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Produção de aço bruto no Brasil subiu 2,4% em janeiro na base anual, para 2,78 milhões de toneladas

A produção de aço bruto no país foi de 2,789 milhões de toneladas em janeiro, alta de 2,4% na comparação com as 2,723 milhões de toneladas fabricadas em igual período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Aço Brasil.

No ano passado como um todo, a produção subiu 5,3% frente a 2023, para 33,741 milhões de toneladas. A utilização da capacidade instalada ficou em 65,7% em janeiro, 1,6 ponto percentual acima dos 64,1% de janeiro de 2024.

O Aço Brasil informou ainda que as vendas internas no país somaram 1,664 milhão de toneladas em janeiro, 3,1% acima de janeiro de 2024. As vendas de aços planos cresceram 2,1% nesta comparação, para 984 mil toneladas, enquanto houve alta de 5,5% nas vendas de aços longos, para 657 mil toneladas. As vendas de semiacabados caíram 12,6%, para 24 mil toneladas.

As exportações recuaram 2,9% em janeiro frente a igual mês de 2024, para 909 mil toneladas. As importações subiram 49,4%, para 548 mil toneladas, na mesma comparação.

O consumo aparente, que considera as vendas internas mais as importações, subiu 11,4% em janeiro ante o mesmo mês de 2024, para 2,156 milhões de toneladas.

O Aço Brasil também divulgou o Índice de Confiança da Indústria do Aço, que ficou em 34,7 pontos em fevereiro, queda de 7,7 pontos frente a janeiro. Foi a quarta queda seguida da confiança dos CEOs da indústria. Resultados abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 27/02/2025

Importações de autopeças chinesas disparam em 2025

Apesar da expectativa de redução do déficit comercal este ano, a indústria de autopeças começou o ano com forte alta das importações, atingindo US$ 2 bilhões em janeiro ante total de US$ 1,6 bilhão do primeiro mês de 2024.

“Um crescimento substancial de 22,6%”, como destaca o próprio Sindipeças em seu relatório de janeiro da balança comercial. A China segue tendo grande peso nesse quadro de aceleração das importações que já dura meses.

As compras de autopeças chineses alcançaram US$ 408,9 bilhões em janeiro, evolução de 39,3% sobre os US$ 293,5 bilhões de idêntico mês do ano passado. No ranking das importações, a participação da China é de 20%. Os Estados Unidos vêm na sequência, com fatia de 10% – US$ 203 milhões em janeiro, alta de 19% no comparativo interanual.

As exportações também cresceram em janeiro, mas em índice irrelevante de 1,3%. Atingiram US$ 568,7 milhões, valor que ficou 13,1% abaixo da média das exportações de 2024. Com isso, o déficit comercial no mês foi de US$ 1,4 bilhão, expansão de 33,8% em comparação ao saldo negativo de um ano atrás.

Avaliações Sindipeças

As vendas para a Argentina, principal mercado, foram da ordem de US$ 208,1 milhões, um crescimento de 26,9% sobre janeiro de 2024.

“O crescimento das exportações no primeiro mês do ano reflete, a nosso juízo, leve melhora na competitividade (câmbio desvalorizado) e na demanda por componentes no exterior, especialmente em razão do cenário econômico mais estável na Argentina”, avalia o Sindipeças.

Apesar dos números de janeiro, a entidade segue acreditando que com a desaceleração da atividade econômica, juros elevados e Real desvalorizado, as importações de componentes devem recuar ao longo do ano e as exportações cresceram a partir da conquista de novos mercados.

Em seu relatório da balança comercial, o Sindipeças destaca o contexto internacional deste início de 2025, que mostra-se frontalmente distinto do que fora observado em anos anteriores em função das medidas anunciadas após a posse do presidente Donald Trump, embasadas no acirramento do protecionismo/elevação de tarifas, perseguição aos migrantes ilegais e reversão dos cânones da política externa americana sinalizam que os riscos devem se intensificar.

“Embora ameaças concretas despontem no horizonte, seria leviano ignorar que oportunidades surgirão. A leitura correta do momento e de seus desdobramentos serão essenciais para que as nações operem suas relações comerciais com relativo êxito nos próximos anos”, avalia o Sindipeças.

Fonte: AutoIndústria
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 26/02/2025

 

Plano Safra: entidades do agronegócio pedem previsibilidade e mais recursos

Cinquenta entidades do agronegócio divulgaram uma carta conjunta cobrando previsibilidade e aprimoramentos estruturais no Plano Safra 2024/25 e 2025/26. O documento expressa preocupação com a instabilidade no crédito rural, agravada pela suspensão das linhas de financiamento com juros equalizados no início de fevereiro.

