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Releia: Preços do aço no Brasil em 2025 está sob pressão para queda com aumento das importações

Os preços do aço no Brasil enfrentam uma pressão crescente para queda, segundo análises de especialistas financeiros e economistas. O principal fator por trás dessa tendência é a intensificação das importações de produtos siderúrgicos, especialmente da China, que continuam a aumentar mesmo diante da implementação do sistema de cota-tarifa, vigente desde junho de 2024, destinado a limitar o volume de importações.

De acordo com dados do Instituto Aço Brasil, as importações de produtos siderúrgicos no primeiro quadrimestre de 2025 cresceram 27,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 2,23 milhões de toneladas. O Instituto Nacional de Distribuidores de Aço (Inda) também registrou um aumento significativo: o volume de aço plano importado subiu 31,7%, ultrapassando 1,08 milhão de toneladas.

Pedro Galdi, analista de investimentos da AGF, alerta que o aumento das compras externas continua a pressionar os preços do aço no mercado interno. Ele acredita que as siderúrgicas brasileiras terão pouco espaço para aumentar os preços no curto prazo devido à crescente presença do aço chinês.

Paulino Oliveira, sócio-diretor da Belo Investment Research, compartilha uma visão semelhante. Ele destaca que as fabricantes enfrentam dificuldades para implementar aumentos de preços em meio à forte concorrência do aço importado. No entanto, ele aponta dois fatores que podem contrabalançar essa pressão: o aumento do consumo aparente de aço e a recente renovação da cota-tarifa pelo governo federal.

Até abril deste ano, o consumo aparente de produtos siderúrgicos cresceu 8,4%, conforme relatado pelo Aço Brasil. Embora o mecanismo de defesa comercial estivesse previsto para expirar em maio, ele foi prorrogado por mais um ano a pedido do setor industrial. Oliveira acredita que essa medida ajudará a proteger a indústria nacional ao minimizar a concorrência desleal com os preços chineses e o excesso global de oferta.

Mercado Interno Ajusta Preços

Denis Medina, economista e professor na Faculdade do Comércio, observa que não houve grandes flutuações nos preços do aço no mercado interno; no entanto, há uma pressão constante para reduzi-los. Ele menciona sua experiência em uma revenda de aço e ressalta a necessidade de ajustar os preços para baixo. Como importadores que monitoram os preços internacionais — que têm apresentado leve queda desde janeiro — eles estão se adaptando às novas condições.

Medina também destaca uma alteração recente na sobretaxa antidumping sobre o aço internacional. Este mês, a taxa aplicada aos tubos de aço caiu de 25%, o que significa que os fornecedores poderão adquirir materiais a custos mais baixos. Essa mudança torna as compras externas ainda mais atraentes e já está acelerando as importações.

Impactos das Tarifas dos EUA

Além disso, entre março e maio deste ano, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 25% sobre as importações norte-americanas de aço — incluindo aquelas provenientes do Brasil. Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, observa que essa taxação contribuiu para uma queda nos preços globais do aço devido ao excesso de oferta.

Recentemente, essa sobretaxa foi elevada para 50%, o que pode intensificar ainda mais a pressão sobre os preços no Brasil e no mercado internacional. No entanto, Galdi acredita que essa situação não deve ter um impacto significativo no País. Ele menciona que negociações estão em andamento entre o governo brasileiro e o presidente dos EUA para reverter essa taxação.

O cenário atual revela um complexo panorama para o setor siderúrgico brasileiro: enquanto as importações crescem e pressionam os preços para baixo, medidas protetivas buscam equilibrar a competição desleal e fortalecer a indústria nacional diante das adversidades globais.

Fonte: Cidades & Minerais
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 23/06/2025

 

Importação pressiona preço do aço para baixo no País

Os preços do aço praticados no Brasil continuam sob pressão para queda, de acordo com especialistas da área financeira e economistas. O principal motivo disso é a entrada de produtos siderúrgicos no País, sobretudo da China, que não para de crescer mesmo com o sistema de cota-tarifa que vigora desde junho de 2024 para conter o nível de importação.

Dados do Instituto Aço Brasil apontam que as importações de produtos siderúrgicos subiram 27,5% no primeiro quadrimestre de 2025 em relação a igual período do ano passado, para 2,23 milhões de toneladas. As estatísticas do Instituto Nacional de Distribuidores de Aço (Inda) indicam que o volume de aço plano importado aumentou 31,7% na mesma base de comparação, para mais de 1,08 milhão de toneladas.

