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Brasil tem de fazer escolha na questão do aço, dizem economistas

Medidas como processos antidumping e salvaguardas a importações é uma escolha política de governo. Tem de ver se vale a pena proteger setores industriais, caso do aço, ou se é melhor incentivar iniciativas de ganho de competitividade industrial. Os EUA escolheram proteger os fabricantes de aço ao editar, em 2018, a seção 232.

Proteger por quê, questiona Lia Valls Pereira, pesquisadora associada do Ibre/FGV e senior fellow do CEBRE. “Talvez a indústria brasileira não seja tão competitiva e sempre vai pedir proteção”, afirma. Ela avalia que, de fato, a China se tornou uma potência, com economia de escala, criando mais oferta e baixando preços, se tornando alvo de dezenas de investigações de comércio desleal no mundo.

Na sua visão, o país não pode tomar decisão pontual. “Seria melhor ter medidas de caráter temporário do que recorrer a aumento de tarifas. Abre espaço para outros setores pedirem as mesmas medidas”, afirma. Em essência, diz, redução de tarifa é para baratear custo de produção, mas qual seria o efeito sobre emprego?.

Para Pereira, talvez a indústria brasileira tenha de ter redes de proteção, como nos EUA, para mitigar impactos na competição, mas isso tem de ser feito de uma forma mais ampla. “Não vamos resolver o problema interno abrindo um flanco com a China”.

Lívio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e também pesquisador associado da FGV/Ibre, observa que, por várias razões, é um momento delicado para a siderurgia global, e que o setor busca proteção ao invés de políticas que melhorem sua competitividade. Reconhece, porém, que isso não ocorre da noite para dia. “Proteção é política vertical, do interesse do setor”.

Ribeiro admite o impacto que ocorre da competição chinesa há vários anos, com excesso de oferta desviado para outros mercados. Diz que a consolidação de siderúrgicas no país desde 2018 tornou as empresas mais robustas. Em contrapartida, ganharam competitividade e passaram a ofertar produtos a preços mais baixos. “O Brasil, com rara exceção, não tem uma indústria do aço tão integrada verticalmente, desde os insumos”.

Para ele, medidas de proteção não resolvem o problema de competitividade. Isso tem de vir atacando o custo Brasil, arcabouço de custos logísticos, simplificação tributária, segurança energética. Políticas horizontais. “Tudo que gera ambiente de negócios, mas leva tempo e é política de Estado”.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 21/08/2023

Vendas da AVB crescem na contramão do setor

Sem alarde, a Aço Verde do Brasil vem ocupando espaço no mercado brasileiro de aços longos mesmo em meio à retração de demanda. Enquanto as grandes produtoras estão penando com a queda nas vendas, a companhia, situada em Açailândia (MA) registrou crescimento de 11,3% no segundo trimestre. O mercado, como um todo, caiu cerca de 10%.

A AVB é a mais novas e menor siderúrgicas do país e passou a competir no mercado de aços laminados longos, com vergalhões e fio-máquina, em 2018. No semestre, cresceu 14,5%. Destacando a retomada das atividades na construção civil - mais lançamentos de empreendimentos imobiliários - a empresa informou que suas vendas, entre abril e junho, subiram 12,5% ante o primeiro trimestre deste ano.

“Batemos novo recorde, com vendas de 100,3 mil toneladas no trimestre passado, fruto de resiliência operacional da empresa”, disse Gustavo Bcheche, diretor financeiro e de RI. A empresa é de capital fechado, mas reporta demonstrações financeiras trimestrais como se fosse aberta. Faz isso porque lançou Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

A empresa é comandada por Silvia Nascimento, uma das acionistas do grupo Ferroeste, que é o controlador da siderúrgica.

A fabricante de vergalhões e fio-máquina compete com so pesos-pesados do setor Gerdau e ArcelorMittal, com a mexicana Simec e com a Sinobras (Grupo Aço Cearense), que tem usina no Pará.

Bcheche diz que a empresa segue seu plano estratégico de ampliar a ocupação de capacidade de instalações da usina. A siderúrgica está apta a fazer 600 mil toneladas de produtos laminados ao ano - deve passar de 400 mil toneladas em 2023 e almeja chegar a 500 mil no próximo ano.

A siderúrgica opera com dois altos-fornos, que processam minério de ferro, comprado da Vale, e biocarbono (carvão vegetal obtido de florestas próprias) para produção do ferro-gusa. Esse produto abastece a aciaria, onde é refinado com mistura de sucata de ferro e aço (de 20 a 25%).

