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Venda de caminhões usados cresce 1,8% no Brasil em julho

 Venda de caminhões usados aumentou, mas acumula queda na comparação de janeiro a julho de 2022 com o mesmo período de 2021 A venda de caminhões usados cresceu 1,8% no Brasil em julho. Segundo informações da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos (Fenauto), que reúne os lojistas do setor, trata-se de uma reação tímida.

Sobretudo na comparação com as vendas de automóveis. Porém, houve queda de 22,1% ante os dados de julho de 2021. De acordo com a Fenauto, naquele mês a venda de caminhões usados foi de 8.614 unidades.

Da mesma forma, no acumulado de 2022 os números recuaram 23,3%. De janeiro a julho, 184.042 caminhões usados foram transferidos no país. Para comparação, no mesmo período de 2021 as transferências somaram 240.048 unidades.

Mercado de novos – Conforme o presidente da Fenauto, Enilson Sales, a queda nas transferências de usados tem a ver com o bom desempenho do setor de novos. A oferta do zero-km está voltando a se aproximar da demanda. Agora, muitos modelos que estavam em falta começaram a ser entregues." De acordo com ele, isso reduz a atratividade de seminovos, bem como de usados.

Segundo Sales, nessa mesma época de 2021 o cenário era totalmente diferente. Ou seja, por causa da falta de modelos novos, houve uma corrida em busca dos usados.

“Como resultado, foi um dos melhores períodos de venda de caminhões usados da história. Depois disso, o mercado se acomodou e a procura começou a cair”, diz.

Alta dos juros – De acordo com o especialista, a retração da demanda por usados também tem a ver com alta dos preços. Da mesma forma, a disparada da taxa de juros inviabiliza boa parte dos negócios. Isso porque a maioria das vendas é feita por meio de financiamento.

Porém, Sales aposta na alta da venda de caminhões usados no segundo semestre. Conforme o presidente da Fenauto, historicamente o mercado fica mais aquecido a partir de julho. "O Brasil funciona mais rapidamente nesse período do ano", afirma.

Seja como for, ainda há muitas incertezas no horizonte. Entre as mais preocupantes, Sales cita as falhas nas cadeias de abastecimento. Bem como a inflação alta e a continuidade do aumento das taxas de juros.

Fonte: O Estado de São Paulo
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 16/08/2022

 

Brasil abre mercado e espera atrair R$ 15 bilhões em investimentos em mineral estratégico

O governo federal pretende posicionar o Brasil como produtor mundial de lítio ao retirar limitações impostas desde 1997 ao comércio exterior do minério. Em decreto assinado no mês passado, o presidente Jair Bolsonaro revogou medidas anteriores que por 25 anos mantiveram a obrigatoriedade de autorização prévia da Comissão Nacional de Energia Nuclear para a realização de exportações do material.

Então considerado "de interesse para a energia nuclear" (conforme texto do decreto dos anos 1990), o lítio ganhou novos usos com o passar das décadas e hoje é estratégico para a transição energética, com destaque para sua ampla utilização na fabricação de baterias para carros elétricos.

O desenvolvimento do segmento é acelerado e a perspectiva é de que a dinamização do mercado brasileiro de lítio melhore as condições de competitividade para garantir ao país boa fatia dessa cadeia.

Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) apontam que 2021 foi de recorde nas vendas de carros elétricos, que chegaram a 6,6 milhões de unidades – o dobro do ano anterior. Além do paralelo já consolidado, as vendas globais continuam subindo fortemente em 2022, "com 2 milhões [de veículos elétricos] vendidos no primeiro trimestre, um aumento de 75% em relação ao mesmo período de 2021", frisa a IEA.

O avanço dos elétricos se dá globalmente, ao sabor de incentivos a tecnologias limpas e restrições esperadas para os próximos anos, como o banimento da venda de novos carros a combustão na Europa a partir de 2035.

Ao ganhar mais espaço, a indústria automotiva dos eletrificados puxa também a busca pelos minérios utilizados na fabricação das baterias. Números da consultoria S&P Global indicam que a demanda pelo lítio deve atingir 2 milhões de toneladas até 2030; até 2040 a demanda deve crescer mais de 40 vezes, projeta a IEA, um prato cheio para os produtores.

