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Consórcio busca liberar R$ 6 bi para metalúrgicas

O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e a indústria automotiva vão pleitear junto ao governo de São Paulo a liberação de R$ 6 bilhões em créditos de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) que estão retidos. Para isso, é necessário que seja efetivamente colocado em prática o Programa Pró-Ferramentaria, que foi assinado pelo então governador Márcio França (PSB), em novembro de 2018, e regulamentado pela Secretaria da Fazenda em dezembro de 2019.

Ontem foi realizada reunião entre os representantes do Consórcio e da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) na qual foi debatido o futuro do  segmento na região.

Além do prefeito de Santo André e presidente do colegiado, Paulo Serra (PSDB), e do presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, participaram do encontro o diretor de assuntos governamentais da Volkswagen e vice-presidente da Anfavea, Antonio Megale; a gerente de relações governamentais da Mercedes-Benz, Cristiane Guimarães; o diretor de relações institucionais e governamentais  da Scania, Gustavo Bonini; o gerente de assuntos governamentais da Toyota, Thiago Sugahara, e o diretor de relações públicas e governamentais da General Motors, Adriano Barros.

“Os problemas que estamos enfrentando não são somente da região, mas ocorrem em todo setor automobilístico mundial”, afirma Megale, em referência à falta de peças para a produção dos veículos. “Isso tem dificultado as montadoras de manterem o nível de produção mais estabilizado. O mercado está aí. Existem clientes, mas não conseguimos produzir em quantidades suficientes”, avalia o executivo.

“A injeção desses recursos vai contribuir para recuperar a indústria de ferramentaria do Grande ABC, que sempre teve um papel muito relevante, estimulando a geração de empregos de qualidade e renda para a região”, afirmou Megale.

O presidente da Agência de Desenvolvimento ressaltou a relevância do segmento na região, que conta com cerca de 255 mil trabalhadores na cadeia de produção automotiva, sendo 13 mil somente nas montadoras. “Não podemos perder a importância e o simbolismo da indústria automotiva para a região, assim como toda a sua cadeia produtiva”, disse Aroaldo Oliveira.

O presidente do Consórcio e prefeito de Santo André, Paulo Serra, afirmou que a entidade regional fará a articulação com o governo do Estado para destravar os recursos atualmente retidos. “O Consórcio vai intensificar o pedido junto ao governo do Estado para a liberação dos créditos de ICMS. Nosso objetivo é criar um ambiente favorável para a retomada da indústria automotiva do Grande ABC”, disse Paulo Serra.

Segundo o prefeito, “a ideia é fazer um calendário de planejamento para definir a liberação desse valor. Então, a missão inicial é essa reunião técnica, com dados, agendas técnicas e políticas e utilizar da força do Consórcio para que o calendário seja feito”, conta. 

O setor é responsável diretamente por 25% do PIB (Produto Interno Bruto) do Grande ABC.

Fonte: Diário do Grande ABC
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 10/11/2021

China responde por 45,6% das exportações mineiras

A China segue como maior parceiro comercial de Minas Gerais. O gigante asiático respondeu por 45,6% das exportações e 22,3% das importações do Estado no decorrer do terceiro trimestre deste exercício, mesmo diante do desaquecimento econômico mundial, que tem sido puxado justamente por aquele País.

No mesmo movimento, os Estados Unidos se mantiveram como segundo maior parceiro comercial do Estado, respondendo por 6% das exportações e 12,6% das importações. Ainda integram a lista do comércio exterior mineiro nas exportações: Barein (5,3%), Países Baixos (3,9%) e Argentina (3,1%). Nas importações, constam Argentina (6,8%), Rússia (6,1%) e Itália (5,1%).

Ainda segundo a análise da Fiemg, quanto à indústria de transformação, os principais produtos enviados à China foram carnes e preparações (36,7%), ferro e aço (32,7%) e açúcares, preparações de açúcar e mel (16,4%). Já para os Estados Unidos foram ferro e aço (60%), produtos químicos inorgânicos (9,8%) e celulose e resíduos de papel (6,2%).

