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Camex aprova mandato negociador para acordo Mercosul-Emirados Árabes Unidos

O Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior aprovou o mandato negociador para negociação de Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e os Emirados Árabes Unidos, abrangendo temas tarifários e outros temas relacionados a comércio.

A resolução, assinada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento. Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 25.

Fonte: MSN
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 26/06/2024

 

Metais & Mineração | Direto do Alto-forno – Análise da Genial Investimentos

presentamos a primeira edição do nosso relatório semanal do setor de Metais & Mineração, começando a partir da semana no 4 do mês de junho de 2024, baseados em dados realizados ao longo da semana anterior a da publicação, que no caso contempla o período de 17 a 21 de junho. A partir desse momento, continuaremos a atualizar o mercado sobre indicadores importantes para o monitoramento dos fundamentos de oferta e demanda de aço na China e por consequência, do minério de ferro no sistema transoceânico.

Estamos trabalhando também na base de dados para alguns indicadores referente ao mercado brasileiro de aço. Ao longo das próximas atualizações semanais, moldaremos o relatório para entregar uma análise cada vez mais precisa dos dados que consideramos primordiais para investidores acompanharem e que correspondem aos fundamentos das companhias do setor que estão sob nossa cobertura (Vale, CMIN, Gerdau, CSN e Usiminas). A tendência é ao longo das próximas edições semanais o relatório ir ganhando corpo e massa crítica, à medida que iremos adicionar novas seções complementares a essas que já estão contidas na primeira edição .  

O formato do relatório está sendo concebido para trechos relativamente curtos em texto, com conclusões e seções individuais de “Nossa visão”, e com diversos estímulos  visuais, através de gráficos e tabelas. Nossa intenção é realizar um acompanhamento semanal desses gráficos e tabelas, a depender dos dados disponíveis (há dados que são mensais e não semanais). Para o capítulo de China, separamos as seções em (i) Macroeconomia; (ii) Atualizações políticas e sentimento de mercado; (iii) Mercado imobiliário; (iv) Aço e minério de ferro.

China
Macroeconomia

Inflação ainda baixa. Nos parece que a China tem espaço para reduzir as taxas de juros, com o índice de inflação (CPI) ainda anêmico. A leitura de maio (divulgada em 12 de junho) mostrou um avanço de +0,3% a/a (vs. +0,4% do consenso). Já o indicador de preços ao produtor (PPI) amargou uma queda de -1,4% a/a (vs. -2,5% no mês anterior), mostrando uma demanda continuamente fraca para bens de consumo (o setor de serviços ainda ajuda o PPI a não ser tão negativo). Novos dados (CPI e PPI) serão divulgados em 9 de julho, referentes a junho.

Juros sem cortes. Em abril publicamos a nossa estimativa de corte na LPR de 1 para 3,35% e manutenção da LPR de 5 anos em 3,95% no comitê de política monetária em 19 junho. Entretanto, a decisão do PBoC (Banco Central Chinês) foi de manter ambas as taxas de juros de referência estáveis,  com a LPR de 1 ano permanecendo em 3,45%, contrariando a nossa estimativa.

Nossa visão: macroeconomia

Na ocasião, quando havíamos publicado nossa estimativa de corte, defendemos que a nossa visão estava baseada no processo de baixa magnitude de inflação e não do viés econômico, uma vez que o governo parece insistir em limitar a política econômica com uma tendência de forçar a poupança pela ausência de um sistema previdenciário claro. Dessa forma, deixamos a ressalva de que poderíamos errar a nossa estimativa e corte não vier a acontecer.

Ainda assim, tudo indica que o PBoC priorizará a estabilidade de preços na economia e a recuperação moderada do consumo em suas políticas. Conforme já publicamos em demais relatórios setoriais, entendemos que os instrumentos que o PBoC possui ao seu dispor para atingir tais efeitos são:  (i) cortar a taxas de juros (LPR 1 e 5 anos), (ii) diminuir a taxa de compulsório dos bancos comerciais e (iii) outras ferramentas de forma flexível, como pacotes de relaxamento nas medidas restritivas a compras de casas (sem estímulos diretos).

