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Indústria retoma ritmo de contratações em julho

Depois de um primeiro semestre com redução de 48% nos empregos formais na comparação com o mesmo período do ano passado, a indústria do Paraná reverteu a tendência de queda em julho. Houve crescimento de 32% contra junho, de 14% contra julho de 2021 e, no ano, o resultado já é de alta acumulada em 3%. No mês, foram abertas no setor 2.933 novas vagas, superando as 2.227 de junho e as 2.570 de julho do ano passado.

Os dados divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia (Novo Caged) mostram que foram 16.090 contratações gerais no estado no mês passado. Das cinco atividades avaliadas, só a agropecuária mais demitiu mais do que contratou (-115). O setor de serviços lidera o ranking geral de empregos com carteira assinada no estado (10.408), seguido por indústria, comércio (1.909) e construção civil (955).

“Os números apontam uma melhora de cenário na indústria. Tradicionalmente, de julho a outubro, o mercado de trabalho do setor abre oportunidades para dar conta da demanda de fim do ano”, justifica o economista da Federação das Indústrias do Paraná, Evânio Felippe. “A injeção de recursos oriundos do saque extraordinário do FTGS e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas também pode ter contribuído para o aumento no consumo em julho e uma demanda maior por produtos nas fábricas, o que explicaria o aumento nas contratações”, complementa.

O segmento industrial acumula saldo de 20.664 postos de trabalho abertos em 2022, totalizando quase 722 mil pessoas empregadas no Paraná. Em junho, esse estoque de trabalhadores no setor era de 719 mil. E, há um ano, de 693 mil pessoas em atividade. Ainda sobre os resultados de julho, o Paraná superou as vagas abertas na indústria frente aos vizinhos Rio Grande do Sul (2.237) e Santa Catarina (738). Apesar disso, no ano, o estado perdeu posições no sul. De janeiro a julho, das 266.824 vagas criadas no país no segmento, São Paulo liderou o ranking, com 85.449 contratações. Na sequência vêm Rio Grande do Sul (35.645), Minas Gerais (30.035) e Santa Catarina (24.767).

Atividades industriais

Em julho, dos 24 segmentos industriais avaliados, 18 tiveram saldo positivo. Os que mais criaram oportunidades foram alimentos (898), reparação e instalação de máquinas e equipamentos (405), confecções e artigos do vestuário (359), máquinas aparelhos e materiais elétricos (381) e fabricação de produtos de metal (288). Ficaram negativos o setor da madeira (-630), minerais não-metálicos (-74), fumo (-68), petróleo e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (ambos com -49) e outros equipamentos de transporte (-16).

No resultado acumulado do ano, destaque para o segmento alimentício (3.719), seguido por confecções e artigos do vestuário (2.483), automotivo (2.032), máquinas e equipamentos (1.826), fabricação de produtos de metal (1.730) e produtos químicos (1.295). Só o setor moveleiro (-497) e de outros equipamentos de transporte (-45) têm saldo negativo no ano.

Para o economista da Fiep, a abertura de novas vagas até o fim do ano vai depender do comportamento da economia e das definições no cenário eleitoral. Ele conta que a dinâmica dos empregos na indústria varia de acordo com a sensibilidade de cada segmento a fatores como variação nas taxas de juros e de câmbio.

Fonte: Massa News
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 30/08/2022

 

Brasil caminha para eliminar dependência externa de alumínio

O Brasil está perto de se tornar autossuficiente em alumínio pela primeira vez em quase uma década, bem quando as crises de energia na China e na Europa ameaçam reduzir a oferta global.

“O Brasil está numa trajetória de recuperar ao menos a autossuficiência no fornecimento”, disse em entrevista Janaina Donas, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). O país tem uma alta taxa de reciclagem em comparação com o resto do mundo, acrescentou ela.

 

A maior economia da América Latina é importadora líquida de alumínio desde 2014, quando uma crise energética no país provocou uma disparada nos preços de eletricidade e forçou os produtores locais a fecharem usinas. No passado, a energia barata e abundante de hidroelétricas tornou o Brasil, rico em bauxita, o sexto maior produtor mundial de alumínio. Hoje, o país ocupa a 12ª posição.

O progresso rumo à autossuficiência ocorre em um momento crítico. As restrições no fornecimento de energia na Europa e na China levaram a paralisações de fundições, limitando a produção e reduzindo a oferta do metal leve usado em automóveis, latas de bebida e construção.

