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Produção mundial de aço sente baque da China e cai 4,3% em 2022, diz Worldsteel

A produção mundial de aço bruto encerrou o ano passado com recuo de 4,3%, somando 1,83 bilhão de toneladas. Esse volume saiu de usinas integradas a altos-fornos, que são quase três quartos do total, e das chamadas siderúrgicas mini-mills (que são movidas a fornos elétricos).

O desempenho do setor, com base nas informações de 64 países que são membros da World Steel Association (WSA) e respondem por mais de 85% da produção, foi divulgado nesta terça-feira (31) em Bruxelas, na Bélgica.

A retração teve forte contribuição dos números de dezembro, que registraram queda de 10,8% ante o mesmo mês de 2021. O volume produzido no mês foi de 140,7 milhões de toneladas.

O elevado índice negativo do último mês de 2022 foi puxado pela siderurgia chinesa, que informou uma queda de 9,8% ante um ano antes, com 77,9 milhões de toneladas produzidas.

No acumulado de 12 meses do ano passado, a China — maior produtor mundial de aço — encerrou com recuo de 2,1%, em 1,013 bilhão de toneladas. O volume ficou abaixo das expectativas do mercado, que estimavam em torno de 1,03 bilhão de toneladas de aço bruto.

Isso não foi bom para as mineradoras de ferro. A siderurgia chinesa é o maior importador global da matéria-prima para produção de aço na rota integrada, suprindo seus altos-fornos com mais de 1 bilhão de toneladas de minério oriundo de fora — com destaque para a Austrália e o Brasil.

Outros países relevantes da siderurgia mundial, posicionados entre os dez maiores do ranking, também tiveram desempenhos ruins em dezembro. A começar pela Turquia, com menos 20% ante o mesmo mês de 2021. Em ordem decrescente, em seguida vieram a Alemanha (-14,6%), Japão(-13,1%, Coreia do Sul (-11,6%), Rússia (-11,3), Estados Unidos (-8,3%) e Brasil (-5,2%).

A indústria do aço russa sofreu os impactos das restrições impostas por países do Ocidente depois que o presidente Vladimir Putin decidiu abrir guerra contra a vizinha Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado.

As exceções, no mês passado, ficaram com Índia — segundo maior produtor mundial —, que cresceu 0,8%, e Irã, o décimo no ranking, com expansão de 3,3%.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/02/2023

Minério de ferro cai com traders de olho na demanda da China

Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta terça-feira, com o preço de referência na bolsa de Dalian recuando da máxima do contrato da sessão anterior, à medida que traders avaliavam a demanda na China, maior produtora mundial de aço, e monitoravam riscos regulatórios.

O ingrediente siderúrgico, no entanto, estava a caminho de um ganho mensal de 2% na Dalian Commodity Exchange. Já na Bolsa de Cingapura, o contrato subiu 11% este mês, em um rali impulsionado por melhores perspectivas de demanda depois que a China desmantelou as restrições rígidas da Covid.

A chamada reabertura da China também impulsionou os preços spot do minério de ferro ferro, com o material com teor de 62% subindo acima de 130 dólares a tonelada na segunda-feira, o maior nível desde junho, mostraram dados da consultoria SteelHome. Nesta terça-feira, o contrato fechou a 129,5 dólares.

O minério de ferro mais negociado para maio na bolsa de Dalian encerrou o comércio diurno desta terça-feira com queda de 1,3%, a 866 iuanes (128,25 dólares) a tonelada.

Em Cingapura, o contrato de referência do minério de ferro para março caiu 0,7% para 127,25 dólares a tonelada.

"Os preços do minério de ferro podem permanecer dentro da faixa quando as siderúrgicas retomarem a produção após o intervalo do CNY (Ano Novo Lunar)", disse a consultoria Mysteel em sua última perspectiva semanal.

Os estoques dos portos de minério de ferro na China provavelmente também se acumularam após o feriado de uma semana, disse.