Por que o PBoC não está cortando juros? Avaliamos que embora os dados de inflação sugerem um espaço para cortes de juros, o corte enfrenta restrições internas(estreitamento das margens de juros líquidas dos bancos comerciais) e externas (taxa de câmbio RMB/USD).

Atualizações políticas e sentimento de mercado

Governo oficializa restrição na produção de aço bruto por impacto ambiental. A China planeja estabelecer um sistema inicial de gerenciamento da pegada de carbono até 2027 para medir as emissões de carbono. Até 2027, serão lançados padrões para calcular a pegada de carbono de cerca de 100 produtos importantes, aumentando para 200 até 2030, de acordo com um plano de 5 de junho do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente.

Olhando para o curto prazo, na mesma oportunidade o ministério anunciou o “Plano de Ação para Conservação de Energia e Redução de Carbono durante 2024-25”. As medidas incluem a (i) continuidade do controle da produção de aço bruto, que foi destacado para a redução de carbono, visando especificamente o consumo de carvão em setores não energéticos (como a produção de aço). As (ii) fundições domésticas também estão definidas para cortes de energia e carbono.

Semana passada, a World Steel Association (WSA) defendeu que as siderúrgicas chinesas emitam relatórios de Declaração Ambiental de Produto (EPD). Esses relatórios, verificados por terceiros, revelam o impacto ambiental de um produto ou serviço durante todo o seu ciclo de vida, ajudando a construir uma imagem internacional positiva do âmbito ESG para a indústria siderúrgica chinesa, que ainda precisa avançar nesse quesito.

Desde o pico em 2021, a produção de aço bruto da China diminuiu -2,8% a/a, para 1,03Bt em 2021, e -1,64% a/a, para 1,01Bt em 2022, por uma demanda doméstica mais fraca. Em 2023, a produção de aço bruto permaneceu estável. O governo continuará a se concentrar na economia de energia e na redução das emissões de carbono durante o ajuste da produção de aço bruto para se alinhar com as metas de descarbonização do país.

Quanto será o corte na produção de aço em 2024/25? As siderúrgicas de Alto-forno precisam reduzir a produção de aço bruto no intervalo de -21,4Mt a -23,4Mt até o final de 2025 (ou ~2% da produção de 2023) para cumprir o plano de ação de conservação de energia e redução de carbono do país para 2024-2025. O setor siderúrgico deve economizar energia equivalente a 20Mt de carvão e reduzir as emissões de dióxido de carbono em ~53Mt. O plano de ação também exige uma redução no consumo de energia por unidade de produto por meio da rota Alto-forno-forno básico de oxigênio (BF-BOF) em mais de 1% até 2025, em comparação com os níveis de 2023.

 

Espaço fiscal vs. social housing. O Ministério das Finanças da China anunciou que a conclusão final do lote de ¥1 trilhão (~US$138b) em títulos do tesouro para 2024 ocorrerá em novembro. Desde 17 de maio, com a emissão de uma nota de ¥40b (~US$5,5b) de 30 anos, marcando o primeiro lote, o governo chinês vem dando sequência a emissão de títulos do tesouro especiais de ultralongo prazo (20, 30 e 50 anos), para apoiar as principais estratégias nacionais e aumentar a capacidade de segurança em áreas importantes. Esses títulos financiarão iniciativas em 8 setores, um dos quais é a promoção de um novo programa de urbanização, conhecido como social housing.

Nossa visão: atualizações políticas e sentimento de mercado

Argumentamos no final de 2022 que o governo chinês iria estabelecer uma política de controle na produção de aço bruto ainda em 2023. Entretanto, ela só foi oficializada para 2024 (erramos por 1 ano), diante do anúncio do ministério do meio ambiente no início de junho. Nos resguardando das questões de boas práticas ambientais (das quais concordamos), a notícia de corte imposto pelo governo para produção de aço via Alto-forno certamente é prejudicial para o sentimento de mercado.

