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Minério de ferro fecha em queda com dados fracos da China

Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta terça-feira, eliminando os ganhos registrados no início da sessão, uma vez que dados comerciais fracos da China aumentaram a pressão sobre as autoridades para lançar mais medidas concretas de estímulo, enquanto cortes na produção de aço continuaram pesando sobre o mercado.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange da China DCIOcv1 encerrou as negociações do dia com queda marginal de 0,3%, para 716,0 iuanes (99,26 dólares) por tonelada, registrando baixa pela quarta sessão consecutiva.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para setembro SZZFU3 recuou 0,4% para 100,6 dólares a tonelada.

As importações de minério de ferro da China em julho caíram 2% em relação ao mês anterior, mostraram dados alfandegários, já que as restrições de sinterização no principal centro de produção de aço Tangshan diminuíram a demanda pelo principal ingrediente siderúrgico.

No geral, as exportações do país caíram 14,5% em julho em relação ao ano anterior, enquanto as importações contraíram 12,4%, mostraram dados, no maior declínio nos embarques da segunda maior economia do mundo desde fevereiro de 2020.

A economia da China cresceu a um ritmo lento no segundo trimestre, com a demanda enfraquecida no país e no exterior, levando os principais líderes a prometer mais medidas de apoio na reunião do Politburo do mês passado.

As preocupações com novos cortes na produção de aço na China também ressurgiram, com a Rio Tinto alertando na semana passada que a produção de aço do país estava atingindo o ponto de saturação, disseram analistas da ANZ em nota.

As siderúrgicas da província de Yunnan, no sudoeste da China, foram solicitadas a se preparar para reduzir a produção para atender a uma determinação do governo de limitar a produção de 2023 ao nível da do ano passado, disseram duas consultorias chinesas em 28 de julho.

Fonte: ADVFN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 08/08/2023

Prioridade da CSN é estancar expansão da dívida financeira

Há uma meta bem clara a todos na Companhia Siderúrgica Nacional(CSN): reduzir até o final do ano o nível de alavancagem financeira da companhia, que atingiu no fim de junho 2,78 vezes na relação de geração operacional (Ebitda) e dívida líquida. O objetivo é baixar esse nível para 1,95 vez, informou nesta quinta-feira (03) o presidente da empresa, e também acionista, Benjamin Steinbruch.

A afirmação foi feita durante reunião virtual com analistas de bancos, após a divulgação do balanço financeiro e operacional do segundo trimestre, que trouxe resultados não tão alvissareiros como os vistos em 2021 e até parte de 2022. A dívida líquida atingiu R$ 31,45 bilhões, 50% acima do mesmo trimestre do ano passado.

Um dos problemas no negócio de aço, desde o início do ano, ocorreu na usina em Volta Redonda (RJ), impactando a produção e obrigando a empresa a comprar placas de aço de terceiros. elevando custos, além de gastos para correções dos equipamentos. Segundo Steinbruch, a empresa conseguiu estancar o problema, retomando a normalização desde o início de julho.

“Começamos o ano bastante atrapalhados e tivemos de trabalhar muito para corrigir o problema”, disse Steinbruch. “Agora estamos retomando o crescimento da produção de aço, levando a uma redução de custos, que se somará com a queda dos preços de matérias-primas. A empresa consome, entre outros insumos, minério de ferro, carvão, zinco e estanho.

A divisão siderúrgica, devido a esse impacto, viu sua margem do Ebitda recuar para 9,3% no trimestre e o montante a R$ 553 milhões. A empresa disse que conseguiu manter os preços do aço, mesmo com a pressão de baixa, local e mundialmente, forte.

No negócio de minério de ferro, o empresário disse que espera melhora nos preços com o plano previsto de reaquecimento da economia chinesa. “Batemos recordes de produção e vendas no segundo trimestre. Fomos afetados pela queda de preço. Agora, vamos tirar proveito dessa melhora que deverá vir [planos na China]”, disse.

Steinbruch comentou que a segunda parte do ano (julho a dezembro), historicamente, é de maior geração de caixa nos negócios da empresa e que isso vai contribuir para a desalavancagem. Ele justifica que a CSNdesembolsou R$ 13 bilhões com as aquisições da cimenteira Lafarge-Holcim no país, os ativos de energia da CEEE e pagamento de R$ 2,7 bilhões em dividendos - tudo entre setembro passado e maio deste ano.