As preocupações com intervenção regulatória, já que a China alertou contra a especulação excessiva do mercado, também foram vistas reduzindo os preços do minério de ferro.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 31/01/2023

Reabertura da China pode impulsionar economia global, mas também traz desafios

A rápida reabertura da China após quase três anos de rígidos controles de coronavírus pode fornecer um impulso muito necessário ao crescimento econômico global, mas também pode alimentar a inflação, justamente quando os preços mostram sinais de queda.

O renascimento da segunda maior economia do mundo – e maior consumidor de commodities – ameaça elevar os preços globais de combustíveis, metais industriais e alimentos neste ano.

Desde o início de janeiro, os preços do cobre, alumínio e zinco tiveram seu melhor início de ano em 11 anos, subindo em média 13%, disseram analistas do Deutsche Bank à CNN, citando dados da London Metal Exchange. O estanho, amplamente utilizado para fazer eletrônicos, subiu 30%, seu maior aumento em 32 anos.

“Há uma enorme quantidade de demanda reprimida que esperamos voltar aos mercados, especificamente após o Ano Novo Chinês”, falou à CNN Nicky Shiels, chefe de estratégia de metais da trading de metais preciosos MKS Pamp. “Os mercados se recuperaram em antecipação a isso”.

Não são apenas as commodities que estão subindo na esperança de recuperação da China. As ações do índice MSCI China subiram 14% desde o início das negociações deste ano. O índice Golden Dragon China da Nasdaq – que acompanha as empresas chinesas listadas nos Estados Unidos – subiu 19% no mesmo período.

Já há sinais de que a economia está se recuperando. Bernard Arnault, executivo-chefe do grupo de varejo de luxo LVMH, disse a analistas na quinta-feira que a recuperação dos visitantes das lojas em Macau, onde os turistas chineses agora podem viajar, foi “espetacular”.

Desde o mês passado, o governo chinês vem desmantelando rapidamente sua rígida política de Covid-zero, após uma onda de protestos populares contra as restrições. A velocidade da reabertura, bem como as indicações de que as infecções já podem ter atingido o pico, foram surpreendentes, disseram analistas à CNN.

Mas metais como cobre e alumínio “não são uma parte muito significativa da cesta geral da inflação”, aponta Daniel Major, analista de metais e mineração do UBS, à CNN.

No entanto, se os preços globais de alimentos e energia começarem a subir novamente, isso poderá se refletir em preços mais altos ao consumidor.

A reabertura da China pode aumentar a demanda por produtos agrícolas, enquanto o mundo ainda enfrenta a pior crise alimentar da história moderna. Os preços futuros do trigo, um alimento básico, ainda estão 58% mais altos do que em meados de 2020, quando os preços começaram a subir constantemente.

As importações chinesas de soja, utilizada principalmente para alimentar o gado, aumentaram 18% em dezembro em relação ao ano anterior, possivelmente porque os compradores anteciparam uma recuperação na demanda em restaurantes, disse Bill Weatherburn, economista de commodities da Capital Economics, em nota anterior este mês.

Aumento na demanda por energia

A reabertura da China também deve aumentar a demanda por petróleo. A Agência Internacional de Energia disse em um relatório na semana passada que a demanda global pode atingir uma alta histórica de 101,7 milhões de barris por dia este ano, com a China respondendo por quase metade desse aumento.

Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics, falou à CNN que espera que os preços do petróleo subam ainda este ano, à medida que as viagens e o consumo aumentam.

O grupo de pesquisa agora espera que o preço do barril de petróleo Brent, a referência global do petróleo, suba para US$ 95 o barril até o final do ano, acima da estimativa anterior de US$ 85. Os preços da gasolina nos Estados Unidos já subiram 40 centavos de dólar por galão em um mês, em parte devido ao aumento dos preços do petróleo bruto desde o início de dezembro.

O aumento dos preços do petróleo pode ajudar a aumentar a inflação global – ou pelo menos mantê-la elevada – justamente quando os aumentos dos preços ao consumidor mostram sinais de moderação, contendo as esperanças de empresas e investidores de que os bancos centrais do mundo possam em breve parar de aumentar as taxas de juros.

Os mercados esperam que o Federal Reserve dos EUA aumente o custo dos empréstimos em 25 pontos-base em sua reunião da próxima semana, um aumento mais modesto do que o de 50 pontos-base aprovado no mês passado.

