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Brasil chega pessimista a dia de tarifas de Trump e teme que aço seja taxado duas vezes

Sem avanço nas negociações com os Estados Unidos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega pessimista ao dia do anúncio do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump, previsto para esta quarta-feira (2), às 17 h (de Brasília).

Com poucos sinais de Washington, o Brasil teme que a possível tarifa linear se some a outras taxas já em vigor, como as aplicadas recentemente sobre o aço e o alumínio, gerando um efeito cumulativo.

Produtos semiacabados de aço, como blocos e placas, estão entre os principais itens exportados pelo Brasil aos EUA, ao lado de petróleo bruto, produtos semiacabados de ferro e aeronaves. Segundo dados do governo americano, o Brasil está entre os três maiores fornecedores de aço ao país (ao lado de México e Canadá), com US$ 2,66 bilhões vendidos no ano passado.

Recentemente, Trump também anunciou tarifas sobre automóveis importados, medida que pode impactar o setor de autopeças nacional. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,3 bilhão em componentes do tipo para os Estados Unidos.

Nas últimas semanas, o Palácio do Planalto começou a trabalhar com a expectativa de um quadro mais extremo do que o inicialmente previsto. Além das já anunciadas taxas sobre aço e alumínio, o governo admitiu a possibilidade de ser afetado por um imposto linear sobre praticamente toda a pauta exportadora brasileira para os EUA.

Um integrante da Casa Branca confirmou essa expectativa ao dizer na semana passada que, se o Brasil for incluído na lista dos países alvo, as tarifas serão lineares e aplicadas a todos os bens.

Segundo um membro do governo brasileiro, não será surpresa se a medida anunciada pelos americanos for "a pior" possível para o Brasil. Essa pessoa admite que é alto o risco de o Brasil estar entre os países mais afetados pelo tarifaço, apesar dos esforços diplomáticos para esclarecer pontos da relação comercial. Entre esses pontos estão a tarifa efetiva média sobre produtos importados dos EUA e o fato de a balança comercial ser historicamente favorável aos americanos.

Na Esplanada, há a avaliação de que documentos e declarações da administração Trump sugerem que os EUA consideram o Brasil problemático devido à discrepância tarifária e demais barreiras não tarifárias.

Documento divulgado nesta segunda (31) pelo USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) apontou que o Brasil impõe tarifas de importação relativamente altas a uma vasta gama de setores, como automóveis e suas peças, tecnologia da informação e eletrônicos, produtos químicos, plásticos, maquinário industrial, aço, têxteis e vestuário.

Para dois membros do governo, o esforço feito em Washington na última semana focou principalmente na negociação de cotas para as tarifas aplicadas sobre aço e alumínio. Isso porque, como o governo não sabe quais sobretaxas "recíprocas" serão aplicadas ao país, não havia o que negociar.

Integrantes da administração Lula estão em um momento de extrema imprevisibilidade às vésperas do anúncio. A conversa que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teria nesta segunda com o chefe do USTR, Jamieson Greer, acabou cancelada. Por ora, não há perspectivas de nova reunião.

Por causa dessa incerteza, funcionários do governo dizem que o governo só saberá, de fato, o que vai enfrentar após o anúncio nesta quarta.

Outra dificuldade externada por interlocutores é o fato de que as decisões estão concentradas em Trump, que tem um método agressivo e caótico de negociação. Isso amplia os desafios pela falta de poder de decisão dos auxiliares do presidente com quem o governo brasileiro vem conversando.

Um funcionário da Casa Branca afirmou não ser possível cravar a decisão até a divulgação do detalhamento da medida.

Segundo jornais americanos, Trump tinha sobre a mesa na manhã de terça ao menos dois cenários. Em um, aplicaria uma tarifa universal fixa de 20% a todos os países. Em outro, definiria taxas diferentes para cada nação a depender das barreiras impostas aos Estados Unidos por cada um.

