Notícias

MRS Logística estende contrato de transporte de carga com Usiminas até março de 2023

A MRS Logística anunciou nesta quinta-feira que estendeu até o dia 31 de março de 2023 a vigência de um contrato de prestação de serviços de transporte ferroviário de carga com a Usiminas.

De acordo com a empresa, o aditivo também altera as demais condições comerciais e adiciona nova cláusula referente à Lei Geral de Proteção de Dados. O valor do contrato é de R$ 1,04 bilhão.

A MRS Logística é uma operadora logística controlada por um consórcio formado pela MBR (32,9%), CSN (18,6%), CSN Mineração (18,6%), Usiminas (11,1%), Vale (10,9%) e Gerdau (1,3%).

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/09/2022

Estudo diz que indústria de caminhões projeta mudanças radicais em 10 anos

O modelo de negócios da indústria de veículos pesados no Brasil deve sofrer mudanças radicais nos próximos 10 anos. Essa é uma das conclusões da Pesquisa Caminhões SAE Brasil 2022, realizada pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade em conjunto com a KPMG e a agência de notícias Autodata. Os resultados foram divulgados na quarta-feira, 14, na sede da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo. 

As perguntas da pesquisa foram divididas em três grupos: aspectos estratégicos, matriz energética e relacionamento com clientes. Entre as conclusões mais importantes, 68,9% dos representantes da indústria de caminhões afirmaram que o desenvolvimento de tecnologias de propulsão limpa é “muito importante”, mesmo percentual informado para o aperfeiçoamento da eficiência energética de motores a combustão.

Indústria de caminhões em transformação

Para quase 90% dos entrevistados, o atual modelo de negócios da indústria (baseado puramente em produzir e vender) mudará radicalmente no Brasil na próxima década.

Além disso, 59,9% acreditam que o papel das concessionárias deve ganhar ainda mais importância na intermediação da relação entre clientes e fabricantes.

Clientes aceitariam gastar mais com caminhão verde

Questionados sobre a intenção de compra de um caminhão novo, dois terços dos entrevistados manifestaram interesse em adquirir outro veículo. Enquanto 27,3% afirmaram que a aquisição deve acontecer ainda neste ano, 22,3% afirmaram que isso deve ocorrer nos próximos dois anos.

Já 33,1% disseram que não pretendem comprar um caminhão nos próximos quatro anos. Entre eles, 62,5% dos entrevistados são autônomos, o que representa certo alívio para a indústria.

Outro ponto interessante surgiu ao perguntar se os clientes estariam dispostos a absorver um custo mais elevado de abastecimento para beneficiar o meio ambiente: 32,2% afirmaram concordar parcialmente com isso e 14% disseram concordar plenamente.

Quando questionados qual porcentagem a mais estariam dispostos a pagar para diminuir as emissões de carbono, 58,9% afirmaram que o incremento no custo poderia chegar a até 5%, enquanto 28,6% se dispuseram a pagar até 10% a mais. 

Incentivo governamental é importante

Ao mesmo tempo, 65,6% dos entrevistados disseram concordar inteiramente com a criação de um eventual programa de incentivos do governo para quem investir em caminhões com propulsão limpa, e 26,9% alegaram concordar parcialmente com a ideia.

Por fim, 43,5% dos respondentes (de indústria e clientes) afirmaram que é alto o grau de maturidade de sua organização sobre a importância dos princípios relacionados à agenda ESG, sendo que 41,8% classificaram a taxa como média. Sobre a importância de suportar custos adicionais para atender aos princípios da agenda ESG, 48,8% dos entrevistados declararam concordar plenamente.

No levantamento, 70,1% dos respondentes foram da região Sudeste, com 20,5% da região Sul. Entre os entrevistados da indústria, 20,3% trabalham em montadoras, ao passo que 19,7% representam concessionárias.

- Confira aqui os resultados da Pesquisa Caminhões SAE Brasil 2022

Fonte: Automotive Business
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 16/09/2022

Produção de motos sobe 17,9% em agosto

A produção de motocicletas alcançou em agosto o maior volume em 100 meses, com 145,9 mil unidades fabricadas no polo industrial de Manaus (AM), onde estão concentradas as montadoras desse tipo de veículo.