“Nosso objetivo é manter um caixa na empresa na casa de R$ 15 bilhões, como uma forma de seguro para o momento [mais difícil] das finanças mundiais. Vamos retornar aos nossos objetivos traçados, trabalhando para ter neste trimestre as margens históricas”.

Perguntado quando e como a companhia vai dar partida a novo plano estratégico de crescimento, Steinbruch afirmou: “Nada mudou”. O empresário ressalvou, no entanto, que no meio do caminho foram feitas as aquisições em cimento e energia, além de uma remuneração mais robusta aos acionistas. “Essas aquisições e esforços foram válidos. Agora, até o final do ano é fazer a desalavancagem [financeira] e recuperação de caixa”.

Segundo o empresário, a estratégia está mantida, inclusive com compra de ativos no exterior, mas esse caminho passa antes por algumas premissas e pilares. Ele cita atenção da CSN para ESG e inovação, foco na desalavancagem, estrutura de capital sólida e operação ajustada da siderúrgica em Volta Redonda. Garantidas essas prioridades, afirmou, abre-se espaço para oportunidades de crescimento, porém nos próprios negócios, aproveitando sinergias.

Steinbruch disse que várias iniciativas estão sendo tocadas na empresa. E não descartou buscar novamente a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da CSN Cimentos (agora robusta, vice-líder do mercado, e operando ao nível de 13 milhões a 14 milhões de toneladas ao ano) e um sócio para a empresa energia adquirida no Sul. O desenho inicial previa ir ao leilão da CEEE meio a meio com a EDP.

Sobre ter ativos no exterior, vê como prioridade, mas observa: “Sem sacrificar a geração de Ebitda e o endividamento da CSN”.

Provocado por um analista sobre a saída da Nippon Steel do capital da Usiminas - principal concorrente da CSN -, tornando controlador da siderúrgica o grupo Ternium, Steinbruch disse que só confirmou o que a CSN sempre disse internamente, e agora é público: que o grupo ítalo-argentino sempre esteve à frente da gestão, desde que entrou na Usiminas, em 2012. A CSN é detentora de ações da rival mineira e foi à Justiça, sem sucesso, contra a Ternium, pedindo uma oferta pública de ações.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 07/08/2023

Siderúrgicas reclamam da “falta de proteção” ao aço brasileiro após invasão de importados

As siderúrgicas brasileiras não tiveram um segundo trimestre positivo e – ainda por cima – enxergam um fator adicional jogando contra: as importações de aço. Com a demanda caindo no mundo e a economia chinesa vacilante, fabricantes globais do produto vêm elevando suas vendas ao Brasil, diante da “falta de proteção” da indústria local.

O segmento de aço no Brasil está pouco aquecido, bem como o da China, o principal comprador deste produto no mundo, com a reabertura frustrando, destacaram os analistas do JP Morgan. Além do impacto no faturamento, este cenário leva à uma pressão adicional nos custos, gerando menor diluição das despesas e reduzindo as margens das siderúrgicas brasileiras.

“Há uma demanda enfraquecida. Estamos vendo com preocupação alguns fatores, como elevada taxa de juros e a importação de produtos acabados, que se incrementou sensivelmente”, disse Marcelo Chara, diretor executivo (CEO) da Usiminas, na teleconferência da companhia, realizada há uma semana.

Nesta quinta-feira (3) foi a vez da CSN (CSNA3) mencionar excessos de facilidades à importação de aço.

“A pressão de importados dificultou muito nossa vida. Não foi fácil segurar os preços, mas estamos vendo melhora no segundo semestre”, comentou Benjamin Steinbruch, diretor presidente da Companhia Siderúrgica Nacional.

Logo após, o executivo defendeu que a defesa comercial não é algo ilegal. “É uma proteção inexistente no Brasil. É algo que precisa melhorar muito. Todo país tem isso”, disse Steinbruch.

Os produtores siderúrgicos estrangeiros aproveitaram o real mais fraco e o baixo preço do aço no mercado externo, fruto de uma baixa demanda, para ganhar espaço no Brasil.

Siderúrgicas enxergam invasão de importados

De acordo com dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, de janeiro a abril o volume de aços planos importados pelo Brasil aumentou 18,5% no ano, para 659,5 mil toneladas.

Em abril esse número saltou 46,7%, chegando a 161 mil toneladas. A China foi o maior vendedor para o mercado brasileiro, com 55% das vendas.

Segundo os executivos das duas companhias, a metalúrgicas chinesas estão operando com margens negativas – e impossíveis de serem batidas.