O analista de investimentos da AGF, Pedro Galdi, afirma que o crescimento das compras do exterior segue pressionando os preços do aço no País. Por isso, ele enxerga pouco espaço para as siderúrgicas reajustarem para cima os valores no curto prazo.

O sócio-diretor da Belo Investment Research, Paulino Oliveira, faz uma avaliação parecida, dizendo que, dificilmente, as fabricantes conseguirão concretizar aumentos de preços no Brasil com a crescente penetração de aço chinês. Fatores que contrapõem esse cenário, segundo ele, são a elevação do consumo aparente de aço e a renovação da cota-tarifa.

Segundo o Aço Brasil, o consumo aparente de produtos siderúrgicos subiu 8,4% até abril. Sobre a defesa comercial, o mecanismo venceria em maio, entretanto, foi renovado pelo governo federal por mais 12 meses, a pedido do setor. “Essa medida de proteção de alguma forma ajudará a indústria doméstica, reduzindo essa pressão da concorrência com o preço chinês e o excesso de oferta, que não é só no Brasil, mas global”, analisa Oliveira.

Revenda diminui valores

De acordo com o economista e professor da Faculdade do Comércio, Denis Medina, não houve grandes alterações nos preços do aço no mercado interno, mas existe a pressão para a queda dos valores. “Eu trabalho em uma revenda de aço e precisamos ajustar os preços um pouco para baixo”, diz. “Também somos importadores e acompanhamos os preços internacionais, que tiveram uma pequena redução de janeiro para cá”, complementa.

Medina afirma que, somado à queda nos preços globais, o mercado doméstico tende a ser ainda mais pressionado por uma mudança que ocorreu agora em junho. Ele diz que a sobretaxa de importação de aço internacional para o Brasil, chamada antidumping, que estava em 25% para tubos de aço – mercado no qual ele atua –, caiu neste mês. Dessa forma, os fornecedores vão passar a receber os materiais com um custo mais baixo.

O economista ressalta que uma parte considerável do material que é revendido pela empresa na qual trabalha vem do exterior. E com os preços internacionais mais baixos, as compras externas se tornam ainda mais interessantes, portanto, já estão acelerando as importações.

Taxação dos EUA também impacta, mas deve ser revertida

Entre março e maio, vigorou a tarifa de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre as importações norte-americanas de aço, incluindo as que são enviadas pelo Brasil. O economista da Valor Investimentos, Ian Lopes, pontua que os preços do aço caíram, mundialmente, desde então, justamente devido à taxação e ao excesso de oferta global.

Neste mês, a sobretaxa subiu para 50%, o que pode agravar o cenário atual de preços, com o aumento do excesso de oferta de aço no Brasil e no mundo. Contudo, para o analista de investimentos da AGF, essa situação não deve afetar tanto o País. Galdi diz que ainda acontecerão negociações entre o governo brasileiro e o presidente dos EUA, Donald Trump, para reverter a taxação.

Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/06/2025

Brasil pode se posicionar como hub global de aço e alumínio de baixo carbono

O Boston Consulting Group (BCG) divulgou o estudo “Seizing Brazil’s Potential as a Global Hub for Green Industrial Products” durante o Brazil Climate Summit Europe, evento que reúne líderes empresariais e investidores engajados na agenda climática. O levantamento explora o potencial do Brasil para se tornar um centro global na produção de aço e alumínio verdes, impulsionando a descarbonização da indústria e atraindo investimentos significativos.

Segundo a análise, o Brasil é fundamental para um futuro de baixo carbono, podendo desbloquear de US$ 2,66 trilhões a US$ 3 trilhões em investimentos até 2050, aproveitando suas vantagens naturais para ser um protagonista global em soluções de baixo carbono, como energia eólica e solar, hub de hidrogênio verde, agricultura regenerativa, produção de biocombustíveis, restauração de florestas, entre outros.

“O Brasil também possui abundância de recursos naturais (minério de ferro e bauxita, por exemplo, utilizados para fazer aço e alumínio, respectivamente), competitividade na produção de biomassa e uma matriz elétrica renovável, o que reduz as emissões associadas ao consumo de energia na produção industrial. Além disso, a localização estratégica do Brasil no comércio global facilita o acesso aos mercados consumidores importantes e o país tem demonstrado um crescente compromisso com a agenda ambiental, com a implementação de políticas e iniciativas para promover a sustentabilidade e atrair investimentos em projetos verdes”, afirma Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG.