Conforme a Abraciclo, a entidade que representa o setor, o número corresponde a um crescimento de 17,9% sobre o total produzido no mesmo mês do ano passado. Na margem -- ou seja, de julho para agosto --, a alta foi de 39,2%.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
Seção: Automobilística & Autopeças
Publicação: 16/09/2022

ES: Como transformar créditos de ICMS em investimentos?

Empresas exportadoras, localizadas no Espírito Santo, podem transferir créditos acumulados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ao monetizar seu saldo credor e transformá-lo em investimento.

As atividades que praticam operações isentas ou não tributadas devem estornar os créditos de ICMS referente às entradas dos produtos objetos destas operações. Além disso, nas operações de exportação, como incentivo fiscal, dispensa-se o estorno e o exportador realiza uma operação imune, sem incidência do imposto, e assim lhe resta um saldo credor.

Empresas exportadoras

É o que explica o advogado especialista em Direito Tributário, João Paulo Barbosa Lyra, que salienta ainda que o ICMS não é cumulativo, ou seja, não há um efeito “cascata” em que ele é tributado a cada venda.

“O tributo pago na operação anterior é compensado na seguinte, há uma compensação para que o produto não fique exorbitantemente caro. Então, as empresas exportadoras acumulam muito crédito. E o que o Estado faz com esse bolo de crédito? De tempos em tempos, cria leis que permitam a transferência”, comentou.

Cabe lembrar que, o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex) reúne as principais empresas com atuação na importação e exportação no Estado e, segundo a entidade, somente as suas associadas representam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.

Legislação estadual

A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) informou que a lei que rege as transferências de créditos de ICMS é a Lei Estadual nº 7.000/2001. Antes de se realizar a transferência, é preciso que o contribuinte já tenha requerido a homologação dos créditos à Sefaz.

Isto porque a Receita Estadual exerce um controle sobre os créditos de modo a verificar a origem e a legitimidade dos mesmos, segundo informações da Secretaria. Considerando que o contribuinte já possua uma certidão de créditos homologados, é necessário entrar com requerimento ao próprio Secretário da Fazenda, solicitando a transferência do crédito para outro contribuinte do imposto.

“Na hora de a empresa exportadora vender, claro que há um deságio. Vamos dizer que sou um supermercado e tenho ICMS a pagar ou de repente uma dívida, quando eu compro em deságio de outra empresa, fica mais em conta para mim. Óbvio que existem limites, condições e procedimentos específicos para isso. Mas a sacada é comprar com deságio”, comentou João Paulo Barbosa Lyra.

Possibilidade de transferências 

A Sefaz informou que a transferência pode ser realizada nas seguintes situações: para qualquer outro estabelecimento seu; para outro contribuinte do imposto, desde que este contribuinte esteja dentro do Estado; para fornecedor de fora do Estado, contudo, é preciso protocolo entre os entes federados envolvidos; ou liquidando, mediante compensação, o imposto devido na importação de máquinas, aparelhos e equipamentos industriais, após autorização prévia do Secretário de Estado da Fazenda.

“Em contrapartida, o Estado permitindo a transferência, estimula o crescimento empresarial e os investimentos no Espírito Santo”, conclui o advogado tributarista, alertando que a possibilidade de transferência de créditos do ICMS não é possível para empresas adeptas do Simples Nacional.

Fonte: ES Brasil
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 15/09/2022

 

Economia chinesa ruma para pior ano em décadas

Seis meses depois de o governo da China definir metas econômicas ambiciosas para o ano, o crescimento do país desacelerou tanto que vários grandes bancos duvidam de que até mesmo um objetivo de 3% seja alcançável.

As projeções de crescimento caíram implacavelmente desde março, quando a meta oficial de cerca de 5,5% foi anunciada. A previsão de consenso dos economistas consultados pela Bloomberg é de que a economia cresça 3,5% neste ano, o que seria a segunda leitura anual mais fraca em mais de 40 anos. Analistas do Morgan Stanley e do Barclays estão entre os que preveem um crescimento ainda mais fraco à medida que os riscos se acumulem até o fim do ano.

A política rigorosa de covid-zero da China, com seus lockdowns e testes em massa, não é a única coisa a golpear a economia. O colapso do mercado dos imóveis residenciais, a seca e a fraca demanda interna e externa também prejudicaram o crescimento.

