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Índia assume protagonismo e desafia a China na produção de aço

Nos últimos anos, a indústria siderúrgica global tem observado mudanças significativas, especialmente na Ásia. A Índia, em particular, está emergindo como um importante ator no mercado de aço, desafiando a posição dominante da China. Este crescimento é impulsionado por uma série de fatores econômicos e industriais que prometem transformar o cenário global da siderurgia, segundo o site Brasil Perfil.

Com uma economia em rápida expansão, a Índia está aumentando sua capacidade de produção de aço para atender à crescente demanda interna e internacional. A disponibilidade de recursos naturais, como o carvão, a preços competitivos, tem sido um dos motores desse crescimento. No entanto, a transição para práticas mais sustentáveis é um desafio que o país precisa enfrentar.

Como a Índia está lidando com os desafios ambientais?

Um dos principais desafios para a Índia é a descarbonização de sua indústria siderúrgica. O país se comprometeu a reduzir suas emissões de carbono, mas o prazo estabelecido para 2070 é mais longo do que o de outras nações líderes na produção de aço. Isso reflete a complexidade de equilibrar o crescimento econômico com a necessidade de práticas sustentáveis.

Para alcançar suas metas ambientais, a Índia está investindo em tecnologias mais limpas e na modernização de suas instalações industriais. A adoção de energias renováveis e a melhoria da eficiência energética são passos cruciais nesse processo. A colaboração internacional também desempenha um papel importante na troca de tecnologias e práticas sustentáveis.

Quais são as projeções econômicas para o futuro da siderurgia indiana?

A Índia está projetada para se tornar a terceira maior economia do mundo, superando potências como Japão e Alemanha. Com um crescimento econômico robusto, o país está se posicionando para ser um dos principais produtores e exportadores de aço até 2050. Essa expansão econômica é sustentada por uma taxa de crescimento do PIB de aproximadamente 6,5% ao ano.

O aumento da produção de aço na Índia não apenas atende à demanda interna, mas também posiciona o país como um fornecedor crucial no mercado global. A capacidade de inovar e adotar práticas sustentáveis será fundamental para o sucesso contínuo da Índia na indústria siderúrgica.

Qual é o papel do Oriente Médio na produção sustentável de aço?

Além da Índia, o Oriente Médio está se destacando como uma região promissora para a produção de aço sustentável. Empresas globais estão firmando parcerias com países da região para desenvolver projetos que utilizam gás natural e hidrogênio verde como fontes de energia. Essas iniciativas visam reduzir as emissões de carbono e criar um modelo de produção mais sustentável.

Esses projetos no Oriente Médio não apenas diversificam as fontes de produção de aço, mas também contribuem para a redução das emissões globais de carbono. A criação de hubs de produção de aço verde é um passo significativo em direção a uma indústria siderúrgica mais sustentável.

Quais são as perspectivas para a indústria siderúrgica global?

O futuro da indústria siderúrgica está em um ponto de transformação, com a Índia emergindo como um líder potencial no mercado global. O crescimento econômico do país, aliado a esforços para aumentar a produção de aço de forma sustentável, destaca seu papel crescente na economia mundial.

Simultaneamente, a busca por soluções sustentáveis, como a produção de aço verde no Oriente Médio, reflete um compromisso global com a redução das emissões de carbono. A evolução dessas tendências determinará o futuro da siderurgia nos próximos anos, com um foco crescente em práticas industriais sustentáveis.

Fonte: BM&C News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/06/2025

 

Governo de São Paulo corta juros pela metade e incentiva compra de tratores nacionais

O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, irá oferecer condições especiais de financiamento para a compra de tratores novos de fabricação nacional. Pelo programa Pró-Trator, o Estado, SP irá subsidiar até 50% da taxa Selic, com o objetivo de incentivar a modernização do parque de máquinas no campo, aumentar a produtividade e impulsionar a indústria nacional de implementos agrícolas. “Nosso compromisso é fortalecer o produtor rural com acesso facilitado a crédito e tecnologia. Ao subsidiar parte dos juros, o Estado viabiliza a renovação de equipamentos e contribui para um agro mais competitivo e tecnificado”, acrescenta o governador Tarcísio de Freitas.

Como funciona?

