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CSN Mineração visa ser líder global em minério premium

A mineradora de ferro de Benjamin Steinbruch, que listou suas ações na B3 em fevereiro de 2021 e é uma grande geradora de caixa, espera em cinco anos dobrar sua participação no mercado global da commodity do aço. Com plano de R$ 12 bilhões que começa a ser executado, a CSN Mineração se vê como a empresa do setor que tem um plano de expansão delineado até 2032. Na primeira fase, até 2026, duplica a capacidade. Em outro salto, até 2032, prevê crescer mais 75%, indo a 116 milhões de toneladas por ano.

O foco, neste momento, está centrado no projeto de expansão de cinco anos. Segundo a empresa, já está estruturado e com grande parte dos equipamentos encomendada. Eneas Diniz, ex-diretor executivo da área de aço da CSN, alçado à presidência da CMIN, comanda os planos com o suporte da principal acionista, a própria siderúrgica, que têm sócios asiáticos.

Está previsto em várias fases, começando em 2023 com uma primeira ampliação da oferta de minério. Parte do funding para os aportes nas obras e instalações já está encaminhada, diz Pedro Oliva, diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores, e novas idas ao mercado financeiro para captações estão previstas.

Ao abrir o capital um ano e um mês atrás, a empresa levantou, em ofertas primária e secundária, R$ 5,2 bilhões, considerado, até então, um dos dez maiores IPOs da bolsa paulista. Desse montante, a mineradora colocou R$ 1,7 bilhão em seu caixa.

 

Em 2021, a CMIN, que opera uma das maiores e mais ricas minas de ferro do mundo - Casa de Pedra, em Congonhas-MG -, beneficiou-se da escalada do preço da commodity no mercado internacional, assim como suas concorrentes. O minério atingiu média histórica de US$ 160 a tonelada.

A empresa fechou o ano com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 10,38 bilhões - margem de quase 58% ante a receita líquida. O lucro líquido atingiu R$ 6,4 bilhões. E virou 2021 com caixa líquido de mais de R$ 6 bilhões - ou seja, dívida negativa.

As ações da mineradora, porém, com exceção de um pico de alta ocorrido por volta de maio, não acompanharam a evolução dos resultados. Negociada no IPO a R$ 8,50, o papel da CMIN fechou a R$ 6,15 no pregão da B3 na sexta-feira, após ter ido a R$ 5,15 em novembro. (ver gráfico acima)

Em relatório na semana passada, o banco Morgan Stanley cortou recomendação de compra do papel para neutro e o preço alvo de R$ 7,50 para R$ 6,50. Os analistas argumentaram perspectiva de queda do preço do minério nos próximos anos - US$ 110 em 2023 e US$ 66 em 2024. Para eles, o setor, como um todo, pode ser impactado com alta de inflação e baixa perspectiva de crescimento. No caso da CMIN, disseram, “pesou a redução nas metas de investimento até 2026”, vindo a reduzir a capacidade de produção.

A visão da empresa é diferente, ressaltam Diniz e Oliva - a CMIN está levando avante o plano de crescimento traçado antes do IPO. “Ha pouca oferta prevista nos próximos três anos e a China - maior comprador mundial da matéria-prima - relaxou a política monetária e fiscal e sinalizou novos investimentos para a área de infraestrutura do país”, afirma Oliva. “Hoje há essa leitura mais positiva”.

Especialistas veem um vácuo de oferta futura de até cinco anos. No Brasil, a Vale tem capacidade travada de produção da ordem de 100 milhões de toneladas que depende de licenças ambientais para mudanças no sistema de barragens e depósito de rejeitos para retomar produção. As australianas Rio Tinto e BHP não tem projetos; apenas a FMG começa operação de uma mina de 20 milhões de toneladas. A Anglo American, no Brasil e África do Sul, também não tem nada robusto, dizem.

Segundo Diniz, a CMIN já superou a questão dos rejeitos após investir R$ 400 milhões em sistemas de filtragem, depositando todo o material a seco em pilhas próprias. E garante que suas barragens tem nível zero de risco dado pelo órgão fiscalizador e que está trabalhando em linha com legislação. “Nosso crescimento não passa por barragens e já temos as licenças que precisamos para avançar com os projetos, pois já operamos com 100% nessa tecnologia”, afirma.

Uma das fontes de minério na expansão é justamente a recuperação de rejeitos existentes na grande barragem de Casa de Pedra, acumuladas ao longo de décadas - estima-se 140 milhões de toneladas. Vai começar com 3 milhões de toneladas em 2023. O volume subirá gradualmente até 2026, chegando a 8 milhões por ano a partir de 2027. “Há muito rejeito a ser processado e com teor de ferro cada vez mais rico, uma vantagem”, informa o CEO.