A atual capacidade de produção de alumínio do Brasil é de cerca de 910.000 toneladas, de acordo com a ABAL. O país importou 623.500 toneladas de alumínio primário e ligas no ano passado e consumiu um recorde de 1,58 milhão de toneladas. Isso deve mudar no próximo ano, à medida que as usinas do país começarem a aumentar a produção.

A capacidade deverá saltar cerca de 49% para 1,36 milhão de toneladas já no próximo ano. A reviravolta começará quando a Alcoa e a parceira South32 reiniciarem a Alumar, um complexo no Nordeste com capacidade total de fundição de 447.000 toneladas, com previsão para o primeiro trimestre de 2023.

A brasileira Cia. Brasileira de Alumínio planeja produzir 30.000 toneladas a mais no próximo ano, operando em plena capacidade de 380.000 toneladas. A CBA também está investindo para trazer mais 50.000 toneladas ao mercado em 2025.

O Brasil pode até assumir um papel global maior no fornecimento de alumínio devido à oferta doméstica de bauxita - minério essencial para a produção de alumínio - e à abundância de hidreletricidade que aumenta o apelo para compradores que buscam metal feito com fontes de energia menos poluentes, disse Donas.

A expectativa inicial, porém, é que a produção extra se dirija ao mercado interno, disse ela.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/08/2022

 

Minério cai abaixo de US$ 100 com piora da crise do aço na China

O minério de ferro caiu abaixo de US$ 100 a tonelada pela primeira vez em cinco semanas em meio a sinais de que a crise na indústria siderúrgica da China piorou.

A Baoshan Iron & Steel, a unidade de capital aberto da China Baowu Steel Group, maior produtora de aço do mundo, disse na terça-feira que enfrenta “desafios severos” no terceiro trimestre após seus lucros do primeiro semestre terem ficado abaixo das estimativas.

A produção de aço cairá mais de 8 milhões de toneladas no segundo semestre devido aos planos de restringir a atividade no polo de Tangshan, disse a Minmetals Futures em nota. Isso equivaleria a um declínio de quase 10%, com base nos dados da Mysteel para os primeiros seis meses.

A gigantesca indústria siderúrgica da China sofre o impacto de uma crise imobiliária que não mostra sinais de melhora.

Autoridades em Tangshan, perto de Pequim, decidiram cortar a produção em uma reunião recente, disse a Mysteel em um relatório. A grande siderúrgica Angang Steel espera que as condições difíceis persistam até o final do ano.

O ingrediente siderúrgico já caiu mais de 8% até agora esta semana e caminha para uma quinta queda mensal consecutiva, com um cenário macroeconômico instável.

Os bancos chineses enfrentam perdas com os boicotes de mutuários de financiamento imobiliário, enquanto os economistas cortam suas previsões de crescimento para o país.

“A falta de crescimento na atividade de construção manterá a demanda por aço fraca no curto prazo”, disseram analistas do Australia & New Zealand Banking Group incluindo Daniel Hynes.

Os futuros de minério de ferro em Singapura caíram até 5,9%, para US$ 96,35 a tonelada. Os preços em Dalian tiveram queda de até 5,2%, enquanto o vergalhão de aço e a bobina laminada a quente registraram perda em Xangai.

Fonte: Money Times
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 30/08/2022

Indústria de máquinas projeta vendas de até R$ 4 bilhões na Expointer

Responsável por 90% do faturamento da Expointer o setor de máquinas e implementos agrícolas está otimista e aposta em recordes de vendas na quadragésima-quinta edição da feira, considerada uma das principais do agronegócio na América Latina. O presidente do Simers, Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul, Cláudio Bier, acredita que as vendas podem superar em 50% a feira de 2019, quando ultrapassaram R$ 2,5 bilhões: “A meta é atingir de R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões”.

Como termômetro cita a Expodireto deste ano, realizada em março em Não-Me-Toque, RS, com faturamento apurado de R$ 4,9 bilhões, 87% superior a 2020.

A Expointer teve início no sábado, 27, e segue até domingo, 4, no Parque Assis Brasil, em Esteio, RS. Nos últimos dois anos, em razão da pandemia, foi realizada de forma reduzida em 2021 e no formato digital em 2020.