O teto dos juros definido no chamamento é de até 8% ao ano, com limite de financiamento de R$ 50 mil por produtor rural. Os equipamentos elegíveis devem ter motor de até 125 cv de potência. O chamamento Público do governo paulista será publicado nesta terça-feira (03) e irá credenciar bancos cooperativos interessados em atuar como operadores financeiros do programa. As instituições têm até o dia 9 de junho para enviar a documentação necessária e obter a habilitação junto ao governo paulista. “Esse é um passo importante para tornar o financiamento mais acessível, principalmente para o pequeno e médio produtor. Estamos ampliando as parcerias com cooperativas de crédito para que o recurso chegue mais rápido e de forma mais capilarizada”, destacou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai.

São Paulo lidera vendas de tratores no Brasil

Com forte presença no agronegócio, São Paulo mantém a liderança nacional em vendas de tratores. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Estado comercializou mais de 7 mil unidades em 2024, representando 21% do total vendido no país. Na sequência, aparecem Paraná, com 4,9 mil tratores vendidos, e Rio Grande do Sul, com 4,3 mil unidades.

Fonte: JP News
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 03/06/2025

 

Trump diz que vai dobrar tarifas sobre o aço importado pelos EUA, de 25% para 50%

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (30) que planeja dobrar as tarifas sobre o aço importado pelo país, de 25% para 50%. A medida preocupa o mercado: se confirmada, irá intensificar a pressão sobre os produtores globais.

A declaração de Trump também reacende temores de uma nova escalada na guerra comercial. Desde o início da sua política tarifária, os mercados têm enfrentado instabilidade, com os principais índices globais registrando quedas acentuadas diante das incertezas provocadas pelo republicano.

"Vamos impor um aumento de 25%. Vamos passar de 25% para 50% nas tarifas sobre o aço importado para os Estados Unidos, o que vai proteger ainda mais a indústria siderúrgica americana", disse Trump nesta sexta, em um comício na Pensilvânia.

As tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos EUA estão em vigor desde 12 de março, um mês após a assinatura do decreto por Trump.

A medida afetou diretamente o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México. O Brasil, segundo maior fornecedor de aço do país, também foi impactado.

Especialistas ouvidos pelo g1 apontam como principal consequência das tarifas a redução das exportações para os EUA. Além disso, o cenário impõe novos desafios ao setor siderúrgico, que pode ser forçado a redirecionar suas vendas ou, no longo prazo, reduzir a produção.

Para as empresas com fábricas no Brasil, os efeitos variam. De um lado, estão as companhias com forte atuação no mercado externo, que tendem a ser mais prejudicadas pela queda nas exportações.

De outro, estão aquelas com foco maior no mercado interno, que sentem menos o impacto direto. No entanto, essas empresas enfrentam o desafio de lidar com o possível aumento da oferta de produtos no mercado doméstico — o que pode pressionar os preços e reduzir as margens de lucro.

Os impactos para Brasil

O Brasil é, em volume, o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, conforme dados do Departamento de Comércio norte-americano. Ao todo, foram 4,1 milhões de toneladas em exportações para o país em 2024.

Os números ficam atrás apenas do Canadá, responsável por 6 milhões de toneladas ao mercado norte-americano. Em terceiro lugar, vem o México, com o envio de 3,2 milhões de toneladas.

Veja abaixo:

 

Ao todo, cerca de 25% do aço utilizado nas indústrias dos EUA é importado. No caso do alumínio, cujo principal exportador para o país também é o Canadá, essa parcela é de 50%.

José Luiz Pimenta, especialista em comércio internacional e diretor da BMJ Consultoria, explica que os EUA são grandes consumidores de aço e alumínio no cenário global — insumos importantes para a produção de automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos, construção civil, entre outros setores.

"Brasil e Canadá são os países mais afetados em termos de exportação. O que tende a ocorrer é um efeito de diminuição de importações [pelos EUA] desses países, sobretudo de aço, no curto e no médio prazo", diz, sobre a criação das taxas.

Segundo Pimenta, o cenário irá exigir que o Brasil diversifique os destinos dos produtos, buscando mercados em outros países — tarefa difícil, já que a concorrência esbarra na China, uma grande exportadora. Outra alternativa seria tentar vender o excedente no próprio mercado nacional.

