43,7 mil motos exportadas, alta de apenas 2,1% sobre iguais meses do ano passado. A Colômbia se consolida como o principal destino das motos brasileiras (28,6% de participação). O motivo é a retração do mercado argentino, que ainda sustenta a segunda posição (23,6%), à frente dos Estados Unidos (20,9%).

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 17/10/2022