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Aumento das importações de aço reduz participação das siderúrgicas brasileiras no mercado

As importações de aço continuam crescendo no Brasil e prejudicando a siderurgia nacional. De janeiro até setembro, a alta com relação ao mesmo período do ano passado já gira em torno de 16%.

O aumento das importações tem reduzido a participação das empresas distribuidoras de aços planos no Brasil, associadas ao Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), no mercado nacional.

Conforme dados do Inda, a participação das empresas nas vendas do aço plano no Brasil respondia por 86% do mercado na primeira década do século XXI (entre 2000 e 2010). A partir da segunda década, o aumento das importações e a concorrência com o mercado chinês reduziram a representatividade das empresas nacionais no mercado, que passaram a responder, então, pelos atuais 73%.

“É muito difícil competir com a China. Infelizmente a siderurgia brasileira está comprimida pelo preço do produto chinês”, lamenta o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

Para ele, a única forma de resolver o problema do volume crescente de importação de aço no Brasil é a adoção das medidas antidumping, uma vez que as empresas já driblaram as limitações impostas pelas cotas e têm trazido produtos com o boro, elemento químico que está fora do controle das cotas.

Loureiro ressalta que os índices de setembro levam o instituto a esperar um fechamento do ano com níveis de crescimento de importação acima dos 10%.

“Durante um certo tempo, acreditávamos que, com as cotas, teríamos um ano com menos importações que o ano passado, quando houve o grande aumento de volume de importações. Hoje, em função dos números de setembro, das informações de que há produtos já desembarcados e ainda não nacionalizados nos portos, deveremos ter números grandes no último trimestre. Será uma enorme surpresa se este número cair”, afirma. 

Conforme os dados do Inda, as importações encerraram o mês de setembro com alta de 0,6% em relação ao mês anterior, com volume total de 289,5 mil toneladas contra 287,9 mil.

Quando comparado o acumulado do ano, as importações tiveram acréscimo de 15,9%, passando de 1,79 milhão de toneladas de janeiro a setembro de 2023 para 2,07 milhões de toneladas, no mesmo período deste ano.

Rentabilidade das usinas tem sido o maior desafio

Apesar da redução da participação no mercado, o desempenho das usinas nacionais não está ruim. As vendas de aços planos em setembro no Brasil contabilizaram queda de 6,6% se comparado a agosto, mas no acumulado do ano, a rede de distribuição ainda registra alta de 2,7%, mantendo a média do crescimento esperado que é de 3% neste ano.

A expectativa do instituto é que as vendas em outubro tenham alta de 5% em relação a setembro. “Apesar do volume brutal de importações, o mercado está muito firme. As usinas estão vendendo bem, com as carteiras lotadas e não há falta de pedidos”, diz Carlos Loureiro.

“O que [as empresas] reclamam muito é que estão com problemas de rentabilidade com os preços atuais. Com o dólar forte a R$ 5,70 está muito difícil de as usinas conseguirem bons resultados”, explica o presidente do Inda.

Ainda conforme a entidade, o preço do minério de ferro, um dos principais insumos do aço, vive uma nova realidade e gira em torno de US$ 100.

“Alguns analistas alegam que esse preço pode cair ainda mais, porém, abaixo de US$ 90, as mineradoras começam a trabalhar no prejuízo. Então, existe uma resistência muito forte neste valor. Devemos manter os US$ 100”, pontua o dirigente.

Já o estoque, em número absoluto, no mês de setembro, teve alta de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 975,6 mil toneladas contra 961,1 mil, fechando, dessa forma, o giro em três meses. “Para nós é o limite. Acima de três meses, a gente começa a ver o estoque subir mais do que devia”, conclui.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/10/2024

 

Produção global de aço cai 4,7% em setembro, mas a do Brasil cresce, diz World Steel

A produção global de aço bruto diminuiu 4,7% em setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 143,6 milhões de toneladas (mt), segundo dados divulgados pela World Steel Association.

Na China, a produção caiu 6,1% em setembro em comparação com o mesmo período do ano anterior, alcançando 77,1 milhões de toneladas.