Embora marque uma redução de apenas ~2% vs. a produção de 2023, ainda assim mostra que o governo possui pouca sensibilidade com relação ao output de produção de aço, que vem decaindo nos últimos anos. Como a restrição visa a redução no consumo de carvão e material energético, a indústria de coque metalúrgico deve sofrer junto com a de aço (como já está acontecendo). No entanto, esperamos que o setor de coque de petróleo possua um impacto mínimo no curto prazo.

Grandes estímulos? Provavelmente não… Destacamos mais uma vez que não estamos considerando grandes estímulos direto por parte do governo chinês, como fortes pacotes para o mercado imobiliário, para além da política de social housing já anunciada ( e amplamente discutida em relatórios setoriais passados). Nos parece que o governo chinês possui o intuito de crescer de maneira mais moderada e sustentável se comparado a última década, e recomendamos os investidores pararem de “olhar no espelho retrovisor” para buscarem respostas sobre o futuro. Os mecanismos de crescimento deverão ser outros daqui em diante, e as taxas, tão logo, menores. Reforçamos nossa estimativa de PIB em 4,8% Genial Est. (abaixo da meta de 5%) para 2024 e projetamos atualmente 4,6% Genial Est. para 2025.

Mercado imobiliário

Afrouxamento na regulação de hipotecas ajuda cidades maiores, mas números do setor não melhoram em cidades menores. Apesar das recentes medidas do governo central para estabilizar o setor, incluindo o anúncio feito em 17 de maio pelo PBoC e pela Administração Nacional de Regulamentação Financeira para (i) abolir as taxas mínimas de hipoteca, (ii) reduzir as taxas mínimas de entrada para hipotecas de moradias comerciais e (iii) reduzir as taxas de empréstimo do fundo de previdência para moradias individuais, os desafios persistem.

 
 
 

Flexibilização 2024 vs. 2023. Acreditamos que é importante comparar os efeitos das recentes medidas de flexibilização com a recuperação de 3 a 4 semanas após a flexibilização das hipotecas de agosto de 2023 para cidades Tier I. As novas medidas surpreenderam os compradores de imóveis, reduzindo a probabilidade de novas expectativas de mais flexibilização. Portanto, nossa análise sugere que o reflexo será de leve melhora nos próximos 3 a 6 meses. O volume de transações em Xangai se recuperou em +70% s/s após as mudanças de política, com as transações primárias de moradias aumentando mais de 100% s/s em comparação com 40-50% para transações secundárias de imóveis, pois os vendedores de casas aumentaram os preços, enquanto as incorporadoras, enfrentando pressão financeira, ofereceram descontos.

Tiro saindo pela culatra para cidades médias e pequenas. Com a flexibilização das restrições à compra de imóveis, acreditamos que os compradores das cidades satélites provavelmente aumentaram marginalmente o interesse por imóveis em cidades Tier I, enfraquecendo a demanda em cidades pequenas e médias (low tier) e diminuindo os preços dos imóveis nelas. Em contrapartida, o anel externo de Xangai, por exemplo, não sofrerá nenhum impacto, enquanto o anel interno de Xangai poderá registrar uma recuperação de preços, especialmente para imóveis secundários. Há uma diferença de preço de 20% entre as moradias primárias e secundárias nas áreas do anel interno, enquanto as áreas do anel externo não apresentam essa diferença.

 
 

A política de troca é vista como menos eficaz. Entendemos que o potencial aumento da procura em grades cidades em detrimento de cidades pequenas e médias devido a flexibilização na regulamentação de hipotecas é menos eficaz porque essa situação já estava correndo antes mesmo das flexibilizações.

Compra de estoque de casas pelos governos locais possui entraves. A política de compra do estoque de casas anunciado pelos governos locais poderia reduzir o estoque do mercado e estabilizar os preços, mas o financiamento é um desafio. Nossa análise sugere que a taxa de comissão de transações secundárias deve permanecer estável, com possíveis aumentos nas taxas de comissão primárias devido ao fato de as incorporadoras com dificuldades financeiras reduzirem os preços ou oferecerem comissões mais altas para liquidar o estoque.

