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Perfilor investe R$ 100 milhões em nova fábrica em Santa Catarina

O município de Araquari, localizado no litoral Norte de Santa Catarina, sediará o novo investimento da Perfilor - joint venture formada entre a ArcelorMittal e a Tekno - da ordem de R$ 100 milhões. As obras para a construção da nova fábrica, que produzirá telhas e painéis termoisolantes, se iniciaram no mês de abril e a previsão é que o início da operação ocorra no 1º trimestre de 2025. A empresa já possui uma fábrica em Lorena, no interior de São Paulo. 

“A implementação da nova unidade é estratégica para a empresa e se trata da expansão geográfica com uma operação na região Sul, para atender segmentos da construção com coberturas termoisolantes para obras industriais e comerciais, como também câmaras frias e salas limpas para o agronegócio e indústria farmacêutica”, explica Eduardo Zanotti, Vice-Presidente Comercial da ArcelorMittal Aços Planos para América Latina. 

De acordo com o executivo, há mais de uma década, o mercado de telhas e painéis termoisolantes cresce entre 5% e 7% ao ano. “Apostamos no crescimento deste mercado no Brasil e queremos continuar crescendo com esta nova unidade aproveitando a experiência que temos neste segmento na Europa”, completa Zanotti.

Mercado e empregos

A fábrica vai abastecer - principalmente - o Sul do País. As soluções são voltadas para o setor da construção civil. Cerca de 100 empregos temporários vão ser gerados durante as obras na unidade. Após a conclusão e a entrada de operação, a perspectiva é chegar a 80 colaboradores.

A unidade será abastecida por bobinas galvanizadas provenientes da unidade Vega da ArcelorMittal, localizada em São Francisco do Sul, SC e pré-pintada na Tekno. A nova unidade está localizada às margens da BR-101 e possui 40 mil m?2; e a área construída será de aproximadamente 7 mil m?2;. 

Fonte: Agência Brasil
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/05/2024

Agronegócio gaúcho fala em colapso da pecuária ao hortifrúti

Zonas rurais ilhadas, pessoas desaparecidas nos deslizamentos de terra e a falta de suprimentos básicos, como água potável, são preocupações das populações que vivem nos interiores do Rio Grande do Sul. A urgência é salvar vidas. Em paralelo, a pergunta que se faz é a seguinte: o que será dos agricultores que perderam sua fonte de renda debaixo da chuva?

Mais de 300 mil produtores são enquadrados na agricultura familiar e se deparam com perdas de safra e infraestrutura, como tratores e armazéns.

As lavouras gaúchas de soja, que já indicavam o maior índice de atraso da colheita do Brasil, agora tendem a apresentar queda relevante de produtividade. Segundo Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Consultoria e nome relevante do agronegócio no Rio Grande do Sul, diz que ainda é cedo para estimativas sobre quebra de safra. O que já dá para afirmar é que serão necessárias medidas para renegociação de dívidas dos produtores rurais.

O estado é o segundo maior produtor de soja no Brasil, cuja colheita estava em 70% da área total até o início das inundações. Os 30% restantes não colhidos representam cerca de 2 milhões de hectares e 6,5 milhões de toneladas. Segundo o consultor, esse volume sob risco representa 5% da safra estimada para o país, algo em torno de 147 milhões de toneladas.

"Quem tem condições, está correndo para salvar o que está na lavoura. Essa perda, que a gente ainda não consegue estimar, vai afetar o total da produção brasileira, aumentar preço lá fora, aqui dentro e causar impacto nas cadeias de carne. O Brasil ainda tinha uma safra relativamente grande, mas que pode cair de 142 a 145 milhões de toneladas. Fica uma safra insuficiente para acalmar os ânimos globais", ele afirma.

Cogo também é membro titular do Comitê Gestor Interministerial do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis do Ministério da Agricultura. Ele revela que está em constante conversa com a equipe do ministro Carlos Fávaro para pensar alternativas que minimizem os prejuízos de agricultores e pecuaristas.