O grande salto, segundo a CMIN, se dará em 2024, com a adição de 23 milhões de toneladas de minério pellet-feed, de alto teor de ferro (67% após processo de concentração do material). Os equipamentos para as plantas de beneficiamento P-15 e P-4 já estão adquiridos, informam.

Em 2026, explicam os executivos, a fase 1 de expansão da CMIN se completa com 5 milhões e 2,5 milhões de toneladas, respectivamente, adicionais. “Vamos ter um mix de produto muito mais rico em teor. Vamos sair dos 62% atuais e passar para 67%, ficando na liderança dos players globais com um produto premium em 2032, quando a CMIN será a quinta maior do setor”, afirma Oliva.

Atualmente, há três tipos de produto - o pobre, com 58% de teor de ferro, o referência (benchmark), de 62%, e o rico, com 65%.

No processo de descarbonização das clientes (siderúrgicas) a empresa vai levar vantagem, assegura o CFO, ao dispor de produto com 67%, pois o mercado vai demandar minério de alto teor de ferro para produzir pelotas (pellets) e de briquetes (HBI). “Nosso minério vai para esse mercado crescente de matéria-prima que será cada vez mais usada para fazer aço em fornos elétricos”, diz.

Para dar suporte ao crescimento e escoar a produção, a CMIN vai, nesse pacote de investimentos, elevar a capacidade de seu terminal portuário, o Tecar, situado em Itaguaí (RJ). O plano prevê atingir 60 milhões de toneladas em 2025, com um novo berço no píer, novos pátios e nova correia transportadora para carregamento dos navios. Para carregar desde Congonhas ao Tecar, a ferrovia da MRS, concessionária na qual a CMIN tem 18%, só precisará comprar mais locomotivas e vagões, segundo os executivos.

Na avaliação de Oliva, o plano de investimento não vai afetar a política de pagamento da mineradora, que prevê distribuir aos acionistas R$ 4,8 bilhões, incluindo pagamento de juros sobre o capital, referente ao exercício de 2021. “Vamos acessar fontes de recursos de longo prazo para suportar o plano de expansão e, assim, manter a política de dividendos de 80% a 100% do lucro líquido, suportada pela geração de caixa da companhia”.

Para 2022, a mineradora está prevendo produção mais compras de terceiros de 39 milhões a 41 milhões de toneladas, aumento de 10% sobre o ano passado. No volume de vendas, avalia que a empresa conta a vantagem de ter virado 2021 com volume de 4,8 milhões de toneladas de estoques de produto pronto. Além disso, prevê preço médio comercializado por ela melhor que o do ano passado, que foi de US$ 101,31 a tonelada.

Sobre a perspectiva de preços da commodity no mercado internacional, a companhia trabalha com projeção da consultoria especializada Platts, que aponta cotação de US$ 147 até fim do ano.

Diniz lembra que a empresa tem vastas reservas no Quadrilátero Ferrífero de Minas, para mais de 100 anos de vida, o que garante a segunda etapa de crescimento, no período 2026-2032: serão mais duas instalações aptas a processar, cada uma, 28 milhões de toneladas de minério por ano. Para isso, estão previstas mais duas fases de ampliação da capacidade no Tecar: na primeira, ir a 84 milhões de toneladas; na segunda visa 130 milhões daqui a 10 anos.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/03/2022

Vale e CSN Mineração: Morgan Stanley corta recomendações com perspectiva de queda do minério

O Morgan Stanley cortou a recomendação de Vale de compra para neutro e elevou o preço-alvo dos recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) de US$ 19 para US$ 22, potencial de alta de 10,3% sobre o fechamento de ontem. O banco americano também cortou a recomendação de CSN Mineração de compra para neutro e diminuiu o preço-alvo de R$ 7,50 para R$ 6,50, potencial de alta de 4,33%.

Os analistas Carlos De Alba, Jens Spiess e Ricardo Monegaglia Neto escrevem que a perspectiva de queda do minério de ferro nos próximos anos, indo a US$ 110 a tonelada em 2023 e US$ 66 a tonelada em 2024, de acordo com projeções do Morgan Stanley, vão prejudicar o desempenho das ações e evitar que elas mudem de nível.

O banco destaca que a Vale é negociada a um múltiplo de 2,6 vezes o preço sobre o Ebitda, enquanto na CSN Mineração a relação é de 2,1 vezes, com forte rendimento de geração de fluxo de caixa de 19,1% para Vale e de 14,2% para CSN Mineração.

