Notícias

EUA revogou taxação às chapas de aço carbono do Brasil, mas cotas de 30% para acabados permanecem

A decisão da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês) de revogar a sobretaxa aplicada às exportações de chapas de aço carbono do Brasil não deve impulsionar as exportações da siderurgia brasileira. Embora positiva, a medida tem efeito limitado, uma vez que não afeta as cotas de 30% do volume de vendas de produtos siderúrgicos acabados nacionais.

Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), Gerdau, ArcelorMittal e CSN, grandes players siderúrgicos nacionais com operações em Minas Gerais, produzem chapas de aço carbono. Porém, nem todas comercializam o produto no mercado norte-americano.

De acordo com o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, o fim das ações antidumping é uma boa medida no ponto que retira uma restrição e reconhece que as exportações brasileiras não impõem riscos para o mercado americano, mas não favorece as exportações brasileiras.

“É um gesto que a gente recebe bem, porque representa a retirada de mais um obstáculo de exportação, mas não facilita, viabiliza ou melhora nossas exportações, porque continuamos com regime de cota, que foi definido em patamares muito baixos em 2018 e ainda engloba um redutor”, explica.

O dirigente se refere às medidas de salvaguarda de segurança nacional impostas no governo de Donald Trump, previstas na chamada “Seção 232” da legislação norte-americana. Com o mecanismo, os EUA impuseram cotas fixas de exportação de aço ao Brasil, seu principal parceiro comercial no setor. No caso dos produtos acabados – os laminados e chapa grossa -, a cota se deu sob uma média das exportações realizadas entre 2015 e 2017 reduzida em 30%.

Assim, apesar da retirada das taxas adicionais de 74,52%, na importação das chapas de aço carbono originárias do Brasil, que estavam em vigor desde 1993, as vendas do parque siderúrgico nacional aos Estados Unidos continuarão limitadas a 10 mil toneladas por ano.

Siderúrgicas seguem em busca da flexibilização do regime de cotas do aço

Por isso, conforme Lopes, permanecem os esforços e o pleito do setor de trazer o tema à pauta do governo americano em vistas da flexibilização do regime e da imposição de cotas para as importações de aço brasileiro.

“As cotas não possuem data de vigência. O regime prevê que a cada trimestre exportemos 30% da cota e no último, o resíduo (10%). Queremos aproveitar a proximidade das novas gestões brasileira e americana para retomar essa discussão. Está previsto um encontro do Lula com o Biden e pretendemos pautar essa discussão”, adianta.

A estratégia é a exclusão da Seção 232. Caso não seja possível, o Aço Brasil vai tentar que, pelo menos, as cotas sejam incrementadas no caso dos semi-acabados e a retirada do redutor de 30% dos abacados. O trabalho teve início ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a intenção é dar continuidade com o governo Lula.

Governo diz que buscará ampliação do comércio com EUA

Com a medida anunciada pelos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores emitiu nota ressaltando que o Brasil foi o único país excluído da sobretaxa. Reforçou que a decisão, anunciada no último dia 10 de janeiro, decorre da conclusão de que a extinção da medida para as exportações brasileiras não implicará dano material à indústria estadunidense, o que foi demonstrado ao longo do processo de revisão pelos exportadores e pelo governo brasileiro.

E garantiu que o governo brasileiro continuará empenhado na normalização e ampliação do comércio siderúrgico com os EUA.

Por fim, vale dizer que, em 2021, o Brasil exportou cerca de US$ 9,3 bilhões em produtos siderúrgicos, dos quais US$ 5,1 bilhões destinados aos EUA, o que representa 54,1% das exportações brasileiras nesse segmento. Já as exportações brasileiras relacionadas especificamente a chapas grossas de aço carbono somaram aproximadamente US$ 75 milhões em 2021, podendo tal mercado experimentar incremento a partir da revogação da medida de defesa comercial pelo Governo dos EUA.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/01/2023

O cenário positivo e os desafios do agronegócio em 2023

O PIB do agronegócio brasileiro alcançou recordes sucessivos no biênio de 2020 e 2021, com um dos melhores resultados da história recente do agronegócio.

Já no ano passado, o PIB do setor teve recuos sucessivos ao longo dos três primeiros trimestres. O principal fundamento para esse cenário de queda foi a forte alta dos custos com insumos, tanto na agropecuária quanto nas agroindústrias.

Para 2023, a expectativa é que o agronegócio tenha o maior crescimento em 5 anos. O Instituto Brasileiro de Economia calcula que o PIB do setor deve avançar 8%.

Este avanço esperado é explicado pela provável alta na safra de grãos, cereais e leguminosas, com crescimento estimado de 11,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Soja e o milho devem ser os destaques, com as produções de cana-de-açúcar, frutas e hortaliças também andando bem.

As expectativas mundiais indicam que o consumo de grãos deve aumentar este ano, com estoques no menor nível dos últimos oito anos, segundo o Conselho Internacional de Grãos. Nesse cenário, cresce a importância da safra brasileira.