Meses de estoque recuam de maneira suave, apesar do valor ainda muito alto. Acreditamos que as medidas de relaxamento nas políticas relacionadas a hipotecas estão ajudando, de maneira vagarosa, a reduzir o estoque de casas já prontas. Em abril, o número de meses necessários para vender o estoque de moradias nas 80 maiores cidades da China já estava apresentando um recuo para 31,7 vs. 32,1 em março. Esperamos que o indicador de maio e de junho fiquem em ~28 meses, ainda acima dos ~25 meses na comparação a/a.   

 
 

Aço e Minério de Ferro

Período sazonal de chuvas ainda restringe demanda por aço. Na semana de 17 a 21 de junho, os principais preços do aço na China caíram devido à queda sazonal da demanda durante a baixa temporada (temporada de chuvas de final de maio até final de julho reduzem a demanda por aço). Diante de chuvas, o setor de construção civil (infraestrutura + moradias) desacelera, impactando a demanda por aço nos principais segmentos downstream, com exceção da indústria.

Insumos: produção de coque e preços de sucata continuam com dinâmicas fracas.  As taxas de operação em 110 usinas chinesas de lavagem de carvão de coque ficaram em média em 66,57%, o que representa uma baixa de seis semanas, caindo -2,6p.p s/s. Essa queda foi influenciada pela suspensão das operações nas minas de carvão de coque na cidade de Yan’an para monitoramento da segurança. Os fabricantes chineses de coque reduziram a produção durante a semana de 13 a 19 de junho, com uma produção média de 536Kt/dia, uma queda de -1,8Kt/dia s/s. A redução deveu-se, em parte, às margens baixas, levando alguns produtores a reduzirem suas operações. Da mesma forma, os preços da sucata de aço na China continuaram a cair, com o índice nacional composto de preços da sucata de aço em ~US$ 390/t em 21 de junho, uma queda de -0,2p.p s/s.

Minério de ferro: preços futuros estão em contração e ampliam ritmo. Apesar da demanda resiliente e do aperto na oferta, os preços do minério de ferro importado na China permaneceram fracos na semana passada devido ao mercado imobiliário lento e às preocupações com as medidas de controle da produção de aço bruto. O Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS) relatou uma queda anual de -10,1% no financiamento do setor imobiliário de janeiro a maio. Sentimento volta a piorar mesmo com a flexibilização das hipotecas, o que tornou a arrefecer os preços de vencimentos futuros para julho e agosto do minério de ferro 62% Fe.  Apesar da oferta em redução nos portos, ainda assim o nível volta a ficar acima da margem dos últimos 5 anos. Com mais oferta nos portos, o preço no mercado spot também caiu na última semana, chegando a ~US$105/t.

 
 

Minério de Ferro: estoques portuários caem, mas ainda assim oferta passa a ficar maior do que nos últimos 5 anos. Os estoques de minério de ferro importado nos 45 principais portos chineses monitorados caíram ligeiramente entre 14 e 20 de junho. Em 20 de junho, os estoques portuários diminuíram pela segunda semana seguida em -310Kt ou -0.2p.p s/s, atingindo 129,2Mt. Estoque portuário passou a ficar acima do nível dos últimos 5 anos, o que levou a redução do preço do minério de ferro no mercado spot, como já comentamos. Acreditamos que recuperação dos embarques na Austrália nos últimos meses, após um início de ano mais difícil, juntos com bom ano que as mineradoras brasileiras estão tendo em 2024, está gerando esse efeito compensatório de oferta nos portos.

 

Aço: estoque em posse do segmento de distribuição sobe. De 14 a 20 de junho, os estoques dos cinco principais produtos de aço acabados mantidos pelas casas comerciais no segmento de distribuição (varejo) na China aumentaram em 116,7Kt, mais do que o aumento de 88Kt na semana anterior. O clima quente e chuvoso limitou a demanda por aço, conforme já comentamos. Em 20 de junho, os estoques de vergalhões, fio-máquina, bobinas laminadas a quente (HRC), bobinas laminadas a frio e chapas médias em 132 cidades monitoradas aumentaram +0.6p.p s/s, para 21,2Mt.