Para o Ministério de Minas e Energia (MME), o decreto pode viabilizar mais de R$ 15 bilhões em investimentos até 2030, concentrados no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, uma das regiões mais pobres do país. É lá que fica a maior parte das reservas conhecidas no país.

É esperada ainda geração de sete mil empregos diretos apenas na mineração e mais de 84 mil postos de trabalho diretos e indiretos ao longo das cadeias produtivas do lítio. Pelos cálculos da pasta, os pagamentos de salários devem somar R$ 440 milhões por ano e a arrecadação anual de royalties deve passar de R$ 100 milhões, distribuídos, na maior parte, aos municípios produtores.

Para a pasta, o fim das restrições à exportação do lítio brasileiro promove abertura que pode "posicionar o Brasil de forma competitiva na cadeia global e atrair investimentos para pesquisa e produção mineral", além de fazer avançar nossa capacidade produtiva em processamento e produção de componentes e baterias.

"A medida também representa um passo fundamental para ampliar o olhar da indústria automotiva e atrair investimentos para a produção de veículos elétricos no Brasil", diz comunicado do MME.

Qual o tamanho das reservas e a produção de lítio no Brasil

Comparativamente aos "vizinhos" de América Latina, as reservas brasileiras conhecidas – de aproximadamente 500 mil toneladas – são enxutas. O continente concentra a maior parte das reservas mundiais do mineral, com destaque para Bolívia, Argentina e Chile (com 21 milhões, 19,3 milhões e 9,6 milhões de toneladas de lítio, respectivamente).

Devido à exploração contínua do minério, entretanto, os recursos identificados vem crescendo em todo o mundo, o que pode levar a novas descobertas. Em 2021, havia 86 milhões de tonelada de lítio conhecidas globalmente, conforme o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Ainda conforme dados do órgão norte-americano, a produção brasileira em 2019 foi de 2,4 mil toneladas. Em comparação, a Austrália, maior produtor, extraiu 45 mil toneladas no mesmo ano.

Fonte: Gazeta do Povo
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/08/2022

Mercado do aço cresce com alta do agronegócio no Brasil

O agronegócio tem crescido em uma alta velocidade: segundo dados do Impa (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a produtividade do setor agrícola cresceu 400% de 1975 até 2020. Atualmente a cadeia produtiva é responsável pela maior parte das exportações e por 26% do PIB brasileiro, mesmo com a crise gerada pela pandemia de Covid-19.

Outro mercado que também tem crescido bastante no Brasil é o do aço, que tem como um dos principais focos justamente o agronegócio. As máquinas e tratores, aplicados em todo o processo de plantio, irrigação, colheita, armazenamento e distribuição, usam diversos tipos de aço.

Em janeiro deste ano a produção de aço bruto no país foi de 2,9 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 10,5% quando comparado ao apurado em dezembro de 2021. Segundo o gerente Nacional de Projetos da Açovisa, Luís Carlos Picone de Araújo, uma grande parte dos aços distribuídos pela empresa é para as indústrias que fabricam para o agronegócio.

“Tratores, máquinas agrícolas, transbordos, pranchas, válvulas automotivas, sistemas de irrigação, plantadeiras e colheitadeiras, são apenas algumas das várias áreas que utilizam o aço no processo de fabricação, alguns aços com tecnologias mais avançadas que outros, estamos diretamente ligados ao agronegócio, mesmo que isso não fique muito explícito”, explica Picone de Araújo.

Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) compilados pelo Ministério da Agricultura, as exportações de agronegócio no Brasil renderam US $15,7 bilhões em junho, o aumento foi de 31,2% comparado com o mesmo mês do ano passado. Números como esse mostram como o agronegócio tem impulsionado a economia brasileira.

“Com o agronegócio em constante expansão é preciso que a indústria do aço acompanhe o ritmo, com qualidade nos materiais, testes e testes em laboratórios que certificam a qualidade do aço. Além disso, é preciso pensar na questão logística, estar perto das indústrias que fabricam implementos e máquinas agrícolas é essencial, nós temos filiais espalhadas estrategicamente pensando em atender as principais indústrias, inclusive o agro.” completa de Picone de Araújo

De acordo com dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas) o agronegócio tem previsão de aumento de 5%, já o mercado do aço prevê um crescimento de 2,2% na produção do aço bruto e alta de 1,5% no consumo, segundo o Instituto Aço Brasil.