Todo este otimismo para 2023 só será confirmado com a ajuda do clima. A seca nos últimos anos causada pelo fenômeno La Niña deve perder força no segundo trimestre deste ano.

Tecnologia a favor da agricultura brasileira

A tecnologia oferece uma miríade de novas possibilidades para se explorar, principalmente no campo. Ela é a chave para a expansão do setor, com soluções que vão desde monitoramento de colheita, uso de drones, máquinas com piloto automático e ferramentas de planejamento e análise de resultados.

“A agricultura tem de ser lucrativa e tecnificada”, afirma a chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, que acredita que dobrar a produção agrícola é uma possibilidade real.

No entanto, ainda temos limitações técnicas a serem resolvidas. Hoje, 73% das propriedades rurais brasileiras ainda não estão conectadas à Internet, de acordo o Ministério da Agricultura. É comum vermos o uso do pen drive para coletar dados dos equipamentos. Tornando o processo lento e suscetível a erros.

Por meio de dispositivos inteligentes conectados a Internet, podemos monitorar parâmetros importantes do ambiente, como temperatura e umidade, além da condutividade elétrica do solo em tempo real. Assim, é possível obter melhores resultados e maior retorno sobre o investimento.

De qualquer lugar do mundo, pesquisadores podem modelar dados e determinar a necessidade de irrigação ou fertilização.

Algumas empresas brasileiras estão tentando diminuir as limitações de conectividade para estabelecer a ligação entre os softwares e dispositivos, por meio da Internet de alta velocidade.

Um exemplo disso é o Fuga pras Colinas, empresa que trata de Tecnologia e Internet Rural, que já ajudou mais de 22 mil famílias do campo a ter uma melhor conexão à Internet rural. 

De acordo com Arthur Cursino, proprietário da empresa, a conexão à internet é só o primeiro passo, depois dela, muitos outros recursos se tornam disponíveis, como monitoramento à distância, automação das operações e abertura de novos canais de negociação e vendas.

Não apenas no monitoramento da plantação podemos usar a tecnologia conectada. Ela também auxilia no planejamento da próxima safra, no cálculo dos custos de sementes, fertilizantes e água para garantir que os custos de preparo da terra diminuam.

Na pecuária, também vemos os benefícios da tecnologia monitorada remotamente. Seja no controle dos horários de alimentação, rastreamento da energia necessária, qualidade da forragem e mais.

Para impulsionar esses avanços, precisamos de uma infraestrutura de conectividade mais sólida, que possibilite aos investidores seguirem fornecendo ao produtor as melhores soluções. 

É como ter boas estradas: assim como elas facilitam a distribuição da produção, o tráfego de dados também necessita de melhorias para otimizar o desempenho. Portanto, é essencial investir em conectividade para tornar mais eficientes os resultados.

Fonte: Portal Mato Grosso
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 26/01/2023

EUA revogam barreira à importação de chapas de aço carbono do Brasil

A Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês) decidiu pela revogação do direito antidumping aplicado às exportações brasileiras de chapas de aço carbono, em vigor desde 1993.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os EUA deixarão de cobrar taxas adicionais de 74,52%, na forma de alíquota ad valorem, na importação de chapas de aço carbono originárias do Brasil.

“Cumpre ressaltar que não houve alteração ou revogação das medidas de defesa comercial referentes aos demais mercados sujeitos à revisão de final de período realizada pela USITC, sendo o Brasil o único país excluído da sobretaxa", disse o Itamaraty.

Em nota, o governo brasileiro disse que restou comprovado que a extinção da medida para as exportações brasileiras não implicará dano material à indústria estadunidense.

Segundo dados do Itamaraty, em 2021, o Brasil exportou cerca de US$ 9,3 bilhões em produtos siderúrgicos, dos quais US$ 5,1 bilhões destinados aos EUA – 54%. Já as exportações brasileiras relacionadas especificamente a chapas grossas de aço carbono somaram aproximadamente US$ 75 milhões em 2021, mercado que poderá receber incremento a partir da revogação.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/01/2023

Suécia cria nova tecnologia para produzir aço sem poluição

Como pode a maior mina subterrânea de minério de ferro do mundo contribuir para a produção de aço sem fazer poluição ? Em Kiruna, cidade no círculo Ártico, a empresa sueca LKAB está a apostar no hidrogénio ecológico.

Esta mina representa 80% de todo o minério de ferro extraído na União Europeia (UE). Este mineral obtido aqui a 1600 metros de profundidade é o principal componente do aço e pode ser decisivo na chamada revolução industrial ecológica.

A nova tecnologia HYBRIT foi desenvolvida nesta empresa, explicou à euronews, Susanne Eriksson Rostmark, líder de Investigação: "Quando entregamos granulado de minério de ferro, este consiste tanto em ferro como em oxigénio. Para remover o oxigénio, os nossos clientes utilizavam carvão e carbono, que formam dióxido de carbono".

"Neste novo processo utilizaremos hidrogénio, que ao remover o oxigénio produz apenas vapor de água. Portanto, é uma produção totalmente livre de dióxido de carbono", acrescentou.

Concorrer globalmente sem subsídios?