Na segunda-feira (6), entidades representantes de produtores rurais gaúchos, agroindústrias e cerealistas do Rio Grande do Sul pediram ao secretário de política agrícola do Mapa, Neri Geller, medidas "extraordinárias" para reerguer o setor produtivo no estado. O setor fala em renegociação de dívidas e pediu um encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

À beira do colapso

Um setor que já estava enfrentando cenário de baixos preços e produtores desistindo da atividade é o da pecuária leiteira. Agora, a situação é ainda mais crítica e já se fala em colapso do segmento. "O leite vai entrar em colapso logo. Não tem logística, não tem estradas, já estava ruim antes [em relação ao preço pago ao produtor]. Uma grande parte dos produtores não está operando, e quem está operando não vai conseguir escoar essa produção", diz Carlos Cogo. O motivo é a falta de infraestrutura e logística.

Quem também já fala em colapso é o próprio governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Em coletiva de imprensa, ele admitiu que a atividade da pecuária tende a colapsar, pois os próprios frigoríficos ficaram debaixo d'água. Segundo Leite, a secretaria de agricultura do Estado "está acompanhando a situação junto a empresas produtoras de proteína animal e alimentos".

A atividade é exercida majoritariamente por produtores de pequeno porte e de agricultura familiar, sendo ainda mais suscetíveis à falência dos negócios. Carlos Joel, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), diz que há mais de 300 mil propriedades gaúchas classificadas como agricultura familiar. "Vamos dizer que 50% delas estão nessa área com prejuízos, sendo 40% com perdas muito grandes", ele afirma.

Ele conta que esteve em reunião com os setores da proteína animal e com o governo estadual para traçar linhas de acesso às propriedades, pois muitas estradas estão destruídas. "Estamos criando corredores para que os caminhões possam buscar o leite, levar ração para frangos e suínos ou trazê-los para o abate", afirma.

Desabastecimento de arroz

Entre tantas preocupações com relação ao agronegócio gaúcho, está a produção de arroz. O Rio Grande do Sul produz 70% de todo o arroz no Brasil, e a estimativa de colheita da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) era de 7,48 milhões de toneladas colhidas em 2024.

Além dos 20% que faltava ser colhido, havia um volume já recebido em armazéns e silos que também se perderam nas enchentes. Diante desta realidade, o país deve se preparar para a falta de cerca de um milhão de toneladas, segundo Carlos Cogo.

Nesta terça-feira (7), o presidente Lula afirmou que já considera a possibilidade de importar o alimento. "Se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão, para colocar na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha", afirmou.

O consultor gaúcho não se mostra otimista quanto a esta possibilidade. "Talvez vá faltar entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas. Não temos isso disponível nos países do Mercosul. O ministro [Carlos Fávaro] me perguntou isso [de um acordo comercial com os países vizinhos], mas eles não têm essa possibilidade de troca. A importação da Ásia está extremamente difícil, leva tempo. Não vejo uma saída próxima para os nossos estoques. Vai haver desabastecimento, está na cara."

De frutas a máquinas agrícolas

Carlos Joel, da Fetag, conta que os produtores relatam perdas não apenas na soja, milho, arroz e silagem para gado. Em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), os esforços de resgate continuam, inclusive porque há mais previsão de chuva para quarta-feira (8). Galpões, tratores e demais infraestruturas, constituem uma perda incalculável.

"Máquinas agrícolas, animais de corte e leite, e infraestruturas de armazenagem também se foram. Mesmo silos com alta vedação podem ter tido problema. As perdas são muito grandes, é algo incalculável, além das vidas perdidas", diz.

Também é imensurável o impacto para as chamadas minor crops, culturas de menor proporção em área plantada, em relação às grandes commodities, a exemplo das frutas, legumes e verduras — grupo chamado de FLV. Este tipo de alimento foi impactado dentro da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), que corresponde a 54% do abastecimento dos hortifrutigranjeiros comercializados no estado.

Na terça-feira, a Ceasa emitiu uma nota afirmando que as atividades passarão da zona norte de Porto Alegre para uma unidade no município de Gravataí. "Em conjunto com a Emater e a Ceasa, estão sendo implementadas medidas para identificar os produtores e realizar a logística necessária para assegurar o abastecimento contínuo. Encontramos essa alternativa para que a população não fique desabastecida, o produtor e o comerciante não sejam penalizados mais vez, com a perda dessa receita", afirma Ronaldo Santini, Secretário de Desenvolvimento Rural, em nota.

Aproximadamente R$ 300 mil serão investidos pela Ceasa nos próximos 15 dias para a manutenção do funcionamento da operação. Ainda assim, o custo de plantio dos hortifrútis versus a capacidade de compra da população pode apresentar prejuízos financeiros de
prazo inestimável aos produtores.