Na semana passada, a principal economista do Barclays para a China, Jian Chang, cortou sua previsão de crescimento de 3,1% para 2,6%, e citou a “contração mais profunda e longa do mercado imobiliário, a intensificação dos lockdowns por causa da covid e a desaceleração da demanda externa”. Ela escreveu que a crise de liquidez sofrida pelas incorporadoras se estenderá até 2023 e a fraca confiança no mercado imobiliário e na economia impedirá qualquer recuperação significativa nas vendas de imóveis residenciais.

Amanhã, o governo chinês divulga dados de agosto, que provavelmente mostrarão pouca melhora na produção industrial, nas vendas de varejo e no investimento. Os números de setembro também não parecem melhores, pois os primeiros indicadores sugerem mais contração no mercado de imóveis residenciais e desaceleração nos gastos do consumidor por causa das restrições a viagens.

Enquanto o Partido Comunista se prepara para seu congresso de liderança, que acontece duas vezes por década e está marcado para meados de outubro, as restrições relativas à covid foram reforçadas e as viagens são desencorajadas para evitar a propagação da doença, o que afetará os gastos com turismo para o feriado nacional de nove dias no início de outubro.

O maior obstáculo para a economia é a política de zero-covid com a qual o governo continua comprometido, apesar das novas cepas tornar cada vez mais difícil o controle dos surtos. Neste ano, a China já registrou 865 mil casos.

Grandes cidades como Xangai, Shenzhen e, mais recentemente, Chengdu impuseram lockdowns e fecharam empresas para conter surtos. Testes frequentes para a covid são obrigatórios - a cada 48 horas em Pequim -, mesmo em locais onde não há surtos.

Depois de um lockdown, os gastos de consumo demoram meses para se recuperar. A confiança do consumidor caiu para seu nível mais baixo em quase 10 anos em abril e mal se recuperou desde então. O turismo foi dizimado.

A crise no mercado de imóveis residenciais começou em 2020 como uma tentativa do governo de reduzir o volume de dívida de risco detido pelas incorporadoras. Grandes construtoras ficaram inadimplentes e interromperam obras, proprietários de imóveis pararam de pagar as prestações do financiamento porque as casas não eram construídas e a demanda por concreto, aço e tudo o mais que é necessário para construir apartamentos despencou.

Não há sinal de que a contração nas vendas de imóveis residenciais esteja diminuindo. Os quase 900 bilhões de yuans (US$ 129 bilhões) relativos a casas vendidas em julho deste ano ficaram cerca de 30% abaixo do valor vendido um ano antes. As vendas caíram no mesmo ritmo em agosto e os dados preliminares de setembro mostraram a continuidade dessa tendência.

A crise minou a riqueza das famílias, que mantêm grande parte de seu patrimônio em imóveis.

A crise imobiliária afetou o crítico setor manufatureiro da China. A produção de aço caiu para o menor nível dos últimos quatro anos em julho e, embora haja alguns sinais de uma recuperação, a demanda continua muito fraca, com estoques no fim de agosto 41% maiores do que no início deste ano. E a produção de cimento ao longo do último ano foi a mais baixa em mais de uma década.

Embora isso seja bom para reduzir as emissões de carbono da China, não é para o setor manufatureiro, que se contraiu pelo segundo mês seguido em agosto.

A demanda mundial por produtos fabricados na China também se desacelerou depois de um boom de dois anos e meio nas exportações, o que é outro problema para a manufatura. Embora o valor das exportações ainda tenha subido 7,1% em agosto em relação a um ano antes, os volumes estão sob pressão. O porto de Xangai, o maior do mundo, processou 8,4% menos carga por peso em agosto, comparado com um ano antes.

Além de tudo isso, a China teve o verão mais quente de sua história. A seca e o calor provocaram falta de energia em algumas áreas, reduziram a produção em julho e agosto e prejudicaram colheitas.

Fonte: Bloomberg News
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 15/09/2022

 

Entrevista com Jorge Oliveira: Indústria do aço se prepara para economia de baixo carbono

 

A indústria do aço também está comprometida com a descarbonização da economia e a mitigação dos impactos causados pelas mudanças climáticas. Para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, em sintonia com as metas estabelecidas no Acordo de Paris, o Grupo ArcelorMittal vem trabalhando na melhoria dos processos existentes e, após 2030, planeja empregar tecnologias disruptivas.