“Para Vale, vemos pouco potencial de alta para a ação após a forte alta da ação contra o Ibovespa e também sobre as pares no setor”, comentam. No caso de CSN Mineração, pesou a redução nas metas de investimento até 2026, o que vai reduzir capacidade de produção.

O setor de mineração como um todo pode ser impactado com o cenário de alta inflação mundial e baixa perspectiva de crescimento, afirma o Morgan Stanley. Os preços das commodities ainda devem ficar voláteis, em altos patamares, no curto prazo, apontam.

No entanto, a oferta limitada desses insumos, com reduzida perspectiva no aumento da capacidade por parte das empresas, em um momento de alta na demanda por metais, deve sustentar as companhias do setor quando os desafios macroeconômicos reduzirem, ponderam os analistas.


Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/03/2022

Severstal: O primeiro calote russo na guerra, siderúrgica não paga dívida no exterior

 Severstal é a primeira empresa da Rússia a perder o prazo para pagamento de juros sobre a dívida externa desde o início da guerra na Ucrânia. O Citigroup barrou a transação e agora a siderúrgica pode ser declarada inadimplente pelos credores.

Embora tenha muito dinheiro em caixa, a companhia não conseguiu liquidar um cupom de US$ 12,6 milhões referente a títulos denominados em dólar. O período de carência de cinco dias terminou na quarta-feira.

A Severstal afirma que deseja pagar, mas que o Citigroup — correspondente bancário da subsidiária que emitiu a dívida — está bloqueando o pagamento. Segundo uma pessoa a par do assunto, o Citigroup orientou a empresa a solicitar permissão do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (conhecido pela sigla OFAC) antes que o dinheiro seja remetido.

No entanto, nem a empresa nem seus controladores foram sancionados pelo governo americano.

“É uma situação extraordinária para nós”, afirmou o CEO Alexander Shevelev. “Seguimos em consultas com parceiros e fazendo o possível para garantir que os detentores dos títulos recebam os recursos de acordo com os termos da emissão dos títulos. Espero que essa injustiça seja resolvida logo e que os direitos dos detentores dos títulos sejam respeitados.”

Nesta quinta-feira, dois deles confirmaram que não foram pagos.

A empresa em si não está em nenhuma lista de sanções, mas o acionista majoritário, Alexey Mordashov, entrou nas listas da União Europeia e do Reino Unido. Nessas jurisdições, sanções a pessoas físicas geralmente se estendem a todas as empresas que possuem ou controlam.

Mas como Mordashov não foi incluído em sanções dos EUA, a Severstal não fez uma solicitação preventiva ao OFAC, segundo uma fonte com conhecimento da questão.

Um porta-voz do Tesouro dos EUA afirmou na quarta-feira que não poderia fazer comentários sobre interações com uma pessoa ou empresa não sancionada pelo país.

O Citibank de Nova York é o correspondente bancário da subsidiária da siderúrgica em Luxemburgo que emitiu os títulos. O Citibank de Londres atua como agente pagador e fiduciário dos papéis, segundo comunicado da empresa.

O não pagamento é um marco indesejável para os investidores e para as empresas da Rússia. Apesar das muitas sanções e dos novos controles de capital que vêm enfrentando desde a invasão da Ucrânia, a maioria das companhias russas conseguiu liquidar dívidas em moeda estrangeira em tempo hábil. 

A operadora ferroviária do país, por exemplo, atrasou o pagamento de juros, mas transferiu recursos para os detentores dos títulos antes do final da carência.

Para a Severstal, o período de carência foi curto demais para solucionar o problema levantado pelo Citigroup.“A Severstal tem duas opções – a primeira é obter uma licença do OFAC para fazer pagamentos”, disse Dmitry Dorofeev, gestor de carteiras da Alfa-Capital Asset Management em Moscou.

“Se isso não der certo, então haverá um default formal, criação do comitê de credores, contratação de assessores e comunicação com a empresa de reestruturação. Mas é um processo longo.”

Os títulos de dívida somando US$ 800 milhões vencem em 2024 e pagam taxa anual de 3,15%.

Fonte: O Globo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 25/03/2022

Crise na Ucrânia terá consequências abrangentes nos próximos meses, especialmente pelo impacto nos preços do aço, petróleo e energia

Em meio à guerra, várias empresas globais de construção estão saindo da Rússia, mas não se espera que esses movimentos tenham um impacto significativo na geração de receitas.