Fonte: https://diariodocomercio.com.br/economia/

Importações de aço afetaram vendas da CSN no 3º tri

Mesmo com a queda de volume de vendas de aço plano no terceiro trimestre, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vê um consumo do produto retornar aos níveis de 2010. Segundo o diretor-executivo da empresa, Luís Martinez, este ano está com um desempenho “bem positivo” com o crescimento em todos os mercados consumidores que a empresa atende. “Prova disso é que o consumo aparente de aços planos está retornando aos níveis de 2010, com cerca de 15 milhões de toneladas anuais”, disse.

Para 2022, o executivo acredita que deverá haver uma acomodação, mas com crescimento de mercado. “Será um desempenho mais comedido obviamente, entretanto positivo e a CSN vai trabalhar ‘full’, perseverar o mercado interno, melhorar o valor agregado, pulverizar ao máximo e permanecer com 80% do preço ligado ao mercado spot”, disse.

No terceiro trimestre, as vendas de aços da companhia somaram 982 mil toneladas, o que representou uma queda de 24% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Segundo ele, as importações neste ano cresceram e chegaram a quase 20% do consumo aparente, com cerca de 2 milhões de toneladas. No entanto, a tendência agora é de queda. “A CSN sofreu mais com a importação em razão do nosso portfólio de produtos.”

Quanto aos preços, Martinez explicou que atualmente o prêmio entre o material importado e o produzido no país está entre 0 a 2%. Segundo ele, considerando a bobina a quente (BQ) na China que está com preço médio de US$ 900 a tonelada e o dólar em torno de R$ 5,50 a R$ 5,60, a paridade está neste patamar. “Se avaliarmos que é saudável manter um prêmio de 10%, com certeza há espaço para recuperação de margem em janeiro. No trimestre, nossos preços foram 20,8% maiores”, afirmou.

Os bons preços praticados no mercado doméstico, aliás, fizeram a CSN ter um lucro antes juros antes impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorde na siderurgia no trimestre. O Ebitda da área alcançou R$ 2,85 milhões de julho a setembro. No mesmo período do ano passado, o indicador chegou a R$ 551 milhões.

Segundo o diretor de relações com investidores e financeiro da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, o bom desempenho da siderurgia compensou o impacto da queda nos resultados da área de mineração no terceiro trimestre.

“A abrupta queda de preços do minério de ferro impactou os resultados, mas o excelente desempenho na siderurgia e cimento ajudou a compensar essa perda.” Ribeiro ressaltou que o desempenho da mineração interrompeu uma série de crescimentos trimestrais no Ebitda. Na mineração, o indicador chegou a R$ 1,04 bilhão. No segundo trimestre foi de R$ 5,08 bilhões. “Mas, sem contar os efeitos não recorrente, de R$ 1,4 bilhão, teríamos um Ebitda semelhante ao do início de 2021.”

No terceiro trimestre, a receita líquida consolidada da CSN foi de R$ 10,24 bilhões, um aumento de 18% no comparativo com o mesmo período de 2020. O lucro líquido atribuído aos controladores foi de R$ 1,14 bilhão no terceiro trimestre deste ano, 6,3% acima do registrado no mesmo período de 2020.

Já a CSN Mineração registrou lucro atribuído aos controladores de R$ 804 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 45,2% ante o mesmo período de 2020. A receita líquida recuou 27,8% no comparativo trimestral, para R$ 3,05 bilhões e o Ebitda ajustado somou R$ 911 milhões queda de 66%.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 05/11/2021

O setor siderúrgico da América Latina continua em desvantagem com o da Ásia

04/11/2021 | Assessoria de Imprensa Alacero

As grandes desvantagens existentes entre as economias da América Latina e as dos seus concorrentes da Ásia em geral, e da China em particular, representam um risco para o desenvolvimento da indústria siderúrgica na região. A conclusão é do Estudo de Assimetrias, encomendado pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero) ao Prof. Dr. Germano Mendes de Paula, que se concentrou na análise da situação da Argentina, Brasil, Colômbia e México em comparação com a da Coreia do Sul, Índia, Vietnã e China. 