Fonte: BOL
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 08/05/2024

Caxias do Sul será contemplada com a construção de novos tanques de contenção para evitar alagamentos

A portaria foi publicada nesta terça-feira (7), pelo Governo Federal. O município será contemplado com a construção de três novos tanques de contenção além de novas redes pluviais. A medida é considerada uma estratégia para evitar alagamentos como os que atingiram a cidade nas últimas chuvas.

Atualmente, Caxias conta com alguns tanques instalados em áreas sensíveis, o maior deles instalado próximo a represa Dal Bó, seguido por piscinões do Fátima Baixo, São José, Pôr do Sol e Pio X. Os reservatórios são responsáveis por acumularem água da chuva coletada por bueiros e controlar a liberação para o restante da rede. Sem receber grandes volumes de forma simultânea, os canais de escoamento presentes na cidade conseguem escoar a chuva com menor possibilidade de transbordamento.

O tramite de liberação para o projeto estava com o Ministro da Casa Civil desde janeiro deste ano. Frente a aprovação, o secretário de Obras e Serviços Públicos, Norberto Soletti, salienta que os piscinões auxiliam de forma significativa a infraestrutura da cidade. Ele ainda evidencia que se não fosse os tanques de contenção o último cenário de chuva seria devastador, em Caxias.

No total são R$ 25 milhões de investimento para as obras. Com a portaria publicada, o município deve solicitar a autorização novamente para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para a contratação da operação de crédito. Assinada a contração da operação, que deve ocorrer em até 30 dias, o edital para licitação das obras deve ser publicado.

Fonte: Rádio Caxias
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 08/05/2024

 

Brasil recebe US$ 64 bilhões em investimentos diretos estrangeiros em 2023 e fica só atrás dos EUA

Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado recentemente indica que o Brasil foi o segundo principal destino de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) em 2023. Entraram US$ 64 bilhões no país no ano passado, volume só menor do que o recebido pelos Estados Unidos (US$ 341 bilhões). O Canadá ficou em terceiro lugar, com US$ 50 bilhões.

Apesar da boa colocação, o documento mostra que os fluxos globais de IED ainda refletem a tendência global de queda e com volume abaixo do momento pré-pandemia, pelo segundo ano consecutivo, fruto das tensões geopolíticas e das taxas de juros elevadas em diversos países.

Desta vez, o recuo no fluxo global foi de 7% em relação a 2022, com acúmulo de US$ 1,36 trilhão.  Mais de dois terços dos países da OCDE apresentaram redução.

No Brasil, a queda foi de 13% em relação a 2022. A redução é menor que a registrada em países relevantes, como China (78%), Índia (44%), Itália (43%), Espanha (20%) e França (18%).

Em relação aos países que registraram aumento nos fluxos de IED recebidos em 2023, merecem destaque a Argentina (49%), Alemanha (34%) e Chile (25%).

Conforme divulgado pelo Banco Central, a tendência de melhora na atração de IED já está se confirmando: o Brasil obteve em março de 2024 o melhor resultado dos últimos 12 anos para o mês, com total de US$ 9,6 bilhões recebidos.

Em relação aos projetos chamados greenfield (projetos novos, que vão começar do zero), há uma tendência inversa entre países com economias avançadas e emergentes: enquanto houve queda de 20% no volume de capital dispendido e de projetos anunciados em países desenvolvidos, nas economias emergentes foi registrado um aumento de 21% das despesas de capital e aumento de 9% no número de projetos anunciados.

Os dados da OCDE ainda devem ser validados/confirmados pelos Bancos Centrais de cada país, após ajustes metodológicos em relação ao que pode ser considerado investimento estrangeiro direto, mas os números divulgados indicam a noção de grandeza e tendências nos fluxos de investimentos globais.

Fonte: IPESI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 07/05/2024

 

Em reunião com chanceler argentina, Borrell reitera compromisso de concluir UE-Mercosul

O Alto Representante da União Europeia, Josep Borrell, se reuniu nesta segunda-feira, 6, com a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, país que chamou de um "importante parceiro" do bloco.

Em sua conta na rede social "X", o diplomata afirmou que foram abordadas a agenda bilateral, as reformas econômicas e as oportunidades de investimento e comércio. "Reiteramos o nosso compromisso de concluir o acordo UE-Mercosule de apoiar firmemente a Ucrânia", disse o espanhol.