De acordo com a consultoria, para transformar esse potencial em realidade é preciso superar desafios e implementar estratégias ambiciosas, como ampliar a circularidade das cadeias de aço e alumínio, investir em tecnologias inovadoras que minimizem as emissões e criar um ambiente favorável, com políticas claras e incentivos financeiros.

A pesquisa destaca ainda que a transição para uma produção de aço e alumínio verdes no Brasil não beneficiará apenas o país. A União Europeia (UE), por exemplo, poderia reduzir significativamente suas emissões de Escopo 3 ao importar esses materiais de baixo carbono do Brasil ao invés de adquiri-los de países com maior intensidade de emissões. Assim, teria a oportunidade de reduzir até 40 milhões de toneladas (MMt) de dióxido de carbono equivalente (CO2e) em aço e de até 10 MMt em alumínio.

“Com a capacidade de atrair entre 10 e 15 bilhões de euros em investimentos e multiplicar as exportações para a União Europeia em 20 a 22 vezes, o Brasil pode gerar empregos e se consolidar como um player estratégico no mercado global”, comenta Ricardo Pierozzi, diretor executivo e sócio do BCG.

Em âmbito global, graças a sua matriz energética relativamente limpa, o Brasil ajudaria a reduzir emissões nas cadeias de valor globais de aço e alumínio primários, ao expandir sua participação nas etapas de beneficiamento e processamento destes metais, alavancando sua posição como um dos líderes em reservas e mineração.

Atualmente, o país tem 17% das reservas globais de minério de ferro e 9% das de bauxita, mas apenas 2% da produção de aço bruto e 1% do de alumínio primário. Num exercício simplificado, se o Brasil aumentasse a sua participação nas etapas de beneficiamento para os mesmos níveis das etapas de exploração, as emissões globais advindas da produção do aço poderiam ter uma redução de 3% a 4% (aproximadamente 85MMt a 105MMt) em emissões e cerca de 10% a 13% em alumínio (40MMt a 50MMt).

“O Brasil não é apenas um lugar natural bonito. Ele conta com recursos e capacidades para ser um hub para soluções verdes e contribuir com a agenda de descarbonização”, finaliza Pierozzi.

Fonte: IPESI
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 20/06/2025

 

Conflito Irã x Israel: por que o agro deve ficar atento à escalada dos combates

O conflito entre Israel e Irã colocou a geopolítica e a economia mundial em estado de alerta. Como parte de uma cadeia global, o agronegócio não está livre de riscos. Dos preços de commodities agrícolas a entraves logísticos para setores que tem a região como rota de transporte, saiba seis razões para o agro ficar atento a uma de uma escalada nos combates no Oriente Médio.

“O Irã é grande fornecedor global de fertilizantes. Além disso, é o maior importador de milho e o quarto maior importador de soja do Brasil”, resume o consultor Carlos Cogo.

Preços de fertilizantes podem subir

O Irã é um dos principais produtores globais de ureia, um insumo essencial para culturas intensivas em nitrogênio, como o milho. Uma escalada do conflito pode afetar a oferta global do produto e encarecer os preços no mercado internacional, destaca a consultoria StoneX.

Em 2024, toda a ureia usada nas lavouras do Brasil veio do exterior. O Brasil importa 17% no nitrogenado iraniano

Carlos Cogo pontua que o Brasil é importador de fertilizantes. Uma eventual ruptura nessa cadeia de fornecimento pode prejudicar o abastecimento de insumos. O produtor brasileiro pode ter que pagar mais caro pelo adubo, principalmente os nitrogenados, ou, eventualmente, sofrer atrasos na entrega.

Transporte de mercadorias pode travar

É na região do conflito que está o estreito de Ormuz, importante rota logística internacional de petróleo e de fertilizantes. O mercado segue atento a possíveis interrupções no transporte marítimo e no fluxo de mercadorias em portos.

Se a logística de grãos e insumos travar, aumentam os riscos à segurança alimentar, principalmente em países mais dependentes das importações, como destaca Marcus Magalhães, analista e sócio-fundador da MM Cafés.

Raphael Bulascoschi e Ana Luiza Lodi, analistas da StoneX, acrescentam que restrições ao fluxo de mercadorias podem elevar preços de frete e de seguros, aumentando custos logísticos.

Preço do petróleo pode subir

Tensões da região do Oriente Médio, como o conflito entre Israel e Irã, tendem a provocar rápida volatilidade aos preços do petróleo. Cogo destaca que só a ameaça de fechamento do estreito de Ormuz.

Na sexta-feira (13/6), os principais contratos no mercado futuro em Nova York e Londres fecharam acima dos US$ 70 o barril, com altas de 6% a 7% em relação ao dia anterior.