Outro indicador para a projeção otimista foi a grande procura por espaços. Fosse a área maior o número de expositores do segmento ultrapassaria os 155 que garantiram participação este ano, dez a mais do que em 2019: “Todos estão sedentos por uma feira como essa. A Expointer é uma grande vitrine e isso vale também para os fabricantes de máquinas agrícolas. O parque de máquinas está um pouco maior, e conseguimos melhorar e ampliar alguns espaços”. 

Bier lembrou que a evolução da tecnologia torna o maquinário um atrativo irresistível: “O agricultor entende que, a cada ano, as mudanças são grandes. Por isto quer conhecer e está aberto às novidades para, talvez, trocar de máquina. Ele sabe que maior rapidez no plantio e na colheita podem aumentar a produtividade na lavoura”.

O sinal verde para um possível recorde de vendas também é dado pelo calendário. A data em que se realiza a Expointer é fundamental para o setor por ser o primeiro grande evento após o lançamento do Plano Safra 2022/23, do governo federal, no fim de junho. Do total de de recursos, que este ano somam quase R$ 341 bilhões, pouco mais de R$ 10 bilhões são destinados a financiamentos de máquinas agrícolas. 

E, contrariando as expectativas, a estiagem que assolou o Rio Grande do Sul no verão passado teve poucos reflexos negativos nas vendas. O setor registrou incremento de 5% a 6% na produção de janeiro a julho com relação ao mesmo período de 2021, quando o volume de vendas já era alto. Em tempos de safra normal 11% das máquinas e implementos fabricados pelas indústrias gaúchas ficam no Rio Grande do Sul, enquanto o restante é comercializado Brasil afora. Este ano os prejuízos causados pela falta de chuva pouco afetaram o setor porque houve aumento na demanda de pedidos de outros estados, que tiveram excelentes colheitas. Em paralelo vem ocorrendo maior procura por pivôs centrais e outros equipamentos destinados à irrigação como forma de evitar futuros prejuízos. 

Um dos impactos na fabricação de novos tratores e colheitadeiras continua sendo a escassez de componentes, como aço e chips:

“Depois que acabaram os estoques o que aparecia no mercado a gente tinha que comprar e ainda torcer para surgir mais”, relatou Cláudio Bier. As dificuldades de logística afetaram diretamente o transporte, na importação de produtos, e houve desaceleração na entrega de máquinas. “O fornecimento de aço está normalizado mas o setor ainda enfrenta a falta de chips. A saída vem sendo a adequação, com as empresas buscando negociar microcircuitos com novos fornecedores no Exterior”.

Em torno de 65% das máquinas e implementos agrícolas fabricados no país têm origem nas indústrias do Rio Grande do Sul. Esse protagonismo nasceu quando muitos colonos imigrantes abriram pequenas oficinas e depois começaram a construir e a montar máquinas. Em função disso o Estado é considerado o berço das máquinas agrícolas. Na medida em que houve crescimento começaram as vendas, também, para os agricultores que haviam migrado para estados como Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, depois para o Brasil inteiro: “Os gaúchos que lá estão tiveram papel importante nessa expansão, e hoje algumas daquelas oficinas são grandes empresas do mercado”.

Uma das bandeiras da entidade, postas aos candidatos ao governo gaúcho desde a eleição de 2004, é a criação de fundo para estimular a irrigação. Pela proposta o produtor investiria em equipamento para irrigação, adquirido de indústria gaúcha, e o governo isentaria de ICMS o ganho de produção por determinado período. Desta forma 1 hectare de milho irrigado, por exemplo, poderia render o dobro e sem custos para o governo: “A isenção seria compensada pelo movimento econômico gerado pela produção extra. O Fundopen da Irrigação traria tranquilidade para quem planta e para o setor produtivo como um todo”.

No primeiro fim de semana a feira recebeu 154,2 mil visitantes, número considerado recorde para os dois primeiros dias de evento. Em 2021 foram 66 mil 657 visitantes presenciais e 64 mil visualizações on-line, de 25 países. Em 2019 o público ultrapassou 416 mil pessoas e o setor de máquinas e equipamentos faturou R$ 2,5 bilhões de um total da feira de R$ 2,7 bilhões. O horário da exposição é das 8h00 às 20h30, com ingressos cobrados por R$ 16.

Fonte: Autodata
Seção: Máquinas & Agro
Publicação: 30/08/2022

Usiminas anuncia investimentos de R$ 1,1 bilhão na Coqueria 2

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) anunciou investimentos para reparos na Coqueria 2 da Usina de Ipatinga, no Vale do Aço, além de recursos adicionais para a reforma do alto-forno 3. Os aportes em reparos emergenciais e definitivos na Coqueria 2 serão de R$ 1,1 bilhão até 2026. Já a suplementação para o projeto de reforma do alto-forno será de R$ 633 milhões.