As duas concorrentes nacionais esperam que no segundo semestre, porém, que a situação melhore.

“Apesar de a produção no primeiro semestre por lá ter sido bastante alta, eles vão, no segundo semestre, restringir a produção para voltar a combater a poluição. Além disso, a margem da indústria chinesa opera negativa, praticamente insustentável”, comentou o CEO da CSN, mencionando também a esperança de estímulos na China minguarem a vinda de aço de fora para o Brasil.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/08/2023

 

CSN tenta manter preços de aço estáveis no Brasil, avaliará aumento em setembro

A CSN está produzindo aço em ritmo maior desde julho, após um primeiro semestre em que enfrentou problemas operacionais em sua usina no Rio de Janeiro, e espera conseguir manter os preços da liga no mercado interno no curto prazo, apesar do forte aumento das importações no Brasil.

Porém, como a empresa está vendo uma tendência de alta nos preços do aço na China nos próximos meses, a companhia vai avaliar um eventual aumento no Brasil em setembro, disse nesta quinta-feira o diretor comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, em conferência com analistas.

“Vamos lutar muito para ter estabilidade de preços e, dependendo do que acontecer na China, poderemos pensar em realinhamento de preços no Brasil para setembro”, disse Martinez. “Chegamos a ter margem de 500 dólares por tonelada e hoje caiu muito. Vamos ter que puxar (o crescimento de margem) de alguma maneira com redução de custos e tentar recuperar um pouco com o preço”, acrescentou.

Segundo o executivo, a tendência de alta nos preços de aço da China decorre de uma previsão de produção menor no segundo semestre por preocupações ambientais, siderúrgicas locais com margens negativas diante dos preços baixos da liga e pacote de estímulo econômico do governo.

A companhia divulgou na noite da véspera queda de 23% no lucro líquido sobre um ano antes, pressionada por preços baixos de aço e minério de ferro e produção menor de aço, enquanto o segmento de cimento viu queda de margem também por preços internos “em recuperação”.

IPO em cimentos?

A operação de cimento da CSN viu a margem desabar de 34,2% no segundo trimestre do ano passado para 19,6% no mesmo período deste ano. Mas diante de fatores que incluem captura de sinergias derivadas da aquisição dos ativos da LafargeHolcim a empresa espera chegar a entre 25% e 30% nos próximos trimestres.

A área de cimentos está há anos nos planos da CSN para um IPO, e uma eventual operação do tipo poderia ajudar a frear o momento de elevação da alavancagem do grupo, que alcançou 2,78 vezes ao final de junho ante 1,31 vez um ano antes. A meta da companhia em 2023 é ter relação dívida líquida sobre Ebitda de 1,75 a 1,95 vez.

O diretor financeiro da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, afirmou que o IPO, se realizado, tem potencial para reduzir o endividamento em 3 bilhões de reais e que a entrada de eventual sócio nas operações de energia elétrica do grupo poderá reduzir a alavancagem em outros 3 bilhões.

“Temos tido conversas bastante interessantes (sobre parceria em energia), mas não temos pressa”, afirmou Ribeiro, citando, porém, que uma decisão sobre um sócio para o negócio pode ocorrer “até o final do ano”.

Enquanto isso não acontece, a CSN vai reduzir para 1 bilhão de reais o pagamento de dividendos no segundo semestre em relação aos valores “extraordinários” pagos nos últimos trimestres, disse Ribeiro.

“O plano é retornar a este nível anterior. Vai melhorar o fluxo de caixa, o que vai ajudar na redução da alavancagem, junto com potencial parceria em energia e IPO em cimentos”, afirmou sem dar detalhes sobre prazos.

Fonte: Reuters
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/08/2023

Corte da Selic é bem-vindo, mas indústria só sentirá efeito em 2024, diz Fiesp

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 13,25%, é bem-vinda, mas não altera por ora a situação da indústria brasileira, disse nesta quarta (2) o economista-chefe da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Igor Rocha.

"Não esperamos efeitos grandes. Só em seis meses, ou seja, no próximo ano", afirmou Rocha à Folha logo após a publicação da decisão dos diretores do Banco Central.

O economista destaca que o patamar da Selic no país ainda é muito alto e, ao contrário de outros setores, a indústria de transformação não é beneficiada por créditos subsidiados, como o agronegócio, por exemplo.