Lia Valls, pesquisadora associada do FGV Ibre e professora da UERJ, acredita que, apesar da concorrência, parte das exportações podem até ser absorvidas pelo gigante asiático.

"A China prefere comprar produtos semifaturados [placas de aço e chapas de alumínio]. Ou seja, pode importar esses materiais para transformar em produto final", exemplifica. "Mas, em um primeiro momento, não está muito óbvio para onde as exportações brasileiras serão dirigidas."

Para o especialista em comércio exterior Jackson Campos, o cenário de queda nas exportações para os EUA também pode, em um segundo momento, prejudicar o mercado de trabalho na siderurgia brasileira.

"Com menos demanda, as fábricas podem ter que diminuir sua produção, o que pode levar a cortes de empregos. Muitas pessoas que trabalham diretamente na produção de aço e alumínio, além de setores como transporte e mineração, podem ser afetadas", diz.

Como as taxas atingem as empresas

Os impactos das tarifas de Trump nas empresas do país foram avaliados em relatório do Itaú BBA, no início de março. Segundo o banco, empresas exportadoras não listadas na bolsa de valores brasileira — que representam mais de 80% das vendas de aço para fora do país — serão as que mais sentem os efeitos negativos dessas medidas.

É o caso de multinacionais com operação no Brasil, como a ArcelorMittal e a Ternium, indica o Itaú. As companhias produzem placas de aço, que são compradas em grande escala pelos EUA e processadas para uso no mercado doméstico. Diante das taxas, os fluxos podem diminuir, afetando essas (e outras) empresas.

Por outro lado, o relatório aponta que siderúrgicas brasileiras como a Gerdau, Usiminas e CSN não seriam tão prejudicadas. O motivo é que as exportações são menos significativas para a operação dessas companhias, conforme explicou à BBC Daniel Sasson, analista do Itaú BBA para o setor de mineração e siderurgia.

Em nota publicada após o anúncio das tarifas por Trump, o Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, informou ter recebido "com surpresa" a decisão do governo dos EUA.

O instituto disse estar confiante "na abertura de diálogo entre os governos dos dois países, de forma a restabelecer o fluxo de produtos de aço para os EUA nas bases acordadas em 2018", ano em que foi estabelecida uma cota de exportação.

As tarifas — e o vaivém — de Trump

Donald Trump assinou em 10 de fevereiro o decreto que impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio do país. O início das cobranças foi em 12 de março.

O objetivo de Trump ao taxar produtos de outros países é priorizar e incentivar a indústria local. Ele espera que, com custos de importação mais altos, haja um aumento na procura e na produção de insumos nacionais.

"A nossa nação precisa que aço e alumínio sejam produzidos nos EUA, não em terras estrangeiras", afirmou o republicano em fevereiro, ao assinar a ordem executiva que determinou a cobrança das tarifas.

Desde que assumiu seu segundo mandato, o republicano tem anunciado diversas taxas de importação. Trump prometeu, ainda durante a campanha eleitoral, tarifar uma série de produtos de outros países, em especial do Canadá e do México, seus principais parceiros comerciais.

Anunciou também seu tarifaço, no início de abril, que atingiu mais de 180 países. A medida chegou a ser suspensa nesta semana pela Justiça dos EUA, mas uma segunda decisão retomou as cobranças, que seguem em 10% para a maioria das nações.

Produtos da China e alguns setores específicos, como no caso do aço, enfrentam alíquotas mais altas.

Fonte: G1
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/06/2025

Vendas de máquinas devem crescer mais de 8% em 2025, se Plano Safra ajudar

As vendas de máquinas agrícolas no Brasil somaram R$ 5,3 bilhões em abril, 11,7% superior ao registrado no mesmo período no ano passado, segundo dados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

No acumulado do ano, as vendas somam R$ 20,34 bilhões, alta de 20,6% na mesma comparação. De acordo com o presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, Pedro Estevão, a expectativa é de que o setor apresente crescimento de 8% até o final deste ano.

“Achamos que tem um viés de alta, que será maior que 8%, mas vai depender muito do Plano Safra. Se vier com juros muito altos, o pessoal vai ficar muito restritivo com relação a novos investimentos”, destacou Pedro Estevão.