“Para o Brasil, isso pode resultar em aumento no custo dos combustíveis, pressão inflacionária e novos reajustes na política de preços da Petrobras, com efeitos diretos sobre a produção agropecuária”, analisa.

Agro pode ter dificuldades de comércio

Os analistas da StoneX destacam que, além de riscos logísticos, o agronegócio brasileiro pode ter dificuldades para comercializar produtos, como o milho, importante na pauta de exportações para o Irã. De tudo o que o Brasil embarcou de milho em 2024, 10,9% foram para os iranianos: O país comprou 4,3 milhões de toneladas de milho brasileiro em 2024, 10,9% do total.

“O Irã foi responsável por 10,9% das exportações de milho do Brasil em 2024, com 4,3 milhões de toneladas. Um agravamento do conflito pode comprometer essa demanda, prejudicando exportadores brasileiros que dependeriam da realocação rápida para outros mercados”, disseram os analistas da StoneX, Raphael Bulascoschi e Ana Luiza Lodi.

Biocombustíveis e fibras mais competitivos

Se, por um lado, a alta do petróleo pode trazer pressões inflacionários, por outro, pode gerar vantagens competitivas aos combustíveis e fibras. Carlos Cogo lembra que o óleo de soja é insumo-chave para a produção de biodiesel, que pode se tornar mais competitivo.

No açúcar, pode haver uma competição mais acirrada com o etanol. “Com petróleo mais caro, o etanol se valoriza, o que pode levar usinas a direcionarem mais cana para o biocombustível”, aponta. Os preços do açúcar, que vinham testando quedas consistentes, podem subir na bolsa de Nova York.

O algodão, cotado na mesma bolsa, pode ficar mais competitivo, caso haja um encarecimento de fibras derivadas de petróleo, como a de poliéster. Se o produto sintético sobre, a pluma passa a ser alternativa para a indústria.

Mercados mais voláteis

Mesmo que a guerra esteja localizada em uma região específica do mundo, os mercados internacionais avaliam seus riscos para a economia global. A dinâmica das bolsas internacionais de commodities e de outros ativos financeiros muda, com um fator a mais de incerteza, à medida que o conflito não chega a uma solução.

Carlos Cogo lembra que a postura mais comum dos investidores e operadores do mercado é buscarem segurança, colocando seu capital em ativos estratégicos, como alimentos, energia, além do dólar. Uma consequência, segundo o analista, seriam mudanças no valor da moeda americana em relação ao real, que, no curto prazo, pode pesar sobre os preços de produtos agrícolas.

No radar, também fica o alerta para preços de máquinas agrícolas, também influenciados pela taxa de câmbio, uma consequência de longo prazo.

Fonte: Globo Rural
Seção: Agro, Máquinas & Equipamentos
Publicação: 17/06/2025

Tarifas de alumínio e aço provocam aumento na produção secundária e divergência de preços

As tarifas dos EUA sobre aço e alumínio foram dobradas, mas os mercados de metais parecem ter absorvido rapidamente o impacto.

Os preços do alumínio na LME já se recuperaram totalmente para aproximadamente US$ 2.440 por tonelada após uma breve queda.

“O mercado, portanto, não parece esperar nenhum grande impacto na situação global de fornecimento das matérias-primas afetadas”, disse Thu Lan Nguyen, chefe de pesquisa de câmbio e commodities do Commerzbank AG, em um relatório.

No entanto, as consequências são mais abrangentes do que parecem à primeira vista.

Nguyen Ela disse:
""Pode-se supor que as tarifas terão impacto em outros segmentos do mercado de metais, por um lado, e nas políticas de comércio exterior de outras nações, por outro."

Mudança de demanda

De acordo com especialistas, as tarifas geralmente levam a uma mudança na demanda para outros substitutos.

Um aumento imediato nas capacidades de produção de alumínio e aço dos EUA é improvável, dados seus tempos de resposta tipicamente lentos. Portanto, espera-se que essa tendência seja ainda mais pronunciada para esses materiais, de acordo com o Commerzbank.

Felizmente, o mercado siderúrgico dos EUA não está excessivamente apertado.

As siderúrgicas dos EUA demonstraram forte utilização da capacidade no ano passado, operando em 72-78% durante os primeiros oito meses. Essa alta produção doméstica atendeu em grande parte às necessidades de consumo, evidenciadas por importações que constituíam apenas 13% do consumo aparente.
 

