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Novos casos de Covid na China podem agravar crise no transporte marítimo

O lockdown adotado em mais de 10 cidades da China na semana passada após o novo surto de Covid-19, pode agravar a crise do transporte marítimo de produtos exportados, além de manter o alto valor do frete, apontam especialistas do setor.

Desde o ano passado, os produtores enfrentam a falta de contêineres e atrasos nos prazos de exportação e importação devido à alta demanda de mercadorias no retorno das atividades comerciais, até então paralisadas com a pandemia de Covid.

No agro brasileiro, os setores de algodão e carne registraram perdas devido à demora dos envios.

O preço do frete passou de US$ 2 mil para US$ 10 mil por cada contêiner, no caso da rota para o Brasil, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de julho de 2021.

A expectativa era de que o cenário melhorasse em 2022. Porém, as novas restrições na China irão adiar o alívio esperado, afirma Wagner Rodrigo Cruz de Souza, diretor executivo da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC),

"Com a restrição nos portos da China por conta da Covid, além do clima com a guerra na Ucrânia, logo terá congestionamento de cargas, atrasos e o frete não terá como ficar menor. Se o fluxo não tiver normal, não tem como diminuir o frete", afirmou.

Os maiores problemas de logística no transporte marítimo devem ser registrados em Shenzhen, cidade chinesa que tem um dos portos mais movimentados e é sede empresas de tecnologia.

"A situação é complexa e grave, já que o setor logístico vem sofrendo com falta de contêineres e embarcações. Se um navio é cancelado, ele tem que ir para outro porto e isso vai acumulando e criando congestionamento. O lockdown certamente vai criar o efeito cascata", explica Leandro Barreto, que é sócio-diretor da Solve Shipping Intelligence, consultoria de logística e comércio exterior.

"Aumentarão os congestionamentos, haverá terminais portuários com dificuldade de retirar a carga, como as dos setores do agronegócio, e também de enviar para exportação", ressalta.

Frete – Já em relação ao preço do frete, Barreto acredita que os valores ficarão altos, mas não devem crescer como ocorreu no auge da pandemia.

"O preço aumentou muito entre 2020 e 2021, indo de US$ 2 mil para quase US$ 15 mil cada contêiner entre China e Brasil. Em janeiro deste ano um novo operador entrou na rota reduzindo o frete para cerca de US$ 6 mil. Mas, com o lockdown, não temos mais perspectiva de que essa queda continue. Já tirou todas as esperanças de melhora este ano".

"O mundo todo está com inflação e ainda há reflexo da pandemia no transporte internacional de cargas. Por isso, os exportadores de madeira, açúcar, carne e algodão poderão ser afetados”, explica.

Fonte: G1
Seção: Naval & Portuário
Publicação: 24/03/2022

 

Presença maior da China deve favorecer malha portuária no norte do Brasil, dizem empresários

A ampliação do espaço da China na economia do Brasil deve acelerar a expansão da malha portuária no norte do Brasil, afirmaram empresários do setor nesta quarta (23), no Congresso Consad de Gestão Pública, em Brasília.

O evento, promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração, tem como um de seus apoiadores a Folha e começou nesta terça-feira (22). Com mesas sobre o protagonismo feminino e os desafios de empreender no setor público, vai até esta quinta-feira (24).

O debate sobre o PNL (Plano Nacional de Logística) foi mediado pela repórter especial da Folha Alexa Salomão e contou com Camillo Fraga, diretor do Grupo Houer, e Arthur Lima, diretor-presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística).

Na mesa, os empresários falaram sobre projetos que têm liderado. Lima, por exemplo, espera fechar um contrato com o porto de Santana, porto público no Amapá. Fraga destacou a modelagem de uma rodovia para o estado do Pará, a PA-150.

"Reduzir custo de transporte impacta a vida de todo mundo", diz Fraga, e o modelo de concessões pode ser usado também em serviços sociais –como uma maternidade que a empresa tem em seu portfólio.

"As concessões vieram para ficar", diz Lima.