Na segunda, o presidente afirmou em entrevista a jornalistas que os EUA seriam "muito gentis, relativamente falando" em relação a algumas nações.

No domingo (30), Peter Navarro, um dos principais conselheiros para comércio externo do republicano, disse à Fox News que os EUA poderiam arrecadar US$ 6 trilhões com as novas sobretaxas. Segundo jornais americanos, o cálculo ecoaria a conta feita caso Trump opte pela tarifa universal.

Nesse cenário, o Brasil vem trabalhando no ambiente doméstico para a criação de um arcabouço legal que permita ao país responder de forma mais rápida caso seja submetido a medidas protecionistas que gerem impacto no comércio internacional.

Como mostrou a Folha, o país tem hoje um conjunto limitado de normas jurídicas para reagir imediatamente à imposição de tarifas.

Cientes do dano que a medida anunciada por Trump poderá causar, o governo Lula e a bancada ruralista se uniram no Senado pela aprovação, de forma unânime, do PL (projeto de lei) que impõe a reciprocidade de regras ambiental e comercial nas relações do Brasil com outros países. Foram 16 votos a favor e nenhum contra na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Agora, o texto será analisado pela Câmara dos Deputados.

Fonte: Folha de São Paulo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/04/2025

 

Mercado brasileiro de veículos tem o melhor primeiro trimestre em cinco anos

As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 195,5 mil unidades em março, de acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. O resultado representou crescimento de 4,2% sobre o mesmo mês do ano passado, 187,7 mil unidades, e de 5,4% sobre o volume de fevereiro, 185 mil.

O primeiro trimestre foi encerrado com 551,7 mil veículos licenciados, crescimento de 7,2% sobre o período de janeiro a março do ano passado. É o melhor início de ano em vendas de veículos desde 2020, quando os emplacamentos, já com leve efeito da pandemia que, em março daquele ano, provocou fechamento de concessionárias e fábricas, somaram 558 mil unidades.

A média diária de março chegou a 9,8 mil unidades, considerando vinte dias úteis – apenas o feriado da terça-feira de carnaval foi subtraído – e manteve a trajetória de crescimento. Em janeiro foram 7,8 mil unidades/dia e em fevereiro 9,2 mil unidades/dia.

Segundo fonte ligada ao varejo as locadoras voltaram às compras no fim do mês: só nos dois últimos dias úteis foram emplacados mais de 30 mil veículos, a sua maioria para empresas de locação.

As vendas de veículos leves somaram 183,5 mil unidades, avanço de 4,4% na comparação com as 175,7 mil de março e de 6,4% sobre fevereiro, quando foram emplacados 172,4 mil veículos. Deste volume, de acordo com a Bright Consulting, 47,6% foram vendas diretas, o maior porcentual para o ano. No primeiro trimestre as vendas diretas responderam por 42,6% dos emplacamentos de leves.

Fonte: Autodata
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 02/04/2025

Construção civil sustenta demanda por aço nacional, enquanto indústria recua

Com a demanda enfraquecida em diversos setores industriais, é a construção civil que tem sustentado o consumo de aço no Brasil. Impulsionadas por obras de habitação e infraestrutura, construtoras seguem comprando, enquanto outros segmentos recuam ou aumentam as importações para reduzir custos.

O mercado brasileiro enfrenta uma inundação de aço chinês, o que pressiona os resultados das siderúrgicas nacionais. Em momentos de 2024, as importações chegaram a quase 25% do total consumido. Contudo, a penetração das importações na construção civil é menor, já que os chamados aços longos - como vergalhões, barras e perfis usados em estruturas metálicas - são menos suscetíveis à concorrência asiática.

“Se não fosse a demanda interna da construção civil, teríamos um ano de 2024 muito difícil, talvez até com prejuízo”, diz a presidente da Aço Verde Brasil, Silvia Nascimento, que destaca que 2025 será parecido com o ano passado, e a construção civil continuará segurando a demanda.