A decisão do governo de interromper temporariamente as contratações do Plano Safra 2024/25 gerou reação imediata da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e do setor produtivo. A resposta foi a edição da Medida Provisória 1289/2025, que liberou um crédito extraordinário de R$ 4,17 bilhões para equalização de juros nas operações de custeio, comercialização e investimento.

Apesar da retomada das contratações, as entidades alertam que a suspensão expôs a falta de previsibilidade e reforçou a necessidade de mudanças estruturais.

O documento foi entregue pela presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Tânia Zanella, à diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta terça-feira.

“Em nome de 50 entidades, entregamos ao presidente Lupion este manifesto sobre a importância que o Plano Safra faz na vida dos produtores rurais. A certeza e a previsibilidade de um Plano Safra robusto traz segurança ao campo às vésperas da safrinha e momento no qual a segurança sobre os recursos precisa prevalecer”, disse Zanella.

“Medidas como essa (suspensão dos recursos subsidiados) podem prejudicar muito quem produz alimentos”, afirmou citando a reação da FPA para a resposta rápida do governo a fim de garantir o retorno imediato dos recursos aos produtores.

“A escassez de crédito ou a oferta com juros elevados inviabilizam investimentos fundamentais para a modernização e sustentabilidade do setor”, afirmam as entidades na carta. O texto também destaca que a interrupção repentina dos financiamentos gerou incertezas no planejamento da produção agropecuária.

As signatárias defendem que a formulação do Plano Safra 2025/26 ocorra com maior antecedência e participação do setor produtivo, garantindo que o programa esteja alinhado às necessidades do agronegócio e contemple políticas para inovação, sustentabilidade e ampliação de mercados.

O documento menciona ainda a atuação da FPA na negociação para a liberação emergencial de recursos, mas enfatiza que apenas medidas pontuais não resolvem o problema.

“A cooperação entre governo, parlamento e entidades representativas é essencial para garantir que o setor agropecuário continue sendo um dos pilares da economia nacional e um dos principais responsáveis pela segurança alimentar“, reforça a carta.

A pressão do setor ocorre em meio a um embate entre a bancada ruralista e o governo. O impasse se intensificou após troca de declarações entre o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

O ministro atribuiu a suspensão à demora na votação do Orçamento pelo Congresso, enquanto Lupion classificou a medida como “total desprezo” ao setor agropecuário. Parlamentares e lideranças do agronegócio avaliaram o episódio como um marco no distanciamento da FPA em relação ao governo.

As entidades reforçam que o volume de recursos destinados ao Plano Safra deve refletir a relevância do agronegócio, que responde por mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo dados setoriais.

Entre os signatários da carta estão a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Fonte: Portal DBO
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 26/02/2025

 

EUA: Preços do aço disparam e preocupam fabrican

O preço do aço que Glen Calder compra para sua pequena fábrica de máquinas na Carolina do Sul subiu mais de 15% nas últimas duas semanas, enquanto a fábrica de Brian Nelson, do outro lado do país, em Illinois, não consegue que seus fornecedores lhe informem os preços atuais.

“Eles estão esperando as tarifas”, disse Nelson.

Embora as tarifas de 25% do presidente Donald Trump sobre aço e alumínio estejam programadas para começar apenas em 12 de março, a ação já está reverberando pela rede de produtores e construtores que dependem dos metais para fazer seus produtos. E não de um jeito bom.

Trump fez campanha com a promessa de usar tarifas para impulsionar fabricantes nacionais e também vê a receita adicional como uma forma de compensar as entradas perdidas para os cofres federais de seus cortes de impostos planejados.

Mas as taxas sobre aço e alumínio importados, embora ajudem as usinas dos EUA ao permitir que aumentem seus próprios preços, rapidamente se traduzem em preços mais altos para as camadas de produtores que compram e processam esses metais em refrigeradores, carros e colheitadeiras.

Os preços do aço nos EUA aumentaram nos últimos dias, somando-se aos ganhos desde que Trump se tornou presidente. Os preços da bobina laminada a quente no Centro-Oeste saltaram 12% para US$ 839 por tonelada curta durante as duas semanas até quinta-feira e subiram 20% desde que Trump assumiu o cargo em 20 de janeiro, de acordo com o provedor de dados Fastmarkets.

Em contraste, o preço desse tipo de aço aumentou apenas 6% no norte da Europa e quase não mudou no leste da China desde 20 de janeiro.