“Nosso foco é transformar os tarugos que saem da aciaria em material laminado, de maior valor agregado para atender clientes de diversas partes do país. Com a ampliação do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida no Nordeste, estaremos prontos para fornecer aço aos construtores e incorporadores da região”, afirma o executivo.

No segundo trimestre, a AVB também sofreu queda de receita, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado e na última linha do balanço, da mesma forma que outras siderúrgicas do país.

A receita líquida, de R$ 446 milhões, teve recuo de 25,8% na comparação anual, porém aumento de 11,7% frente ao desempenho de janeiro a março O lucro líquido alcançou de R$ 108 milhões, com uma margem líquida de 24,2%, considerada de bom termo no negócio de siderurgia. O resultado foi 49,1% inferior, tendo também crescido ante o primeiro trimestre (+35,8%).

O Ebitda ajustado foi de R$ 145 milhões (com margem de 32,5%) e sofreu baque anual de 48,2%, porém com crescimento de 15% frete ao primeiro trimestre.

A alavancagem financeira da AVB é vista como tranquila, de 0,8 vez na relação Dívida Líquida sobre Ebitda. Fechou o trimestre com caixa de R$ 720 milhões, ante dívida total de R$ 1,22 bilhão. A alta do caixa, explica, se deve ao aumento do fluxo de caixa operacional, somando uma captação de R$ 260 milhões em Cédula do Produtor Rural (CPR).

“A empresa mostrou performance operacional e disciplina financeira”, disse Bcheche, ressaltando que a AVB obteve a elevação do rating de crédito corporativo de ‘brAA-‘ para ‘brAA’, com perspectiva estável, da agência de rating S&P Global Ratings.

Os investimentos somaram R$ 84,5 milhões, alocados principalmente numa planta de gás (para garantir o aumento da produção de aço em 2024) e na unidade de fabricação de briquetes (para recuperar resíduos do processo siderúrgico - finos de minério de ferro e de biocarbono). “Vão substituir 20% da matéria-prima”.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/08/2023

Minério de ferro sobe forte e alcança máxima de mais de três semanas com esperanças renovadas de medidas da China

Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian subiram ao nível mais alto em mais de três semanas nesta quinta-feira, estendendo os ganhos para uma sexta sessão, sustentados por esperanças renovadas de mais medidas de apoio da China, após uma reunião de gabinete e fundamentos de mercado relativamente bons para o momento.

Os formuladores de políticas disseram na quarta-feira que a China continuará a introduzir medidas para impulsionar o consumo e promover o investimento, após problemas econômicos crescentes com uma crise imobiliária prolongada, pressão deflacionária e crescimento mais lento nas vendas no varejo e na produção industrial.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia em alta de 4,34%, para 768,5 iuanes (105,15 dólares) a tonelada, a maior cotação desde 26 de julho.

O contrato de referência do ingrediente siderúrgico para setembro na Bolsa de Cingapura subiu 4,9%, para 105,75 dólares a tonelada, o maior nível desde 1º de agosto.

O iuan enfraquecido, a grande diferença entre os preços spot e futuros e os altos níveis remanescentes da produção de gusa dão suporte aos preços do minério de ferro, disseram analistas da Soochow Futures.

Outros ingredientes siderúrgicos, como carvão de coque e coque em Dalian, subiram 1,45% e 1,41%, respectivamente.

A Analysys, no entanto, alertou que a perspectiva sombria da demanda em meio ao setor imobiliário em dificuldades e as iminentes restrições à produção de aço continuaram a atuar como ventos contrários para os ingredientes siderúrgicos.

Algumas siderúrgicas na província de Jiangsu, no leste da China, começaram a cortar a produção, com uma meta de reduzir a produção entre 20% e 30% com base na média do primeiro semestre do ano, disseram analistas da consultoria Mysteel.

Fonte: Infomoney
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 17/08/2023

China faz o maior corte de juros desde o auge da pandemia. Analistas explicam a crise no país

Quando a China flexibilizou as restrições contra a Covid-19 no fim do ano passado, muitos analistas, investidores e empresários esperavam que a economia apresentasse um crescimento rápido e robusto. Afinal, o "consumo de vingança" pós quarentenas tinha sido a tônica da reação de várias economias pelo planeta.

Mas, no país onde os lockdowns foram os mais longos e rigorosos do mundo, os consumidores seguiram apáticos. E, no sinal mais eloquente de preocupação das autoridades com o fraco desempenho da economia, o banco central chinês fez nesta terça-feira o maior corte na taxa básica de juros do país desde o auge da pandemia.

Os juros para os empréstimos de um ano, referência no mercado local, foram cortados em 0,15 ponto percentual, para 2,5% ao ano, numa decisão que surpreendeu os analistas.