As informações constam de fato relevante divulgado pela companhia aos acionistas na sexta-feira (26). No documento, a siderúrgica também confirmou a meta de investimentos de R$ 2,05 bilhões para 2022, conforme divulgado em fevereiro. E adiantou que a estimativa para 2023 é de inversões de R$ 2,4 bilhões.

A Usiminas detalhou que os R$ 1,1 bilhão para a Coqueria 2 serão assim divididos: R$ 57 milhões neste ano, R$ 97 milhões em 2023 e R$ 951 milhões entre 2024 e 2026.

Em relação ao alto-forno 3, os R$ 633 milhões adicionais elevarão o investimento total da reforma para R$ 2,72 bilhões até 2025. Até aqui já foram investidos R$ 619 milhões e ainda há outros R$ 650 milhões previstos para este ano. Além disso, R$ 1,2 bilhão serão aportados na reforma do equipamento no ano que vem e R$ 252 milhões entre 2024 e 2025.

O alto-forno 3 é o maior da usina de Ipatinga e tem capacidade para produzir 2,4 milhões de toneladas por ano. A unidade conta com outros dois equipamentos do tipo, com capacidade de produção de cerca de 600 mil toneladas de ferro-gusa por ano cada. Inicialmente a reforma estava prevista para ocorrer entre 2021 e 2022, mas foi reprogramada por uma série de motivos. Também estava orçada pela metade do preço no projeto original.

“Suplementação de R$ 633 milhões para a reforma do alto-forno 3 da Usina de Ipatinga, justificada principalmente pelos efeitos inflacionários em todos os custos envolvidos no projeto aprovado originalmente em 2019”, explica a siderúrgica no comunicado aos acionistas.

Usiminas informa retomada do alto-forno 2

Além disso, no fim do mês passado a companhia informou, via fato relevante, que também vai fazer a retomada do alto-forno 2 da usina de Ipatinga em outubro, mediante investimentos de R$ 35 milhões. O equipamento está paralisado desde setembro do ano passado, em função de um acidente na estrutura.

Com capacidade de 660 mil toneladas/ano, a produção do alto-forno 2 será destinada à formação de estoque de placas, tendo em vista a expectativa de parada do alto-forno 3 para a reforma – a partir de abril do ano que vem e que deve durar 100 dias até a conclusão, devendo ocorrer entre abril e junho do ano que vem, gerando 8 mil vagas de trabalho na região.

Usiminas vai investir R$ 2 bilhões

Sobre os R$ 2,05 bilhões confirmados para o exercício, representam 33% a mais do que o investido no ano passado (R$ 1,5 bilhão). O montante está sendo dividido entre as cinco unidades de negócios, mas a maior parte – R$ 1,64 bilhão – será para a siderurgia, R$ 350 milhões para a mineração, e R$ 50 milhões para a Soluções Usiminas.

Indústria extrativa 

Pelo segundo mês consecutivo, a variação de preços no setor extrativo mineral, na comparação mês contra mês anterior, foi negativa, -0,22%. Com isso, o acumulado no ano recuou de 26,93%, em junho, para 26,65%, em julho (em julho de 2021, o acumulado no ano era de 65,56%). O acumulado em 12 meses, por sua vez, apresentou uma variação de -13,45%, a mais negativa desde março de 2016, -20,17%.

O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido, em termos de variação, a segunda entre as 24 atividades da indústria no acumulado no ano (26,65%). Por sua vez, no caso de influência, foi a terceira no acumulado no ano (1,30 p.p., em 11,46%) e a quarta no acumulado dos últimos 12 meses (-1,02 p.p., em 18,04%). Os dois produtos de maior peso no cálculo do setor (“óleos brutos de petróleo” e “min. ferro e seus concentrados, exc. pelotizado/sinterizado”) apresentaram variações negativas no mês.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/08/2022

Preços no topo? Excesso de oferta, guerra e China esfriando reduzem expectativas de preços de celulose e minério

Uma possível queda nos preços de commodities como celulose, papel, aço e minério passaram a aparecer, cada vez mais, no cenário de analistas, criando expectativas sobre o comportamento futuro das cotações e o impacto nas companhias de capital aberto.