Questões como o nível educacional dos países, o número de horas necessárias para cumprir as obrigações tributárias, a baixa disponibilidade de financiamento local e a qualidade dos serviços de logística estão diretamente relacionados à competitividade e ao crescimento das indústrias, além de terem influência na hora de comparar as vantagens entre regiões para a tomada de decisões sobre onde realizar um investimento.  

A posição desfavorável revelada pelo estudo ao analisar essas e outras variáveis de maneira comparativa tem como resultado um declínio do nível de produção da indústria manufatureira latino-americana de 0,6% entre 2010 e 2018, enquanto na Ásia houve uma visível alta, de 1,5% no mesmo período.  

No caso específico da China, as exportações de produtos metalmecânicos passaram de US$ 858 bilhões em 2010 para US$ 1,3 trilhão em 2019. Considerando os quatro países latino-americanos analisados, o déficit com a China de produtos siderúrgicos teve um aumento de US$ 2,4 bilhões em 2010 para US$ 3,2 bilhões em 2014 e 2015, com uma queda posterior para US$ 2,4 bilhões em 2019.  

Alejandro Wagner, Diretor Executivo da Alacero, destaca: “A América Latina está em uma posição de desvantagem em determinadas variáveis, mas tem a seu favor o fato de ser uma das regiões com a produção de aço por tonelada mais limpa e sustentável do mundo. Em um contexto global que demanda um compromisso cada vez maior com a busca de alternativas amigáveis com o meio ambiente e que reduzam as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, a nossa indústria pode assumir um papel de protagonista”. 

“Conseguir que o futuro da indústria seja cada vez mais sustentável é o caminho para sustentar o desenvolvimento do nosso setor e, com isso, também estamos nos referindo ao desenvolvimento das comunidades da América Latina, cujo crescimento está diretamente relacionado ao nosso por meio de milhares de postos de trabalho de alta qualidade que funcionam como um dos principais motores econômicos locais. A indústria siderúrgica gera mais de 1,2 milhão de empregos, entre diretos e indiretos, com salários acima da média do restante do setor manufatureiro”, conclui.  

O estudo mostra que os salários do setor são 86% superiores no México; 70% na Argentina; 55% no Brasil e 41% na Colômbia, se comparados aos da indústria manufatureira como um todo. 

No entanto, enquanto em 2020 a carga tributária na Ásia foi de 25% e no restante do mundo ficou em 23,8%, na América Latina atingiu 31,8%.  

No que diz respeito ao nível educacional, o desempenho das nações latino-americanas na avaliação PISA de 2018, promovida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi inferior ao dos países da Ásia: enquanto China, Vietnã e Índia superaram os 500 pontos, México, Argentina, Colômbia e Brasil ficam na casa dos 400 pontos, abaixo da média da OCDE, de 489 pontos. 

Quanto ao Índice de Desempenho Logístico (LPI, sigla em inglês), os países asiáticos subiram de 3,30 para 3,42 entre 2010 e 2018. A América Latina caiu de 3,03 para 2,97 pontos no mesmo período. A desvantagem competitiva latino-americana se ampliou em cinco dos seis índices que compõem o LPI internacional: alfândega, infraestrutura, qualidade dos serviços de logística, rastreabilidade e acompanhamento, e pontualidade. 

Além disso, a pressão financeira, observada tanto pela baixa disponibilidade de crédito como pelas altas taxas de juros, é outra grande desvantagem competitiva da região.  

Em suas conclusões, o Prof. Mendes de Paula afirma: “para reduzir as assimetrias competitivas e o risco de desindustrialização é preciso fortalecer a recuperação econômica por meio da promoção de investimentos privados e estrangeiros, diminuir o custo país em aspectos como impostos e logística, estimular a infraestrutura e fortalecer a cadeia de valor metalmecânica”. 