E os problemas econômicos da China não se restringem ao pouco apetite por consumo da população. As exportações estão em queda, o mercado imobiliário vive uma crise profunda, os investimentos estrangeiros permanecem estagnados e o desemprego entre os jovens continua alto.

Também nesta terça-feira, o governo chinês suspendeu a divulgação de dados sobre o desemprego juvenil alegando que as estatísticas eram complexas, o que levantou temores entre os analistas sobre a falta de transparência de Pequim em relação a seus indicadores econômicos.

Em junho, a taxa de desemprego para os chineses entre 16 e 24 anos alcançou 21,3%. O dado de julho, que deveria ter sido conhecido nesta terça-feira, não foi divulgado.

Diferentemente do que ocorreu em outros países, como Estados Unidos e Brasil, onde a forte inflação do pós-pandemia obrigou os bancos centrais a elevarem os juros, a China chegou a registrar deflação. Puxado por alimentos, o índice de preços ao consumidor caiu 0,3% em julho na comparação anual, o primeiro recuo desde fevereiro de 2021.

Já os preços ao produtor tiveram queda de 4,4% no mês passado em relação a julho de 2022 — o décimo recuo consecutivo. A demanda fraca forçou fábricas e empresas a reduzirem os preços.

Embora a queda dos preços na China possa ajudar a arrefecer a inflação global, o movimento demonstra uma fraca demanda interna, o que adiciona receios para a economia mundial e para países com fortes relações comerciais com Pequim.

Retomada lenta

A sócia da assessoria Vallya e especialista em China, Larissa Wachholz, observa que a maior parte da população chinesa era cética quanto à possibilidade de uma retomada veloz:

— A confiança das famílias é um elemento importante, principalmente pensando na transição de modelo econômico que a China tenta fazer, que é passar de uma economia que exporta e investe em infraestrutura para uma economia que dependa cada vez mais do mercado doméstico e da capacidade de consumo.

A economista-chefe para Ásia-Pacífico da consultoria Natixis, Alicia Garcia Herrero, também destaca a falta de confiança como um dos motivos para o consumo interno estar abaixo do esperado:

— Além disso, o crescimento estagnado da renda disponível e o alto desemprego juvenil deixa todos mais conservadores. Eles sabem que sua renda pode não crescer mais tão rápido.

O desemprego entre os jovens atingiu 21,3% em junho.

Impactos para o Brasil

 

Por aqui, o maior impacto deve ser na exportação de commodities metálicas. Os preços do minério de ferro têm patinado no mercado internacional, rondando os US$ 100 por tonelada nos últimos meses. Na B3, as ações da Vale, que têm exposição à China, acumulam queda acima de 20% no ano.

— Nossas exportações para a China, para o bem e para o mal, são de produtos primários, que tendem a ser mais resilientes. Mas acredito que é importante para o Brasil que a China consiga fazer essa transição de modelo econômico. Se eles tiverem sucesso nessa política, o Brasil vai conseguir agregar valor a seus produtos e inserir novos itens na pauta (de exportações). Se essa transição demorar ou não ocorrer, seria uma janela de oportunidade perdida para nós — diz Larissa.

O analista de commodities do Itaú BBA, Daniel Sasson, espera que os níveis do preço do minério permaneçam em torno de US$ 100 por tonelada até o fim do ano. Não é uma cotação baixa, , diz, mas é bem inferior aos patamares dos últimos anos, quando a commodity ultrapassou os US$ 200:

— Esse preço de minério de ferro mais baixo faz com que a geração de caixa seja menor. Portanto, o pagamento de impostos à União e o retorno de dinheiro aos acionistas será mais baixo.

Louise Loo, economista especializada em China da Oxford Economics, destaca que o atual desempenho da economia chinesa pode ser atribuído ao estímulo contido da demanda durante a pandemia, aos anos de aperto regulatório às empresas privadas e a uma correção do setor imobiliário, que tem forte peso no PIB.

Ela observa ainda que uma economia global em desaceleração, como resultado do aperto monetário para conter a inflação, vai reduzir a demanda por produtos chineses.

O valor total das exportações chinesas caiu 14,5% em julho, na comparação anual, a maior queda desde fevereiro de 2020. Já as importações cederam 12,4%, segundo dados da administração alfandegária do país divulgados na semana passada.

Quanto à demanda interna, Louise lembra que, se em outros países o consumo explodiu no pós-pandemia, na China os consumidores se mantiveram conservadores.

Nova crise imobiliária?