O apetite da China por energia pode ser especialmente difícil para a Europa, já que o continente tenta reabastecer seus estoques de gás natural antes do próximo inverno com apenas uma pequena fração das importações russas das quais dependia.

Os preços de referência do gás natural na Europa caíram 84% desde que atingiram o recorde histórico de 343 euros (US$ 373) por megawatt/hora em agosto. Essa tendência pode começar a se reverter se a China competir com a Europa por um número fixo de cargas de GNL dos Estados Unidos e do Catar, os maiores fornecedores do bloco.

“A quantidade de GNL que [a China] comprará do resto do mundo será maior do que vimos”, disse Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, em um painel no Fórum Econômico Mundial na semana passada.

“Haverá mais pressão inflacionária decorrente dessa demanda adicional de commodities e energia em particular”, disse ela, acrescentando que o BCE planeja “manter o curso” de aumentar as taxas de juros para ajudar a domar a inflação.

Exagero?

As expectativas de grandes saltos de preços em geral podem ser exageradas, no entanto.

A demanda por aço não aumentará até a segunda metade do ano, segundo a Bain, já que a atividade no setor imobiliário da China, que é um grande consumidor do metal, ainda está deprimida.

“Não estou convencido de que a demanda da China vá aumentar os preços [do gás e da eletricidade] tanto quanto as pessoas talvez pensem”, disse Michael Hewsom, analista-chefe de mercado da CMC Markets, à CNN.

Hewsom acrescentou que China e Índia poderiam importar gás natural russo com desconto, liberando cargas de outros fornecedores, como os Estados Unidos, para irem para a Europa.

Um aumento na demanda chinesa por energia, metais e alimentos também deve “ser parcialmente compensado pela fraca demanda por exportações chinesas de produtos manufaturados nas economias desenvolvidas”, destaca a Capital Economics em nota no início deste mês.

A recuperação da China será provavelmente impulsionada pelo “lazer [e] consumo doméstico”, falou Major do UBS.

Isso significa que os preços do aço e do minério de ferro – metais comumente usados ??na indústria pesada – têm menos probabilidade de obter grandes ganhos em comparação com o cobre e o alumínio, encontrados em uma variedade de produtos domésticos.

Ben May, diretor de pesquisa macro global da Oxford Economics, disse em uma nota na sexta-feira que qualquer aumento na inflação global por trás do renascimento da China pode ser “menor do que muitas pessoas temem”.

Isso ocorre em parte porque a China está reabrindo por conta própria, acrescentou ele, ao contrário dos Estados Unidos e da Europa, que reduziram suas restrições pandêmicas quase ao mesmo tempo, criando uma competição acirrada por produtos.

 

Fortescue vê recuperação sólida na China após forte segundo trimestre

A australiana Fortescue disse nesta sexta-feira que espera uma recuperação econômica sólida na China, principal compradora de seu minério de ferro.

Em teleconferência com analistas, a companhia também confirmou que seu projeto Iron Bridge, que está atrasado, deve iniciar a produção no final de março.

O fundador e presidente executivo da Fortescue, Andrew Forrest, disse que as empresas chinesas, grandes e pequenas, estão ansiosas para investir e contratar trabalhadores novamente, em uma aceleração depois que a segunda economia do mundo diminuiu as restrições da Covid-19.

A quarta maior mineradora de minério de ferro do mundo registrou um salto de 4% nos embarques no trimestre encerrado em dezembro em relação ao ano anterior, para 49,4 milhões de toneladas. O desempenho foi sustentado pela força de suas principais operações na Austrália Ocidental, superando as previsões dos analistas e registrando um recorde para o semestre.

O projeto Iron Bridge na região de Pilbara permitirá à Fortescue misturar uma produção de alto teor com seu minério tipicamente de baixo teor de ferro, elevando a qualidade média acima de 60%, tornando-o mais competitivo frente a rivais como BHP Group e Rio Tinto.

Forrest destacou que a empresa pretende desenvolver rapidamente o projeto de minério de ferro de Belinga no Gabão, com perfuração inicial prevista para começar em março.