Uma nova pesquisa da Bain & Co. descobriu que 40% dos diretores de operações e outros executivos de alto escalão estão antecipando aumentos de dois dígitos em seus custos de insumos devido a tarifas, enquanto cerca de 80% estão revisando ou considerando revisar previsões financeiras para contabilizar os custos adicionais. Quarenta e cinco por cento dos entrevistados da pesquisa estavam nos EUA

Leon Topalian, CEO da maior siderúrgica dos EUA, Nucor , elogiou no início deste mês os planos tarifários de Trump, chamando-os de primeiros passos em “sua Agenda Comercial América em Primeiro Lugar”. Na semana passada, a Nucor aumentou os preços das bobinas laminadas a quente pela quarta vez desde o início do ano.

‘O CARA DO MEIO NO SANDUÍCHE’

Os compradores geralmente adquirem metais diretamente das usinas ou por meio dos chamados centros de serviços, empresas menores que compram em grandes quantidades das usinas e processam o metal nas formas necessárias aos compradores, como cortes em comprimentos específicos.

Nelson, o CEO da HCC em Mendota, Illinois, compra dos dois lados. Mas, no momento, ele não conseguiu obter cotações de preços de suas fontes habituais. Seu comprador sênior disse a ele que as usinas cancelaram pedidos, colocaram pedidos em espera e aumentaram os prazos de entrega devido à incerteza tarifária. “Os prazos de entrega estão sendo empurrados”, ele disse, “porque agora os clientes estão ficando loucos, comprando em pânico”.

Ele compara seu negócio a ser o “cara do meio no sanduíche” — espremido de cima para baixo.

A HCC produz carretéis de colheita para colheitadeiras, alguns com mais de 30 pés de comprimento, e outras peças para as grandes ceifadeiras. A HCC está presa entre os produtores de aço e seus clientes: grandes produtores de equipamentos agrícolas como Deere e AGCO.

Nelson disse que tinha acabado de falar com um desses grandes fabricantes, que lhe perguntou quanto do aumento de preço antecipado relacionado a tarifas sobre o aço ele pretendia absorver. “Eu disse: ‘Vamos repassar tudo para você – e cabe a você decidir se quer repassar para seus clientes finais.'”

Os preços de insumos de fábrica já estão subindo. Uma pesquisa divulgada na sexta-feira pela S&P Global mostrou que um indicador dos preços pagos por empresas por insumos aumentou para 58,5 neste mês, de 57,4 em janeiro. Foi impulsionado pelo indicador de manufatura, que saltou para 63,5, de 57,4 no mês passado, “atribuído em grande parte pelos gerentes de compras às tarifas e aumentos de preços relacionados a fornecedores”.

Um porta-voz da Casa Branca disse que as tarifas são apenas uma parte da agenda econômica do governo, que inclui cortes nas regulamentações, redução dos custos de energia, bem como controle da inflação e cortes de gastos que reduzirão as taxas de juros e, eventualmente, tornarão os produtores de aço e alumínio dos EUA mais competitivos.

“A intenção dessas tarifas é dar espaço para os produtores nacionais de aço e alumínio respirarem — e fazê-los voltar à sua capacidade máxima”, disse o porta-voz da Casa Branca. “O aumento do preço do aço e do alumínio é um resultado natural disso.”

Glen Calder diz que está resignado a absorver os custos. A Calder Brothers, localizada em Taylors, Carolina do Sul, produz máquinas de pavimentação no valor de US$ 200.000, que são vendidas para empreiteiros de asfalto e municípios para tarefas como pavimentação de estacionamentos e ruas de subdivisões.

Os preços do aço já subiram nas últimas semanas, e ele foi avisado de que deve esperar novos aumentos em breve.
“A partir desta manhã, meus preços do aço subiram 15,2% desde o início do mês”, disse ele em uma entrevista à Reuters no dia 17 de fevereiro. “O preço das minhas máquinas não subiu 15,2%, posso garantir isso.” A fábrica de Calder, que emprega 100 funcionários, compete com quatro empresas nacionais maiores, e ele afirma que os negócios estão fracos, algo que atribui à hesitação dos clientes em investir em novas máquinas diante das taxas de juros ainda elevadas.
“Este não é um bom momento para sequer pensar em aumentar meus preços”, afirmou Calder.

MAIS DO QUE METAL

O aço não é sua única preocupação com as tarifas. Ele compra motores pesados da Cummins, uma grande fabricante dos EUA, e o modelo usado em suas máquinas é produzido pela empresa, que tem sede em Indiana, mas fabrica na China. O governo Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses em 10% no início deste mês.