No caso de papel e celulose, há mais indicativos que apontam para uma eminente queda nos preços, enquanto no setor de aço e minério de ferro, pairam dúvidas sobre a real capacidade de a China consumir esses produtos.

A diminuição da atividade econômica na Europa, por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, e um crescimento tímido da China no consumo de papel e celulose colocam o setor sob pressão. Além disso, há um esperado incremento de oferta de celulose nos próximos meses.

Há sinais de melhora da cadeia de suprimentos, depois de um longo período enfrentando gargalos logísticos resultantes da pandemia. Isso deve liberar estoques grandes de celulose em 2023 suficientes para recompor o armazenamento do produto que andou em baixa nos últimos tempos.

Além disso, dois grandes projetos no setor, um da Arauco (Projeto Mapa) e outro da UPM no Uruguai, entrarão em operação, depois de sofrerem atrasos na construção, gerando novas oportunidades de oferta de celulose no mercado.

O BBI avalia excesso de oferta de celulose de cerca de 1,1 milhão de toneladas em 2023 e de aproximadamente 2,1 milhões de toneladas em 2024. O BofA relatou que a preocupação dos investidores é com aumento da oferta no setor.

Dessa forma, uma série de apostas na redução dos preços no curto prazo para papel e celulose começaram a ser traçadas.

No caso da celulose, que chegou a US$ 790/t, o Bradesco BBI estima agora, para 2023, queda para US$ 610/t e em 2024, redução para US$ 500/t. Já o papel krafliner (usado para embalagens), a instituição vê retração de cerca de US$ 200 no preço atual nos próximos 12 a 18 meses.

Expectativa do consumo na China

Com relação ao aço e aos minério de ferro, a questão está muito relacionada ao consumo dos produtos na China e à produção de aço no país asiático.

A demanda do mercado chinês tem sido um grande termômetro para medir o rumo global do setor e o anúncio nesta quinta (25) de estímulo adicional à economia da China de US$ 146 bilhões ainda precisa atingir seus efeitos práticos.

O preço médio do minério de ferro estimado pelo Itaú BBA, que era de US$ 115/t para 2022, caiu para US$ 90/t para 2023. A instituição relata que os preços do minério de ferro estão hoje, em média, US$ 107/t, contra US$ 140/t no primeiro semestre. Além disso, o banco espera para ano que vem queda de 10% a 15% nos preços domésticos do aço.

Segundo o BofA, investidores ouvidos pelo banco acreditam que a manutenção do preço do minério de ferro acima dos US$ 100/t está principalmente relacionada à oferta, pois os números de produção das gigantes do setor no primeiro semestre foi 1 milhão/t a menos do que no primeiro semestre do ano passado.

O declínio significativo na produção de aço na China é apontado pelo BBA como principal causador dos preços globais mais baixos do minério de ferro.

O BofA informou que investidores têm expressado preocupação com a deterioração dos mercados imobiliários na China, que respondem por 30 a 35% da demanda de aço naquele país.

O mercado avalia que os recursos liberados pelo governo até o momento são insuficientes para conclusão de todos os projetos, e não há perspectiva de receberem aporte na sua totalidade.

Enquanto isso, as siderúrgicas chinesas aumentaram nos últimos dois meses o consumo de minério de ferro, de acordo com dados da MySteel, indicando aumento de produção de aço. Mas os estoques atuais de minério de ferro nas usinas estão em 20 dias de consumo, bem abaixo da média histórica de 27 dias.

Mudanças de preço-alvo e recomendação

Em meio ao cenário de previsível queda de preço de celulose e papel, o BBI fez ajuste no preço-alvo da Suzano (SUZB3), de R$ 80/ação para R$ 56/ação.

Além disso, reclassificou a companhia de outperform para underperform. Já para a Klabin (KLBN11), o banco mudou a recomendação de outperform para neutra, com preço-alvo rebaixado para R$ 27/ação (o valor anterior era de R$ 37/ação).

No setor de aço e minério de ferro, o BBA manteve recomendação outperform para Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3). Com relação ao preço-alvo, os valores foram também mantidos, só que o preço é o mesmo para 2023 dado o cenário.

No caso da Gerdau, o preço-alvo é de R$ R$ 34/ação; da Usiminas o preço-alvo permanece em R$ 15/ação; e, por fim, da CSN, o preço-alvo é de R$ 17/ação.

Fonte: Infomoney
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/08/2022