Com agências de notícias (CNN e Reuters)
Fonte: Infonet
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 30/01/2023

Minério reabre em alta na China

A expectativa de aquecimento da economia chinesa pelo processo de reabertura segue impulsionando o minério de ferro. 

A commodity subiu mais 2% para próximo de US$ 130 por tonelada nesta segunda-feira, 30, após o feriado de Ano Novo Lunar ter mantido as negociações suspensas por uma semana na bolsa de Dalian.

 
Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/01/2023

EUA revogou taxação às chapas de aço carbono do Brasil, mas cotas de 30% para acabados permanecem

A decisão da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês) de revogar a sobretaxa aplicada às exportações de chapas de aço carbono do Brasil não deve impulsionar as exportações da siderurgia brasileira. Embora positiva, a medida tem efeito limitado, uma vez que não afeta as cotas de 30% do volume de vendas de produtos siderúrgicos acabados nacionais.

Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), Gerdau, ArcelorMittal e CSN, grandes players siderúrgicos nacionais com operações em Minas Gerais, produzem chapas de aço carbono. Porém, nem todas comercializam o produto no mercado norte-americano.

De acordo com o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, o fim das ações antidumping é uma boa medida no ponto que retira uma restrição e reconhece que as exportações brasileiras não impõem riscos para o mercado americano, mas não favorece as exportações brasileiras.

“É um gesto que a gente recebe bem, porque representa a retirada de mais um obstáculo de exportação, mas não facilita, viabiliza ou melhora nossas exportações, porque continuamos com regime de cota, que foi definido em patamares muito baixos em 2018 e ainda engloba um redutor”, explica.

O dirigente se refere às medidas de salvaguarda de segurança nacional impostas no governo de Donald Trump, previstas na chamada “Seção 232” da legislação norte-americana. Com o mecanismo, os EUA impuseram cotas fixas de exportação de aço ao Brasil, seu principal parceiro comercial no setor. No caso dos produtos acabados – os laminados e chapa grossa -, a cota se deu sob uma média das exportações realizadas entre 2015 e 2017 reduzida em 30%.

Assim, apesar da retirada das taxas adicionais de 74,52%, na importação das chapas de aço carbono originárias do Brasil, que estavam em vigor desde 1993, as vendas do parque siderúrgico nacional aos Estados Unidos continuarão limitadas a 10 mil toneladas por ano.

Siderúrgicas seguem em busca da flexibilização do regime de cotas do aço

Por isso, conforme Lopes, permanecem os esforços e o pleito do setor de trazer o tema à pauta do governo americano em vistas da flexibilização do regime e da imposição de cotas para as importações de aço brasileiro.

“As cotas não possuem data de vigência. O regime prevê que a cada trimestre exportemos 30% da cota e no último, o resíduo (10%). Queremos aproveitar a proximidade das novas gestões brasileira e americana para retomar essa discussão. Está previsto um encontro do Lula com o Biden e pretendemos pautar essa discussão”, adianta.

A estratégia é a exclusão da Seção 232. Caso não seja possível, o Aço Brasil vai tentar que, pelo menos, as cotas sejam incrementadas no caso dos semi-acabados e a retirada do redutor de 30% dos abacados. O trabalho teve início ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a intenção é dar continuidade com o governo Lula.

Governo diz que buscará ampliação do comércio com EUA

Com a medida anunciada pelos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores emitiu nota ressaltando que o Brasil foi o único país excluído da sobretaxa. Reforçou que a decisão, anunciada no último dia 10 de janeiro, decorre da conclusão de que a extinção da medida para as exportações brasileiras não implicará dano material à indústria estadunidense, o que foi demonstrado ao longo do processo de revisão pelos exportadores e pelo governo brasileiro.

E garantiu que o governo brasileiro continuará empenhado na normalização e ampliação do comércio siderúrgico com os EUA.