Por isso, Rocha explica que a indústria é a mais sensível aos juros altos, sendo 50% mais afetada ao aperto monetário em comparação com os outros setores da economia.

O economista vê como positiva, contudo, a indicação dada pelos membros do comitê, no comunicado divulgado junto da decisão, de mais cortes na mesma proporção da Selic nas próximas reuniões do Copom.

O economista estima que a taxa básica de juros deve chegar ao fim do ano um pouco abaixo de 12%, se não houver nenhuma surpresa negativa até lá.

Segundo Rocha, caso o real se valorize ainda mais ante o dólar e a inflação mantenha trajetória de queda, pode haver espaço ainda neste ano para um corte mais intenso dos juros, de 0,75 ponto percentual.

O economista-chefe da Fiesp diz que não se surpreendeu com a decisão do Copom, já que a maioria dos operadores de mercado já apostavam nesse resultado.

SETOR PRODUTIVO DIZ QUE DECISÃO É 'ACERTADA'

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, considera acertada a decisão do BC desta quarta-feira. "Não compromete o processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e da economia."

Andrade também diz acreditar que, se o cenário de descompressão da inflação se mantiver nos próximos meses, há espaço para cortes mais intensos da Selic.

"As expectativas de inflação têm passado por sucessivas revisões para baixo e a apreciação da taxa de câmbio, nos últimos meses, também representa mais um elemento positivo para esse cenário de controle da inflação", diz Andrade.

Em nota, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) também usou a palavra "acertada" para se referir à deliberação do Banco Central sobre os juros.

"A inflação no Brasil é hoje umas das mais baixas do mundo", diz a entidade. "O início do ciclo de queda da taxa de juros é um primeiro passo para um novo momento do varejo brasileiro."

A entidade indicou que, para o setor varejista, o movimento de ciclo de baixa dos juros já poderá ser sentido em breve.

"Mesmo que gradual, esse movimento vai aliviar o orçamento das famílias e das empresas que se endividaram muito na pandemia, abrindo espaço para o aumento do consumo e para a melhoria das condições de crédito", afirma a CNC.

Setor também fortemente afetado pela alta da taxa básica de juros, a construção civil comemorou o corte da Selic.

A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) diz, em nota, que considera positiva a redução dos juros em 0,5 ponto percentual, e que espera um movimento contínuo para que a Selic se estabilize em patamar baixo no longo prazo.

Segundo o presidente da entidade, Luiz França, o corte na taxa básica de juros é essencial para a incorporação imobiliária e a construção civil, uma vez que os financiamentos habitacionais de imóveis de médio e alto padrão são impactados pela contração da política monetária.

Fonte: Folha de São Paulo
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 03/08/2023

CSN Mineração: Vendas de minério somam 11,258 mi/ton no 2º trimestre

A CSN Mineração vendeu 11,258 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre de 2023, alta de 49% ante o mesmo período do ano anterior e 31% a mais em relação aos três primeiros meses do ano, segundo balanço da companhia.

A CSN Mineração informou que o trimestre foi marcado por uma atividade mais fraca na China, principalmente no setor imobiliário, enfraquecendo as expectativas de maior demanda de minério de ferro e pesando sobre as perspectivas de preço.

O preço do minério apresentou média de US$ 110,9/dmt (tonelada métrica seca) ao longo do segundo trimestre deste ano, patamar 11,6% inferior ao do primeiro trimestre (US$ 125,5/dmt), mas 12,1% maior ante o quarto trimestre (US$ 99,0/dmt).

Em relação ao frete marítimo, a Rota BCI-C3 (Tubarão-Qingdao) atingiu média de US$ 21,06/wmt (tonelada métrica úmida) no período, o que representa um aumento de 15,7% em relação ao custo de frete do trimestre anterior. Segundo a companhia, o resultado reflete a menor oferta de navios no Oceano Atlântico, em razão de uma maior demanda do mercado australiano.

O custo dos produtos vendidos (CPV) da mineração totalizou R$ 2,620 bilhões, um aumento de 17,6% frente ao primeiro trimestre. “Impactado por um maior volume de minério, incluindo maior volume de compras”, informou a empresa.

O custo C1 (custo direto de produção), por sua vez, atingiu USD 21,7 por tonelada, valor 5,7% abaixo do verificado nos três primeiros meses do ano, refletindo a maior diluição de custo fixo e os menores custos unitários de despesas de vendas, gerais e administrativas (SG&A) verificados no período.

Fonte: Isto É Dinheiro
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/08/2023