Já as exportações de máquinas agrícolas em abril atingiram US$ 134,9 milhões, alta de 17,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, foram US$ 485,7 milhões, alta de 4,2%.

As importações caíram 19,3% em abril, para US$ 132,3 milhões. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, por sua vez, houve alta de 1,2%, com US$ 432,5 milhões.

Fonte: Globo Rural
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 30/05/2025

 

Aço chinês gera onda protecionista mundo afora, e no Brasil também; entenda

O crescimento das exportações de aço da China em meio ao excesso de capacidade global de produção tem provocado uma onda de medidas protecionistas mundo afora, alertou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório publicado nesta terça-feira, 27.

De acordo com a OCDE, “as exportações de aço da China dispararam para um nível recorde de 118 milhões de toneladas em 2024”, superando o pico verificado durante a crise do aço de 2015-2016.

O documento observa que “as pressões provocadas por exportações a preços baixos levaram a um salto nas novas investigações antidumping”. Em 2024, segundo o relatório, “19 governos iniciaram 81 investigações antidumping envolvendo produtos siderúrgicos”, número cinco vezes maior que o registrado no ano anterior. “Quase 80% dos casos foram iniciados contra produtores asiáticos, com a China respondendo por mais de um terço do total”, diz a OCDE.

Além das disputas formais, crescem também medidas amplas, como aumentos generalizados de tarifas sobre as importações em diversos países. O relatório da OCDE destaca que “cada vez mais países têm adotado medidas mais abrangentes para proteger suas indústrias siderúrgicas, por meio de aumentos tarifários setoriais”.

‘Intermediários’

O documento aponta ainda que as exportações chinesas não afetam apenas os mercados diretamente importadores. Muitas vezes, diz a organização, “produtores sujeitos a medidas comerciais buscam contornar restrições, desviando exportações para outros mercados ou enviando produtos por países intermediários”.

A OCDE calcula que, entre 2013 e 2020, o volume de comércio siderúrgico suspeito de reencaminhamento (repassados por países intermediários) totalizou “21,5 milhões de toneladas métricas (13,3 bilhões de euros)”.

De acordo com o relatório, o Brasil tem mantido uma postura de contenção diante da crise global do aço, com capacidade produtiva estagnada e medidas defensivas para proteger seu mercado, segundo o relatório. A OCDE aponta que o Brasil não registrou qualquer crescimento de capacidade de produção entre 2020 e 2024, permanecendo com 50,9 milhões de toneladas por ano. A participação do País na produção global é de apenas 2,1%.

A estabilidade contrasta com o avanço de outras economias emergentes, como a Índia, cuja capacidade aumentou 26,2% no período analisado, e o Irã, com alta de 22,6%. Ainda assim, o Brasil aparece entre os países que adotaram barreiras comerciais.

Segundo a OCDE, “Brasil, México e Turquia aumentaram as tarifas com a intenção de enfrentar aumentos substanciais de importações verificados nos últimos anos”.

Essas ações incluem investigações antidumping. O Brasil foi um dos países que mais iniciaram processos em 2024, com “oito investigações envolvendo produtos siderúrgicos” chineses, mesmo número que Austrália e atrás apenas de Turquia e EUA, com dez casos cada. Ainda assim, produtores no Brasil reclamam que as barreiras não têm sido suficientes para frear a entrada de aço chinês no País.

O relatório destaca ainda que a América do Sul, região em que o Brasil é o principal produtor, viu as importações de aço aumentarem “cerca de 60% entre 2020 e 2024”, reflexo do redirecionamento das exportações chinesas, que atingiram recorde de 118 milhões de toneladas em 2024.

Fonte: Agência Estado
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/05/2025

 

Governo estende imposto de importação de 25% para 23 tipos de aço e mantém cotas

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), estendeu a alíquota de 25% de imposto de importação para 23 tipos de aço. Anteriormente, eram 19 tipos atingidos pela taxação. Cada tipo é identificado por um código, chamado de NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul).

Também foi mantido o sistema de cotas até determinados volumes de importação, que poderão entrar no país pelas tarifas originais das NCMs (entre 9% e 16%). Entretanto, foram excluídas do cálculo as importações feitas no contexto de acordos comerciais ou de regimes especiais.