O setor da construção tem ampliado a compra de aço porque a produção imobiliária cresceu desde a pandemia e segue elevada, mesmo diante do aumento dos juros, puxada pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), 60% do consumo atual de aço vem do setor imobiliário e 40% da infraestrutura, embora as obras de infraestrutura utilizem, proporcionalmente, mais aço.

Em 2024, o número de residências lançadas no país subiu 18,6%, de acordo com a entidade. Foram 383,5 mil novas unidades colocadas à venda, metade das quais pertencem ao MCMV - o número de unidades lançadas no programa subiu 44% em um ano.

Empresas como a Gerdau se beneficiam desse cenário, porque concentram sua produção em aços longos. Em entrevista ao Valor em fevereiro, o diretor financeiro e de relações com investidores, Rafael Japur, disse que as perspectivas são positivas para o primeiro semestre de 2025, mas ainda incertas para o segundo.

“Há uma incerteza em alguns setores importantes, como o de construção civil, a respeito dos efeitos de uma escalada mais forte da taxa de juros e de financiamentos imobiliários”, explicou.

As importações de vergalhões somaram 156 mil toneladas no acumulado dos nove meses até setembro, ante uma venda interna de 2,75 milhões de toneladas. A participação ainda é baixa, mas cresceu desde a pandemia, lembra Dionyzio Klavdianos, presidente da comissão de materiais, tecnologia, qualidade e produtividade da Cbic. Em 2020, por exemplo, a proporção era de 15,2 mil toneladas importadas para 3,28 milhões de toneladas vendidas internamente.

"Pode ser que, com a questão nos EUA, comece a ter vergalhão chinês na construção civil”
— Dionyzio Klavdianos

Como faltou aço naquele período, a importação foi incentivada, o que fez o setor da construção “conhecer mais” os produtores estrangeiros, afirma Klavdianos. O maior país exportador de vergalhão para o Brasil é a Turquia, mas ele também pode vir do Egito e de nações da América Latina. Produtores chineses não possuem a certificação necessária para atender o mercado brasileiro, mas o diretor ressalta que essa não é uma barreira incontornável - é possível consegui-la, se houver interesse.

“Pode ser que, com essa questão de ter ficado mais caro [vender para] os EUA, a indústria chinesa passe a se interessar pelo mercado nacional, resolva essa questão da barreira técnica e comece a ter vergalhão chinês na construção civil”, diz.

Os produtores nacionais ainda são os preferidos dos construtores porque oferecem material de boa qualidade e até serviços extras, como suporte na obra, afirma Klavdianos. Há também uma dificuldade para pequenas construtoras arcarem com o custo do aço importado, pago à vista, e um receio de confrontar a indústria siderúrgica, que poderia impor um preço maior aos construtores brasileiros caso o volume importado subisse demais. “E você vai precisar comprar deles”, afirma o diretor da Cbic.

Por enquanto, o aço não é o material que mais tem pesado nas obras. Segundo o indicador setorial de inflação, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), o vergalhão apresentou alta de 5,84% nos últimos 12 meses, ante 7,32% do indicador geral, até março. Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção civil do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV) faz a ressalva de que, apesar de outros materiais terem altas maiores, como tubos de PVC (17,6%) e blocos de concreto (8,12%), o aço é muito usado na construção, então qualquer aumento é sentido pelo setor.

Além dos vergalhões, usados na fundação e na estrutura de prédios e obras de infraestrutura, outro item que tem ganhado espaço são as telas de aço, que vão dentro das paredes de moradia popular, justamente o setor que mais tem crescido no país. Como explica Klavdianos, ela é essencial para o sistema construtivo de parede de concreto armado, que é o mais usado no MCMV, porque reduz o tempo de obra - quanto mais rápido entregam o projeto, mais rápido as construtoras recebem o repasse da Caixa Econômica Federal.