 
 

Aço: taxa de utilização de Alto-forno volta a subir. A utilização da capacidade do alto-forno (BF) na China aumentou para 89,76% (+0,2p.p s/s). A produção entre as siderúrgicas de alto-forno continuou a subir, já que mais usinas retomaram a operação após a manutenção devido à ligeira recuperação das margens do aço, ocasionadas pela queda no preço do coque metalúrgico. Por outro lado, as usinas de forno elétrico a arco (EAF) na China reduziram a produção novamente na semana passada, depois de um aumento anterior, uma vez que as margens negativas e a fraca demanda de aço reduziram o entusiasmo com a produção.

 
 

Aço: produção de vergalhões cai pela terceira semana consecutiva. A produção de vergalhões na China caiu pela terceira semana consecutiva no período de 13 a 19 de junho, diminuindo -0,8p.p ou 18,8Kt, atingindo uma baixa de 1,5 mês de 2,31Mt, conforme base de dados de ~130 siderúrgicas. A redução ocorreu principalmente no leste e noroeste da China, onde as usinas mudaram para produtos com melhores retornos ou fizeram uma pausa para manutenção, e em Xinjiang devido aos altos níveis de estoque. A taxa de utilização nas usinas para produção de vergalhão ficou em 50,5% (-0,5p.p s/s), refletindo a queda na produção.

 

Aço: produção de HRC também recua, interrompendo ciclo de alta. A produção de bobina laminada a quente (HRC) da China sofreu uma reversão, caindo 2,12%, ou 69,3Kt, para 3,21Mt entre 17 e 21 de junho, depois de atingir o pico de 3,28Mt em dois anos, entre 10 e 14 de junho. Esses dados incluem 37 produtores de aço plano. Já a taxa de utilização nas usinas para HRC, verificamos 81,9% (-1,8p.p s/s) na semana que  fechou em 21 de junho, apresentando um retrocesso no processo de alta da taxa verificado até a semana do dia 14 de junho.

Fonte: Genial Investimentos
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 26/06/2024

 

Sindipeças projeta crescimento de 4% no faturamento da indústria de autopeças

Claudio Sahad, presidente do Sindipeças, disse que o faturamento do setor de autopeças deverá crescer 4% este ano comparado com o ano passado, somando R$ 249,5 bilhões. Ele participou do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2024 na terça-feira, 25, e citou alguns pontos de atenção, como o aumento das importações de componentes:

“O que nos preocupa neste momento é o aumento das importações de peças, ainda que as exportações estejam crescendo também”.

Para exemplificar o avanço das importações o Sindipeças pegou a média do valor de 2017 a 2019, que foi de US$ 16 bilhões, e comparou com os anos de 2021, 2022 e 2023, quando subiu para US$ 18,8 bilhões. Para 2024 a expectativa do Sindipeças é de exportar US$ 8,1 bilhões, recuo de 10% na comparação com o ano passado, enquanto as importações deverão somar US$ 20,1 bilhões, avançando 7%. 

De toda forma as empresas do setor seguem acreditando na indústria brasileira e elevarão os investimentos em, ao menos, 2,9% este ano, para R$ 49,4 bilhões. Sahad ponderou que o valor deverá ser ainda maior.

Invasão chinesa

Outro ponto que tem preocupado Sahad e o Sindipeças é a chegada de novas fábricas de novos competidores no Brasil, como BYD e GWM. O presidente disse que já se reuniu com as duas empresas para apresentar toda a cadeia instalada no Brasil e que aguarda futuros contatos para avançar, mas com atenção aos movimentos de ambas as empresas:

“Não sabemos como será essa parceria, mas estamos notando um movimento muito esquisito, pois uma série de fabricantes chinesas de peças está se instalando no México e nenhuma veio para o Brasil até agora”. 

O receio de Sahad é que eles ganhem volume no México e que, quando a operação destas montadoras começarem no Brasil, elas possam importar peças por meio de acordos comerciais.