"O estabelecimento de cotas busca reduzir os impactos nos setores que usam o aço em sua cadeia produtiva – como construção civil, automóveis, bens de capital e eletroeletrônicos", afirma o Mdic em nota.

Sobre a extensão da alíquota de 25% para quatro novas NCMs, o Mdic diz que a medida foi necessária para evitar "fugas", ou seja, uso desses códigos para evitar a tributação.

"Estas últimas foram caracterizadas como 'NCMs de fuga' e sua inclusão na medida decorreu da identificação de aumentos expressivos de importação no último ano, demonstrando que passaram a ser usadas como substitutas dos produtos originalmente tarifados", explica o ministério.

As medidas aprovadas nesta terça valem para os próximos 12 meses. Em abril do ano passado, a Camex havia elevada para 25% o imposto de importação de 11 NCMs de aço e estabelecido cotas de volume de importação para esses produtos.

Assim como no ano passado, o governo afirma que tanto a manutenção da taxação como a ampliação das NCMs decidida nesta terça "seguiram os critérios técnicos já utilizados nas decisões anteriores, alcançando as NCMs cujo volume de compras externas superaram em 30% a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022".

A lista completa das NCMs será publicada na página da Camex, informa o Mdic.


- Mais sobre o tema:

Camex renova taxa de importação de aço e amplia lista
Medida visa fortalecer a indústria siderúrgica nacional contra o que o setor chama de ‘surtos de importação’

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), decidiu na terça-feira (27) renovar a alíquota de 25% de imposto de importação para 19 tipos de aço e ampliar para mais quatro NCMs (códigos utilizados para identificar os produtos). Com isso, a taxação passará a atingir 23 NCMs e será válida pelos próximos 12 meses.

Também foi mantido o sistema de cotas até determinados volumes de importação, que poderão entrar no país pelas tarifas originais (entre 9% e 16%). Entretanto, foram excluídas do cálculo as importações feitas no contexto de acordos comerciais ou de regimes especiais. Essas medidas também serão válidas pelos próximos 12 meses.

A decisão de ontem é uma continuidade das medidas adotadas desde 2024 para fortalecer a indústria siderúrgica nacional, contra o que o setor chama de “surtos de importação”, especialmente de produtos vindos da China. Também é uma forma de ajudar o setor em meio à taxação promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo o Mdic, 19 tipos de aço já tinham importação taxada em 25% por decisões anteriores da Camex. Na reunião de ontem, a câmara decidiu manter a medida para esses NCMs e estender para outros quatro.

O ministério afirma que a ampliação foi necessária para evitar “fugas”, ou seja, o uso, por parte das empresas, desses outros códigos de aço para evitar a tributação. “Estas últimas foram caracterizadas como ‘NCMs de fuga’ e sua inclusão na medida decorreu da identificação de aumentos expressivos de importação no último ano, demonstrando que passaram a ser usadas como substitutas dos produtos originalmente tarifados”, explica o Mdic, em nota.

Em relação à manutenção das cotas, o ministério diz que a medida busca “reduzir os impactos nos setores que usam o aço em sua cadeia produtiva - como construção civil, automóveis, bens de capital e eletroeletrônicos”. Esses setores têm se posicionado contra a elevação da alíquota de importação.

Em abril do ano passado, a Camex havia elevado para 25% o imposto de importação de 11 NCMs de aço e estabelecido cotas de volume de importação para esses produtos. Outras NCMs foram adicionadas à medida posteriormente.

Assim como no ano passado, o governo afirma que tanto a manutenção da taxação como a ampliação das NCMs decidida nesta terça-feira “seguiram os critérios técnicos já utilizados nas decisões anteriores, alcançando as NCMs cujo volume de compras externas superaram em 30% a média das compras ocorridas entre 2020 e 2022”.

A renovação da tarifa de importação era um pleito do setor de aço, que pedia desde o início do ano ao Mdic a adoção de mais medidas que protegessem a indústria nacional.

O Comitê Executivo de Gestão da Camex é o órgão do governo responsável pelas decisões de comércio exterior. O colegiado é formado por representantes do Mdic, da Casa Civil e do Ministério da Fazenda, entre outros.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/05/2025