Fonte: IPESI
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/08/2022

Energia e combustível já são segundo maior gasto das famílias, revela pesquisa

Os gastos dos brasileiros com energia elétrica e combustível já ocupam a segunda colocação em um ranking que mostra o nível de preocupação dos consumidores em relação às contas que mais pesam no orçamento doméstico. Pagar a conta de energia e combustível é um dos maiores desafios dos brasileiros, segundo pesquisa inédita da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) com o instituto Ipespe, antecipada ao GLOBO. Esse gasto, de acordo com o levantamento, perde apenas para a alimentação.

Para 94% dos entrevistados, os preços dos produtos relacionados ao setor energético estão impactando mais o orçamento neste início de semestre, na comparação ao início do ano. Além disso, para nove em cada dez entrevistados, a conta de energia está pesando mais no bolso agora do que há 5 anos.

Esta é a primeira vez que uma pesquisa avalia a percepção dos brasileiros em relação a temas do setor de energia. E a conta de luz mereceu críticas e a desconfiança da maioria. Para 47% dos entrevistados, o preço da conta é ruim ou péssimo.

E 60% dos consumidores admitiram desconhecer o que está sendo lançado na conta, embora acreditem que impostos e encargos façam parte dessa equação.

Um outro estudo publicado recentemente pela Abrace mostrou que a energia representa 23,1% do preço final da cesta básica, considerando ainda pescados, laticínios e farináceos.

Impostos como vilão

Para os que responderam que a conta de energia esta? muito cara ou cara, o principal motivo são os impostos, encargos e taxas embutidos. A falta de gerenciamento dos reservatórios de água e o domínio do setor por poucas empresas também são fatores citados pelos consumidores, mais ainda que a falta de concorrência e escassez de chuvas.

A afirmação com maior nível de conhecimento entre os consumidores de energia e? a de que “o Brasil tem muito vento, sol e rios, e por isso deveria ter a energia mais limpa e barata do mundo”. Em segundo lugar em conhecimento esta? a frase “a energia e? cara porque mais da metade do custo são impostos, taxas, encargos e subsídios”, também com elevado grau de concordância.

O preço da energia elétrica e dos combustíveis, como gasolina e diesel, foi uma das maiores preocupações do Congresso e do governo Jair Bolsonaro neste ano, às vésperas da eleição. Foram aprovadas medidas que limitam a cobrança de impostos estaduais e promovem outras mudanças pontuais no regramento dos setores para tentar segurar os preços neste ano.

Esse movimento do governo, porém, parece não ter sido sentido pela população. Segundo a pesquisa, 66% das pessoas acreditam que as opiniões e necessidades da população com relação a? energia elétrica não são levadas em consideração nas decisões sobre esse setor.

A pesquisa também avaliou a percepção dos brasileiros em relação às questões de sustentabilidade e energia limpa. Sete em cada dez entrevistados concordam que com a afirmação de que proteção do meio ambiente deve ser priorizada, mesmo correndo o risco de limitar a quantidade de suprimentos de energia — como petróleo, gás e carvão, nuclear — que o Brasil produz.

Por outro lado, 60% dos entrevistados não aceitariam pagar mais caro para usar uma energia mais limpa e sustentável. Ou seja, as pessoas estão, nesse momento, se preocupando mais com o custo da energia, e não se ela e? limpa ou poluente.

A pesquisa ouviu 2.000 entrevistados entre os dias 22 de junho e 10 de julho de 2022.

Fonte: O Globo
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 09/08/2022

 

Exportações de sucata ferrosa caem e atingem menor volume para julho desde 2007

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, apresentaram o menor volume para um mês desde 2007. Em julho, as vendas externas chegaram a 5.614 toneladas, uma queda de 87,5% em relação ao mesmo mês de 2021, quando ficaram em 45.081 toneladas, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.

Com a diminuição das exportações nos últimos dois meses (em junho foi de 12.830 toneladas), os números estão em 2022 e 2021, de janeiro a julho, bem próximos. Nos primeiros sete meses deste ano, foram 237.113 toneladas, 5% acima das 225.776 toneladas de igual período de 2021.