O Fundo de Inovação da UE contribuiu com 143 milhões de euros para este projeto. A empresa diz que a União poderia investir muito mais, para não perder mais terreno face aos concorrentes como a China e os EUA.

Obviamente que não estamos interessados numa guerra comercial com os EUA, não estamos interessados em ter os Estados-membros da União numa espécie de corrida para ver qual deles usa mais subsídios estatais.

O maior depósito europeu de elementos de "terras raras" acabou de ser encontrado em Kiruna, com pelo menos um milhão de toneladas no seu interior.

Será necessário muito dinheiro e tecnologia para explorar estas substâncias, utilizadas no fabrico de veículos elétricos e turbinas eólicas.

O governo sueco, que agora preside à UE, tem a sua receita para implementar Acordo Ecológico Europeu, que passa por melhor legislação e menos subsídios.

"Obviamente que não estamos interessados numa guerra comercial com os EUA, não estamos interessados em ter os Estados-membros da União numa espécie de corrida para ver qual deles usa mais subsídios estatais", afirmou Ebba Busch, Vice-primeira-ministra da Suécia, que também é ministra da Energia, Negócios e Indústria.

"Contudo, precisamos de encontrar uma forma de a UE ter uma resposta enérgica e poderosa a tudo isto, assegurando que as nossas empresas e indústrias recebem melhores condições para atingirem os elevados objetivos climáticos estabelecidos. Penso que é possível, mas teremos discussões muito importantes com a Comissão e o Conselho europeus nos próximos seis meses", disse Ebba Busch, em entrevista à euronews.

A Comissão Europeia deverá apresentar, este mês, propostas concretas para um novo plano industrial ecológico e um novo Fundo Soberano Europeu, a fim de melhorar o investimento público. Essas ideias deverão ser discutidas na cimeira da UE, em Bruxelas, a 9 e 10 de fevereiro.

Fonte: Yahoo Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/01/2023

Ano do minério de ferro? BHP vê oportunidade com reabertura da China

A BHP, maior mineradora do mundo, registrou produção recorde de minério de ferro no segundo semestre e prevê que a reabertura da China impulsionará a demanda em 2023.

A mineradora australiana produziu 132 milhões de toneladas da matéria-prima siderúrgica nos seis meses até 31 de dezembro. O recorde foi alcançado graças a um forte desempenho da cadeia de suprimentos, que se prepara para demanda maior no principal mercado de minério do mundo.

“Espera-se que as políticas pró-crescimento da China, inclusive no setor imobiliário, e uma flexibilização das restrições contra Covid-19 apoiem a melhora progressiva das difíceis condições econômicas” do semestre passado, disse o CEO da BHP, Mike Henry. Espera-se que o país produza mais de 1 bilhão de toneladas de aço pelo quinto ano consecutivo, disse ele.

A BHP e as rivais Rio Tinto e Vale (VALE3) enfrentaram um 2022 volátil, com queda de preço do minério em meio a perspectivas ambíguas para demanda da China. Mas o mercado se recuperou no final do ano e aumentam as expectativas de um 2023 melhor, com o fim do Covid Zero e mais apoio aos principais setores de construção e infraestrutura do país.

No último trimestre do ano, a BHP produziu 66,9 milhões de toneladas de minério de ferro, mais do que a estimativa mediana dos analistas de 64,2 milhões. A produção de carvão metalúrgico aumentou 10% em relação ao ano anterior, a de cobre subiu 16% e a de níquel caiu 18%.

A BHP deixou a previsão de produção de minério de ferro inalterada para seu atual ano fiscal, que vai até o final de junho de 2023, mas alertou que a produção de cobre ficará no limite inferior de seu guidance por conta das greves na mina de cobre Escondida, no Chile, a maior do mundo.

Fonte: Exame
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/01/2023

Minério de ferro sobe com otimismo sobre demanda da China

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quinta-feira, uma vez que o otimismo quanto à recuperação econômica na China, maior produtora mundial de aço, elevou o sentimento de demanda, enquanto os traders continuaram com compras de barganhas após uma recente queda nos preços.

O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,6%, a 852,5 iuanes a tonelada.

A Bolsa de Dalian estará fechada de 21 a 27 de janeiro para os feriados do Ano Novo Lunar. A negociação será retomada em 30 de janeiro.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro subiu 1,7%, para 123,70 dólares a tonelada.

Os futuros do minério de ferro registram ganhos em meio ao crescente otimismo com a reabertura da China, o que forçou o planejador estatal da China a emitir seu terceiro alerta este mês sobre especulação excessiva, disse a ANZ Research em nota.

A China deve ser uma força estabilizadora para a demanda de commodities este ano, já que países desenvolvidos enfrentam dificuldades econômicas, disse a BHP Group nesta quinta-feira. A companhia registrou alta dos embarques trimestrais de minério de ferro, superando as expectativas.

O contrato de vergalhão mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai subiu 1,0%, a bobina a quente ganhou 0,9%, o fio-máquina subiu 0,6% e o aço inoxidável subiu 0,1%.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 19/01/2023