Para 2024, espera-se que a China responda por menos da metade do consumo global de aço, em um contexto de desaceleração contínua do setor imobiliário. A associação mencionou que um suporte governamental mais significativo à economia poderia elevar a demanda por aço em 2025.

No mesmo período, o Brasil registrou um aumento de 9,9% na produção, chegando a 2,8 milhões de toneladas (mt).

Já a produção estimada do Irã foi de 1,5 mt, reduzindo 41,2%, enquanto a Índia produziu 11,7 mt, com uma redução de 0,2%.

O Japão registrou uma produção 6,6 mt em setembro, diminuindo 5,8%. Os Estados Unidos alcançaram 6,7 mt, um aumento de 1,2%. A produção da Rússia foi de 5,6 mt, reduzindo 10,3%. A Coreia do Sul teve 5,5 mt, um aumento de 1,3%. A Alemanha alcançou 3,0 Mt, um aumento de 4,3%. A Turquia registrou 3,1 Mt, um aumento de 6,5%.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/10/2024

 

Setor de construção e imóveis pode crescer 9% em 2024

Juntos, os setores imobiliário e de construção civil devem movimentar cerca de R$ 370,6 bilhões até o final deste ano no Brasil.

É o que aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há 30 anos, com base em dados oficiais.

Segundo o levantamento, essa alta é puxada principalmente pela compra de imóveis, já que, de 2023 para 2024, estima-se um incremento de 10,3%, totalizando R$ 114,6 bilhões.

Já a categoria de materiais de construção deve movimentar cerca de R$ 256 bilhões, o que representa um acréscimo de 8,3% em relação ao ano passado.

 

Nos cálculos, são levadas em conta as despesas realizadas somente por pessoas físicas, com aquisição de imóveis, materiais e mão-de-obra para reforma.

Na liderança do ranking nacional, o estado de São Paulo responde por quase R$ 105,2 bilhões dos gastos, porém é o Distrito Federal que, na comparação com o ano passado, contabilizará a maior alta — de 24,6% — nas despesas do setor, resultando em mais de R$ 5,7 bilhões desembolsados pelas famílias.

Perdendo participação nesse consumo estão os estados de Amapá (-13,9%), Roraima (-11,6%) e Rondônia (-6,6%).

Também em alta está a quantidade de indústrias e comércios varejistas no segmento.

Desde 2023, aponta o IPC Maps, foram abertas 168.760 novas unidades — um acréscimo de 8,3% —, totalizando atualmente 2,2 milhões de estabelecimentos no país.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 24/10/2024

 

Produção mundial cai 4,7% em setembro, puxada pela China

A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 143,6 milhões de toneladas em setembro de 2024, uma queda de 4,7% em relação ao mesmo mês do último ano. A Ásia e a Oceania produziram 105,3 milhões de toneladas em setembro, um recuo de 5% sobre setembro de 2023. Apenas a China produziu 77,1 milhões de toneladas, 6,1% a menos que em setembro do ano passado, enquanto a Índia produziu 11,7 milhões de toneladas no mês, um leve recuo de 0,2% sobre o mesmo mês do último ano. Japão e Coreia do Sul produziram 6,6 milhões de toneladas e 5,5 milhões de toneladas de aço bruto em setembro, respectivamente, com queda de 5,8% e crescimento de 1,3% na comparação com o mesmo mês de 2023.

Os países do Bloco Europeu produziram 10,5 milhões de toneladas de aço em setembro de 2024, ou 0,3% a mais que no mesmo mês de 2023. O destaque fica para a Alemanha, com produção de 3 milhões de toneladas e aumento de 4,3% sobre setembro de 2023. Países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia e Reino Unido, produziram 3,6 milhões de toneladas, um crescimento de 4,1% sobre setembro de 2023. A Turquia produziu 3,1 milhões de toneladas, 6,5% a mais que em setembro do ano passado.

A África – Egito, Líbia e África do Sul – produziu 1,9 milhão de toneladas de aço bruto em agosto, 2,6% superior na comparação com setembro do último ano. Já os países da CIS produziram 6,8 milhões de toneladas, um decréscimo de 7,6%, com destaque para a Rússia, que teve um volume de produção estimada de 5,6 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 10,6% na comparação com um ano antes.