Muitos fabricantes se baseiam na experiência da última vez que os EUA aplicaram novas tarifas sobre metais básicos — em 2018, durante o primeiro governo Trump — enquanto se preparam para o que está por vir.
“Com certeza, os preços aumentarão”, disse AH “Chip” McElroy II, presidente-executivo da McElroy Manufacturing, em Tulsa. Ele observou que, no passado, os fornecedores nacionais não acompanharam integralmente os preços mais altos das importações. “Eles aumentam, mas ficam um pouco abaixo”, explicou.

A empresa de McElroy fabrica máquinas que soldam tubos de plástico. O aço bruto representa uma parte relativamente pequena do custo total, segundo ele, mas muitos de seus fornecedores utilizam o metal, assim como o alumínio, nos componentes que fornecem.

Para entender melhor sua exposição aos aumentos, a empresa passou a semana passada pesquisando seus 15 principais fornecedores de matérias-primas. Eles receberam uma variedade de respostas, desde “impacto zero previsto” devido às tarifas até “certeza total de que nossos custos aumentarão conforme a demanda doméstica crescer e os produtores ajustarem seus preços”.

Fonte: O Cafezinho
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/02/2025

 

Recuo do dólar vai dificultar reajuste do preço do aço, prevê setor

Diante do recuo do dólar e do elevado nível de importações de aço, as siderúrgicas brasileiras devem encontrar dificuldade para implementar aumento nos preços dos aços planos em março, como praticaram em janeiro, afirmou o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, nesta quinta-feira (20).

Segundo ele, os reajustes praticados no primeiro mês do ano variaram em torno de 7% e aproveitaram a forte valorização do dólar em relação ao real no final do ano passado. Porém, com o recuo da moeda norte-americana este ano, isso não deve se repetir.

“Falou-se um pouquinho dessa segunda onda de aumento de preços para fevereiro e março, mas com a queda do dólar, perdeu-se um pouco a força, principalmente, frente aos preços da importação. Por outro lado, não vejo os preços caindo, na medida que nossas usinas estão bem vendidas. Então, não vejo isso acontecer”, disse Loureiro.

Em janeiro deste ano, as vendas de aços planos registraram queda de 2,9% se comparadas ao mesmo mês do ano passado, atingindo um montante de 320,3 mil toneladas contra 329,9 mil toneladas.

A queda em relação a 2024 foi atribuída ao menor número de dias úteis em 2025. “Avaliando as vendas diárias, vendemos, em janeiro, 16 mil toneladas por dia, só perdendo para janeiro de 2021. O menor número de dias fez com que as vendas caíssem, mas as vendas em janeiro foram muito boas”, avaliou Loureiro.

Quando comparadas a dezembro, as vendas contabilizaram alta de 28,4%, superando o índice de 15% esperado pelo Inda. “Tivemos uma reunião com a rede de associados para discutir o mercado e observamos que na última semana de janeiro as vendas deram uma melhorada, superando nossas previsões”, afirmou.

De acordo com o Inda, diferente de outros meses, a alta na última semana de janeiro não foi impulsionada por rumores de aumento de preços para fevereiro, mas, sim, por um movimento dos distribuidores em acelerar as vendas, mesmo com margens menores, a fim de manter o giro dos estoques em um nível semelhante ao de janeiro do ano passado.

Importações de aço continuam alta no País

Ainda conforme a apresentação do Inda sobre o setor, realizada nesta quinta, as importações de aços planos para o Brasil encerraram o mês de janeiro com alta de 83% em relação ao mesmo mês do ano anterior (2024).

O volume total importado de aço no primeiro mês do ano no País foi de 241,5 mil toneladas contra 131,8 mil em janeiro do ano passado. O avanço já era esperado pelo Instituto, segundo Carlos José Loureiro.

“A gente já esperava este aumento sabia que havia um volume de materiais siderúrgicos estocado no Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, que é o principal porto de entrada de material importado, e que não pode desembarcar em dezembro por falta de espaço nos armazéns. Então, só começou a ser nacionalizado este ano”, explicou.

Por isso, esse não deverá ser o ritmo de crescimento de importação durante o ano, mas a prática de trazer o aço da China, em constante crescimento, continua sendo um problema para as indústrias nacionais. “Isso mostra que realmente não estamos tendo um desafogo com relação à importação”.