Fonte: Folha de São Paulo
Seção: Naval & Portuário
Publicação: 24/03/2022

Rússia destrói grande parte da usina metalúrgica de Azovstal, dizem autoridades

O Exército da Rússia destruiu quase completamente a usina metalúrgica de Azovstal, em Mariupol, no sul da Ucrânia, uma das maiores da Europa. As informações são do Ministério do Interior ucraniano, de acordo com o que foi noticiado pela EFE.

"Segundo o que sabemos, perdemos esse gigante econômico. Uma das usinas metalúrgicas da Europa foi sistematicamente destruída", disse o ministro do Interior, Vadym Denysenko. "É imaginável que (o presidente russo, Vladimir) Putin tenha dado pessoalmente a ordem para destruir toda a cidade. O objetivo de Putin não é desmilitarizar a Ucrânia, mas desindustrializá-la. Teremos que reconstruir as nossas usinas nas próximas décadas", acrescentou o ministro.

Entre os bombardeios na cidade de Mariupol, destacam-se os ataques russos a um hospital com UTI e ao Teatro Drama com cidadãos abrigados, segundo alegaram as autoridades ucranianas, o que levanta a possibilidade de crimes de guerra cometidos pelo exército russo.

A Rússia intensificou neste sábado, 19, a ofensiva na Ucrânia e diz ter usado, pela primeira vez, mísseis hipersônicos Kinzhal. O ataque, de acordo com a agência estatal Ria Novosti, teve o propósito de destruir um local de armazenamento de armas no oeste da Ucrânia. De acordo com o jornal The New York Times, um porta-voz do exército ucraniano confirmou o ataque ao depósito, mas não o tipo de míssil usado.

Postado em 19/03/2022
Correio Braziliense
Seção :  Mundo 

Aço: vendas internas crescem 8,5% em fevereiro, para 1,5 milhão/ton

O consumo aparente de produtos siderúrgicos também aumentou no mês de fevereiro.

As vendas internas de aço cresceram 8,5% em fevereiro de 2022 em relação a janeiro, atingindo 1,5 milhão de toneladas, informa o Instituto Aço Brasil. O consumo aparente de produtos siderúrgicos também aumentou no mês de fevereiro chegando a 1,8 milhão de toneladas, alta de 6,4% em comparação ao mês anterior.

A diretora de Comunicação e Relações Institucionais do Aço Brasil, Débora Oliveira, diz que esses dados, assim como no mês anterior, consolidam a interrupção das quedas nas vendas ao mercado interno. As quedas desde julho do ano passado vinham ocorrendo devido ao processo de estocagem que ocorreu nos setores consumidores ao longo de todo o ano de 2020 e grande parte de 2021.

Em fevereiro, a produção brasileira de aço bruto foi de 2,7 milhões de toneladas, representando queda de 7,2% frente ao apurado no mês de janeiro de 2022, mas é preciso levar em consideração que fevereiro é um mês com menos dias úteis.

Guerra
Segundo Débora, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, a indústria, não só no Brasil como no mundo inteiro, vem sendo pressionada pela alta de custos de matérias-primas e insumos energéticos. Ela diz que economicamente, a guerra vem afetando toda logística global, aumentando o preço do frete marítimo, e causando efeitos negativos em toda a cadeia de suprimentos.

“No caso da indústria do aço, matérias-primas específicas como carvão mineral, gás natural e níquel vem sofrendo expressiva elevação de preço”, comenta ela em vídeo divulgado pelo Instituto Aço Brasil.

O Aço Brasil está divulgando hoje também o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) de março/22, que apresenta crescimento de 2,1 pontos frente ao mês anterior, para 51,1 pontos. Com esse movimento, o indicador volta a se posicionar acima da linha divisória de 50 pontos, o que indica confiança dos CEOs da indústria do aço.