Os países do Oriente Médio - Irã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos – registraram produção de 3,5 milhões de toneladas de aço bruto, 23% a menos que em setembro de 2023. O Irã teve produção estimada de 1,5 milhão e despencou 41,2% no mês.

A produção na América do Norte registrou ligeira queda de 3,4% em setembro de 2024, somando 8,6 milhões de toneladas. Apenas os Estados Unidos produziram 6,7 milhões de toneladas, 1,2% a mais que em setembro de 2023, enquanto a produção na América do Sul alcançou 3,5 milhões de toneladas, 3,3% a mais do que em setembro de 2023. O Brasil produziu 2,8 milhões de toneladas e cresceu 9,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano até setembro, a produção mundial de aço bruto somou 1.394 bilhão de toneladas, o que representa um retrocesso de 1,9% em relação ao mesmo período do último ano.

Fonte: Brasil Mineral
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/10/2024

 

O que é uma construção resiliente às mudanças climáticas?

Eventos climáticos extremos deixaram de ser acontecimentos esporádicos. Tornaram-se fenômenos cada vez mais comuns. Enchentes de grandes proporções e incêndios florestais motivados por secas prolongadas estão mais frequentes. Terminam, muitas vezes, com consequências devastadoras para o meio ambiente e as pessoas.

Se a construção civil ainda é devedora, junto com outros setores, de respostas mais efetivas para a redução das emissões dos gases de efeito estufa, terá de lidar agora, também, com os efeitos dessa transformação no planeta.

Um novo termo começa a ser empregado no setor, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo: construção resiliente às mudanças climáticas. Mas, afinal, do que se trata?

Para compartilhar informações e conhecimentos a respeito, nós convidamos para o Podcast AEC Responde o engenheiro civil José Luiz Esteves da Fonseca, gestor executivo de relações institucionais e sustentabilidade na MRV&CO.

- Ouça o áudio na íntegra aqui, e/ou leia entrevista, a seguir.

AECweb – O que é uma construção resiliente às mudanças climáticas?

José Luiz Esteves da Fonseca – Uma construção resiliente às mudanças climáticas é aquela que se antecipa e se adapta, na medida do possível, aos impactos, por exemplo, de enchentes, da elevação do nível do mar e dos deslizamentos de terra. No passado, as construções focavam em eventos de cheia máxima, as chamadas cheias centenárias. Hoje, no entanto, a resiliência inclui aspectos como conforto térmico e prevenção de crises hídricas, além da análise dos riscos ao selecionar terrenos para incorporação. Ferramentas avançadas permitem prever ameaças relacionadas ao clima em lotes e localidades específicas. Não é simples convencer as pessoas a investirem em soluções preventivas, pois são medidas que, em geral, encarecem o projeto. Mas soluções resilientes podem agregar valor ao produto e contribuir para melhorar o microclima local, especialmente em projetos de smart cities, que utilizam sistemas baseados na natureza para aprimorar o ambiente urbano.

AECweb – Trata-se de uma questão, portanto, que deve ser avaliada ainda na concepção do empreendimento, na etapa de projeto...

Fonseca – Sim, quanto mais cedo isso for feito, com base em estudos científicos, maior a eficiência. Isso inclui, por exemplo, o uso de materiais com menor pegada de carbono e fachadas com elevada performance térmica. Com as normas de desempenho exigindo, no caso de alguns componentes, uma vida útil de 50 anos, a análise do ciclo de vida dos materiais se torna essencial para se pensar em uma agenda para 2030, 2035 ou 2050. Tecnologias como o BIM (Building Information Modeling) facilitam essa abordagem integrada, pois permitem prever soluções e fornecer informações úteis para o uso e manutenção das edificações.

AECweb – O que deve ser feito pela construção civil, nos próximos anos, para adequar os produtos ao novo cenário de eventos climáticos extremos? Pode haver mudanças em normas técnicas e nas premissas dos projetos arquitetônicos, estruturais, fachadas etc.?