O setor imobiliário vem dando sinais de fraqueza desde o início do ano. O início de novas construções caiu 24,3% em relação ao ano anterior em junho. Pesa ainda o temor de inadimplência da Country Garden Holdings, a maior incorporadora da China em vendas. Na semana passada, ela deixou de honrar o vencimento de alguns títulos. Ontem, suas ações desabaram 18%.

— Um fator-chave que impulsiona a economia da China é o mercado imobiliário, e a desaceleração contínua no setor continua sendo um grande fardo para a economia. Para estabilizar a economia, é fundamental estabilizar o mercado imobiliário — disse a economista do Julius Baer, Sophie Altermatt.

Segundo Sasson, do Itaú BBA, nem o anúncio recente de medidas de incentivo deu ânimo ao mercado:

— O consumidor se questiona se vale a pena comprar agora se daqui a três meses ele pode comprar por um valor mais baixo. A questão talvez não seja muito o crédito, mas sim o desconforto da população com renda e emprego.

Previsões menores

As empresas, por sua vez, hesitam em aumentar a produção ou os investimentos. O diretor assistente e economista da Moody’s Analytics, Harry Murphy Cruise, ressalta que elas têm na memória os repetidos lockdowns de 2022 e as súbitas mudanças na política econômica. Por isso, diz, muitas adotam a postura de “esperar para ver”.

Com a sequência de números abaixo do esperado, crescem as expectativas com novas políticas de estímulo. O governo já reduziu os juros, e órgão estatais têm adotado medidas pontuais de estímulo ao mercado privado e ao consumo, mas o resultado ficou aquém do esperado.

— As autoridades ainda estão muito focadas no “crescimento de alta qualidade”, o que significa que qualquer retorno a fortes estímulos é improvável. As medidas anunciadas até agora, no entanto, são principalmente do lado da oferta. Resta saber se isso aumentará a demanda do consumidor de forma significativa — disse Louise, da Oxford Economics, que prevê crescimento de 5,1% este ano.

No segundo trimestre, a alta foi de 6,3%, abaixo das projeções de 7,3%. Com isso, bancos como o JPMorgan, Citi e Morgan Stanley reduziram suas estimativas para o PIB no ano. Agora, parte dos analistas avalia que a China apenas atingirá a meta do governo, de crescimento de 5% — pouco para um país habituado a taxas de expansão de dois dígitos.

— Quando as autoridades anunciaram a meta no início deste ano, presumimos que a estratégia era prometer pouco e entregar demais. Agora, existe o risco de que 2023 seja uma história de promessas demais e entregas insuficientes — diz Cruise, da Moody’s Analytics, que reduziu sua projeção de 5,4% para 5,1%

Fonte: O Globo
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 16/08/2023

Minério de ferro é carro-chefe da mineração de Mato Grosso do Sul e do Brasil

O minério de ferro foi destaque da produção minerária do Brasil e de Mato Grosso do Sul. No País, o produto, que manteve a liderança nacional na produção mineral, com um valor de R$ 153,5 bilhões, detém 61% do valor total da PMB (Produção Mineral do Brasil). Consequentemente, os produtores nacionais de minério de ferro também se colocam em evidência no ranking das maiores empresas do setor mineral do Brasil.

Na lista das 200 maiores Empresas de Mineração do Brasil, para recolhimento da CFEM (Contribuição Financeira por Extração Mineral), constam 33 mineradoras produtoras de minério de ferro. A Vale lidera entre os produtores nacionais, com valor declarado de produção de R$ 115,2 bilhões, junto com a Mineração Brasileira Reunidas (do mesmo Grupo Empresarial da Vale). Juntas, elas representam 46,1% do valor total da PMB em 2022.

Nesta relação está Mato Grosso do Sul com a Empresa MCR- Mineração Corumbaense Reunida S.A ( J&F Mineração), na 8ª colocação nacional, e a 18ª no ranking geral da mineração, com duas minas em Corumbá, com extração de minério de alto teor, gerando um valor de produção de R$ 1.517.893.310,90, (0,60% do PMB Nacional), e gerando de CFEM R$ 49.448.928,11, que é dividido entre municípios, Estado e União.

Ainda no município de Corumbá, a Vetria ocupa a 17ª colocação no ranking da mineração de ferro e aparece na 48ª no ranking geral, com extração do minério de ferro com três minas em operação, com R$ 400.321.205,62, que representa 0,160% do PMB, e recolhimento aos cofres públicos de CFEM R$ 12.963.506,83.

Segundo o secretário da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, esses números tendem a crescer no próximo ano. “Temos a mineradora MCR (J&F) que vai aumentar dos atuais 4,5 milhões, para 7 milhões até o final deste ano, e para o ano de 2024, 12 milhões de toneladas. Além disso estão fora desta lista as empresas MPP Mineração e a 3ª Mining, que já estão explorando com GU (Guia de Utilização), e que estão aguardando as Portarias de Lavra, concedidas pelo Ministério de Minas e Energia, para aumentarem a extração anual”, esclareceu.