Fonte: Autodata
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 26/06/2024

 

Em máquinas cenário positivo para construção e negativo para agrícolas

A indústria de máquinas autopropulsadas encara momentos diferentes em 2024: enquanto o segmento de equipamentos para construção está desfrutando de uma alta demanda, com previsão de vendas de 31 mil a 34 mil máquinas no ano, a expectativa do segmento agrícola é de retração nas vendas em torno de 18% na comparação com 2023, quando foram vendidas 61 mil unidades. A situação do setor foi debatida por Carlo Martorano, vice-presidente de compras da AGCO, e Carlos França, responsável pela Case Construction na América Latina, durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2024.

França disse que para a linha amarela um mercado acima de 30 mil unidades no ano deve ser sempre celebrado, pois é um resultado muito bom: “O mercado ficará estável, com uma pequena variação de 1% para cima ou para baixo”.

O executivo acredita que o mercado brasileiro vive um bom momento e tem perspectivas positivas para os próximos anos, arriscando uma projeção de crescimento de 5% para 2025 sobre 2024. A expansão se mostra cada vez mais sustentável, segundo França, que ressaltou que no Brasil ainda existe muito trabalho de infraestrutura que demandarão máquinas de construção.

Martorano afirmou que em máquinas agrícolas empresa trabalha com base na projeção da Abimaq, que é de recuo de 18% nas vendas na comparação com 2023, sendo que a projeção inicial era de 11%. O que pode ajudar o setor no segundo semestre é o anúncio do novo Plano Safra, que deverá acontecer nos próximos dias, com valor de cerca de R$ 500 bilhões:

“É um ponto muito importante que precisa sair, pois já está atrasado há quase um mês, e isso retarda a decisão de investimento dos agricultores, que aguardam para saber as condições e os valores que serão liberados”.

Fonte: Autodata
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 26/06/2024

 

Mecanização agrícola: um cenário global complexo

A Presidente da FederUnacoma, Mariateresa Maschio, descreveu à assembleia de fabricantes o potencial do mercado, bem como o conjunto de variáveis econômicas e geopolíticas que podem dificultar o comércio. Um apelo por uma política de apoio mais responsiva e flexível para o setor.

A demanda por máquinas agrícolas está crescendo globalmente, mas os mercados são fragmentados e as variáveis a serem geridas são cada vez mais complexas. Este, em resumo, é o cenário descrito por Mariateresa Maschio, Presidente da Federação Italiana de Fabricantes de Máquinas Agrícolas, FederUnacoma, durante a assembleia anual realizada esta tarde no Palazzo Albergati em Zola Predosa (Bolonha).

O comércio global de tratores cresceu a uma taxa média anual de 4,7% nos últimos 15 anos, e as previsões para o período de 2024-2027 indicam um aumento médio anual de 4,9% - explicou a Presidente da FederUnacoma. Enquanto isso, uma tendência ainda melhor é observada para outros tipos de máquinas e equipamentos agrícolas, que cresceram a uma taxa média de 5% ao ano nos últimos 15 anos e espera-se que cresçam a uma taxa média de 5,4% até 2027. No entanto, para que essa previsão se concretize, devemos esperar que os padrões climáticos - que se tornaram cada vez mais imprevisíveis nos últimos anos devido às mudanças climáticas em curso - se tornem mais favoráveis, garantindo volumes de produção e rendas agrícolas que incentivem o investimento. No front industrial também - foi explicado durante a Assembleia - variáveis insidiosas são representadas pelo custo das matérias-primas e da energia.

Estes poderiam experimentar novos aumentos se o conflito no Oriente Médio se intensificar, potencialmente elevando os preços das máquinas e favorecendo países que produzem tecnologias de baixo custo, visando capturar fatias de mercado mesmo nos mercados ocidentais. No entanto, fatores cada vez mais influentes são aqueles representados pelas dinâmicas geopolíticas - desde sanções à Rússia até tarifas de importação introduzidas por muitos países e as políticas protecionistas de potências econômicas emergentes como Índia e China - que podem limitar o potencial de exportação da indústria italiana. A geopolítica também influencia as rotas comerciais e os custos logísticos - lembrou a Presidente da FederUnacoma.