Fonseca – Nos próximos anos, a construção civil precisará se adaptar aos eventos climáticos extremos com uma abordagem mais dinâmica e flexível. As cidades devem ser vistas como estruturas vivas. As leis e normas, muitas vezes rígidas, precisam evoluir para acompanhar as mudanças. A inovação é essencial, mas isso depende de ajustes em processos urbanos, como planos diretores e a colaboração entre diferentes municípios. Há cidades que tem procurado se adaptar, como Campinas, que está criando corredores ecológicos para melhorar o microclima, ou São Paulo, que tem estimulado o retrofit em prédios antigos para revitalizar centros urbanos. Veja a importância de soluções baseadas na natureza como, por exemplo, as cidades esponjas, que absorvem água para prevenir enchentes. Veja também o caso da Flórida, onde as novas construções já são projetadas para suportar furacões. Isso garante maior segurança para os moradores que precisam permanecer em casa durante tais eventos. Não há, entretanto, solução única: são necessárias pequenas ações locais, com a participação de vários agentes, para criar uma cidade mais resiliente e sustentável.

AECweb – Em recente artigo sobre o tema, o senhor afirmou que "a resiliência climática pode contribuir com soluções de habitabilidade digna e integrada ao ambiente urbano com acessibilidade para todos". Trata-se de um imenso desafio: fazer com que ações isoladas de cada empresa sejam integradas em prol do coletivo, ou seja, das cidades. Na sua visão, como podemos chegar lá?

Fonseca – Tudo começa no projeto e nas decisões que o envolvem. Pense, por exemplo, em um corte, um desaterro. Ao invés de retirar essa terra e jogar em um aterro sanitário, será que não posso deslocá-la para outro terreno, seja da minha ou de outra empresa, que esteja precisando desse material? Ao fazer isso, já reduzimos a distância média de transporte e, por consequência, a pegada de carbono e o impacto no trânsito local. Existem soluções baseadas na natureza, como os jardins de chuva, capazes de mitigar graves problemas urbanos, como alagamentos e enchentes e, ao mesmo tempo, criar espaços de convivência. Materiais sustentáveis e a busca pela eficiência energética também são muito importantes. Precisamos fomentar a economia circular e o uso de tecnologias inovadoras na construção civil. Mas tudo isso não pode depender apenas de uma empresa ou mesmo de um setor isoladamente. Trata-se de uma ação conjunta de diferentes segmentos. A resiliência urbana está ligada, por exemplo, à saúde pública e à educação, que é essencial para criar uma cultura de sustentabilidade. Sem educação, não promovemos mudanças duradouras na sociedade.

Colaboração técnica

José Luiz Esteves da Fonseca – Gestor executivo de relações institucionais e sustentabilidade na MRV&CO, possui mais de 30 anos da experiência na área de construção civil e sustentabilidade. Graduado em engenharia civil pela UFMG e pós-graduado em engenharia de segurança do trabalho, gestão em resíduos sólidos e meio ambiente, além de gestão e perícia ambiental. Na MRV, passou pelas áreas de engenharia de segurança do trabalho e gestão ambiental, foi gestor executivo de segurança, saúde, meio ambiente, qualidade e sustentabilidade até 2021, coordenando o processo de implantação da gestão de resíduos da empresa.

Fonte: AECWeb
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 23/10/2024

 

Indústria: Falta ou custo de trabalhadores qualificados foi o problema que mais cresceu no 3º trimestre

A falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados foi a preocupação que mais cresceu entre os industriais no terceiro trimestre, aponta a Sondagem Industrialdivulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta sexta-feira (18). O percentual de empresários que classificaram esse como um dos principais problemas enfrentados pelas empresas passou de 18,6%, no segundo trimestre, para 23% na consulta mais recente. 

O problema ocupava o 6º lugar na lista dos mais enfrentados pela indústria entre abril e junho, mas pulou para o 3º lugar devido ao aumento de 4,4 pontos percentuais apontado pelo último levantamento. A elevada carga tributária continua sendo a preocupação mais assinalada pelos empresários, com 33,6%; enquanto a falta ou alto custo de matéria-prima passou da terceira para a segunda posição, com 24,9%. 

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica como os desafios com a oferta e a qualificação da mão-de-obra afetam a performance da indústria. 