Para saber mais sobre este tema: a Alacero convida para o webinar “O valor da indústria na América Latina, motor da recuperação pós-pandemia”, que contará com a participação do Prof. Mendes de Paula e será realizado no dia 9 de novembro às 19:00 (hora do Brasil e da Argentina), 17:00 (hora da Colômbia) ou 16:00 (hora do México). Mais informações no link: https://rb.gy/tiyf4q 

Para entrar em contato com a Alacero: comunicaciones@alacero.org 

CSN: Lucro cresce 6,3% no 3º trimestre, para R$ 1,14 bilhão

A CSN registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,14 bilhão no terceiro trimestre deste ano, 6,3% acima do registrado no mesmo período de 2020.

A receita líquida avançou 17,5% no comparativo anual, para R$ 10,24 bilhões. Em relação ao segundo trimestre, houve queda de 33%.

Segundo a companhia, o resultado refletiu a queda de preço e de volume no segmento de mineração, além do menor volume de aço comercializado entre julho e setembro.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 4,29 bilhões entre julho e setembro, o que representa alta de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda ajustada avançou 1,7 ponto percentual, para 40,6%.

A CSN destacou que o segmento de cimentos segue em franca expansão, organicamente e nas expansões, após a aquisição da Lafarge Holcim e o início do processo de integração da Elizabeth Cimentos. Segundo a companhia, as vendas e os preços foram recordes no trimestre.

CSN Mineração

Já a CSN Mineração registrou lucro atribuído aos controladores de R$ 804 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 45,2% ante o mesmo período de 2020.

A receita líquida recuou 27,8% no comparativo trimestral, para R$ 3,05 bilhões, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 911 milhões no período, recuo de 66%. A margem Ebitda ficou em 32,73%, 19,3 pontos percentuais abaixo do terceiro trimestre de 2020.

As vendas de minério de ferro somaram 8,18 milhões de toneladas entre julho e setembro, queda de 11%. Já a produção de minério de ferro somou 10,31 milhões de toneladas, recuo de 2,5%.

A companhia destaca que os resultados foram impactados pela “forte redução do preço do minério”, além de maiores custos com frete e menor volume de vendas.

“A estratégia de preservar o valor do produto resultou em queda no volume de vendas e um maior volume de cargas não vendidas ao final do trimestre”, afirma a CSN Mineração.

O fluxo de caixa ajustado no último trimestre foi de R$ 3,92 bilhões, refletindo redução do capital de giro da companhia, além de um efeito positivo da variação cambial.

Projeções

A CSN e a CSN Mineração comunicaram ao mercado, nesta quarta-feira (3), que atualizaram suas projeções para este ano.

O capex de expansão na mineração deve ser de R$ 560 milhões no balanço anual de 2021, enquanto o volume total de minério de ferro está estimado entre 36 milhões e 37 milhões de toneladas.

De acordo com formulário de referência divulgado pela companhia no último dia 13, a estimativa de produção ia de 38 milhões a 40 milhões de toneladas. Já o capex de expansão da mineração projetado era de R$ 1 bilhão.

O custo C1 de produção de minério de ferro esperado é de US$ 19 por tonelada, ante os US$ 16 previstos anteriormente.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 04/11/2021

EUA e UE avançam em pacto para pôr fim a rixa da era Trump sobre aço

O presidente americano, Joe Biden, disse ontem que um novo acordo comercial dos EUA e da União Europeia reprimirá o "aço sujo" que produz emissões de carbono culpadas pelas mudanças climáticas e também consertará uma fenda transatlântica aberta durante a era de Donald Trump.

Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disseram ontem numa aparição conjunta durante a cúpula do G20 que o acordo representava uma parceria renovada em questões econômicas e ambientais. O pacto que resolverá a disputa comercial deve pôr fim às distorções no mercado de aço e alumínio e criará condições para reduzir a intensidade de carbono para a produção das ligas que contribui para o aquecimento da terra.