Empregos

O município de Corumbá, com essas empresas minerarias trabalhando em 24 horas por dia, aumentou a oferta de trabalho na mineração. A MCR Mineração (J&F Mineração) tinha 600 funcionários e já contratou mais 1.000 trabalhadores este ano. Até o final de 2022, deverão ser mais 700 vagas abertas, informou o coordenador da Mineração da Semadesc e presidente do Ceter-MS (Conselho Estadual do Trabalho do MS), Eduardo Pereira.

Fonte: Jornal Dia Dia
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 16/08/2023

Brasil deve produzir 32 milhões de toneladas de aço em 2023

A piora dos resultados da indústria do aço no segundo trimestre de 2023 em relação aos três meses anteriores, aliada às incertezas sobre a retomada do crescimento no curto prazo, levou o Instituto Aço Brasil a revisar para baixo suas previsões de produção, vendas internas e consumo aparente do setor para 2023.

De acordo com as novas projeções, a produção de aço bruto neste ano deverá fechar em 32,388 milhões de toneladas, queda de 5,0% em relação a 2022. As vendas internas devem atingir 19,116 milhões de toneladas, com redução de 6,0% ante o ano passado. Já o consumo aparente (vendas internas mais importações por Distribuidores e Consumidores) deve chegar a 22,912 milhões de toneladas, recuo de 2,6% na mesma comparação. As exportações devem cair 0,3%, para 11,903 milhões de toneladas, e importações devem crescer 25,6%, para 4,209 milhões de toneladas.

Em abril, o Aço Brasil havia divulgado, para 2023, a previsão de alta de 2,0% na produção de aço bruto; queda de 0,7% nas vendas internas; alta de 7,6% nas exportações e de 2,5% nas importações; e queda de 1,0% no consumo aparente. A recente projeção de piora se justifica pela dificuldade na retomada de crescimento dos principais setores consumidores do aço – automobilístico, bens de capital e construção civil, que respondem por 82,5% da demanda.

Nos primeiros seis meses do ano, frente a igual período de 2022, a produção de aço bruto caiu 8,9%, para 15,972 milhões de toneladas; as vendas internas encolheram 5,7%, para 9,626 milhões de toneladas; as exportações recuaram 4,2%, para 6,315 milhões de toneladas, e as importações cresceram 43,2%, tendo atingido 2,208 milhões de toneladas. Ainda na mesma comparação, o consumo aparente recuou 1,6%, para 11,557 milhões de toneladas.

O Aço Brasil também prevê queda no consumo per capita de produtos siderúrgicos no Brasil este ano, de 108,6 quilos para 105,9 quilos por habitante. O país tem um dos piores desempenhos entre países emergentes desde 1980, quando registrava consumo per capita de 100,6 quilos. Entre 1980 e 2022, a média mundial cresceu 74%, para 223,5 quilos. No período, na China, o indicador cresceu 1.918%, para 645,8 quilos; na índia, 539%, para 81,1 quilos; no Chile, 118%, para 114,4 quilos; e, no México, 69%, para 194,8 quilos.

“As preocupações no cenário que, em abril, impediram o Aço Brasil de ter uma perspectiva otimista para o ano acentuaram-se nos últimos três meses. A necessidade de avanços na agenda de competitividade do país se torna cada vez mais urgente, de forma a trazer a indústria do aço para um ciclo de crescimento sustentado. Vale lembrar que o desempenho do aço é indicador antecedente do PIB (Produto Interno Bruto)”, diz Marco Polo de Mello Lopes, Presidente Executivo do Instituto Aço brasil.

“Em que pese o desempenho da indústria do aço, o setor mantém firme a previsão de investimentos, da ordem de US$ 2,5 bilhões de dólares por ano. Além disso, a indústria do aço segue trabalhando na sua agenda de prioridades, com foco na retomada do crescimento econômico, da recuperação da competitividade sistêmica da indústria e na transição energética e descarbonização”, diz Jefferson De Paula, presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM.

Projeções
Para 2024, o Aço Brasil manteve a previsão de crescimento de 3% ante o desempenho de 2023.

ICIA
Em julho, o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) atingiu 44,1 pontos. Desde outubro de 2022 o indicador permanece abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que caracteriza a persistência de falta de confiança dos CEOs da indústria do aço em relação ao desempenho atual e sobre as expectativas para os próximos seis meses.

Fonte: ABM Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 14/08/2023