Considere que os ataques sistemáticos dos houthis iemenitas a navios de carga que transitam pelo Estreito de Bab el-Mandeb e pelo Canal de Suez (nós cruciais nas conexões euro-asiáticas) já causaram um colapso nos trânsitos (-65% em Bab el-Mandeb e -50% em Suez). Isso forçou os navios a tomarem rotas alternativas, com os custos de transporte mais do que dobrando em maio deste ano em comparação a 2023.

No novo cenário, ainda há oportunidades de desenvolvimento para a indústria agromecânica - foi enfatizado durante a Assembleia da FederUnacoma. Mercados interessantes para os produtores italianos podem incluir países do Sudeste Asiático como Tailândia e Indonésia, que são equidistantes dos blocos políticos da China e dos EUA, bem como países africanos em rápido desenvolvimento, como Nigéria, Quênia, Gana e outros. Um impulso adicional para atividades no continente africano - também foi notado - deve vir do Plano Mattei, ao qual a Federação pode contribuir analisando necessidades e fornecendo soluções tecnológicas. Para mitigar fatores críticos e aproveitar novas oportunidades - concluiu a Presidente Mariateresa Maschio - é necessário um apoio mais forte da política e das instituições, com programas diferenciados para acesso a diversos mercados estrangeiros, e ferramentas de intervenção e suporte financeiro cada vez mais ágeis e flexíveis.

Fonte: Agrolink
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 26/06/2024

 

Reconstrução da infraestrutura de transporte rodoviário no RS demandará investimentos de R$ 27,28 bilhões

A recuperação da infraestrutura rodoviária do Rio Grande do Sul, depois das enchentes que atingiram o estado, demandarão até R$ 27,28 bilhões em investimentos, dependendo dos tipos de intervenção realizados.

O cálculo foi feito pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e faz parte do informe técnico Transporte em Foco – Enchentes no Rio Grande do Sul: Quanto será necessário para reconstruir a infraestrutura de transporte rodoviário no estado?.

No documento, lançado no dia 24 de junho, a Confederação também apresenta medidas para elevar a resiliência do modo rodoviário diante das mudanças climáticas e recomendações para as atualizações dos contratos de concessões.

A CNT consolidou os principais elementos danificados na infraestrutura rodoviária federal e estadual e em vias municipais, além de estimar o investimento necessário para a recuperação desses ativos à condição anterior ao desastre, propondo intervenções de engenharia padronizadas pelas entidades nacionais competentes.

“Como entidade máxima de representação das empresas de transporte de cargas e de passageiros, a CNT defende que a execução das obras no perímetro delimitado por este estudo é urgente e imprescindível para a recuperação do RS, assim como para a competitividade das empresas de todos os setores no estado e para a segurança dos usuários das vias”, ressalta o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.

O Rio Grande do Sul tem importância econômica expressiva. Em 2021, o PIB (Produto Interno Bruto) do estado foi de R$ 581,28 bilhões. A parcela representa aproximadamente 6,5% do PIB do país, proveniente do setor de serviços (4,0%), indústria (1,5%) e agropecuária (1,0%).

A CNT aponta ainda para a importância de esforços conjuntos dos poderes público e privado para a adoção de medidas de adaptação às mudanças climáticas e reforça a necessidade de implantação de Salas de Situação para o acompanhamento de cenários de risco à operação e às infraestruturas de transporte no país (ferrovias, rodovias, hidrovias e terminais).

Segundo a CNT, essas ferramentas permitem a identificação das causas de problemas que levam ao comprometimento das infraestruturas e à detecção de possíveis soluções – e o mais importante: têm o potencial de antecipar ocorrências que podem prevenir acidentes com perda de vidas, assim como soluções de tráfego com indicação de alternativas de rota.

Fonte: Grandes Construções
Seção: Construção, Obras & Infraestrutura
Publicação: 26/06/2024