 

O setor de siderurgia já se movimentou para pedir ao governo um aumento do imposto de importação para o fio máquina, tipo de aço que dá origem às telas - em outras especificações, ele também é usado para fazer pregos e arames. O tema está em estudo. Segundo a Cbic, foram importadas, até setembro, 172 mil toneladas de fio máquina, dos mesmos países que produzem vergalhão, enquanto a indústria nacional vendeu 1,2 milhão de toneladas do fio no período.

Para o diretor da entidade, apesar de o governo defender a siderurgia nacional, ele está ciente de que onerar a importação levaria a um aumento geral dos preços do material, o que bateria diretamente no custo da obra e na atratividade do MCMV, um dos seus principais programas.

Enquanto isso, outros setores importantes para o consumo de aço, como máquinas e equipamentos, apontam redução no crescimento. O segmento alega que a alta nos custos de insumos, especialmente o aço nacional, é um dos fatores que comprometem sua competitividade.

"Tivemos cotas de importação em 2024 que não frearam a entrada”
— Rodrigo Scolaro

Ao Valor, o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso, afirma que o setor de máquinas e equipamentos vem reduzindo seu faturamento e, portanto, a demanda por aço ao longo da última década, reflexo do encolhimento do segmento no país. Segundo ele, a maioria das empresas não tem porte para comprar diretamente das usinas por conta de volume nas aquisições. Mais de 90% dos fabricantes se abastecem nos distribuidores - onde os preços são mais elevados.

“A maioria das companhias do setor não importa aço, é de porte médio, com ticket em torno de R$ 100 milhões. Não tem volume mínimo”, explica. Segundo o dirigente, o fator que mais tira competitividade é o preço do insumo no Brasil em relação ao internacional. “O preço do aço laminado subiu de 12% a 17% de maio de 2024 até janeiro de 2025”, acrescenta.

Outras entidades representativas, como a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), também defendem que os produtores locais reduzam seus preços, argumentando que o custo do aço nacional encarece os produtos finais e compromete a competitividade frente aos concorrentes internacionais. Procurada, a Anfavea não quis se manifestar. Nesse cenário, a diferença de preço entre o aço brasileiro e o internacional tem ganhado destaque.

Do outro lado, o Instituto Aço Brasil - que representa as principais siderúrgicas do país - tem dito que os custos de produção são mais altos devido a fatores como carga tributária, energia elétrica e logística. Além disso, o aço chinês é subsidiado pelo governo de Pequim. A entidade não quis comentar o assunto.

Ao analisar os dados de comércio exterior sobre a importação de aço, Rodrigo Scolaro, economista da GEP Costdrivers, destaca o aumento da entrada de aço chinês, especialmente em aços planos voltados a processos industriais, como a fabricação de máquinas e automóveis.

“Quando falamos de outras indústrias que estão importando [aço], estamos falando também da indústria de peças. Tivemos no ano passado cotas de importação no Brasil que não tiveram o resultado esperado para frear a importação”, diz.

Segundo Scolaro, enquanto as siderúrgicas pressionam o governo por medidas de defesa comercial, indústrias de autopeças e montadoras atuam na direção oposta, pedindo que o aço importado não seja sobretaxado.

Procurado, o Sindipeças, que representa a indústria de autopeças, não quis se manifestar.

O governo acompanha o movimento com atenção. Há discussões no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) sobre eventuais salvaguardas ou tarifas antidumping para conter o avanço do aço importado, mas nenhuma decisão foi tomada até agora.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/04/2025

 

Flutuação dos preços dos aços longos no mercado spot: tendências e análise

Nos últimos meses, os índices dos aços longos no mercado spot brasileiro, como arame, barra chata, perfil I (viga), tubo industrial redondo e vergalhão, apresentaram variações que refletem tanto a estabilidade quanto a volatilidade do mercado. Fatores como a demanda de setores-chave (construção civil, infraestrutura e indústria automobilística) e os impactos externos da economia global, além de políticas fiscais e taxas de câmbio, foram determinantes na flutuação desses preços.