Fonte: Estadão  18/03/2022, 16:10 ( atualizada: 18/03/2022, 16:09 )
Seção: Investidor




Exportação de sucata ferrosa cresce em fevereiro; guerra deve elevar preços no País

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, somaram 31,191 mil toneladas em fevereiro, queda de 18% em relação às vendas externas de janeiro (38,203 mil toneladas), mas alta de 32% em comparação com os números de fevereiro de 2021, quando atingiram 23,636 mil toneladas.

No acumulado de janeiro e fevereiro, as exportações chegaram a 70,395 mil toneladas neste ano, ante 42,637 mil toneladas nos primeiros dois meses de 2021, um aumento de 65%, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia (Secex).

Segundo o presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), Clineu Alvarenga, o conflito na Ucrânia já está afetando os preços da sucata metálica no mercado internacional. "Nos primeiros quinze dias de março, os preços no Brasil se mantiveram estáveis, mas o viés é de alta até o final do mês e em abril", afirma.

Alvarenga lembra que a paralisação de uma das maiores usinas de aço da Ucrânia em função da guerra, a Kryvyi Rih, controlada pela ArcelorMittal, está tendo reflexos em todo o setor, com alta forte de matérias-primas como minério de ferro, ferro gusa e sucata.

A siderúrgica ucraniana produz mais de 6 milhões de toneladas de aço bruto por ano, 5 milhões de toneladas de produtos laminados e 5,5 milhões de toneladas de metal quente. A empresa também possui minas de minério de ferro com produção de cerca de 24,5 milhões de toneladas por ano.

Conforme fontes consultadas pela S&P Global Platts, "os recicladores e compradores do mercado brasileiro de sucata ferrosa registraram estabilidade de preços na primeira quinzena de março". Essas fontes temem, porém, que o cenário possa mudar, em função dos desdobramentos na invasão da Ucrânia pela Rússia.

Fonte: Terra
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/03/2022

 

Indústrias operam em 68% de sua capacidade em fevereiro

A Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) aumentou 1 ponto percentual em fevereiro de 2022, para 68%, em relação a janeiro. Com isso, o percentual passa a situar-se exatamente no valor da média para os meses de fevereiro. A UCI é inferior ao registrado no mesmo mês do ano passando, mas naquele período a indústria vinha de alguns meses de atividade excepcionalmente alta, por conta da recuperação após os meses de paralisação gerados pela pandemia.

Já a produção e o emprego seguem em queda. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que a queda na produção e no emprego é típica para o início do ano.

O índice de evolução da produção ficou em 47,9 pontos, resultado que está abaixo da linha divisória de 50 pontos, que separa a queda e o crescimento da produção. Mesmo assim, o indicador subiu 4,8 pontos em relação a janeiro, em uma mostra de que a queda foi menos intensa e menos disseminada.

A pesquisa mostra que o emprego industrial também caiu. O índice de evolução do número de empregados foi 49,2 pontos, resultado abaixo da linha divisória pelo terceiro mês consecutivo. “É importante observar que o índice vem se aproximando da linha divisória de 50 pontos, o que revela que a queda no emprego está se tornando menor e menos disseminada entre as empresas”, explica Marcelo.

 

Estoques registram pequeno aumento em fevereiro

Os estoques aumentaram em fevereiro de 2022 e permanecem pouco acima do nível planejado. O índice de evolução do nível de estoques registrou 50,5 pontos em fevereiro. Esse valor ficou próximo à linha divisória de 50 pontos, indicando que houve alta moderada dos estoques entre janeiro e fevereiro de 2022. 

O índice do nível de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 50,4 pontos em fevereiro de 2022. O indicador aponta que que o nível de estoque efetivo permanece próximo no nível planejado pelas empresas. Desde outubro de 2021, o índice se mantém próximo dos 50 pontos.

As expectativas seguem otimistas. Os índices de expectativa de demanda, de exportação, de compra de matérias-primas e de número de empregados apresentaram pouca variação na comparação de março com fevereiro. A intenção de investimento apresentou queda, mas permanece relativamente elevada.

Confira a íntegra da pesquisa:

- Sondagem Industrial Fevereiro 2022.pdf (767,7 KB)
Fonte: CNI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 18/03/2022