O presidente dos EUA disse que o "aço sujo" feito na China não teria acesso aos seus mercados, embora todas as economias com interesses semelhantes pudessem participar do acordo.

“Ao aproveitar nosso poder diplomático e econômico, podemos rejeitar a falsa ideia de que não podemos fazer nossa economia crescer e apoiar os trabalhadores americanos enquanto enfrentamos a crise climática”, disse Biden, que tem pressionado os EUA a enfrentar agressivamente a ameaça representada pelas alterações climáticas.

Biden fez as declarações na véspera de viajar para a grande conferência climática da ONU, a COP26, em Glasgow, na Escócia.

Von der Leyen continuou sorrindo para Biden e chamando-o de "querido Joe" enquanto discutiam o acordo, num sinal aparente de que o presidente dos Estados Unidos havia feito progressos na restauração das relações com a Europa depois que a parceria sofreu durante os anos Donald Trump.

“Será um grande passo para alcançar a neutralidade climática e garantirá condições equitativas”, disse ela, acrescentando que o acordo faz parte de uma agenda renovada e voltada para o futuro dos laços com os EUA.

O avanço do acordo foi anunciado pela primeira vez no sábado em Roma pelo conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, a Representante de Comércio americana, Katherine Tai e a secretária de Comércio do país, Gina Raimondo. Eles disseram que as tarifas do Artigo 232, como são conhecidas, não seriam totalmente removidas, mas que alguma quantidade de aço e alumínio europeus será autorizada a entrar nos Estados Unidos sem tarifas.

Em troca da Europa abandonar suas tarifas retaliatórias, os EUA também garantiriam "que todo o aço que entra nos EUA pela Europa seja produzido inteiramente na Europa", disse Raimondo.

A flexibilização das tarifas é um passo fundamental para desfazer um dos legados de Donald Trump como presidente, enquanto Biden tentava redefinir as relações dos EUA com a Europa.

O governo Trump impôs impostos sobre o aço e o alumínio da UE em 2018, alegando que os produtos estrangeiros feitos por aliados americanos eram uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Europeus e outros aliados ficaram indignados com o uso de Trump da seção do Artigo 232 da lei comercial dos EUA para justificar as tarifas, levando muitos a impor contra-tarifas sobre motocicletas, bourbon, pasta de amendoim e jeans e centenas de outros itens fabricados nos EUA.

O vaivém prejudicou os produtores europeus e aumentou os custos do aço para as empresas americanas. As tarifas também não atingiram a meta declarada de Trump de criar empregos nas siderúrgicas. O Bureau of Labor Statistics mostra que os empregos na fabricação de metais primários aumentaram ligeiramente, para até 389.100 em 2019. Mas as usinas dispensaram trabalhadores durante a pandemia, e o emprego no setor é cerca de metade do que era em 1990.

A União Europeia tomou medidas em maio para melhorar as relações. Em algumas tarifas retaliatórias, a UE suspendeu temporariamente os aumentos planejados. Isso significava que o uísque americano enfrentava um imposto de 25% na Europa, em vez de um imposto planejado de 50%. Os dois lados enfrentaram um prazo de dezembro para evitar o aumento da taxa de imposto.

O anfitrião da cúpula, o premier italiano Mario Draghi, em uma declaração na noite de sábado expressou "grande satisfação" pelo acordo tarifário. A decisão “confirma o reforço adicional em curso das já estreitas relações transatlânticas e a progressiva superação do protecionismo dos últimos anos”, afirmou.

O anúncio também foi bem recebido por Chris Swonger, presidente e CEO do Distilled Spirits Council dos Estados Unidos, após o que ele chamou de “três anos muito difíceis de queda nas exportações de uísque americano”.

“O levantamento dessa carga tarifária sobre os uísques americanos não apenas impulsiona os destiladores e fazendeiros dos EUA, mas também apoia a recuperação dos restaurantes, bares e destilarias da UE atingidos duramente pela pandemia de covid-19”, disse Swonger.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 03/11/2021