1. Aço Arame: estabilidade com recuperação ocasional

O índice do aço arame iniciou 2023 com o valor de 238,25 em março, mantendo-se estável até julho do mesmo ano. No entanto, a partir de agosto de 2023, o índice sofreu uma queda acentuada, atingindo 229,50, o que representou uma variação de -3,8%. A partir de agosto de 2024, o mercado passou a experimentar uma recuperação significativa, com o índice apresentando um aumento de 12%, alcançando 228,30. Já em março de 2025, o índice se estabilizou em 228,50, com uma leve variação positiva de 2% no mês.

Após a análise do aço arame, vamos examinar a evolução do aço barra chata, que, apesar de também ter experimentado flutuações, seguiu uma trajetória distinta de variação.

2. Aço Barra Chata: flutuações acentuadas e recuperação gradual

O índice da barra chata apresentou grandes oscilações ao longo de 2023, com uma variação expressiva de 10,1% entre março e abril de 2023, subindo para 407,50, mas depois enfrentando uma queda de -6% em maio de 2023. Essa instabilidade continuou até o final de 2023, quando o índice subiu novamente para 370,75 em dezembro. Durante o início de 2024, o índice teve uma recuperação gradual, com variações positivas de 6% em fevereiro de 2025, alcançando 404,50. No entanto, em março de 2025, o índice sofreu uma leve queda de 0,1%, ficando em 404,25.

3. Aço Perfil I (Viga): tendências de estabilidade com pequenas oscilações

O índice do aço perfil I (viga) mostrou uma evolução constante ao longo do ano, com um pico significativo de 10% em abril de 2023, subindo para 381,50. Após esse aumento inicial, o índice foi experimentando uma série de pequenas oscilações. Em janeiro de 2024, o índice caiu para 325,80, com uma variação negativa de -4,2%. Contudo, a partir de julho de 2024, o índice começou a subir novamente, com um aumento de 8,1% em agosto, atingindo 340. Em março de 2025, o índice estava em 357,75, com uma leve variação negativa de -0,1%.

4. Aço Tubo Industrial Redondo: estabilidade com recuperações intermitentes

O índice do aço tubo industrial redondo iniciou 2023 com uma estabilidade de 335,75. Contudo, no segundo semestre de 2023, o índice apresentou uma leve queda, atingindo 306 em dezembro de 2023. Em fevereiro de 2024, o índice teve uma recuperação de 5%, chegando a 321,00, seguido por uma estabilidade no valor até abril de 2024. Durante o segundo semestre de 2024, o índice novamente aumentou, com um crescimento de 5,3% em agosto. O índice de março de 2025 se estabilizou em 351,00, com uma leve variação negativa de -0,1%.

5. Aço Vergalhão: oscilações e recuperações ao longo do ano

O índice do aço vergalhão teve variações consideráveis, com uma alta de 10% em abril de 2023, alcançando 387,50. Após essa alta, o índice sofreu uma queda de -4,0% em junho de 2023, caindo para 372,00. A partir de agosto de 2024, o índice se recuperou, atingindo 370,65, com uma variação positiva de 6,5%. Em março de 2025, o índice estava em 358,50, com uma queda de -2,0%, refletindo uma desaceleração após um ano de crescimento.

Fatores que influenciam a flutuação dos Índices dos Aços Longos

A flutuação dos índices dos aços longos, assim como os aços planos, é influenciada por uma série de fatores, incluindo a variação da demanda de setores-chave como construção civil, infraestrutura e indústria automobilística. As políticas fiscais e a taxa de câmbio também desempenham um papel importante, já que esses elementos impactam diretamente os custos de produção, especialmente em relação aos insumos importados.

Além disso, a demanda por aços longos tende a ser mais sensível a flutuações econômicas, dado o uso em construções e obras de grande porte, que são diretamente afetadas por investimentos em infraestrutura.