Prioridade para o governo

Segundo comunicado da chancelaria argentina, Mondino reiterou que a assinatura do acordo Mercosul-UE é uma prioridade para o governo e espera que a UE também esteja comprometida com uma rápida conclusão das negociações.

"Após a sua viagem à China e França, a ministra das Relações Exteriores Diana Mondino chegou a Bruxelas, e manteve diversas audiências de trabalho com autoridades da UE com o objetivo de expressar o firme compromisso da Argentina em aprofundar a sua relação com a UE e os seus países membros", disse a publicação.

A chanceler se reuniu ainda com o secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos e Política de Segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Boris Ruge, a quem reafirmou o interesse da Argentina em se tornar Parceiro Global da Organização. "Com o objetivo de estabelecer uma relação mutuamente benéfica no quadro de um sistema internacional estável onde a paz e a segurança não sejam ameaçadas", afirma o comunicado.

Fonte: Exame
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 07/05/2024

 

Saiba o que o Rio Grande do Sul produz no agronegócio

As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul desde o dia 29 de abril causaram prejuízos em 364 dos 497 municípios. Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil do Estado, 83 pessoas morreram e outras 111 seguem desaparecidas. As perdas humanas se somam aos ainda incalculáveis problemas na agricultura e na pecuária.

Ainda não há números oficiais, mas os prejuízos podem ser notados nas lavouras danificadas, na morte de animais e também na paralisação das atividades em frigoríficos.

Segundo a Secretaria da Agricultura, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado foi de R$ 594 bilhões em 2022, sendo R$ 98,6 bilhões provenientes da agropecuária.

O montante sofreu redução em relação ao ano anterior devido à quebra das safras de grãos, especialmente soja e milho, em consequência da estiagem. No entanto, segue como fundamental para a economia. Entre os principais produtos agropecuários com base no Valor Bruto de Produção (VBP) estão:

?Soja (28%)

?Arroz (11%)

?Frango (11%)

?Trigo (10%)

?Leite (8%)

?Bovinos (7%)

?Suínos (6%)

?Tabaco (5%)

?Milho (4%)

?Fruticultura (4%)

?Outros produtos (6%)

Soja

A produção do grão está em 435 cidades do Estado e chegou a 12,71 milhões de toneladas na safra 2022/23. Para 2024, as chuvas preocupam porque o excesso de umidade tende a elevar a acidez do óleo de soja, reduzindo a oferta, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

No mês de março, a Emater, divulgou que o Rio Grande do Sul deveria ter a maior safra de soja desde 1970, com 22,24 milhões de toneladas em uma área de 6,68 milhões de hectares.

Porém, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o início das chuvas, apenas 60% da produção havia sido colhida pelos produtores.

Arroz

Você sabia que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil? O último levantamento apontou 7,24 milhões de toneladas do grão, número responsável por 68,15% da produção nacional.

É cedo para estimar as perdas, mas, segundo o Cepea, a colheita, que já estava atrasada, pode ser ainda mais prejudicada, pois muitas lavouras nos 176 municípios produtores ficaram inundadas, impossibilitando o trabalho dos produtores rurais. Outro empecilho foi a interdição de estradas.

Frango

Além dos grãos citados acima, o Rio Grande do Sul também se destaca na criação e exportação de frango. Em 2022, por exemplo, vendeu a carne para 131 países. Porém, em razão da maior tragédia climática no Estado, o número deve diminuir.

Diversas rodovias estão interditadas, impedindo o transporte das aves e também de insumos para alimentá-las. Em alguns locais, as chuvas destruíram aviários.

Trigo

De acordo com o governo gaúcho, a produção de trigo em 2022 foi de 5,29 milhões de toneladas, o que representa 52,6% do resultado do país. Para a safra 2023/24, a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 4,80 milhões de toneladas. Além do trigo, outros grãos de inverno são: aveia branca, canola, cevada e centeio.

Leite

A produção de leite no Estado ultrapassa 4 bilhões de litros. Argélia, Uruguai, Chile, Argentina e Cuba são os principais destinos de exportação do alimento gaúcho, enquanto Uruguai, Argentina, Itália e Estados Unidos são os países que lideram a lista de importação.

Bovinos

Com 10,08 milhões de cabeças, o Rio Grande do Sul exportou carne para quase 100 países em 2022. Já o couro e a pele foram destinados para 59. Alegrete, Santana do Livramento, Uruguaiana, Dom Pedrito, Rosário do Sul, São Gabriel, Bagé, Quaraí, Santiago e São Francisco de Assis são os municípios com os maiores rebanhos.