“Entre as iniciativas a serem desenvolvidas e implementadas pelas unidades da ArcelorMittal no Brasil estão o aumento do uso de sucata como matéria-prima, a utilização de gás natural e a otimização do uso do carvão vegetal nas unidades, além da melhoria da eficiência energética dos processos”, explica Jorge Oliveira, CEO da empresa na América Latina.

Ele destaca que a preocupação com a sustentabilidade impacta o setor não apenas na forma de produzir aço, mas também na necessidade de se adaptar aos eventos climáticos extremos, e que os desafios globais apresentados na COP26, em Glasgow, aumentaram as expectativas sobre empresas e governos. Segundo o executivo, na Europa, a transição da siderurgia para tecnologias que causem menos emissão de carbono exigirá dez vezes mais eletricidade do que é utilizado hoje.

O executivo participou do encontro Estratégia da Indústria para uma Economia de Baixo Carbono, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em painel sobre neutralidade climática. Na entrevista a seguir, ele fala sobre as iniciativas da empresa rumo a um futuro sustentável.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA - Como as mudanças climáticas impactam os negócios da ArcelorMittal?

JORGE OLIVEIRA - A ArcelorMittal entende que uma economia global de baixo carbono e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas são fundamentais para um futuro sustentável. Os desafios globais apresentados na COP26, em Glasgow, no ano passado, aumentaram ainda mais as expectativas sobre empresas e governos para demonstrarem maior ambição na transição para neutralidade de carbono e para acelerar o processo.

Estima-se que para fazer a transição da siderurgia na Europa usando uma rota de menor intensidade de emissão, por exemplo, será necessário dez vezes mais eletricidade do que é utilizado hoje – e tudo isso precisa ser verde. O IPCC estimou que, para limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 a 2,0°C até 2100, serão necessárias reduções globais das emissões de CO2 de 25% a 45% até 2030. Caso contrário, as emissões precisarão ser substancialmente reduzidas posteriormente para compensar um possível início mais lento no caminho para a neutralidade de carbono, o que teria provavelmente custo mais alto.

O cenário de baixo carbono impactará a indústria do aço na medida em que serão necessárias não só a mudança na forma de se fazer aço como a adaptação a eventos climáticos extremos, que serão cada vez mais comuns. No Grupo ArcelorMittal, estamos maximizando o uso de tecnologias de baixo carbono e desenvolvendo tecnologias de ruptura para uso num futuro próximo.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA- De que maneira sua empresa vem se preparando para uma economia de baixo carbono?

JORGE OLIVEIRA - A empresa está comprometida em liderar a descarbonização na indústria do aço. Globalmente, o Grupo ArcelorMittal foi pioneiro no setor ao lançar a meta de ser carbono neutro até 2050.

O Grupo já investiu de cerca de 300 milhões de euros no desenvolvimento de tecnologias de carbono neutro pelos seus Centros de Pesquisa & Desenvolvimento até o momento. Também deverá investir cerca de 10 bilhões de dólares até 2030.

Entre as iniciativas a serem desenvolvidas e implementadas pelas unidades da ArcelorMittal no Brasil estão o aumento do uso de sucata como matéria-prima, a utilização de gás natural e a otimização do uso do carvão vegetal nas unidades, além da melhoria da eficiência energética dos processos.

Até 2030, a empresa trabalhará com melhoria dos processos existentes e, depois disso, empregará tecnologias disruptivas, que tornarão a ArcelorMittal carbono neutro até 2050. 

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA - Como sua empresa avalia a condução desse tema pelo Brasil e pela comunidade internacional?

JORGE OLIVEIRA - A ArcelorMittal apoia e avalia que os debates e ações na área estão evoluindo no Brasil e no mundo. Recentes avanços no Brasil com vistas ao estabelecimento de um Mercado de Carbono foram estabelecidos, e entendemos que qualquer ação nesse sentido deva ser em prol de facilitar os processos de mitigação sem o comprometimento da competitividade do setor.

O Brasil possui vários diferenciais que favorecem uma migração para uma economia de baixo carbono: matriz elétrica 85% renovável, geografia favorável à produção de energia eólica e solar e uso de biomassa renovável.

O Brasil possui sua parcela de contribuição (cerca de 2,9% das emissões globais) e está se movimento por meio de compromissos assumidos perante a comunidade internacional para reduzir em 50% as suas emissões absolutas até 2030 e ser um país neutro em carbono até 2050. Metas que consideramos ousadas e em consonância com o Acordo de Paris.

Fonte: CNI
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 15/09/2022