Todavia, os efeitos mais amplos da crise, particularmente nos preços de materiais e na energia, terão impacto generalizado no setor, projeta a GlobalData.

Embora não sejam diretamente afetados pelo conflito, os projetos de construção planejados ou já em andamento na Rússia podem ser afetados por questões de financiamento, caso investidores ou líderes de projetos sejam afetados diretamente por sanções e pela retirada de financiadores internacionais.

Ou mesmo pela forte contração do rublo, o que poderia significar que os projetos não são mais viáveis. “Há ainda o risco de grandes rupturas na cadeia de fornecimento”, diz a consultoria.

O envolvimento direto de investidores estrangeiros em projetos na Rússia é baixo, cerca de 1% do total. Empresas chinesas são as mais envolvidas nos megaprojetos atualmente em execução no país, porém atuam em apenas 30 de um total de cerca de 2.000 projetos rastreados pela consultoria.

Por outro lado, haverá uma interrupção significativa na produção e entrega de equipamentos de construção na Rússia, com os principais fabricantes tomando medidas que incluem a suspensão total das operações em território russo.

A Hitachi, por exemplo, decidiu interromper gradualmente a produção em sua fábrica de Tver e cessou as remessas do Japão. As operações comerciais da empresa no país representaram 2,8% de suas receitas no ano passado.

Da mesma forma, a Komatsu anunciou que interromperá temporariamente as entregas, citando restrições da cadeia de fornecimento como resultado da instabilidade geopolítica. A região responde por 5,1% das receitas totais obtidas pela empresa em 2021.

Já a Caterpillar suspendeu suas operações de fabricação devido às interrupções na cadeia de suprimentos, enquanto a John Deere operava um escritório em São Petersburgo e um centro de distribuição de peças em Moscou.

Em 2021, a John Deere obteve 6,1% de suas receitas na Europa Central e na região da CEI (Comunidade de Estados Independentes).

Em paralelo, o governo russo vem elaborando planos para confiscar ativos de empresas estrangeiras que retiraram suas operações do país. “Olhando para as condições de mercado, as empresas de construção global não serão significativamente afetadas por essas ações”, avalia a GlobalData.

“Entretanto, a crise terá consequências de longo alcance para a indústria da construção nos próximos meses, especialmente pelo impacto nos preços do aço, petróleo e energia”, conclui.

Fonte: Revista M&T
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 24/03/2022

 

Novo lockdown na China ameaça oferta global de aço

O principal polo siderúrgico da China entrou em lockdown ontem para conter o surto de covid-19, aumentando as incertezas sobre a oferta global e elevando os preços. Já autoridades de Xangai negaram rumores de lockdown no centro financeiro do país, apesar de ter registrado um número recorde de novos casos.

Em Tangshan, na província de Hebei, no norte do país, os moradores estão proibidos de sair. A região é fundamental para siderurgia chinesa - a maior do mundo - e responde por uma parcela significativa da produção nacional.

As autoridades da cidade chinesa de Xangai negaram os rumores de um lockdown em toda a cidade depois que um sexto aumento consecutivo nos casos diários de coronavírus assintomáticos levou sua contagem a níveis recordes, para quase 1.000 na terça-feira.

Mas a campanha de testes em massa mantém muitos moradores de Xangai trancados em complexos residenciais há dias. As autoridades prometeram manter uma abordagem de separar as áreas para rastrear os bairros um por um, em vez de fechar completamente. Os rumores de lockdown desencadearam compras de pânico na noite de terça-feira.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/03/2022

PF combate extração ilegal de minério de ferro

A Polícia Federal deflagrou na terça-feira, 22/3, a Operação ÁGUA LIMPA, para combater extração ilegal de minério de ferro em Itabirito/MG.

As investigações tiveram início há duas semanas, baseadas em denúncias de vizinhos da região onde ocorria a exploração. Durante a deflagração, a PF constatou a extração e encontrou três pessoas no local, que foram ouvidas e liberadas. Foram apreendidos caminhões e máquinas usados na atividade mineradora.

Instaurou-se inquérito policial para apurar a materialidade delitiva e confirmar a ilegalidade das extrações. As investigações prosseguirão, com diligências em outros lugares também citados em delações.

Os envolvidos responderão pelos crimes de usurpação de matéria prima da União e extração de recursos minerais sem permissão, cujas penas, somadas, podem chegar a 6 anos de detenção.

Comunicação Social da Polícia Federal em Minas Gerais

Contato: (31) 3330-5270

Fonte: Polícia Federal
Fonte: CGN
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 24/03/2022