Conforme o Cepea, a destruição de pontes e estradas prejudicam o transporte dos animais até os frigoríficos para o abate.

Suínos

A produção de carne suína foi de 1,05 milhão de toneladas em 2022, segundo dados divulgados pela Secretaria da Agricultura. A exportação gerou US$ 622 milhões, mantendo o Rio Grande do Sul como o segundo no ranking – Santa Catarina lidera. China, Hong Kong, Cingapura, Vietnã e Tailândia estão entre os principais destinos.

Assim como a avicultura e a pecuária, a suinocultura é afetada pelas chuvas em razão da destruição de estradas para transportar porcos e ração.

Tabaco

Com produção de 290 mil toneladas, o Rio Grande do Sul se destacou como maior exportador de tabaco do Brasil em 2022. Foram 89 países envolvidos nas negociações, como Bélgica, China, Estados Unidos, Indonésia e Turquia.

Milho

O Rio Grande do Sul produziu 3,95 milhões de toneladas de milho na safra 2022/23, número 35% menor que a expectativa pela estiagem. Um ano depois, a situação é contrária, com prejuízos identificados pelas chuvas. A Emater informou ao Cepea que até 2 de maio, a colheita havia atingido 83%, enquanto os números no Paraná e Santa Catarina, também no Sul, foram de 98% e 93%, respectivamente.

Fruticultura

Além de grãos e carnes, o Estado também é destaque com as frutas. A uva, por exemplo, é responsável por 53% da produção do país e teve uma colheita de 907 mil toneladas em 2022. Veja outras que se predominam:

?Maçã: 556 mil toneladas

?Laranja: 320 mil toneladas

?Bergamota/tangerina: 169 mil toneladas

?Banana: 142 mil toneladas

?Pêssego: 130 mil toneladas

?Melancia: 166 mil toneladas

Com produção (em mil toneladas) menor, outras frutas na lista são: abacate (4,47), abacaxi (4,50), ameixa (30,40), amora (3,38), caqui(46,78), figo (7,65), goiaba (4,63), kiwi (2,50), limão (18,31), maracujá(5,03), melão (10,97), morango (23,55) e pêra (7,45).

Hortaliças

Conforme dados do IBGE e da Emater, os principais legumes e verduras cultivados no Rio Grande do Sul em 2023 tiveram o seguinte volume de produção (em toneladas):

?Aipim: 125 mil

?Alface: 93,46 mil

?Alho: 11,58 mil

?Batata: 468 mil

?Batata-doce: 154,38 mil

?Beterraba: 29,54 mil

?Brócolis: 172,24 mil

?Cebola: 156,72 mil

?Cenoura: 46,50 mil

?Couve-flor: 29,66 mil

?Pimentão: 7,79 mil

?Rabanete: 6,26 mil

?Repolho: 84,88 mil

?Rúcula: 7,93 mil

?Tomate: 100 mil

O Cepea informou que a cenoura é a hortaliça mais prejudicada até o momento pelas chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul. A estimativa é que a tragédia resulte em uma janela de oferta e dificulte a retomada da atividade em áreas afetadas. Caxias do Sul deve ter a maior perda na produção do alimento.

As safras de batata e tomate também podem apresentar problemas. Mesmo com a proximidade do fim da colheita, a quantidade de água atrapalha o desenvolvimento.

No caso da cebola, os estoques do Sul terminaram e, então, isso não seria um problema, mas, de acordo com a pesquisadora Renata Bezerra Meneses, do Cepea, as importações que chegam ao Brasil por Porto Xavier, no Rio Grande do Sul, podem comprometer o abastecimento.

Ela explica que, em conversa com colaboradores, as informações são que as chuvas prejudicaram os bulbos importados por causa da excessiva umidade e do tempo de transporte.

Como começou a enchente no Rio Grande do Sul?

As chuvas começaram no dia 29 de abril e causaram o pior desastre climático da história do Estado. Segundo o último boletim, são 364 municípios afetados, 20 mil pessoas em abrigos, 130 mil desalojados, 291 feridos, 111 desaparecidos e 83 óbitos.

As tempestades ainda derrubaram pontes, destruíram calçamentos, alagaram ruas, inundaram casas e estabelecimentos comerciais e deixaram 19 barragens em estado de atenção.

Fonte: Globo Rural
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 07/05/2024