 
 

Os dados do USGS indicaram que as fundições de alumínio dos EUA operaram com apenas 50% de utilização da capacidade em 2024, sugerindo potencial de expansão.

Mesmo com capacidade total de produção, apenas aproximadamente 30% do consumo seria atendido, observou Nguyen.

Dado que a produção secundária, especificamente a reciclagem de sucata de alumínio, já constitui aproximadamente 80% da produção de alumínio dos EUA, a indústria do alumínio está pronta para priorizar cada vez mais esse setor, disse o Commerzbank.

Espera-se que esse foco revigore ainda mais a produção secundária.

Produção secundária de alumínio

A reciclagem de sucata de alumínio nos EUA provavelmente terá consequências para a produção secundária fora dos EUA.

De acordo com a European Aluminium, a recente aceleração dramática das exportações de sucata metálica da UE para os EUA está, sem dúvida, ligada às tarifas de alumínio.

Essas tarifas estão causando uma mudança na demanda dos EUA de alumínio primário para secundário.

Além dos EUA, espera-se que os preços da sucata de alumínio caiam no médio e longo prazo.

Isso se deve em grande parte ao aumento da disponibilidade de alumínio primário.

As empresas americanas deixaram de importar alumínio primário devido a tarifas proibitivas, o que pode tornar a exportação para os EUA mais atraente, acrescentou Nguyen.
 

 
 

Divergência nos preços da UE e dos EUA deve continuar

“Pode-se argumentar que a demanda fora dos EUA também mudará da produção secundária para a primária, o que significa que a situação da oferta permaneceria mais ou menos inalterada, pelo menos de uma perspectiva global”, disse Nguyen.

No entanto, isso provavelmente não é adequado para a UE, dado seu compromisso de aumentar seu suprimento doméstico de minerais e metais cruciais.

A UE também visa aumentar a produção secundária para fins sustentáveis, uma vez que consome menos energia e recursos do que a produção primária.

Devido ao recente aumento dos direitos aduaneiros dos EUA, a introdução de restrições às exportações de sucata metálica é agora altamente provável e está a ser considerada na UE.

“Restringir essas exportações levaria a uma maior oferta de sucata no mercado da UE e pressionaria os preços lá, que já deveriam ficar sob pressão devido a uma maior oferta de alumínio primário”, disse Nguyen.

"Por conseguinte, é provável que a divergência nos preços do alumínio entre os EUA e a Europa continue."

Fonte: Invezz
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 12/06/2025

 

Investigação antidumping sobre aço da China é a maior já aberta, diz governo

O Brasil abriu na última terça-feira a maior investigação antidumping de sua história, disse nesta quinta-feira a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. O alvo são 25 produtos siderúrgicos importados da China. As averiguações deverão demorar 18 meses.

“As pessoas me perguntam muito se isso tem a ver com os Estados Unidos”, comentou a secretária.

O governo americano levantou suspeitas de que o Brasil estaria exportando para lá produtos siderúrgicos trazidos da China, numa espécie de triangulação.

“Na verdade, o período coberto por essa análise é anterior a essas alterações tarifárias”, disse. “Mas, no contexto de mudanças importantes no cenário internacional para o setor siderúrgico, essa investigação é especialmente oportuna, eu diria.”

A decisão do governo brasileiro de coibir supostas práticas desleais de comércio por parte da China pode influenciar o diálogo com os Estados Unidos em torno da elevação das tarifas sobre o aço. A administração de Donald Trump fixou nesta semana uma taxação de 50% para importações de aço e alumínio. Antes, em março, essa tarifa havia sido estabelecida em 25%.

A taxação incide sobre produtos de todas as origens. O governo brasileiro tem investido em diálogo com o governo dos EUA. Os principais argumentos são que as indústrias dos dois países são complementares e que o comércio bilateral é superavitário para os Estados Unidos.

As investigações antidumping, explicou Prazeres, foram iniciadas porque havia indícios de dumping e de dano causado ao mercado brasileiro por essas importações. “O governo está atento à situação da indústria doméstica no setor siderúrgico”, comentou a secretária. “Assim, age a partir de parâmetros técnicos contidos nas regras internacionais e brasileiras sobre combate a práticas desleais de comércio.”

O dumping é uma prática desleal de comércio que consiste em vender, a outros países, produtos com preço abaixo do custo de produção ou do preço no mercado de origem. Quando essa situação causa dano no mercado de destino, é possível ao país prejudicado aplicar sobretaxas na importação desses produtos, de forma a equilibrar a concorrência.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 06/06/2025