Historicamente, as exportações de julho voltaram aos patamares de 2007, quando o mercado internacional começou a se abrir de forma intensa ao setor. Em 2007, o total foi 85 mil toneladas, saltando para 119 mil em 2008 e 115 mil em 2009. A partir daí, houve importante evolução. Em 2020, foram pouco mais de 731 mil toneladas; no ano passado, 509 mil.

Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), há uma acentuada retração dos negócios no exterior, em função da guerra na Ucrânia, paralisação de portos e aumentos dos fretes. No Brasil, afirma, as usinas siderúrgicas também diminuíram as compras e vêm forçando a baixa de preços. A entidade representa mais de 5,6 mil processadores de recicláveis de ferro aço, entre outros setores que reinserem insumos na cadeia produtiva.

De acordo com S&P Global Platts, depois das seguidas quedas de preço anunciadas pelas siderúrgicas em junho, a estratégia dos fornecedores de sucata agora parece ser a de aumentar os negócios com as fundições, que tendem a pagar mais por produtos com qualidade também superior aos usados pelas usinas.

PIS e Cofins

O Inesfa, conforme Alvarenga, permanece com o pleito perante o Congresso para obter a isenção do PIS e Cofins na venda de insumos recicláveis à indústria de transformação. A Frente Parlamentar dos Recicladores do Brasil quer a aprovação no Congresso do Projeto de Lei 4035, de 2021, de autoria do deputado federal Vinícius Carvalho (Republicanos-SP), que isenta o PIS e Cofins nas operações de venda de insumos recicláveis. A Frente já tem o apoio de 210 deputados federais e tem feito encontros com os parlamentares para tentar a aprovação do PL.

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão plenária, retomou a incidência do PIS e Cofins na venda de materiais recicláveis, derrubando o incentivo conhecido como a Lei do Bem (11.196/2005), que existia há 15 anos. Essa decisão, que ainda está sendo questionada na Justiça, representa hoje a maior preocupação dos recicladores. Alvarenga diz que a medida “é um grande desestimulo à atividade, que poderá sofrer enorme baque caso o imposto volte a ser cobrado”.

Além do ferro e aço, o Inesfa representa os recicladores de vidro, papel, eletrônicos, entre outros. Essas atividades são compostas por mais de 5 milhões de pessoas, que vivem da coleta e destinação adequada de recicláveis.

Fonte: Mix Vale
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/08/2022

 

Minério de ferro recua com demanda da China de volta ao foco

Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram nesta terça-feira, à medida que os traders avaliam novos surtos de Covid-19 na China e a fraca demanda por aço, principalmente do setor imobiliário do país.

O minério de ferro mais negociado, para entrega em janeiro do próximo ano, na bolsa chinesa de commodities de Dalian caía 1%, a 726 iuanes (107,53 dólares) a tonelada, perto do fim das negociações. No início da sessão, o contrato atingiu seu maior nível desde 1º de agosto, em 755 iuanes.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de setembro do ingrediente siderúrgico caiu 1,1%, para 110,40 dólares a tonelada, após avançar nas duas últimas sessões, sustentado pela melhora das margens das siderúrgicas na China.

Analistas disseram que quaisquer ganhos para o minério de ferro seriam limitados devido a preocupações persistentes sobre a crise financeira que envolve as incorporadoras chinesas, os lockdowns da Covid-19 e as restrições de produção no maior produtor de aço do mundo.

Partes do Tibete estão realizando testes em massa de Covid-19, incluindo as duas maiores cidades da região autônoma chinesa, para combater um surto raro, enquanto clusters aumentavam na região tropical de Hainan e em Xinjiang, no oeste da China.

Os preços mais altos do minério de ferro também podem atrapalhar os planos de reiniciar mais altos-fornos na China que estão parados devido à recente queda na lucratividade do aço.

"Se a matéria-prima subir muito rápido, inibirá a retomada da produção pelas siderúrgicas", disseram analistas da Zhongzhou Futures em nota.

Enquanto isso, a falta de energia na província chinesa de Zhejiang interrompeu as operações do alto-forno local, disseram eles.

Fonte: Investing
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 09/08/2022