Por fim, vale dizer que, em 2021, o Brasil exportou cerca de US$ 9,3 bilhões em produtos siderúrgicos, dos quais US$ 5,1 bilhões destinados aos EUA, o que representa 54,1% das exportações brasileiras nesse segmento. Já as exportações brasileiras relacionadas especificamente a chapas grossas de aço carbono somaram aproximadamente US$ 75 milhões em 2021, podendo tal mercado experimentar incremento a partir da revogação da medida de defesa comercial pelo Governo dos EUA.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/01/2023

O cenário positivo e os desafios do agronegócio em 2023

O PIB do agronegócio brasileiro alcançou recordes sucessivos no biênio de 2020 e 2021, com um dos melhores resultados da história recente do agronegócio.

Já no ano passado, o PIB do setor teve recuos sucessivos ao longo dos três primeiros trimestres. O principal fundamento para esse cenário de queda foi a forte alta dos custos com insumos, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias.

Para 2023, a expectativa é que o agronegócio tenha o maior crescimento em 5 anos. O Instituto Brasileiro de Economia calcula que o PIB do setor deve avançar 8%.

Este avanço esperado é explicado pela provável alta na safra de grãos, cereais e leguminosas, com crescimento estimado de 11,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Soja e o milho devem ser os destaques, com as produções de cana-de-açúcar, frutas e hortaliças também andando bem.

As expectativas mundiais indicam que o consumo de grãos deve aumentar este ano, com estoques no menor nível dos últimos oito anos, segundo o Conselho Internacional de Grãos. Nesse cenário, cresce a importância da safra brasileira.

Todo este otimismo para 2023 só será confirmado com a ajuda do clima. A seca nos últimos anos causada pelo fenômeno La Niña deve perder força no segundo trimestre deste ano.

Tecnologia a favor da agricultura brasileira

A tecnologia oferece uma miríade de novas possibilidades para se explorar, principalmente no campo. Ela é a chave para a expansão do setor, com soluções que vão desde monitoramento de colheita, uso de drones, máquinas com piloto automático e ferramentas de planejamento e análise de resultados.

“A agricultura tem de ser lucrativa e tecnificada”, afirma a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, que acredita que dobrar a produção agrícola é uma possibilidade real.

No entanto, ainda temos limitações técnicas a serem resolvidas. Hoje, 73% das propriedades rurais brasileiras ainda não estão conectadas à Internet, de acordo o Ministério da Agricultura. É comum vermos o uso do pen drive para coletar dados dos equipamentos. Tornando o processo lento e suscetível a erros.

Por meio de dispositivos inteligentes conectados a Internet, podemos monitorar parâmetros importantes do ambiente, como temperatura e umidade, além da condutividade elétrica do solo em tempo real. Assim, é possível obter melhores resultados e maior retorno sobre o investimento.

De qualquer lugar do mundo, pesquisadores podem modelar dados e determinar a necessidade de irrigação ou fertilização.

Algumas empresas brasileiras estão tentando diminuir as limitações de conectividade para estabelecer a ligação entre os softwares e dispositivos, por meio da Internet de alta velocidade.

Um exemplo disso é o Fuga pras Colinas, empresa que trata de Tecnologia e Internet Rural, que já ajudou mais de 22 mil famílias do campo a ter uma melhor conexão à Internet rural. 

De acordo com Arthur Cursino, proprietário da empresa, a conexão à internet é só o primeiro passo, depois dela, muitos outros recursos se tornam disponíveis, como monitoramento à distância, automação das operações e abertura de novos canais de negociação e vendas.

Não apenas no monitoramento da plantação podemos usar a tecnologia conectada. Ela também auxilia no planejamento da próxima safra, no cálculo dos custos de sementes, fertilizantes e água para garantir que os custos de preparo da terra diminuam.

Na pecuária, também vemos os benefícios da tecnologia monitorada remotamente. Seja no controle dos horários de alimentação, rastreamento da energia necessária, qualidade da forragem e mais.

Para impulsionar esses avanços, precisamos de uma infraestrutura de conectividade mais sólida, que possibilite aos investidores seguirem fornecendo ao produtor as melhores soluções. 

É como ter boas estradas: assim como elas facilitam a distribuição da produção, o tráfego de dados também necessita de melhorias para otimizar o desempenho. Portanto, é essencial investir em conectividade para tornar mais eficientes os resultados.

Fonte: Portal Mato Grosso
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 26/01/2023