Conclusão:

A expectativa para os próximos meses indica que o mercado continuará a apresentar oscilações, com possíveis aumentos ou quedas dependendo do cenário macroeconômico. Setores como a construção civil e a indústria automobilística devem seguir desempenhando papéis cruciais, sendo que mudanças nesses setores podem acelerar as flutuações. Além disso, a necessidade de adaptação às condições econômicas externas, como políticas de comércio internacional, pode reforçar as incertezas, tornando o mercado ainda mais dinâmico.

Fonte: Infomet
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/04/2025

 

Diplomatas brasileiros negociam nos EUA saída para tarifaço

Uma comitiva do Ministério das Relações Exteriores viajou aos Estados Unidos na tentativa de negociar a flexibilização das tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump. O grupo foi chefiado pelo embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty.

A visita, que ocorreu entre a última quarta-feira (26/3) e sexta-feira (28/3), faz parte dos esforços do governo brasileiro em dialogar com as autoridades norte-americanas para reverter os efeitos do tarifaço de Trump. Desde o último dia 12, está em vigor a tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio aos EUA, medida que afeta diretamente a indústria brasileira.

Impacto do tarifaço de Trump no Brasil

Desde que assumiu o mandato, o presidente Donald Trump tem anunciado uma série de medidas para proteger o mercado interno, que incluem a imposição de tarifas sobre a importação de produtos vindos de diversos países.
A taxação do aço afeta diretamente o Brasil, que é um dos principais exportadores do produto para os norte-americanos.
Em fevereiro, Trump também mencionou o etanol brasileiro ao decretar a política de reciprocidade de tarifas. “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA”, disse Trump.
O governo brasileiro argumentou à administração de Trump que as medidas podem “comprometer gravemente” as relações comerciais entre os países.

Segundo fontes do Itamaraty, as conversas com as autoridades norte-americanas vão continuar nos próximos dias.

Na sexta, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo vai esperar até esta quarta-feira (2/4) para decidir quais medidas tomar diante das tarifas impostas. Esta é a data-limite para entrarem em vigor as tarifas recíprocas.

Durante viagem ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a mencionar a possibilidade de o Brasil adotar o princípio da reciprocidade e acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) em resposta às medidas. No entanto, nos bastidores, os negociadores têm defendido a manutenção do diálogo.

Fonte: Metrópoles
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 01/04/2025

 

China, Japão e Coreia do Sul aceleram negociações para um acordo trilateral de livre comércio

China, Japão e Coreia do Sul vão acelerar as negociações para um acordo trilateral de livre comércio e fortalecer sua cooperação para criar "um ambiente previsível de negócios e investimentos", informaram as nações em comunicado divulgado neste domingo, 30, após a 13ª Reunião Trilateral de Ministros da Economia e Comércio ocorrida em Seul, capital sul-coreana.

A reunião é a primeira nesse nível entre os três países em cinco anos e acontece em meio à guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afeta ampla gama de produtos, como veículos, caminhões e autopeças.

As três nações são atingidas pelas taxações americanas: a Coreia do Sul e o Japão enquanto grandes exportadoras automotivas e a China afetada pelas tarifas de Trump sobre produtos agrícolas, aço e alumínio.

A reunião contou com a presença do Ministro da Indústria da Coreia do Sul, Ahn Duk-geun, seu colega japonês, Yoji Muto, e do Ministro do Comércio da China, Wang Wentao. Os três ministros asiáticos pediram para que as negociações para um acordo trilateral abrangente de livre comércio entre os países seja acelerado.

O ministro sul-coreano defendeu que os três países devem responder "conjuntamente" aos desafios globais compartilhados. "O ambiente econômico e comercial é marcado pela crescente fragmentação da economia global", pontuou Ahn.

Trump anunciou que aplicará tarifas personalizadas a cada parceiro comercial a partir da próxima quarta-feira, 2 de abril, para corrigir práticas que ele considera injustas. O presidente americano, no entanto, afirmou a repórteres na última semana que haveria "flexibilidade" nas tarifas.

Fonte: AFP
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 31/03/2025