“Esse é um problema que vem crescendo há alguns trimestres. Isso tem a ver com questões ligadas ao mercado de trabalho aquecido e ao próprio aumento da produção. É uma questão que preocupa, pois pressiona custos das empresas; consequentemente, pode prejudicar a avaliação da situação financeira e a recuperação da indústria no médio prazo.”

 

Índices ligados à condição financeira das empresas melhoram

A avaliação dos empresários industriais quanto à situação financeira melhorou no terceiro trimestre de 2024. O índice que mede essa percepção cresceu 1,4 ponto frente ao segundo trimestre do ano, chegando aos 51,7 pontos. 

O índice de facilidade de acesso ao crédito também subiu no terceiro trimestre. Depois de avançar 1,6 ponto, chegou aos 42,9 pontos. Como está abaixo dos 50 pontos, o indicador mostra que os empresários continuam sentindo dificuldade para captar recursos, embora a percepção seja menor do que nos três meses anteriores. 

Segundo Azevedo, o aumento da taxa básica de juros, a Selic, deve complicar a tomada de financiamento nos próximos meses. “Em setembro, teve início um novo ciclo de aumento de juros, que provavelmente vai se manter durante algum tempo. Já há bastante dificuldade de acesso ao crédito, o que é capaz de piorar no próximo trimestre”, acredita. 

De acordo com o levantamento, o indicador que mede a satisfação dos empresários com o lucro operacional atingiu 47 pontos no terceiro trimestre, dois pontos a mais do que no segundo trimestre, sugerindo diminuição da insatisfação dos industriais. 

Agora em 62,9 pontos, o índice de evolução do preço de matérias-primas subiu 1,6 ponto na passagem do segundo para o terceiro trimestre. A percepção de aumento dos preços de insumos está mais intensa e é percebida por empresas de todos os portes, de acordo com a pesquisa. 

Produção industrial cai, mas emprego sobe 

Depois de subir em julho e em agosto, a produção industrial caiu em setembro. A redução foi observada nas pequenas, médias e grandes empresas. No recorte por regiões, apenas o Centro-Oeste apresentou estabilidade. As demais registraram recuo da produção. 

Por outro lado, o indicador que mede o número de empregados chegou aos 51,1 pontos. Pelo terceiro mês consecutivo, o índice ficou acima dos 50 pontos, o que significa que houve alta do emprego industrial. O resultado positivo foi visto em todas as regiões, com exceção ao Sudeste, e foi puxado pelas empresas de médio e grande porte. 

UCI estável e estoques em baixa

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve em 72%, 1 ponto percentual acima da média da série histórica para o mês de setembro. Trata-se do sexto mês consecutivo em que a UCI fica acima da média histórica mensal. 

Já o índice que mede o nível de estoques atingiu 49,2 pontos, indicando que o volume de estoques diminuiu de agosto para setembro. Houve redução dos estoques nas pequenas e médias empresas, mas aumento nas grandes. Entre as regiões, o índice revelou crescimento de estoques apenas no Nordeste e no Centro-Oeste. 

Expectativas estão mais moderadas, mas intenção de investimento continua em alta 

Em outubro, o índice de expectativa de quantidade exportada subiu 0,2 ponto, atingindo 52,8 pontos. Já a expectativa de demanda recuou 1,4 ponto, para 56,3 pontos, enquanto o indicador de expectativa de compras de matérias-primas diminuiu 1,3 ponto, caindo para 54,3 pontos. Após recuar 0,7 ponto na comparação com setembro, o índice de expectativa de número de empregados ficou nos 52 pontos. 

Todos os índices continuaram acima da linha divisória de 50 pontos, o que significa expectativa de crescimento para os próximos seis meses. 

A intenção de investimento subiu 0,2 ponto, em outubro, para 58,3 pontos; 6,2 pontos acima da média histórica da série. 

Amostra

Nesta edição da Sondagem Industrial, a CNI consultou 1.579 empresas: 634 de pequeno porte; 569 de médio porte; e 376 de grande porte, entre os dias 1 e 10 de outubro de 2024.  

Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 21/10/2024