O presidente do Inda lembra ainda que estes materiais deverão ser taxados em 25% ao entrarem no País, já que as cotas de importação já foram ultrapassadas. 

Comparando com as importações do mês de dezembro de 2024, as importações registraram alta ainda maior, de 95,5%, saltando de 123,5 mil toneladas em dezembro para 241,5 mil toneladas em janeiro deste ano.

Taxações de Trump não afetarão diretamente mercado brasileiro

As taxações de importações praticadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não afetarão diretamente o mercado de distribuição de aço brasileiro, na opinião do presidente do Inda, Carlos Loureiro.

“O grande problema não é nosso. O grande problema é do consumidor americano. São eles que pagarão os 25% de impostos”, afirmou Loureiro.

Loureiro avalia que se o acordo com os Estados Unidos realmente não for renovado com o governo brasileiro e os 25% passarem a ser cobrados, as usinas americanas continuarão a comprar o aço.

“Eles não têm oferta de placas no mercado interno para suprir a demanda. O preço da placa no Brasil pode até cair um pouco, mas vamos continuar exportando”, pontuou. 

Por outro lado, “os americanos vão ter que subir o preço dos produtos, ou vão ter prejuízo”, avaliou Loureiro. Não conseguindo comprar toda a demanda no mercado interno, ele acredita que eles continuarão importando, aumentando o custo para as próprias empresas americanas.

No mês de janeiro, o Brasil exportou cerca de 555 mil toneladas de aço plano para os EUA, valor que correspondeu a 84% das exportações do aço do País naquele mês.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/02/2025

Tarifas dos Estados Unidos devem impactar preços do aço no Brasil

Os preços do aço praticados pelo setor no Brasil tendem a ser impactados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações norte-americanas, de acordo com analistas consultados pelo Diário do Comércio. Eles ressaltam, contudo, que ainda é cedo para estimar os efeitos, visto que a taxação poderá ser reduzida para alguns países.

Partindo do pressuposto que Donald Trump não flexibilize a alíquota de 25% sobre as importações de aço, possivelmente haverá um excesso de oferta no curto prazo e, consequentemente, uma queda nos preços no mercado doméstico – e também internacional –, conforme o sócio-diretor da Belo Investment Research, Paulino Oliveira.

“É importante relativizar o peso da economia norte-americana em termos de mercado global de aço, pois eles não são os principais consumidores”, pondera.

“Acredito que terá algum ajuste importante no curto prazo, mas os drivers de longo prazo continuarão sendo a China e a Índia”, complementa, enfatizando que a participação desses países no consumo aparente de aço global é bem maior do que a dos Estados Unidos, que respondeu por somente 5,1% do indicador em 2023 (dados da World Steel).

Para o especialista da Valor Investimentos, Pedro Sangaletti, considerando que a taxa seja mantida como está, o Brasil terá que adotar estratégias para diversificar suas exportações e até mesmo para fortalecer o mercado interno de aço. Na avaliação dele, se isso não acontecer, poderá haver um cenário de alta nos preços praticados no País, porque as siderúrgicas terão que repassar as perdas de margens com a imposição das tarifas.

Preços do aço subiram em janeiro no País

Segundo Sangaletti, em meio a um cenário de volatilidade, os preços do aço na China caíram em janeiro, embora a queda não tenha sido expressiva. Na Europa, de acordo com ele, os preços se mantiveram estáveis. Já no Brasil, conforme o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), os reajustes das siderúrgicas variaram aproximadamente em 5%.

O analista independente Pedro Galdi pontua que se a tarifa imposta pelos Estados Unidos não for alterada, a siderurgia brasileira tende a ser pressionada e será mais difícil para as empresas que reajustaram para cima os preços no mês passado aumentem novamente, visto que o aço de outros países se tornaria mais competitivo em relação ao do Brasil.  

Na avaliação dele, como a tendência é que a inflação suba, as siderúrgicas vão tentar, pelo menos, repassar a alta inflacionária, algo que já é habitual.

Galdi não acredita que possa haver uma redução de preços por conta da taxação norte-americana. Ele ressalta que se as empresas aguentaram as importações aumentarem substancialmente nos últimos tempos, tomando o espaço delas no mercado interno, sem diminuir os valores, elas estão confortáveis e não deverão fazer isso agora.

 “Tudo pode mudar se conseguir uma taxa menor. Os Estados Unidos continuarão viáveis e isso leva a abrir mão de tentar algum reajuste de preço”, diz. “Mas o aço vai continuar chegando barato e as importações podem seguir crescendo”, salienta.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/02/2025